Primavera Mentirosa escrita por fosforosmalone


Capítulo 7
Aumentando as Apostas


Notas iniciais do capítulo

Perdoem a grande demora em postar o capitulo. Mas enfim aqui esta ele.
Há certa altura do capitulo toca a musica "Sealed With A Kiss". Começa no momento em que o nome da musica é citado. Caso alguem queira escuta-la, segue o link.
http://www.youtube.com/watch?v=ZvP42bkrhO4
Espero que gostem do capitulo! Boa leitura!



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CASA DE TONY

Tony entra no quarto, e vai até a cama onde sua esposa Valerie dorme. Ele a sacode, acordando-a.

TONY

- Alguém esteve aqui hoje? (Pergunta com ansiedade na voz)

VALERIE

- Não. Ninguém esteve aqui (Diz sentando-se confusa na cama enquanto esfrega os olhos).

TONY

-Tem certeza? Um vendedor, alguém pedindo informação? É importante, Valerie!

VALERIE

- Esta me assustando, Tony! O que esta acontecendo?  (Diz já desperta).

Recuperando a calma, ele senta-se na poltrona em frente à cama, tentando escolher as palavras.

TONY

- Tem uma carta no escritório. Não estava lá quando eu saí. Esta assinada com o nome de... De Jack. Ela diz que eu devo parar a investigação que estou fazendo. Ele... Ele citou você e Josh na carta.

Ela olha em silencio para Tony por alguns segundos, como se não entendesse o que ele disse.

VALERIE

- Jack? Que Jack? Não pode ser o Jack que... Não o Jack que você esta investigando.

Tony não responde. O terror surge nos olhos de Valerie. Ela se levanta, mas o marido a agarra pelos ombros, a fazendo sentar.

TONY

- Josh esta bem. Eu já tive no quarto dele. Agora temos que saber como Jack entrou aqui.

VALERIE

- Não importa como ele entrou Tony! Josh e eu passamos fora o dia todo. Pode ter sido a qualquer hora. Meu deus! Um assassino entrou na nossa casa! Mas é simples, não é? Você só precisa largar esta matéria e este maluco nos deixa em paz (Diz a beira do histerismo).

TONY

- Escuta Val. Não temos garantia que ele nos deixe em paz. Vou falar com uma federal que me deve um favor. Ela não vai nos deixar na mão. Vamos ter proteção se for preciso.

VALERIE

- Esse cara esta ameaçando o seu filho! Você tem que esquecer essa obsessão de ser o cara que vai expor Jack Calcanhar De Mola! Tem que fazer isso pelo Josh! (Diz ela gritando).

TONY

- Nós... Nós vamos estar seguros, Val, eu te prometo. Mas não posso parar ainda. Eu sinto... Sinto dentro de mim que dessa vez estou perto de saber quem é. Perto de impedir que ele mate outra vez. (Fala ele como se estivesse envergonhado).

VALERIE

- Você não esta mais perto agora do que quando estava escrevendo noite e dia aquele maldito livro! O que você quer, afinal? Olhar na cara desse Jack e rir dizendo que sabe quem ele é? Você vai acabar se matando, Tony! Mas eu e meu filho não vamos com você!

CIDADE DE EAST LYME: CEMITÉRIO CASTLE HEAVEN

 O enterro de Kelly se deu na cidade natal da garota, que fica próxima de New London. Helena observa os amigos e familiares de Kelly em torno do tumulo, enquanto o padre lê palavras de conforto na bíblia referentes à palavra de Deus. Isadora, Judy e Bruce estão presentes.

Após o término da cerimônia, Helena, com os olhos cobertos por um par de óculos escuros, se aproxima dos pais de Kelly para prestar condolências. Ela consegue ouvir a mãe de Kelly dizer.

MÃE DE KELLY

- Ela gostava muito de você, Isadora. (Diz a mulher comovida).

Elas se abraçam. Helena se aproxima, sendo percebida por Bruce, que a cumprimenta com um aceno de cabeça. Isadora vira-se, tambem percebendo a presença da Agente.

Antes que Isadora e Helena possam trocar qualquer palavra, a mãe de Kelly aborda Helena.

MÃE DE KELLY

- Com licença. Quem é você? Conhecia a minha filha? (Pergunta de forma quase suplicante).

HELENA

- Não senhora. Não conheci. Eu sou a Agente Helena Belli. Trabalho na divisão de homicídios do FBI. Eu estou Cuidando do caso da sua filha

A Sra. Wilson engole em seco ao ouvir isso. Bruce e Isadora afastam-se, indo juntar-se a Judy.

MÃE DE KELLY

- Vocês já têm alguma pista de quem fez isso?

HELENA

- Não senhora. Mas vou trabalhar dia e noite até encontrar quem fez isso.

MÃE DE KELLY

- Quando você o encontrar, quero que o mate, entendeu? Por favor. Mate o maldito que tirou a minha menina de mim!

A mulher começa a chorar no ombro de Helena, que parece não saber o que fazer. O marido da mulher aproxima-se, e delicadamente põe a mão no ombro da esposa, a puxando para si.

PAI DE KELLY

- Me desculpe. Ela esta muito abalada! Você entende não é?

A agente não responde, pois ela entende. Helena observa os Wilson afastarem-se. Ela não poderia fazer o que aquela mãe desesperada pediu. Seu trabalho era baseado na justiça, e não na vingança. Mas existiria justiça que não a vingança para Jack Calcanhar De Mola? Por alguma razão naquele momento, ela queria que Frank estivesse ali. O celular da morena começa a tocar, Ao olhar no identificador de chamadas, ela vê o nome de Tony Stevenson.

CASA DE TONY

O jornalista atendeu a agente na porta bastante nervoso, mandando- a entrar rapidamente. Tony guia Helena até a sala, onde ela senta-se no sofá.

TONY

- Que bom que você veio! Tomou os cuidados que eu pedi?

HELENA

- Tomei sim. Ninguém me seguiu. O que é tão grave pra você agir assim?

TONY

- Jack sabe que te entreguei minhas notas. Ele me mandou uma carta me ameaçando.

HELENA

- O que?

Ele conta a ela sobre a carta que encontrou na sua escrivaninha e a conversa que teve com Valerie, que terminou com a esposa indo embora, e levando o filho com ela. O jornalista mostra a carta. Helena retira um par de luvas do bolso, e só então pega a carta. Após ler as palavras de Jack atentamente, ela olha séria para Tony.

HELENA

- Contou pra alguém que estava me passando informações? (pergunta trocando de assunto)

TONY

- Não. E você?

HELENA

- Só ao Sage. Mas ele não contou a ninguém.

Os dois ficam em silencio. Helena sente-se mal por não ter mantido sigilo absoluto, mas achou que devia confiar em Sage, afinal, ele era seu parceiro naquela investigação.

HELENA

- Talvez você devesse largar a investigação. Pela segurança de sua família, e a sua própria

TONY

- Não posso parar agora. Se ele se arriscou a vir aqui pra me ameaçar, significa que eu estou perto de alguma coisa. Quanto à segurança da minha família, é por eles que você esta aqui. Valerie e Josh foram pra casa da mãe dela. Quero que consiga proteção pra eles.

HELENA

- Tony, a prioridade do caso ainda é da policia de New London. Dar proteção á sua família, e omitir esta carta do Ferguson seria passar por cima da autoridade dele.

TONY

- Eu sei que estou pedindo muito. Mas tenho medo da reação do assassino. Se mostrarmos esta carta a policia, inevitavelmente mais gente vai saber. E temos que agir o mais discretamente possível. Por favor, pense bem Helena. Podemos detê-lo. Só precisamos descobrir o que ele acha que eu sei, mas minha esposa e filho precisam de proteção.

Helena considera por um instante as palavras de Tony.

HELENA

- Eu posso fazer o que você sugere, mas não sozinha. Vamos precisar da ajuda de Sage.

TONY

- Confia nele?

HELENA

- Isso é irrelevante. Só posso fazer o que pediu sem a ajuda de Sage. É pegar ou largar.

Tony pensa na proposta de Helena. Ele não confiava plenamente em Frank Sage. Mas se Helena dizia que ele era imprescindível, ele acreditava. A segurança de sua família estava em jogo, e ele já os estava arriscando demais. Tony não teve outra escolha a não ser concordar.

NEW SHARON: ESTACIONAMENTO Á CÉU ABERTO

Bruce e Isadora descem do carro de Judy, sendo seguidos pela própria. Todos parecem abatidos.

ISADORA

- Foi triste ver a mãe da Kelly surtar perto da mulher do FBI (Comenta melancolicamente).

JUDY

- Em pensar que chegaram a suspeitar do Nick. A propósito, ele já saiu do hospital?

BRUCE

- Saiu sim.

Bruce aponta para trás. As garotas se viram, e vêem Nick descendo as escadas de acesso ao estacionamento. O rapaz esta com o rosto inchado e tem um curativo acima do olho, e no nariz.

NICK

- Como foi o funeral? (pergunta sem rodeios, parecendo tão abatido quanto os outros)

ISADORA

- Triste. É assim que são os funerais de pessoas queridas. Você fez bem em não ir. Tinha gente lá que podia não receber bem você. (fala ela em tom gélido).

NICK

- Não sou mais suspeito, e você sabe. O Chefe Ferguson esteve no hospital, e me contou sobre a Megan e... Tudo mais. Eu queria agradecer vocês dois por...

ISADORA

- Nem pense em me agradecer! Eu não fiz por você. E o Bruce fez todo o trabalho.

Mais uma vez, Nick fica completamente sem ação. Bruce recorda que alguns dias atrás, seu colega nunca deixaria uma afronta como essa passar em branco.

BRUCE

- Não devia andar sozinho, Nick. Não acho que vão te dar outra surra, mas nunca se sabe.

JUDY

- Você sabe quem atacou o Nick? (Pergunta surpresa).

Antes que o rapaz responda, Isadora intromete-se

ISADORA

Nick foi atacado logo depois dos jornais o colocarem como suspeito de ser o assassino. Universitários fazendo justiça com as próprias mãos não é novidade. É isso, Bruce?

BRUCE

- Eu não teria explicado melhor, Dra. Thompson.

Apesar do tom sarcástico, Bruce não consegue evitar um olhar de admiração para Isadora.

ISADORA

- eu preciso me trocar. Esta roupa tá me fazendo passar mal. Vamos Judy?

Judy despede-se dos dois rapazes, dando um beijo no rosto de cada um, mas Isadora apenas despede-se de Bruce com um abraço, ignorando Nick totalmente.

RESTAURTANTE DO HOTEL

Helena e Frank almoçam. Ela acaba de contar ao veterano sobre a carta misteriosa que Tony recebeu, e sobre a conversa que ela teve com o jornalista a respeito. Ela espera impacientemente Frank terminar de mastigar para falar.

SAGE

 Nosso Assassino foi bastante ousado desta vez. Mas me diga uma coisa. Não existe a possibilidade de o próprio Tony ter plantado esta carta?

HELENA

- Tony realmente esta temendo pela família. Lá vi muita gente com medo. Se ele estiver fingindo, faz isso muito bem. Quanto à família dele, acha que podemos protegê-los?

SAGE

- Extra oficialmente? Acho que sim. Tem algumas pessoas que me devem alguns favores.

HELENA

- Tem outra coisa me preocupando. Jack deixa claro que vai matar de novo. Mas não acho que seja logo. Não haverá neblina forte nos próximos dias. Á menos que a previsão mude.

SAGE

- Duvido que mude. Não sente o frio? Acho até que teremos neve nos próximos dias. Mas a Primavera Vermelha esta longe de acabar. Haverá mais noites de névoa antes do fim.

UNIVERSIDADE NEW SHARON: LANCHERIA BOM SABOR

Apesar de todos já saberem que ele possuía um álibi para a morte de Kelly, Nick podia sentir a desconfiança e a hostilidade no olhar de seus colegas. Quase ninguém se dirigiu a ele neste dia, e os poucos que se dirigiram, o fizeram de modo rápido e desconfortável. Bruce e Nick estão sentados em uma mesa da Bom Sabor, que se encontra quase vazia no intervalo da tarde.

NICK

- Que droga, cara. Essa gente não se toca! Eu sou inocente, caramba!

BRUCE

- Eu sei cara. Mas isso vai passar (fala abrindo uma lata de refrigerante).

NICK

- Mas eu não mereço isso, caramba!

BRUCE

- Quer um conselho? Vai embora de New Sharon até toda essa historia de Jack Calcanhar De Mola acabar. Quando a coisa esfriar, você volta (diz ele antes de tomar um gole de refrigerante)

NICK

- O que?! Eu não vou embora por que um monte de babacas não quer ver o que esta na cara deles! Lutei muito pra estar aqui! Ninguém pode me dizer se eu devo sair ou não!

Nick arrepende-se do tom áspero que usou. Afinal, se ele estava livre, devia isso a Bruce.

NICK

- Desculpe cara. Eu não devia tratar você assim. Eu nunca vou poder agradecer o suficiente.

BRUCE

- Eu não fiz nada. Só botei a cabeça pra funcionar. Foi a Megan que te deu o álibi. Devia agradecer a ela.

Nick envergonha-se ao ouvir o nome da garota.

NICK

- Eu queria, mas eu não consigo! Eu nem me lembro da noite que eu passei com ela! E o pior, olhar pra coitada me faz lembrar que a Kelly morreu me odiando.

NAS PROXIMAS SEMANAS

Durante as semanas seguintes a morte de Kelly, o medo pairou em New Sharon. Era difícil ver um aluno sozinho á noite. Os próprios professores pareciam assustados, e alguns chegavam a liberar os alunos mais cedo, para que eles pudessem ir mais rapidamente para seus dormitórios.

 Nick começou a entrar em profunda depressão, devido aos eventos recentes, embora não admitisse. Os alunos aos poucos pareciam estar reconhecendo a inocência de Nick, mas mesmo assim ainda o tratavam com frieza. Enquanto isso, Bruce tentou retomar o assunto sobre Megan algumas vezes, mas desistiu ao perceber que o colega não estava mesmo disposto a ver a garota.

Como prometido, Frank contatou seus conhecidos do FBI, deixando a família de Tony sob proteção de três federais inativos, em uma operação clandestina. Valerie simplesmente não faz idéia que a casa da mãe, onde esta vivendo com seu filho, esta sendo vigiada.

Com a proteção de sua família garantida, Tony passou a revirar seus artigos publicados recentemente sobre as mortes de New Sharon, e as anotações salvas no computador, em busca da pista que poderia ter provocado as preocupações de Jack. Enquanto isso, Helena fazia o mesmo, relendo incansavelmente as anotações que Tony lhe dera.

Durante este tempo, Tony visitou Valerie, tentando reatar, mas sua esposa estava irredutível. Enquanto ele não abandonasse sua fixação com o caso Jack Calcanhar De Mola, podia esquecer o casamento. Ela parecia decidida a levar a historia até o fim, e já falava em papéis de divórcio.

Isadora ainda sentia-se um pouco abalada com a morte de Kelly, mas tentava não demonstrar. Judy, percebendo os sentimentos da colega, evitava o assunto, mas mantinha-se sempre por perto, na tentativa de animar à amiga. Mas enquanto Judy se aproximara ainda mais, Bruce e Isa afastaram-se por razões que nenhum dos dois parecia entender muito bem.

Enquanto isso, Sage continuava obcecado em descobrir o modo como o assassino escolhia as suas vitimas. Ele usou todos os seus contatos para dissecar as vidas de Tina Becker e Kelly Wilson. Ao final de três semanas, o veterano sabia tudo sobre as duas, mesmo detalhes do histórico escolar e médico das garotas. Mas parecia não haver nada que as relacionasse.

LANCHONETE NEW SHARON: TRÊS SEMANAS DEPOIS

Três semanas haviam se passado desde o enterro de Kelly. As conversas sobre o assassino já não eram tão freqüentes no campus, apesar do medo ainda estar presente nos olhares de todos. O sol brilha timidamente nesta manhã, quando Isadora entra Lanchonete New Sharon, que esta vazia. A jovem não têm dificuldade alguma em encontrar uma mesa.

Megan se aproxima da mesa. Ela usa um uniforme branco e vermelho de garçonete, e tem o cabelo preso a um coque. Ela arregala os olhos ao ver Isadora, mas logo se recompõe fingindo não conhecê-la.

MEGAN

- O que vai querer?

ISADORA

- Um Milk Shake de chocolate, uma torrada sem ovo, e tambem falar com você.

MEGAN

- Eu tô trabalhando, garota! Não posso ficar conversando (Diz ela com rancor no olhar)

ISADORA

-Eu vim agora por que sei que esse horário é de pouco movimento. (Diz Isa olhando a lanchonete vazia em volta).

MEGAN

- Vou buscar o seu lanche (Diz friamente, virando-se para sair)

ISADORA

- Megan, eu vim pedir desculpas! (Diz demonstrando insegurança na voz pela primeira vez)

Megan olha surpresa para Isadora, que após uma pausa para retirar os óculos, continua a falar.

ISADORA

- Eu soube que você saiu da fraternidade.

MEGAN

- Se veio aqui por que esta com pena, então pode guardar as suas desculpas pra você!

ISADORA

- Não tô com pena. Sair de lá foi a melhor coisa que você podia fazer por si mesma. Mas eu... Eu sei que significava muito pra você. Eu disse coisas horríveis aquele dia, e você provou que eu tava errada. Por isso, eu sinto muito por ter dito aquilo.

Megan parece quase envergonhada com o pedido de desculpas de Isadora.

MEGAN

- Talvez... Talvez se você não tivesse me dito aquilo, eu não teria contado a verdade.

ISADORA

- Pode até ser, mas eu não acredito. É preciso muita coragem pra fazer o que você fez. Se expor, e enfrentar as conseqüências do seu erro de peito aberto. Não significa que eu goste de você. Mas alguém precisava te dizer que a sua atitude foi admirável.

MEGAN

- Obrigado (Diz comovida)

ISADORA

- Não por isso.

Megan esfrega uma lagrima,

MEGAN

- Vou buscar o seu pedido.

QUARTO DE HELENA

Helena esta sentada diante da mesa, com “Os Crimes Da Primavera Vermelha” aberto a sua frente. A agente relê o livro novamente, ainda procurando a informação que fez Jack ameaçar Tony. A campainha toca, e ao abrir a porta, Helena se depara com o autor do livro em pessoa.

TONY

- Posso entrar?

Após deixar o jornalista entrar, Helena percebe que ele parece bastante abatido. Há olheiras fundas sob seus olhos, indicando que ele não tem dormido muito bem.

TONY

- Por favor, me diga que descobriu alguma coisa.

A agente balança a cabeça desanimada. Ele senta-se em uma cadeira, decepcionado.

TONY

- Já fazem semanas, e não conseguimos nada. E agora, esta chegando à hora de ele matar outra vez, e não estamos mais perto de encontrá-lo do que estávamos antes.

HELENA

- Tony, eu tambem estou bastante frustrada, mas não podemos nos abater, nem nos desesperar.

TONY

- A meteorologia aponta noite de névoa para hoje (Diz sério).

HELENA

- Falei com Chambers para reforçar a segurança. Vamos torcer para que nada aconteça.

TONY

- Se acontecer, posso ter sacrificado meu casamento em vão (Diz tristemente).

Em um ato quase involuntário, Helena estica a sua mão, pegando a de Tony sobre a mesa.

HELENA

- Nós vamos pega-lo.

Ela imediatamente se dá conta do gesto, e solta à mão do jornalista.

HELENA

- Me desculpe. Eu não devia ter feito isso.

TONY

- Tudo bem. Na verdade, fez eu me sinto mais seguro (Diz com um sorriso sincero)

Os dois se olham levemente constrangidos. Um pensamento surge na mente da agente, mas ela logo o espanta. Ela não podia estar sentindo algo por Tony. Não devia.

PATIO PRINCIPAL DE NEW SHARON

Isadora esta sentada no mesmo banco há beira do lago onde quase um mês antes, ela havia estado com Kelly. A garota observa o sol se pondo atrás de uma pequena colina na outra margem do lago. O ar está frio, mas a estudante percebe que a temperatura esta subindo aos poucos. Na semana anterior havia nevado, e o pouco gelo que havia sobrado nas arvores terminava de derreter. Com um sobressalto, ela percebe Bruce de pé ao lado do banco.

ISADORA

- Não vai sentar?

BRUCE

- Eu to bem de pé.

ISADORA

- Você é quem sabe.

Há um breve momento de silencio entre os dois.

BRUCE

- Vai me dizer qual é o seu problema comigo?

ISADORA

- De que problema você tá falando? (Diz em tom desentendido)

BRUCE

- Quer uma lista? Você tem andando esquiva nas ultimas semanas. Você não responde os meus emails...

ISADORA

- E você é um grande exemplo, né? É um sacrifício você responder um email que seja!

Bruce fica momentaneamente desconcertado com a afirmação.

BRUCE

- Isso não vem ao caso. E diferente de você, não insinuei que você fosse uma assassina. ISADORA

- Eu não insinuei isso! Foi um comentário infeliz! E achei que você já tivesse me perdoado! Alem do mais, você tem que entender que eu tava transtornada! Eu tinha acabado de perder a Kelly!

BRUCE

- Todos nós tínhamos acabado de perdê-la!

ISADORA

- Mas você ficou do lado do Nick, não é? Eu andei pensando, e quero que responda uma pergunta. Você sabia das escapadas dele?

BRUCE

- Sabia. Mas não cabia a mim julgar, ou contar alguma coisa pra Kelly. Não foi a safadeza do Nick que a matou. Culpar o Nick não vai trazê-la de volta. E nem me culpar.

Bruce parece exaurido após terminar de falar. Isadora tambem parece encabulada, e fala enfim baixando a guarda.

ISADORA

- Você tem razão. São todas essas mortes! Isso tá mexendo comigo.

BRUCE

- Tá mexendo comigo tambem. Tem vezes que eu nem me sinto eu mesmo no meio dessa confusão. Mas temos que cuidar uns dos outros, e não se separar como estamos fazendo. Por isso eu quero que faça uma coisa pra mim (Diz sentando-se ao lado dela).

ISADORA

- Que seria?

BRUCE

- Saia da aula mais cedo esta noite. Bem mais cedo. E quando chegar em casa peça pra alguém conferir o quarto com você. Depois se tranque o melhor que puder.

ISADORA

- Hoje é noite de neblina. Por isso esta preocupado. Mas não esquenta. Eu vou ficar bem.

BRUCE

- Eu não quero que nada de ruim aconteça com você, ta legal?

Em uma atitude inesperada, ele se inclina sobre ela, e lhe dá um beijo no rosto. O rapaz levanta-se, sendo observado com curiosidade por Isa.

BRUCE

- Tenho que ir. Preciso terminar uma pesquisa. Se cuida.

ISADORA

- Você tambem (Diz ela em voz baixa enquanto o rapaz se afasta).

QUARTO DE BRUCE E NICK: NOITE

Naquela noite, a nevoa se espalhou pela região da universidade como agua que escorre delicadamente pelo chão, com a descrição de uma serpente. Uma hora após o por do sol, New Sharon já estava coberta pela neblina. Grupos de alunos andavam cautelosos pelo campus, ficando o mais próximo que podiam uns dos outros. Os poucos que se arriscavam a andar sozinhos, cada vez que viam um vulto surgir no nevoeiro, ficavam divididos entre se afastar rapidamente do assassino em potencial, ou se aproximar para ter um companheiro de viagem.

Nick esta sozinho no quarto, deitado na penumbra. O rapaz pensa em Megan. Já estava na hora de ele enfrentar a própria culpa. Prometeu a si mesmo que na manhã seguinte, a primeira coisa que faria seria ir à velha lanchonete New Sharon, e agradecer a Megan por seu depoimento.

Os pensamentos do rapaz são interrompidos quando seu celular começa a tocar. Ele olha no identificador de chamadas, e percebe tratar-se de um numero confidencial.

Ao atender, Nick escuta uma voz fria e áspera na linha, que lhe causa certo arrepio.

VOZ

- Ola Nick. Bonita noite, não? Não dá vontade de sair e curtir o ar noturno?

NICK

- Quem é que tá falando? (Pergunta agressivamente)

JACK

- Jack Calcanhar De Mola, mas pode me chamar só de Jack.

NICK

- Não tem graça, palhaço!  O que vai fazer?  Perguntar qual meu filme de terror favorito?

Há uma risada cruel e sem emoção do outro lado da linha.

JACK

- Eu adoro “Pânico”, mas esse não é meu tipo de jogo.

NICK

- O seu jogo é falar merda no telefone, né? Mas então vai ligar pra outro babaca!

Antes que Nick possa desligar, Jack volta a falar.

JACK

- Quer ouvir uma coisa que ninguém sabe sobre a noite em que Kelly morreu?

A menção da namorada morta simplesmente paralisa Nick.

JACK

- Quando ela chegou em casa, ela foi ver fotos no computador. De onde eu estava escondido, eu pude ver que ela estava deletando algumas fotos suas. A policia não deu importância. Afinal, sua namorada e eu quebramos o computador enquanto dançávamos.

 Raiva fervente cresce no peito de Nick. Ele estava mesmo falando com o assassino de Kelly.

NICK

- Maldito desgraçado! Escute o que eu vou te dizer! Eu vou te encontrar e vou te matar!

Jack não parece perder a calma com as ameaças.

JACK

- Curioso você falar em matar agora. Diga-me, já agradeceu Megan Hayes?

Nick sente seu sangue gelar.

NICK

- Por quê? Por que você tá fazendo isso comigo?

Nick olha para o telefone ao lado da porta. Ele precisa alertar a segurança do campus para proteger Megan. Enquanto se dirige até lá, Jack continua a falar, usando um tom mais agressivo.

JACK

- Precisamos mesmo conversar sobre isso. Mas vamos esclarecer uma coisa antes. Se tentar avisar alguém da segurança, eu vou saber imediatamente, e Megan com certeza morrera! Agora, se escutar o que eu tenho a dizer, você pode ter uma chance de salva-la.

A mão de Nick congela a centímetros do telefone.

NICK

- Como vou saber que esta falando a verdade a respeito dos seguranças?

JACK

- Pode ser mentira. É só a vida de Megan que esta em jogo, não é? Por que não arrisca?

Por segundos que parecem horas, Nick fica com a mão esticada em direção ao telefone, ponderando se deve chamar a segurança ou não, mas decide-se por afastar-se do aparelho.

NICK

- Diga o que quer de uma vez!

JACK

- Primeiro de tudo Nick, eu quero que saiba que nada disso é pessoal. Acreditaria se eu dissesse que você foi uma vitima do acaso? Eu não planejava incriminá-lo. Na verdade, eu odiei quando soube que estavam suspeitando de você. Como um garoto patético como você poderia sonhar em levar os créditos pela minha arte?

NICK

- Fui inocentado! Se não tem nada contra mim, por que ameaçar a Megan?

JACK

- Depois de tudo que passou, não pode dizer que não acredita no destino. Megan não é a única que se encaixa no perfil que procuro. Na verdade, já tinha outra pessoa em vista. Mas quando vi que Megan servia, eu pensei: quem sou eu pra contrariar o destino?

NICK

- Por favor, não faça isso! (Diz implorando)

JACK

- Por que esta preocupação toda com a Megan? É culpa por não agradecer a Megan, ou por ter traído a Kelly? Sabe Nick, você precisa se perdoar.

NICK

- Só não quero que ninguém mais morra!

JACK

- Então me escute. Tem quinze minutos pra chegar até a Megan e levá-la para um lugar seguro. Lembre-se, você não pode avisar nenhum segurança. Tem que fazer sozinho!

NICK

- Mas ela esta na lanchonete agora! É longe daqui!

JACK

- catorze minutos e quarentas segundos, Nick. O tempo esta correndo.

O outro lado da linha é desligado.

LANCHONETE NEW SHARON

O silencio impera na lanchonete New Sharon, enquanto uma musica da década de 80 toca baixinho no radio. Desde o assassinato de Kelly, ninguém passava para um lanche após o término do horário letivo. As pessoas agora se contentavam com uma refeição rápida durante o intervalo das oito horas. Embora já houvessem sugerido fechar a lanchonete mais cedo, Joe, o dono do lugar, insistia em manter o estabelecimento aberto até o toque de recolher.

 Já passava das Dez horas, o que significava a ativação do toque de recolher. Na lanchonete só estavam Megan, Joe, e Ben, que dividia as funções de ajudar Joe no caixa e auxiliar a garçonete do turno. De trás do caixa, Joe olhou com um suspiro para seu estabelecimento vazio. Joe acaba de anunciar o fim do expediente.

BEN

- Graças a deus! Já não via à hora!

MEGAN

- O dia foi cansativo mesmo. Se me dão licença, eu vou me trocar.

A garota vai até o pequeno vestiário, fechando a porta atrás de si.

BEN

- Eu não ganho carona hoje, chefe? (Pergunta esperançoso)

JOE

- Talvez depois que colocar o lixo pra fora (Responde com falsa agressividade, enquanto usa um controle para desligar o som da lanchonete)

O rapaz dá uma risada, e pega duas grandes sacolas pretas, levando-a para a porta dos fundos da lanchonete. Ao ver-se sozinho na lanchonete, Joe observa através das portas envidraçadas o grande cobertor branco que cerca a lanchonete, assim como todo o campus. Havia algo de macabro naquela neblina. Não era de se admirar que a universidade inteira estivesse apavorada. Subitamente, o velho ouve a voz do seu assistente o chamando.

BEN

- Chefe? Pode vir aqui um instante?

Joe olha preocupado para a porta, ao notar certo nervosismo na voz de Ben. O velho dirige-se até a porta, mas não consegue ver que do lado de fora, Ben tem uma pistola preta encostada em sua cabeça. Pistola essa que é segurada por uma figura usando um capote preto, mascara e óculos de esqui, e um capuz cobrindo-lhe a cabeça.

Antes que Joe chegue à soleira da porta, o mascarado coloca a mão livre no bolso de seu capote, de onde retira uma seringa, que em um movimento rápido, é cravada na jugular de Ben. No momento em que Joe passa pela porta, o corpo inconsciente de seu assistente cai a seus pés.

JOE

- Meu deus!

Antes que Joe possa reagir, o mascarado o puxa para fora, e lhe aplica uma gravata no pescoço. O velho tenta gritar, mas o agressor aperta sua garganta com uma força quase descomunal, que rapidamente o deixa sem ar. Em poucos segundos, o velho Joe perde os sentidos.

CAMPUS DE NEW SHARON

Nick corre desembestado pelo campus. Apesar de ter um bom preparo físico, o rapaz já começa a sentir seus músculos arderem. O rapaz sentia-se correndo em um mundo alienígena ao atravessar o campus deserto, totalmente envolto pelo nevoeiro. Às vezes, o estudante tem a impressão de ver vultos no meio do nevoeiro, mas tentava não se aproximar, nem ser visto, lembrando da ameaça de Jack. Nick só tem um pensamento na cabeça, deter o maníaco antes que seja tarde demais.

LANCHONETE NEW SHARON

Após terminar de trocar de roupa, e guardar suas coisas na mochila, Megan sai do pequeno vestiário carregando sua bolsa, e encontra a lanchonete vazia e silenciosa. A moça não consegue ver seus colegas em lugar algum.

MEGAN

- Joe, Ben? Cadê vocês? Eu ouvi um barulho. Tá tudo bem?

Subitamente, as luzes da lanchonete se apagam, deixando tudo no mais completo breu. Uma onda fulminante de medo atinge a garota, fazendo com que ela se encoste firmemente a parede.

MEGAN

- Joe! Ben! Cadê vocês? (Grita em pânico)

O som das caixas de som interna da lanchonete ligam subitamente, começando a tocar “Sealed With A Kiss”. Megan vira-se para a entrada da cozinha, onde ficam os controles do radio, e vê com horror a figura mascarada de Jack Calcanhar De Mola sair de dentro da cozinha.

A garota grita horrorizada, e começa a correr para a porta de entrada principal da lanchonete. Jack saca sua pistola, e efetua dois disparos. Megan ouve dois estalos secos, tendo em seguida a sensação de que abelhas picaram uma de suas pernas, o que a faz cair no chão. Sua bolsa cai para longe. Megan consegue ver duas bolinhas de pressão rolarem pelo piso da lanchonete. O assassino aproxima-se, guardando sua pistola de pressão na cintura.

Com esforço, Megan coloca-se de pé, e volta a correr em direção à porta envidraçada. A garota tenta abrir a porta, mas a mesma se encontra trancada. A moça em pânico começa a procurar suas chaves, mas percebe com desespero que elas se encontram dentro de sua bolsa, que agora esta aos pés do assassino, que se aproxima cada vez mais.

Megan pega uma das cadeiras sobre a mesa, e tenta atira-la contra a porta de vidro, mas Jack avança velozmente em direção a garota, e agarra a cadeira. Ambos começam a brigar pela posse da cadeira, mas o mascarado é muito mais forte. Com um chute, ele joga a moça no chão, atirando a cadeira para longe em seguida.

Megan sente o coração desmanchar ao ver o mascarado retirar sua faca de caça da cintura. Ela sabe que sua única chance agora é conseguir ativar o alarme de incêndio. Isso com certeza chamaria a atenção, e espantaria o assassino. A garota só precisava ir até atrás do balcão.

Megan vira-se na direção do balcão, e começa a correr. Uma vez mais, Jack sai em seu encalço. A garota começa a contornar o balcão, mas o mascarado salta sobre ele, ficando entre a garota e o alarme. O assassino começa a brandir sua faca na direção de sua vitima, que recua desajeitadamente.

Jack agarra o braço da garota e a puxa para perto de si, cravando a faca em seu ombro, e empurrando sua vitima em seguida. Megan não sente nada até seu corpo bater contra a parede e seu corpo deslizar para o chão, deixando um rastro de sangue. É então que ela sente uma dor indescritível explodir em sua carne. Ela olha horrorizada para a ferida em seu ombro, de onde escorre bastante sangue. A musica continua indiferente ao sofrimento de Megan

MEGAN

- Por favor! Alguém me ajude! (Grita em um choro desesperado)

Jack guarda a faca na cintura mais uma vez, e calmamente, dirige-se até onde sua vitima esta caída. Fraca, Megan tenta se levantar, mas o mascarado lhe aplica uma rasteira, derrubando-a novamente no chão. A garota geme de dor ao cair em cima do ombro ferido. As lagrimas já começam a rolar por seu rosto. Com extremo descaso, Jack a agarra pelos cabelos, e começa a arrastá-la em direção ao vestiário. A pobre moça chora quase como uma criança.

MEGAN

- Não! Por favor! Socorro!

Jack a joga para dentro do vestiário, e volta a retirar sua faca de caça da cintura. Megan rasteja para longe, enquanto o assassino entra no cômodo e fecha a porta. Um grito estridente é abafado pela musica.

LADO DE FORA DA LANCHONETE

Nick esbaforido, enfim consegue ver a silhueta da lanchonete New Sharon no meio da névoa. O lugar esta com as luzes apagadas, o que lhe da um aspecto sinistro. O silencio é ensurdecedor Ao aproximar-se mais um pouco, o rapaz entra no pequeno estacionamento do lanchonete, e percebe dois carros parados, sendo que um deles se encontra com os faróis acessos. Cautelosamente o rapaz se aproxima, e percebe que dentro deste carro, a luz do painel tambem esta acessa. A iluminação é fraca, mas o suficiente para que Nick possa reconhecer o rosto de Megan, vendado e amordaçado.

NICK

- Meu deus!

Nick corre o mais rápido que pode até o carro. Talvez Megan ainda esteja viva. Ao colocar a mão na maçaneta, o rapaz sente um liquido viscoso em seus dedos. Quando abre a porta, não apenas o corpo de Megan cai para fora, mas sua cabeça desprende-se do corpo e rola pelo chão.

Nick tropeça para trás e cai no chão, abominado com a cena dantesca que vê. Seu horror só aumenta, quando a porta de trás do carro abre de supetão, e Jack joga-se em cima dele com a faca. Nick sente a dor lancinante da lamina penetrando a sua barriga, enquanto o assassino cobre a sua boca com a mão. O rapaz não consegue se mexer devido ao choque e ao peso do mascarado sobre seu corpo. Ele ouve aquela voz assustadora sussurrar em seu ouvido.

JACK

- Nick, Nick. Eu blefei. Eu não saberia se você avisasse os seguranças.

Nick tenta dizer alguma coisa, mas Jack Calcanhar De Mola crava a faca em sua garganta, rasgando-a em seguida. O sangue espirra no rosto mascarado de Jack, que esfrega seus óculos de esqui com as mãos para retirar o excesso de sangue.

OUTRA PARTE DO CAMPUS

Helena esta diante de um pequeno playground, ao lado de uma creche onde os funcionários da Universidade deixam seus filhos durante as manhãs e as tardes de trabalho. À noite, e encoberto pelo nevoeiro, o playground tinha um aspecto sinistro, “Como quase tudo alias”, pensa Helena.

A tolerância para o toque de recolher havia acabado de terminar. Agora, qualquer um pego na rua que não fosse autorizado, pagaria pela infração. E havia muitos seguranças. Exatamente oitenta. Todos os seguranças de todos os turnos estavam patrulhando o Campus desde o horário do toque de recolher. Os que não trabalhavam naquele horário, estavam ganhando hora extra.

Ainda assim, Helena acha que não é o bastante. O Campus era muito extenso, mesmo para um contingente grande. Alem do mais havia a maldita neblina. Ela simplesmente não permite que Helena se sinta tranquila. O celular da agente começa a tocar, mas ao olhar no identificador, a morena não reconhece o numero da ligação. Mesmo assim, ela atende.

HELENA

- Helena Belli falando.

Uma voz fria e perturbadora fala do outro lado da linha.

JACK

- Boa noite, Agente Belli. Fico muito feliz que possamos enfim conversar.

HELENA

- Quem esta falando? (Pergunta com impaciência)

JACK

- Alguém disposto a ajudá-la a exorcizar seus demônios interiores, Helena. Posso Chamar você de Helena?

HELENA

- Quem esta falando?! (Repete com agressividade)

JACK

- Você sabe quem esta falando. É uma mulher inteligente, Helena. Uma mulher solitária, pelo que tenho observado tambem. Alias, avise a Tony que sei que ele ignorou meu aviso para ficar longe de você.

Temendo estar sendo observada, a agente lentamente coloca a mão no bolso do sobretudo, onde se encontra o comunicador que Chambers lhe deu.

JACK

- Ainda está ai?

HELENA

- Estou ouvindo (Diz com controlada tensão)

JACK

- Ótimo! Então vou falar rápido. Como eu disse, você é inteligente, então já deve estar dando o alarme. A partir de agora, as apostas aumentaram pra nós dois, Helena. Se quiser me encontrar, tente manter esta universidade funcionando. Não quer parar de brincar agora, não é?

A morena sente um frio percorrer a sua espinha. Ela aperta o botão do alarme silencioso no aparelho em seu bolso.

HELENA

- O que você fez? (Pergunta com raiva).

JACK

- Só o que eu faço de melhor, Helena. Dê uma olhada perto da lanchonete New Sharon e confira por si mesma. Aproveite, e encare algo que tem lhe atormentado por tantos anos.

HELENA

- O que?

JACK

- Boa noite, Helena. Nos veremos em breve. Lembranças minhas ao brilhante Frank Sage.

O outro lado da linha é desligado. Helena imediatamente retira o comunicador do bolso.

HELENA

- Todos nesta freqüência! Aqui é a agente Helena Belli, do FBI. Todos dirijam-se imediatamente a área da Lanchonete New Sharon. Acho que temos um homicídio.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capitulo. A partir daqui entramos na reta final da Fic. Muito obrigado pela leitura!