Quando acordei na manhã seguinte já fiquei irritada. "Por que?" você pergunta. Bem, o fato de ter sido Percy quem me acordou não me encomodou nem um pouco, eu amo meu irmão, mas assim que abri os olhos e observei em volta, percebi que Nico havia ido acordar as três loiras. Como se fosse prioridade acordar elas, acima de mim. Embora minha vontade era a de jogar aquelas galinhas para o abate, não iria dar o gosto ao Nico e fazê-lo saber que é importante. Simplesmente levantei-me da cama, acordei Ane e Julie com puxões de cabelo, pedi para estar vestida com uma camisa branca de tecido macio com o símbolo de paz e amor, um shorts também branco seguro por um sinto marrom, bolsa de alça longa preta, e bota de cadarso cor chocolate.

Caminhei calmamente até a mesa, onde todos os outros já tomavam café, pedi uma comida qualquer e comi completamente desanimada. Sentia que tudo de inteiressante para fazer naquela cidade já havia acado. Eu estrelei um filme policial ao lado de Julie roubando um banco, virei caçadora de monstros, briguei com doidas, encolhi, fiquei presa em um formigueiro obrigada á pedir desculpas e, o mais imprecionamente, cheguei á final do concurso. O mais teria de fazer o resto do dia? Bem, dependendo do País das Maravilhas, a resposta não demoraria á chegar.

Estava tão dispersa com pensamentos que nem notei uma briga na outra ponta da mesa, entre o casal tão inseparável, Travis e Pâni, ou como eu gosto de dizer, Trâni.

–Por que eu não posso ajudar nas suas pegadinha?! Acha que eu sou inútil?- perguntou Pâni com raiva

–Você não é inútil, meu amor. É que você não consegue ser má o bastante para as minhas pegadinhas- tentou explicar Travis

–O que você acha que eu sou para não aguentar uma pegadinha simples como tinta no cabelo? Santa?!

–Minhas pegadinhas não são assim e eu sei que você não consegue fazer elas porque ficaria com pena das pessoas- disse o Stoll

–Pena? Ah fala sério! Nunca vi as piores pegadinhas do acampamento serem obra sua. Como o desastre no meu chalé em que nos jogaram uma poção para ficarmos sem cantar e sem nos vermos no espelho por uma semana, aquilo sim foi terrivel- falou a filha de Apolo

–Essa aí foi eu e mais três irmãos- disse Travis parecendo se arrepender assim que o fez

–Como você pôde?!- perguntou Pâmela quase gritando com seu namorado (?)

–Viu? Você fica com pena!

–Ta, vamos apostar, quem conseguir realizar a pior pegadinha na platéia do concurso hoje ganha, meninas contra meninos- disse a cria do Ri Happy

Os homens presentes sorriram e encorajaram o filho de Hermes a aceitar. As mulheres fizeram o mesmo, menos as três loiras, que ignoravam tudo que não tivesse haver com Nico.

–Se nós vencermos vocês desfilam pela cidade com roupas de homem e se você vencerem nós desfilamoscom roupas de mulher. Certo?

–Apostado!- os dois apertaram as mãos e todos comemoraram

Eles pareciam estranhamente felizes, como se não houvesse dúvida da vitória. Claramente achavam que com os Stoll no time, a pegadinha seria de mestre. E eu acertei quando adivinhei isso, pois Nico disse:

–Não há como perdermos, vocês são boazinha demais!Hahahaha!

Estreitei os olhos. Ele estava ao lado de Travis, por tanto, no ponto mais longe de mim. Será que havia esquecido que eu existia?

–Que feio Nico...- comecei a falar me levantando e andando calma para perto dele-... Como pode dizer isso de mim?- enquanto eu sorria massageando os ombros do filho de Hades despreocupadamente, a expressão de felicidade de todos os meninos se esvaía- Todos sabemos que a última coisa que eu sou, é boazinha. Esse é um adjetivo inexistente no meu dicionário e me decepciona muito você esquecer.

Eles engoliram em seco, enquanto minha amigas riam.

–Você vai participar da pegadinha não é?- perguntou Nicolas

–Há alguma dúvida? Agora, todas as meninas se levantem, vamos sair para planejar-ordenei

–Você quis dizer, vamos sair para decidir que roupas ridículas eles vão usar né? Por que a vitória está mais que garantida- disse Clarisse rindo

Quando descemos e saímos do hall pela rua, começamos á rir imaginando aqueles brutos com vestido e salto alto. Eu desejaria uma câmera pela lógica contrária e depois de uma linda seção de fotos, pediria para ela aparecer no meu chalé no acampamento, onde eu mostraria até para os monstros da floresta. Isso é que é aposta bem feita. Só um pouco melhor do que a fiz com Nico, porque ele de rosa ou vestido de mulher, seria uma cena impagável.

Mas havia um porém. Eu poderia inventar todas as piores e inimagináveis pegadinhas da história, se houvesse a matéria maldade na escola eu não repetiria nela, e nem todo mundo é igual. Mesmo eu querendo muito vencer, o que Travis disse da namorada é verdade, Pâni fica com pena das pessoas, é exageradamente boazinha, não como Ane, que esconde sua face assustadora em seu interior e só a solta quando preciso, ou Julie, que parecendo um anjo, muito ao contrário, não dá a minima para muita coisa que acontece de ruim no mundo. Eu teria de dar uma "aula de maldade" á filha de Apolo.

Eu não iria mudar sua personalidade, ou sua maneira gentil de ver o mundo, só a encinaria que nem todo mundo merece a nossa culpa. Afinal, se alguém não encinasse á ter sangue frio, a vida encinaria, e acredite, meus metódos são bem menos cruéis. Só precisava fazer pegadinhas pela cidade com ela, e toda vez que Pâni mostrar algum sentimento que eu não aprovo nessas situações, convencê-la de que o que estou fazendo não é algo errado, é engraçado.

A explicação desse seu gênio vinha de sua história. Pâmela Beau Solei passou grande parte de sua infância dentro de um hospital, pois sua mãe (Queen) era uma grande médica, conhecida por fazer operações de risco e salvar dezenas de vidas (foi daí que Pâ aprendeu a cuidar de todo mundo). Mas ela não confiava seriamente em pessoa alguma, além de sua filha e si própria, por tanto deixava a menina em uma escolinha da rua e vira e meche a levava para o trabalho. No entanto Pâni nunca se incomodou, gostava de ver a mãe cuidar de pessoas e sonhava fazer o mesmo um dia. Até que, aos 12 anos, foi alvo de uma série de ataques de monstros, aonde quer que fosse, e Queen decidiu que o melhor á fazer era mandá-la para um lugar que o pai de Pâmela mencionará quando as deixará. O Acampamento Meio-Sangue.

Sem falar nada, puxei a filha de Apolo pelo braço até o festival 105, que já estava em seu último dia, e enquanto ela me perguntava porque estavámos ali e as outras corriam para nos seguir, observei a cena em volta. Pessoas doidas de cabelo estranho riam de coisas patéticas, comiam comidas esquisitas, jogavam os jogos das barracas, quase como um festival normal. "Que pegadinha eu encino Pâni á fazer?" foi o que me perguntei, até que vi vendendo em uma barraquinha sacos de bala de menta, que na verdade tem o nome "Herdinhas" no País das Maravilhas, mas o gosto é de menta, e tive uma idéia genial.

–Pâni, agora vou te falar a verdade- comecei olhando bem no fundo dos olhos dela- Você é boazinha demais, sim. Você não consegue fazer pegadinha, sim. E nem adianta negar, mas eu posso te encinar o que eu sei.

Ela pareceu um pouco chateada, mas sabia da verdade, e pensou no que me responderia. Por fim concordou.

–Ótimo, primeiro temos que fazer você ter menos pena das pessoas e rir das pegadinhas que faz, se não na hora do concurso você vai desistir.

–Está bem, por onde começamos?- perguntou Beau Solei, toda animada

–Vai ali e compra aquelas balas- falei, e ela foi e voltou em um segundo- Agora eu quero que todas vocês desejam garrafas de coca cola, então deixarão uma garrafa atrás de cada barraquinha mais ou menos até aquele ponto- eu disse apontando para um lugar á alguns metros dali- Depois que fizerem isso se afastem.

–Por que temos de nos afastar?- perguntou Ane

–Você vai ver- respondi

Elas fizeram o que mandei, e rapidamente todas as garrafas já estavam posicionadas. Esperei se afastarem para desejar que cinco balas do saco estejam dentro de cada coca-cola, sim eu poderia ter pedido de cara isso sem comprar o as balas, mas eu sou complicada e é melhor não tentar me entender. Logo as barracas foram jogadas para frente pela força incontrolável da menta na coca, os comerciantes e os habitantes gritaram de pavor para então se jogarem no chão, com medo das explosões. e as minhas amigas e eu caimos na risada.

Notei que mesmo rindo, Pâni olhava os seres doidos com uma sentelha de remorço e fui correndo até ela, dizer-lhe que não havia nada de errado, ninguém havia se machucado, foi só um susto, e as mercadoria que tivessem sido estragadas poderiam ser recuperadas com lógica contrária. Ela acabou se convencendo a voltou a rir da cena escandalosa deles normalmente, como todas as outras.

Enquanto isso eu já começava a pensar na próxima. Aquilo não era o bastante, mas aquela seria a última pegadinha, então eu me juntaria á Annabeth e Julie para planejar o que fariamos com a platéia de noite. Devia ser algo malvado, bem planejado, grande e melhor do que qualquer coisa que um filho de Hermes, deus grego das travessuras, possa pensar. Nem sabia se esse tipo de ideia existia, mas deveriamos tentar, afinal, que lugar para realizar tarefas impossíveis seria melhor que o País das Maravilhas?

O rei Dred, aquele esquisito vestido de bobo da corte e que anda em um moniciclo, veio pedalando rapidamente para perto dos habitantes com medo. Me surpreendi ao ver ele rindo da cara de todos, ao contrário do que um rei responsável faria, e eu adorei isso!

Reuni as minha amigas novamente, em um canto afastado e falei á Pâmela:

–Agora é você que escolhe a vitima.

Ela parou para pensar, olhou em volta, estreitou os olhos e disse:

–Aquele rei lá, o tal Dred. Podemos fazer ele passar de baixo de algo que tenha um balde cheio de...

–Só te falei pra dizer a vítima, não dar idéia ruins. Baldes com coisas horriveis são para amadores, o meu estilo é o proficional- eu disse

–E como é que um proficional faria?- perguntou Ane

–Bem...

5 palavras: Rei.Tigres. Leões. Famintos. Soltos. Sim, nós soltamos tigres e leões famintos atrás do Rei Dred, desejando gailoas para tais animais e quando ele passou bem perto de onde nos escondiamos, libertamos os carnívoros. Depois disso não vimos os felinos ou o rei, há boatos de que eles o perseguiram até as fronteiras da cidade em diante e que elegeriam outro rei. Mas quem liga não é? Se ele fosse um pouco menos maluco e mais esperto, teria desejado que a ameassa sumisse, a culpa não era minha se além de doido é burro. Por isso caí na gargalhada acompanhada das outras, até de Pâni, que concordou que era uma brincadeira muito engrassada. O que me fez imaginar como eu me daria bem sendo professora, e cinco minutos depois mudar de idéia porque não suporto passar mais que três horas com crianças.

Em seguida, nos encaminhamos para uma sorveteria toda colorida com globos gigantes parecidos com bolas de sorvete de baunilha. Entrando lá compramos uns picolés de fruta e nos sentamos para planejar de que jeito vencer a aposta, pois eu penso melhor comendo. Devia ser algo engraçado, não humilhante. Algo grande, mas que não machuque ninguém, afinal, proficional que é proficional não erra na pegadinha. Deve ser insuperável, surpreendente, que destruisse qualquer coisa que os meninos bolassem em todas os sentidos. Mas eu não desejava isso apenas pelo prazer de vê-los cumprindo a punição, era questão de orgulho, pois a última aposta que fizemos eles ganharam.

Não se lembra? Dia de Halloween e Quíron fez um jogo estilo caça ao tesouro e quem vencesse levaria um prêmio (que eu não lembro qual é porque excluí essa informação da minha mente quando perdi). Antes de inciarmos a caçada apostamos, nem me recordo mais da punição já que houve muitas catástrofes nesse dia e não teve como cumprí-la, só sei que os meninos tiveram vitória sobre as meninas. E isso não se repetiria se dependesse de mim, afinal, já deu para perceber que eu sou bem orgulhosa.

Então você me lembra: E a outra aposta com Nico? Bem, essa eu nem concidero aposta, foi mais um acordo na qual eu sempre venço e Nicolas não percebe (o chamei de Nicolas porque ainda estou com rancor de ele deixar as loiras roncadeiras no meu quarto).

Comecei a pensar nas coisas das quais as pessoas mais odiariam que acontecesse com elas enquanto estavam na platéia de um concurso. Nessas ocasiões sempre queremos ver e ouvir tudo, enquanto comemos e sempre tem uma hora em que derrubamos algo que mancha na roupa. Além de odiarmos com todas as forças a pessoa sentada na nossa frente, pois atrapalha completamente a visão. Isso devia acontecer no País das Maravilhas também, pois eu não pensei nisso como em lógica contrária, por tanto ela não agiria e eu nem sabia disso. Mas agora eu sei, e talvez ela saiba que agora eu sei, mas isso não afetaria o momento em que eu não sabia, ou será que eu não saberia de afetasse o que não sabia por agora saber?...Dane-se!

Foi com esse raciocínio que decidi o que fazer. Seria perfeito, pois além de aterrorizante, atrapalharia qualquer coisa visível que os meninos fizessem. Contei minha ideia ás meninas e elas amaram, quando chegasse a hora deveriamos estar prontas e bem longe da platéia. De preferência, os garotos tinham de estar perto para eu ter certeza da decepção em seus rostos. Mas você acha que vou te contar? Nem pensar. Espere e verá como eu sou inteligênte.

Aproveitamos o resto da tarde nos divertindo, minha ideia não precisava de muito esforço ou preparo, só fariamos algo quando chegasse a hora do concurso. O que facilitou muito minha vida, a preguiça faz parte de mim. Ficamos um pouco no festival, depois fomos ao shopping, assistimos um filme (tão maluco que eu nem entendi do que se tratava) e fizemos coisas de garota. Uma única tarde (mais ou menos) normal, em meio á dias esquisitos e cheios de maluquices sem sentidos. Como se eu não fosse uma semi-deusa e tivesse uma vida cheia de problemas, mas sim uma menina como qualquer outra. Tirei logo esse pensamento de minha cabeça, eu não gostava quando minha vida era monótona e não gostaria se voltasse á ser, tudo que eu sempre quis foi viver uma aventura como muitos querem. Não vai ser agora que vou mudar de ideia.

Finalmente o entardecer foi se aproximando e tivemos de voltar ao hotel para nos trocarmos. Pela primeira vez naquele dia comecei a ficar realmente nervosa. Era a final. Uma das três seria a nova rainha da beleza do País das Maravilhas, os habitantes passariam á ter muito respeito pela ganhadora, como tem por Helena, além do prêmio de um super carro. Sinceramente, eu não achava que tinha chances contra Ane, ela parece o tipo de pessoa perfeita para um título como aquele e o merece. Mesmo assim não deixava de me importar com o resultado, qualquer que fosse.

Como aquela seria uma noite especial, desejei uma roupa igualmente especial para enfrentar a quinta prova. Imaginei que não seria nada fisíco, já houveram muitas dessas provas, então escolhi um vestido brilhoso prata desfiado do final da cintura á um palmo antes do joelho, um shorts preto pequeno por baixo já que considerava curto, e botas pretas de camursa e salto alto. Deixei o cabelo solto como gosto, e pouca maquiagem, nunca gostei de exagerar como Ane. Assim que vi um ser todo cintilante e cor de rosa, já sabia que era a minha melhor amiga. Ela opitou também por um vestido, mas este era bem mais curto que o meu, de alcinha e todo glitterizado, combinando com sua sandalha de salto agulha.

Annabeth era a mais simples de nós, percebeu que a ocasião não precisava necessáriamente de um vestido, ela usava uma camisa azul, uma jaqueta branca linda combinando com seu shorts jeans e sapatilhas douradas. Annie prendeu o cabelo com uma fitinha, o que pareceu alegrar um pouco sua expressão de nervosismo e seus olhos acizentados. Logo, todos estavámos prontos para sair, até as loiras ridículas que eu já havia planejado jogar no primeiro bueiro que visse. Quando nos separamos na entrada dos vestiários e da plateia, Helena já nos esperava sorrindo, como se soubesse quem venceria, mas não contaria por travessura.

Helena abraçou cada uma de nós e disse:

–É agora meninas. A última prova é teste de voz, nessa cidade acredita-se que a beleza também vem da cantoria. Por isso agora vocês escolherão um música para cantarem e podem dejesar o que quiser, para ser um show completo, dançarinos, figurinos, tudo!

–Eu já escolhi minha música, posso ser a primeira? Posso? Posso? Posso? Por favoooooor!- implorou Ane- Vou fazer pouquissímos pedidos.

–Está bem! Agora vou entrar no palco, apresentar a quinta prova e chamarei na ordem: Ane, Annie e Lia. Enquanto isso vocês pensam no que preparar- disse já abrindo a porta para o corredor de pano, como na noite anterior

Os minutos que se sucederam andando pelo corredor, esperando Helena dizer milhares de palavras que a meu ver eram sem sentido, já que eu não prestava a miníma atenção, não foram o bastante para eu escolher uma música e saber o que desejar quando chegasse a hora. Pelo modo como Annabeth tremia, ela estava nas mesmas condições que eu, porém se apresentaria mais cedo. Ane ao contrário sorria radiante e quase pulava de alegria, a filha de Afrodite mal esperava para entrar no palco e "arrasar". Mais um motivo para minha certeza de que ela ganharia.

Finalmente chegou a hora, após o discurso da rainha da beleza que aproveitava com toda a sua beleza seus últimos minutos de reinado, ela chamou Ane para o palco. A patricinha desejou todo o seu show em alguns segundos, sei disso porquê de repente tudo explodiu em purpurina rosa e eu vi quatro dançarinos surgindo do nada e começando á se apresentar com ela. Parece que Anellize planejou tudo! Iluminação rosa, coreografia, música, peruca loira, até um cachorro, ela fez tudo igualzinho á um filme do nosso mundo. Não me lembro que filme era, só sei que era um dos favoritos de Ane e que ela amava a atriz principal ou assim, pois achava que eram muito parecidas. (N/A: O link para a apresentação da Ane está aqui, não assistam vendo o lado disney, vejam o lado maluquete da Ane e riam imaginando-a).

Era tanta coisa rosa que queimava meus olhos e penetrava meu cerébro, colorindo tudo que é obscuro lá dentro de pink. Fiquei com nojo de mim mesma por minha mente parecer a casa da Barbie. Enfim, quando a apresentação acabou, ela voltou para trás das cortinas, e tudo aquilo sumiu. Ane veio saltitando e dançando até mim, ainda cantarolando a música e exibindo um lindo sorriso.

–Ai, foi incrivel, eu devia virar cantora! Lia! Vou virar cantora, está decidido!- falou me abraçando

–Ah, que ótimo pra você, mas acho melhor escolher ser miss universo, porque acho que é você que vence esse concurso- falei

–Concordo com minha cunhada, nem sei se vou conseguir cantar na frente de tanta gente- disse Annie

–Que isso, vocês tem tanta chance quanto eu, só não tem idéia da capacidade que tem. Por exemplo: eu sei que sou maravilhosa e fabulosa! Isso não é novidade- disse a filha de Afrodite com a certeza de uma cientista explicando a matéria que pesquisou durante anos

–Agora, a apresentação de Annabeth Chase- disse Helena- Suba no palco Annie- chamou

A filha de Atena respirou fundo e desejou... Um violão. Então quando entrou para cantar, sentou em um banquinho e dedilhou as primeiras notas, com apenas um holofote prata direcionado á ela. E isso, foi mais bonito e sincero, do que qualquer coisa que ela pudesse fazer para cantar aquela música. Annabeth escolheu uma canção inspiradora muito bela, e mesmo com a simplicidade de suas roupas e tudo o mais, o sentimento transmitido era real (N/A: PERCABETH!!!!!!!!!).

Long Live, Taylor Swift

–

I said remember this moment

In the back of my mind

The time we stood with our shaking hands

The crowds in stands went wild

–

We were the kings and the queens

And they read off our names

The night you danced like you knew our lives

Would never be the same

–

You held your head like a hero

On a history book page

It was the end of a decade

But the start of an age

–

Long live the walls we crashed through

All the kingdom lights shined just for me and you

I was screaming: "Long live all the magic we made"

And bring on all the pretenders

One day we will be remembered

–

I said remember this feeling

I passed the pictures around

Of all the years that we stood there on the sidelines

Wishing for right now

–

We are the kings and the queens

You traded your baseball cap for a crown

When they gave us our trophies

And we held them up for our town

–

And the cynics were outraged

Screaming: "This is absurd"

Cause for a moment a band of thieves

In ripped up jeans got to rule the world

–

Long live the walls we crashed through

All the kingdom lights shined just for me and you

I was screaming: "Long live all the magic we made"

And bring on all the pretenders

I'm not afraid

–

Long live all the mountains we moved

I had the time of my life

Fighting dragons with you

I was screaming: "Long live that look on your face"

And bring on all the pretenders

One day we will be remembered

–

Hold on to spinning around

Confetti falls to the ground

May these memories break our fall

–

Can you take a moment

Promise me this

That you'll stand by me forever

But if God forbid fate should step in

–

And force us into a goodbye

If you have children someday

When they point to the pictures

Please tell them my name

–

Tell them how the crowds went wild

Tell them how I hope they shine

–

Long live the walls we crashed through

I had the time of my life with you

–

Long, long live the walls we crashed through

All the kingdom lights shined just for me and you

And I was screaming: "Long live all the magic we made"

And bring on all the pretenders

I'm not afraid

–

Singing long live all the mountains we moved

I had the time of my life

Fighting dragons with you

–

And long, long live that look on your face

And bring on all the pretenders

One day we will be remembered

–

Quando terminou, Annie respirou fundo enquanto a plateia aplaudia, então sorriu, deu um tchauzinho tímido e voltou para trás das cortinas. Fiz questão de dizer o quanto foi lindo, Ane também, mesmo ela tendo acrescentado que preferia algo com mais brilho.

–Agora, antes da proxima apressentação, os jurados querem fazer um discurso- disse Helena, chamando os três jurados Versemos Grunkraut, Dantis Brella e Cormaco Lear

O primeiro a falar foi Verde, meu guia da cidade.

–Primeiramente gostaria de parabénizar as finalistas e todas as outras que participaram, vocês todas são maravilhosas. Ainda temos uma apresentação e se ela for tão emocionante como as outras, vai ser muito difícil decidir a ganhadora. Todas estão muito bem, são lindas, talentosas e duas de pouca idade não aparentam ter dificuldade. E acima de tudo fortes, porque pra aguentar uma plateia como essa e a pressão dos juizes, tem que ser muito forte.

Em seguida o jurado Cormaco disse:

–Como Verdesemos disse, todas foram muito bem e realmente merecem ganhar, mas quando chegar a hora avaliaremos a melhor e, quem quer que for, vai merecer o eterno respeito do habitantes de todo o País das Maravilhas por demonstrar esportividade, agilidade, inteligência, beleza e agora talento. Como prêmio ela ganhará um carro tão inimaginável, que é impossivel alguém desejá-lo pela lógica contrária. Daqui á quatro anos, a vencedora deverá voltar para mais um concurso de corar a nova Rainha da Beleza, como Helena está fazendo.

A platéia aplaudiu a simples menção de Helena, então a jurada Dantis Brella, que eu agora odiava pelo que me disse na noite anterior, pegou e microfone. Por alguma razão eu sabia que ela falaria algo ofensivo, talvez porque minha nova impressão sobre ela seja das piores.

–Realmente, a vencedora será digna de respeito e terá o merecimento do prêmio, mas de acordo com a minha opinião, que conta muito nesse caso, apenas uma realmente merece estar aqui hoje, não vou citar nomes. As outras não tem a menor chance, elas não se comparam em nenhum dos requisitos que meu amigo Cormaco disse, não são boa para elas mesmas, devia ter sido eliminadas á muito tempo e se ganharem, guardem minhas palavras, será uma grande vergonha voltar daqui á quatro anos.

Helena tirou o microfone dela, com delicadeza, mas com um pouco de raiva. Dantis, aquela velha mal vestida, claramente falava de mim e Ane. Sei disso porque ela comentou que "preferia Annabeth" , e por mais que eu a jogasse de pontes nos sonhos ou a comparasse com tartarugas velhas e enrugadas, me entristecia ela pensar algo tão ruim de mim. Fiquei mais nervosa a cada segundo desde o discurso dela, e o pior é que ainda não havia planejado a música que cantaria. Havia milhares de habitantes loucos ali, e todos daquela dimensão ficariam sabendo do que aconteceria naquela noite, eu não poderia sair de lá até conseguir o Ás da Loucura antes de Loki, se errasse seria uma grande vergonha.

–Agora a última apresentação- disse Helena- Suba no palco Lia!

Meu coração parou.

–Você vai se sair bem- disse Ane me encorajando

–É, não ligue para essa velhota que mais barece um saco de pudim estragado- falou Annie me fazendo rir

Andei um pouco trêmula para o centro do palco e assim que encarei a platéia congelei. Sem música, sem idéias, na frente de todos e depois de um comentário muito "inspirador" da jurada, perdi boa parte da minha coragem. Eu só fazia olhar para cada ser sentado bem diante de mim, mas quando vi um em especial, que sorria porque acreditava em mim, também sorri. Cheguei perto do microfone que estava em seu pedestal e falei:

–Sabe, eu entrei agora nesse palco sem nem saber que música cantar, porque fiquei nervosa. Perdi a a confiança em mim graças á pressão de gente invejosa, que não é mais bonita menos ainda talentosa e que precisa ferir os outros para alimentar a própria alto-confiança- olhei para jurada que pareceu extremamente ofendida- Mas isso me deu uma ideia, do que cantar agora para vocês, uma música que fala o quanto todos somos perfeitos do jeito que somos.

Desejei uma banda tocando atrás de mim, uma boa iluminação dourada, escolhi não trocar o figurino como as outras e só. Mias que Annabeth e menos que Ane, eu queria imprecionar sem exagerar e me soltar no palco, já que nunca fiz algo grande como aquilo, a primeira vez teria de ser conforme meu gosto. Esperei as primeiras notas tocarem e comecei:

Who Says, Selena Gomez

–

Wouldn't wanna be anybody else

Hey...

–

You made me insecure

Told me I wasn't good enough

But who are you to judge

When you're a diamond in the rough

I'm sure you got some things

You'd like to change about yourself

But when it comes to me

Wouldn't wanna be anybody else

–

Na na na na na na na na na na

Na na na na na na na na na na na

I'm no beauty queen

I'm just beautiful me

–

Na na na na na na na na na na

Na na na na na na na na na na na

–

You've got every right

To a beautiful life

C'mon

–

Who says

Who says you're not perfect

Who says you're not worth it

Who says you're the only one that's hurting

Trust me

That's the price of beauty

Who says you're not pretty

Who says you're not beautiful

Who says

–

It's such a funny thing

How nothing's funny when it's you

You tell 'em what you mean

But they keep whiting out the truth

–

It's like a work of art

That never gets to see the light

Keep you beneath the stars

Won't let you touch the sky

–

Na na na na na na na na na na

Na na na na na na na na na na na

–

I'm no beauty queen

I'm just beautiful me

–

Na na na na na na na na na na

Na na na na na na na na na na na

–

You've got every right

To a beautiful life

C'mon

–

Who says

Who says you're not perfect

Who says you're not worth it

Who says you're the only one that's hurting

Trust me

That's the price of beauty

Who says you're not pretty

Who says you're not beautiful

Who says

–

Who says you're not start potential

Who says you're not presidential

Who says you can't be in movies

Listen to me, listen to me

Who says you don't pass the test

Who says you can't be the best

Who said, who said

Won't you tell me who said that

Yeah, oh..

–

Who says

Who says you're not a perfect

Who says you're not worth it

Who says you're the only one that's hurting

Trust me

That's the price of beauty

Who says you're not pretty

Who says you're not beautiful

–

Who says

Who says you're not a perfect

Who says you're not worth it

Who says you're the only one that's hurting

Trust me

That's the price of beauty

Who says you're not pretty

Who says you're not beautiful

–

Who says...

–

Todos aplaudiram e eu apenas sorri, depois voltei para ficar escondida com minha amiga e minha cunhada atrás dos panos para esperar o resultado. Vi os jurados se juntarem com Helena, eles conversavam como se falassem sobre um segredo de estado, parecia tudo bem até Dantis se enraivecer com algo, todo os outros conconcordavam em algo que ela discordava e isso a irritava. Finalmente eles subiram no palco, desejaram mais três microfones e esperaram a plateia se aquietar.

–Primeiramente eu queria já chamar as três finalistas ao palco- chamou Helena, então Ane, Annabeth e eu caminhamos até perto dela- Vou parabenizar e agradecer mais uma vez as todas por mostrar tudo o que tem de melhor para nós. Discutimos o desempenho nas outras provas e nessa como quisito para nomear...

–Antes...- interrompeu Dantis- Eu queria dizer que eu não concordo com a decisão. Deveria haver uma regra para que a coroada seja alguém que os três jurados aceitem. Vejam bem, a menina que eles querem, não merece, não tem capacidade, e se ela ganhar esta noite nem me esperem para o próximo concurso.

Com essas palavras, ela olhou para mim. Não, não foi impressão minha, ela realmente havia me olhado com desprezo, deixando bem claro que falava de mim. Mas eu não ligava. Não liagava se havia ganhado, não ligava para sua opnião sobre mim, nem para o que todos ali presentes pensaria á meu respeito quando eu fizesse o que decidi fazer naquele momento. Tudo o que eu queria era que ela não voltasse dali á quatro anos, para tratar outras meninas como me tratou.

Então andei com determinação até Dantis Brella, arranquei o microfone de sua mão e falei:

–Quer saber? Não importa á que garota está se referindo, ou o porquê de você odiar todas nós. O que realmente importa é que uma mulher mesquinha, invejosa, irritante, sem bom gosto, ridícula e acima de tudo desqualificada não deveria estar de jurada em concurso como esse. Estou cansada de você!

Por mais que parece estranho, a plateia bateu palmas de pé assim que terminei. Helena abriu um sorriso de vitória e desprezo para a mulher, uma expressão que eu nunca imaginaria em seu rosto angelical e sempre tão bondoso. Até os outros dois, Verdesemos e Cormaco, riram da cara de total descrença da velha. Pelo visto, ninguém gostava dela. Senti o microfone ser surrupiado de minhas mãos por Annabeth.

–Estou com Lia, também já cansei de você e dessa sua cara- falou

Dantis ficou vermelha de ódio e roubou o microfone de volta.

–Ótimo! Então aquela lá que sobrou é a rainha da beleza!- gritou

Ane já ia começar a comemorar quando viu o olhar que Annie e eu lançavámos a ela, e disse, com relutância, que também estava fora.

–Então não terá ganhadora!- disse

A plateia começou a vaiar. Eles gritavam, faziam gestos, e jogavam comidas e bebidas tentando acertar aquela tartarura seca. Mas graças á um certo grupo de garotos que começou a gritar "Lia! Lia! Lia!", logo todos os seres de todos os lugares das arquibancadas foram contagiados e gritavam no ritmo da música We Will Rock You, batendo os pés e as mãos sincronizados.

–A plateia escolheu e quis você Lia- disse Helena sorrindo

De repente eram fogos de articífico para cá, berros para lá, chuva de confetes em mim e cornetas que me ensurdeceram. Estava tão atordoada que demorei á notar a coroa de brilhantes e a faixa escrito "Rainha da Beleza" que colocaram em mim, em seguida deixaram um buquê de rosas vermelhas em minhas mãos, como eu sempre via fazerem com as misses. Mas normalmente nessas ocasiões, a vencedora fingia um choro para emocionar o público e mesmo assim não borrar a maquiagem, e um sorriso exuberante que mostrava o quanto ela se achava o ser mais importante do planeta. Eu estava assustada, surda, incapaz de falar e meio enjoada.

Mas lembrei de algo que meu cerébro sentia muito vontade de esquecer. Ainda tinha de terminar duas apostas naquela noite e escolhi a mais, digamos assim, "inteiressante" primeiro. Desci correndo do palco e fui com todas a velocidade que conseguia arrancar de minh botas para a primeira fileira da plateia, onde um menino inteiramente de preto pulava a cerca que separava as pessoas do gramado.

Percorremos a pouca distância que ainda havia entre nós, pulei nos braços de Nico e o beijei.