-e... Desculpe-me, eu estava sem sono e.... -(Nessie)

-E decidiu vasculhar as coisas alheias no castelo¿- Marcus perguntou

-N.não é isso, eu so fui subindo a escada e vim parar aqui- eu me coloquei logo de pé.

-Se fosse qualquer outro da guarda eu mataria, todos sabem que não podem subir aqui, mais você Nessie, você me lembra muito ela, tem algo em você,algo que...me faz vê-la novamente, quando você tocou, a alegria com que tocou, era como se ela própria estivesse tocando, isso trouxe vida novamente pra esse lugar, vida que nunca mais ouve, desde sua morte-ele falou se sentando no sofá, pela primeira vez em muito tempo, o vi sorrir ao olhar o quadro na parede.

-Co.como ela morreu¿ claro se não for pedir demais- eu disse me sentando novamente no bando do piano so que virada pra ele dessa vez.

-Nessie, minha Didyme era perfeita, alem de linda tinha o coração e a alma mais pura de todas...Enquanto as outras queriam glamour e um marido rico, minha Didyme simplesmente vivia com o que precisava, essa sala eu dei de presente a ela, lembro como se fosse ontem, ela dançando balé enquanto eu tocava, era simplesmente perfeito, ela era alegre, lívida, solta, amorosa,carinhosa, simplesmente perfeita. Mas ela tinha um problema, ia contra seu irmão e  não aceitava as coisas e injustiças que fazia,isso a prejudicou muito, e quando preferiu um vampiro qualquer do que a guarda foi a gota d’água,eu deveria ter protegido ela naquele dia, uma simples palavra e ela ainda estaria comigo aqui, mais eu tinha medo,medo de enfrentar Aro,medo de perder a vida que eu tinha,medo de perder as mordomias de ser um Volturi, eu era mesquinho demais pra abrir mão de tudo isso, de riqueza e poder, acabei perdendo a razão da minha existência, a razão da vida- ele falava olhando pro nada como se estivesse vivendo aquele momento ali na minha frente.

-Sabe, foi o maior dos sofrimentos, ouvir ela suplicando, gritando meu nome,queimando no  fogo,as lagrimas silenciosas só existiam dentro de mim, e até  hoje me sinto um inútil por ter feito aquilo a ela, era como se o mundo girasse em torno dela, e agora meu mundo continua vivendo por castigo, parado frio e congelado no tempo, como uma punição por eu te-la deixado morrer-(Marcus)

-Sinto muito- eu falei

-Não se incomode, eu fico bem aqui, poderia tocar novamente pra mim¿ só uma musica, antes de ir se deitar¿- Ele pediu

-Hã, claro que sim, tem alguma preferida¿ talvez com a partitura eu possa a tocar- eu falei, ele se levantou e pegou um livro de capa azul veludo, na décima terceira musica ele parou e me entregou, sorrindo. Eu toquei...a melodia se fundindo com sentimentos de tristesa e perda ao mesmo tempo, era como se ouvesse razão pra tocar, trazer de volta um momento em que ele foi feliz, isso me fazia feliz, a delicadeza e precisão da musica era um melodia em um tom desconhecido pra mim, nao as notas mais sim as emoçoes... e assim que a musica acabou ele ainda estava do mesmo jeito imóvel, com os olhos fechados, quem visse de fora, juraria que estava sonhando.

-Melhor ir dormir querida, está tarde- ele falou, eu me levantei desajeitada e fui até a porta.

-Boa noite tio Marcus- eu falei

-Querida, sempre que quiser fique a vontade para vir aqui, mas não traga ninguém, e...boa noite- ele sorriu, eu assenti e fui para o meu quarto, Nessa noite, os meus sonhos foram Invadidos por Didyme Volturi.

Acordei no outro dia cedo, eu estava com muita fome, mais tive que me conter comendo apenas um café da manha humano, coloquei uma calça Jeans e uma blusa de verão, amarrei meu cabelo em rabo de cavalo alto, peguei uma bolsa e coloquei duas correntes grossas de ouro, sai discretamente, mais eu teria que dar boa explicações, como era de manha, fui logo comprando as coisas para o casamento, Comprei fitas e flores, também comprei duas câmeras, queria filmar meu casamento inteiro.

Achei a casa perfeita pra Jacob, não era muito coisa, e o aluguel nao era muito caro, vendi as duas correntes pra pagar, e fui caçar estava com fome, cacei veados em sua maioria, e também peguei um leão.Quando deu a hora, eu estava esperando ansiosa por Jacob, queria arrumar um lugar pra ele morar, queria virar amiga dele, eu sentia essa necessidade, é como se a gravidade me puxasse pra cada vez mais perto dele.

-Você veio- Ele anunciou atrás de mim

-Assim como você- eu falei (Risos) Ele se sentou ao meu lado no chão.

-Então, poderíamos fazer algo divertido- ele deu a idéia

- Eu já sei o que vamos fazer, mais pra isso temos que ficar a maioria do tempo no sol, assim é mais difícil a minha família me ver- eu falei e ele sorriu, fomos conversando o caminho inteiro, falamos coisas banais , ele me fez perguntas sobre minha vida,perguntou se eu estudava em casa e ficou aturdido quando eu disse que não, perguntei sobre sua vida e seus amigos, ele me contou sobre Bella, Seth, Quil, Claire,e principalmente sobre Renesmee, eu me identificava muito com ela, e com suas atitudes, que era o que eu faria em seu lugar.

Fomos pra cidade, todos olhavam pra nos, eu já tinha arrumado um local onde ele moraria, não era lá essas coisas, mais era melhor que morar na floresta,ficamos fazendo brincadeiras um  com o outro o caminho inteiro, as pessoas olhavam pra gente e uma onda de risos começava quando nos víamos as caras de assustados.

-Nessie, eu já falei, eu não preciso de casa, a floresta é meu lar- ele falou triunfante. E eu fiz uma básica ceninha que aprendi de berço pra convencê-lo.

-Claro que não estou fazendo por você, como vamos nos ver direto, pegaria mal para a princesa dos vampiros ficar indo se encontrar as escondidas com alguém na floresta- eu falei

-Credo, você puxou sua mãe nisso- ele falou

-Você conhece minha mãe¿-eu perguntei

-Claro...quer dizer, quem não conhece a rainha dos vampiros¿-ele falou, eu sorri e olhei pra frente, algo em seu olhar me fez perceber que estava mentindo, parecia que nos conheciamos há anos.

-É logo ali- eu falei, peguei em sua mão, uma reação involuntária, mais que provocou arrepio nos dois. Ignorei e abri a casa, ele entrou comigo e ficou desconfortável.

-Nessie, a gente se conheceu ontem, não acha muito precipitado- ele falou

-Claro que não, alias, é como se eu te conhecesse a minha vida inteira, e eu já disse, eu preciso de segurança pra me encontrar com você- Eu falei

Entramos na casa, era pequena, tinha um jardim, A porta não era tão grande e era muito diferente das que eu estava acostumada, mais isso não importava. A sala era espaçosa e tinha uma grande TV, a cozinha era mediana e eu iria abastecer ela, o vi subindo, mais preferi ficar embaixo. Depois de olhar a casa começamos a conversar e percebi que com o tempo, ele se sentia mais a vontade na casa, conversamos até certa hora na noite, ele me acompanhou até a floresta, onde eu escondi as coisas que comprei. Fui pra casa e como sempre, antes, tomei um banho, não queria que sentissem o cheiro de Jacob, lavei mais ainda minha roupa, depois, organizei minhas coisas, e estava no meio da minha cama, arrumando alguns detalhes do casamento, quando ouvir a porta bater.

-Entre- eu falei

-Ah, querida, Marcus disse que precisa de você- Renata falou colocando a cabeça para dentro do quarto.

-Bom vou ver do que precisa, Renata fale que já vou- Eu disse, ela acenou  e saiu, guardei tudo no meu quarto, e fui em direção ao cheiro, sabia que Marcus me chamava para tocar pra ele. Então subi as escadas, e ele estava lá, como o previsto. Bati na porta não querendo ser inconveniente.

-Entre minha querida- ele falou, eu entrei e o fitei, sentado no mesmo sofá de ontem, sorri  e fiquei em pé, ele pro meu espanto também se levantou, o olhei aturdida, mais ele balançou  a cabeça, indo até a porta que eu entrei ontem.

-Bom quero dar-te algo, e pedir que use- ele falou, eu sorri e o acompanhei para o closet dos sonhos.

Entramos e ele me olhou sugestivamente, a expressão babando daria certamente pra minha, eu estava babando pra todas as peças. Ele foi até o final do Closet e voltou com algo nas mãos, era um grande embrulho, eu fiquei embasbacada assim que ele tirou do embrulho, era um vestido de noiva perfeito, Tinha um ponto romatinco, tinha pesquisado varios vestidos e tinha certeza que aquele era exclusivo. A parte de cima tinha alsas e parecia sob medida. Na altura da cintura, uma fita passava com bordados incriveis feito a mão. Eu fiquei olhando pro vestido e olhando pra Marcus, sem acreditar, fitei-o novamente e sorri, seria um casamento perfeito. Toquei pra ele no final da noite, musicas que eu não conhecia tudo saia fluidamente por minhas mãos.

A noite passou rapidamente, igualmente a semana e o mês, Nas manhas treinava com a guarda, a tarde passava com Jacob, e a noite tocava e conversava com Marcus, Sebastian reclamava por não ter tempo pra ele, então às vezes suspendia o treinamento da guarda. Hoje eu iria conversar com a família, queria que Jacob fosse o meu padrinho de casamento, e precisaria que aceitassem minha escolha, mais suas reações foram as mais diversas quando eu falei.

-Como assim um transmorfo¿ não aceitamos esses tipos de animais aqui em Volterra, não aceito de forma alguma. São perigosos pra você querida, são mentirosos, não aceito- Caius falou exaltado, eu fiquei chocada com sua reação,e só consegui falar por que a raiva tomou conta de mim.

-Sim, mais é a ele que quero como padrinho, e vai ser ele, nem que para isso eu tenha que ir embora com Sebastian, ele é importante pra mim,e um ótimo amigo, e não posso não chama-lo pro meu casamento, e um dia importante pra mim, Pai, me entenda, eu preciso disso- eu falei, olhando pro meu pai e fazendo cara de cachorro que caiu da mudança.

-Pode trazê-lo, mais apenas ele, ninguém mais, por favor- ele falou

-Pai, eu  quero ter uma madrinha também, com certeza ele tem que trazer alguém, não se preocupe, eu o conheço muito bem, não faria nada, obrigada, amo vocês- eu disse saindo saltitando, iria contar hoje sobre o casamento para Jacob, eu tinha feito uma surpresa e comprado a casa em que Jacob morava pra ele, eu troquei de roupa  e fui para sua casa, tinha boas noticias.

Fui até sua casa, ele estava fazendo ovos fritos, eu amava os ovos de Jacob, mais tive um susto quando cheguei lá, na maioria das vezes eu ia apenas a tarde, mais hoje eu não agüentará e fui de manha, ao chegar, não batia na porta,eu apenas entrava, mais a primeira coisa que vi apertou meu coração e uma dor cresceu em meu peito. Uma mulher morena estava no batente da porta,ela olhava e conversava com o Jacob, o “meu” Jacob.ela era mediana, tinha um corpo magro, mais perfeito, seu cabelo castanho avermelhado ia ate sua cintura,e sua pele extremamente branca dizia claramente que era uma vampira.

Jacob tinha encontrado Renesmee, a verdade dessas palavras entrou em mim me rasgando por dentro, Jacob significava muito pra mim, mais será que eu significava algo pra ele, mais até do que Renesmee, eu duvidava, tudo o que eles viveram juntos não podia se dividir assim. Ela se virou pra mim, seus olhos dourados me fitaram e uma emoção passou por nossos corpos, eu a conhecia.

Claro que a conhecia, não sabia de onde, mais aqueles olhos que encontravam minha alma, a simplicidade e graciosidade dos movimentos em que ela fazia, era como se novamente me sentisse em casa, algo que não reconheci passou por seu rosto, a raiva que se acumulava dentro de mim, se dissipou assim que ela sorriu, e antes que eu percebesse eu estava retribuindo o sorriso.

-Estou finalmente conhecendo Renesmee Jacob¿- eu perguntei eles sorriram.

-Não querida, essa é Isabella, te falei sobre ela- relaxei visivelmente

-Nessie, não é¿ Jacob me falou muito sobre você- (Bella)

-Que bom, Jacob precisamos conversar sobre uma coisa importante, porque não senta aqui comigo¿ aproveito e chamo Isabella também- eu sorri, ela sorriu em resposta.

 -Desculpe querida, não quero atrapalhar, nos vemos em outra hora talvez, até mais- ela pegou no ombro de Jacob e sorriu timidamente pra mim antes de sair pela porta.

-Eu também tenho algo serio pra te falar Nessie- ele falou se sentando na cadeira da mesa

-Tudo bem, primeiro tenho um presente- eu o entreguei a caixa em que tinha a escritura da casa, ele sorriu e me agradeceu mil vezes, mais agora vinha o mais importante.

-Jacob,  eu vim fazer-te um convite-  eu falei, ele sorriu presunçoso

-Não vai me convidar pra ser a janta na casa dos sanguessugas né¿- ele perguntou sarcásticos, resolvi responder na mesma moeda, fiz uma cara de desentendida.

-Como descobriu, meu pai tinha o chamado- eu falei, sua cara ficou  seria na mesma hora e eu comecei a sorrir, ele riu também mais assim que paramos de rir ele ficou me olhando.

-Então, eu vim chamá-lo pra ser meu padrinho de casamento- eu disse sorrindo, mais meu sorriso sumiu assim que ele se levantou derrubando a mesa e a cadeira e começou a se tremer a ponto de se transformar. Eu me levantei desesperada.

-Ness... Você vai se... CASAR¿- ele perguntou gritando, eu apenas assenti coma cabeça,e dei um passo para trás, ele não perdeu o movimento, os olhos se fecharam e ele colocou o dedos da mão direita na ponte do nariz tentando se acalmar.  

-Nessie, não pode se casar- ele falou serio, sem olhar pra mim.

-Porque não, eu acho que sou grandinha o suficiente pra isso, tenho família e responsabilidades eu gosto do Sebastian, acho que isso pode ser certo sim- assim que falei me arrependi, Jacob abriu os olhos e percebi a dor que eu o estava causando, meu extinto era de abraçá-lo mais me contive, e seu próximo movimento me surpreendeu,  ele se ajoelhou na minha frente.

-Nessie,por favor,eu te amo, eu estou apaixonado desde a primeira vez que te vi, você agora é a coisa mais importante do mundo pra mim, eu faço tudo por você e pra você,você é a pessoa mais importante do mundo pra mim, eu necessito ter você comigo por favor- as lagrimas escorriam por seus olhos e entraram em minha alma, a verdade do momento fez com que eu percebesse a realidade, eu queria Jacob e não Sebastian, eu precisava do Jacob e não do Sebastian,  eu amava  o Jacob e não o Sebastian. Mais eu não podia deixar o Sebastian, eu tinha feito uma promessa, e eu a cumpriria, eu precisava cumprir, eu gostava dele, e nos dávamos bem,eu não sofreria, só não seria feliz, as vezes na vida de uma pessoa temos que fazer escolhas racionais, eu agora eu escolhia com a cabeça e não com o coração.

-Eu também te amo Jacob, mais não podemos ficar juntos, que o nosso amor nos ajude a ser feliz com outras pessoas, Fique bem- minha voz cortou duas vezes, as lagrimas escorriam loucamente por mim. Fui correndo pra casa, meu coração se dilacerava, minha vontade era voltar para os braços dele e nunca mais sair de lá, mais eu tinha responsabilidades, e agora, era o certo a fazer, eu pensava assim.