Sakura fazia muito sucesso na festa e causava muita inveja nas mulheres, tanto por sua beleza como por seu relacionamento com Sasuke. No entanto detestou cada minuto.

Sasuke comportava-se o tempo todo como um tirano. Sempre que achava conveniente, pegava Sakura e a beijava, para demonstrar a todos que ela lhe pertencia.

O único lado bom de tudo aquilo foi ter conseguido fazer amizade com o barão Hatake, que simpatizou muito com ela, que a convidou para ir visitá-lo, para conhecer sua vastíssima coleção de obras de arte.

Ao final da festa, quando o último carro partiu. Sakura fechou os olhos exausta. Teria de acertar as contas com Sasuke. Porém, quando tornou a abri-los, ele tinha desaparecido.

_Não se preocupe_ Disse Mikoto, vendo Sakura olhando ao redor procurando Sasuke._Meu filho deve ter levado os primos até um lugar para tomarem um uísque. Não fique acordada, nem espere por ele, porque pode demorar a chegar.

Sakura concordou. Era melhor esperar a raivar passar. Assim, deu um beijo de boa-noite em Mikoto e subiu para o quarto.

Pretendia tomar um banho e ir dormir, mas não conseguiu. Sentiu que algo estranho estava para acontecer...         

 Levou a mão ao pescoço, para tirar a pesado colar de ouro, quando se lembrou de algo na festa: a expressão estranha que viu no rosto de Sasuke quando ele a encontrou conversando com o barão Hatake.

Não ouviu Sasuke entrar em seu quarto. Por isso, levou um susto, quando sentiu as mãos dele no colar. Sasuke parecia tão serio e sombrio que Sakura imaginou que pegaria a jóia que deu pra ela. Em vez disso, retirou-a em silêncio, embora estivesse um pouco trêmulo.

_Estou bravo com você, Sakura me fez passa por um idiota, sabia?

_Ora! Só porque eu conversei com...

_Desapareceu de nossa festa de noivado com outro homem e sumiu por mais de uma hora! Isso não é motivo suficiente, em sua opinião?!

_Foi mesmo tudo isso? Perdi a noção do tempo e quase esqueci..._ Sakura não deveria ter dito aquilo. Porque Sasuke ficou com mais raiva.

_Esqueceu? Muito obrigado, era isso que eu estava precisando mesmo ouvir!

_Me desculpe._ Sakura tentava se desculpar.

A raiva ficou evidente na voz dele num tom metálico e frio quando falou:

_Tudo bem que suas idéias sobre comportamento sejam pouco convencionais. Mas nunca ninguém lhe disse que uma noiva deve preferir a companhia do noivo a de qualquer outro? Se não consegue fazer isso, deve fingir que sim. É educado. É o que se espera. Isso evita que o noivo em questão banque o idiota diante de todo mundo. Será que entendeu isso, Sakura?

_E claro que sim. Escute, sinto muito mesmo, Sasuke. Não tive a intenção de humilhá-lo, apenas me deixei levar..._E parou ao notar a expressão de Sasuke._Eu só estou piorando tudo, não é? 

_Esta provando o quanto verdadeiramente é Sakura. Acha que só por ter sangue italiano isso faz de você uma de nós? Pois eu lhe digo que não. O que importa é o coração italiano, e não faz a menor idéia do que seja isso, não é?_Disse Sasuke ainda com raiva.

Sakura o encarou, sem acreditar que o homem a sua frente que pensava conhecer melhor, fosse capaz de ter dito algo tão cruel.

_Como se atreve a dizer que não sou uma de vocês?! Minha herança e  meu sangue é tão italiano quanto a sua!

_Sim. Mas perdeu a veia. Caso contrário, saberia por instinto, que para um homem é vital o jeito como sua mulher o trata.

_Não sou sua mulher!

_É, sim!_ Sasuke fez uma pausa e, em seguida, continuou._Ao menos no que diz respeito às outras pessoas. Elas nos vêem como um casal, mas para você isso que quer dizer apenas que somos bons amigos. Como se homens e mulheres não passassem de gente assexuada.

Sakura não sabia o que dizer.

_O que foi? Não suporta ouvir a verdade?_Perguntou Sasuke ao vê-la calada.

_Não é verdade, Sasuke!

_É, e você sabe disso. Esconde-se em seu mundinho particular e inanimada porque não suporta se relacionar com os demais. O que sabe sobre orgulho, amor ou paixão? Para você são apenas palavras sem nenhum significado.

_Foi apenas uma falta de cuidado de minha parte. Não tem nada a ver com paixão ou amor.

_Mas tem a ver com o orgulho, Sakura. O meu orgulho, que você o humilhou diante dos convidados. Sobre o que ficaram conversando você e o barão, tão animados?

_Sobre o que eu converso? Antiguidades. E você sabia que eu ia tentar fala com o barão, porque eu lhe disse. Até comentou que me ajudaria a fazer contato com ele.

_Pode esquecer isso. Você nunca vai pôr os pés na casa dele.

_Está me dando mais ordens?

_Digamos que apenas te lembrando, alguns fatos. Hatake provoca muita confusão entre nós. Consciente disso é melhor, que você não procure a companhia dele.

_Não quero a companhia dele, mas sim os objetos de arte.

_Não vai entender nunca? Deixe-me ser bem claro. Eu A PROIBO de ir a mansão dele.

_Você me proíbe? Acha que basta baixar um decreto e espera que eu diga ‘’sim, senhor, não, senhor’’? Escolheu a pessoa errada, Sasuke uchiha! Tem razão, sumi por muito tempo, e peço desculpe, pois não foi de propósito. Todos sabem que nosso compromisso e arranjado, você mesmo me falou um dia, que não existe segredo em Roma. E ainda vem me falar de orgulho? O que me diz sobre meu orgulho? Não havia quase nenhuma mulher aqui esta noite que não fosse... Como poderia dizer de maneira educada? Que não o conhecesse melhor do que eu.

_Está me dizendo que foi uma espécie de vingança, Sakura?

_De algum modo. Entretanto, ninguém imagina que entre nós existe algum sentimento mais sério.

_Sentimento mais sério entre nós?_repetiu Sasuke._ qual seu problema com o termo ‘’amor’’?

_O amor não está em discussão, Sasuke. O que lhe digo é não pode ir mudando nosso trator a sua boa vontade.

_Os termos sempre foram claros e incluíam agir de modo convincente. Você não cumpriu a sua parte. Quero que me prometa que não tornará a vê-lo, Sakura.  Independente de estar ou não comigo.

_Se eu quiser, irei ver o barão sim! A única promessa que lhe faço é que não haverá nenhuma promessa!

_Estou avisando...

_Não me ameace. Não tenho medo de você.

_ você não o verá de novo, Sakura, senão eu...

_ o quê?

_você terá de voltar para a Inglaterra no próximo avião._ Ameaçou Sasuke.

_Só se for em sua imaginação. Pode me mandar embora desta casa, mas não poderá me impedir de ficar em um hotel e visitar Hatake todos os dias, se eu desejar.

Sasuke estreitou os olhos.

_Não faça isso, Sakura. Estou avisando.

-É uma ameaça, não um aviso!_e com um movimento brusco, Sakura arrancou o anel do dedo e o jogou longe, sem olhar onde teria caído.

Encarou Sasuke atordoada, notando que ele estava preste a perder o controle.

_Sasuke, quero que saia daqui neste minuto!_ao dizer isso, deu-lhe as costas, mas Sasuke a segurou pelos ombros.

_Ainda não terminei, Sakura.

Sakura tentou se soltar, mas sem sucesso, pois as mãos de Sasuke permaneciam no mesmo lugar.

_ Me solte, SASUKE!

_Talvez fosse bom ouvir um conselho que você mesma me deu um dia. Nunca dê uma ordem que não pode ser cumprida... A menos que julgue forte o bastante para lutar comigo.

Sakura não respondeu, apenas o olhou furiosa. Na discussão seus cabelos se despentearam e Sakura, corada, fervia de raiva.

Sasuke a observou e, de repente, sentiu uma estranha atração, estimulado talvez por aquele jeito selvagem. E sem que percebesse, puxou-a pra perto dele.

_Não se atreva, Sasuke. Nosso noivado terminou.

_Não nada disso._Disse Sasuke firmemente.

Sakura tentou resistir, mas Sasuke deslizou as mãos, prendendo os braços dela, sem lhe dar chance de reagir. Sakura o provocava dizendo que ele queria tudo a seu modo. Bem, agora a assunto era mais sério, e Sasuke tornava-se insistente.

O mais perigoso era que ele tinha o poder, mais do que qualquer outro home, de excitá-la mesmo contra sua vontade. Isso deixava Sakura vulnerável, tornando sua raiva por ele sem importância.

Sasuke a beijou como se fosse tão íntimo, que ele poderia fazer o que quisesse. Ele sabia como usar a língua para excitá-la, tocando-lhe a boca por dentro, causando em Sakura arrepios de prazer.

Em seguida, para frustração de Sakura, Sasuke recuou, devagar.

_Como pôde fazer isso?!_Sakura. Estava com raiva por ele ter feito ela se forçada a beijá-lo, e mais ainda por ter interrompido o beijo justo quando ela começava a se entregar.

Sasuke não respondeu. Talvez nem a tivesse ouvido. O rosto sombrio, atormentado, e os olhos fixos no de Sakura pareciam perguntar algo que ela não entendia.

Uma das mãos de Sasuke se móvel até os ombros de Sakura, pelo pescoço, enroscando os dedos pelos cabelos dela, antes de partir para uma nova investida.

Agora os braços de Sakura estavam livres, e ela poderia empurrá-lo. Só que não teve nenhuma vontade de fazer isso.

Sasuke cobriu o rosto de Sakura com beijos. Até chegar ao lóbulo da orelha, como se adivinhasse o ponto mais sensível de Sakura. Ela suspirou de prazer, diante da sensação que parecia percorrê-la toda. Começando pela nuca, depois descendo pelo pescoço e, em seguida, alcançando os seios.

Não tinha condições de fingir naquele momento. Sasuke sentia as batidas alucinadas do coração dela sob os lábios. Ele a desafiava para a batalha, mas Sakura não tinha forças para lutar contra os próprios desejos, que a fizeram levantar as mãos, não para atacá-lo, mas para trazê-lo para mais perto de si.

Sakura fervia, tomadas por varias sensações novas e, pela primeira vez na vida, viu-se inteira e presente. Quando um gemido lhe escapou, que a fez se curva contra Sasuke.

Sasuke estremeceu. Erguendo a cabeça, um pouco trêmulo, como se tentasse compreender o que se passava , e encarou-a.

Sakura teve vontade de gritar, diante do que vi. Não era uma expressão de triunfo que esperava vê no rosto de Sasuke, mas uma espécie de tormento.

_Sasuke...

_Se algum dia eu a vir fazendo isso com outro homem eu... eu...

_Você faria o quê?

_Não importa._Dizendo isso Sasuke a soltou, e o olhar ardente desapareceu, tornando-se de novo sem expressão.

Sakura se seguro em um móvel, sentindo as paredes rodarem.

_Talvez importe sim, Sasuke.

_Não, porque este assunto está encerrado. Perdoe-me por tê-la assustado.

_Sasuke...

_Não acontecerá novamente. Dou minha palavra de honra.

_Sasuke!

E diante de Sakura uma porta se fechou.