Delírios Insanos escrita por Alana5012


Capítulo 5
A Reunião


Notas iniciais do capítulo

Legenda:
Narração: (Ponto de Vista dos Personagens - 1a Pessoa) Foi tudo o que me lembro antes de mergulhar num sono profundo, do qual temia jamais despertar.
Mudança de POV - Point of view (Ponto de vista): ●๋..●๋
Diálogos: - Disse que ela é uma das amiguinhas do Potter, Malfoy?
Lembrança: Negrito



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●๋•..●๋•

Tom Riddle

  Embora estivesse divertindo-me com a senhorita Lovegood, ainda precisava comparecer a uma reunião que marcara com os meus Comensais principais para obter esclarecimentos a respeito dos nossos progressos. Ao chegar, todos calam-se imediatamente. Adoro essa sensação de poder e a expressão de pânico que causo nas faces dos que me temem.

  - E então? - Digo, permitindo que começassem a falar.

  - Milorde, não há problema algum. Tudo ocorre como o planejado: o Ministério está praticamente sob o seu controle; o Registro de Comissão aos Nascidos-Trouxa tem sido um sucesso; aqueles que não possuem sangue-puro estão recebendo o castigo que merecem por surrupiar a magia dos bruxos... - Por favor, eu tenho plena consciência de que isso não é possível. Furtar a magia?! Humpft! No entanto, considero uma justificativa plausível para levá-los ao cárcere sem nenhuma razão necessariamente. Lúcio prossegue - Reunimos todos os bruxos na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, onde Severo Snape é o atual diretor. Os irmãos Carrow estão lecionando as novas disciplinas e estão fazendo com que os alunos aprendam a temê-lo, milorde. - Lembrei-me do comentário da menina. Desejei rir, mas não o fiz; ostentei o mesmo semblante frio habitual.

  - É só? - Indago. Olho os rostos dos demais presentes. Estão apreensivos e calados. Percebo que Travers e Yaxley entreolham-se por um momento - Alguém tem algo a me dizer? - Agora exigia uma satisfação quanto aquilo. Snape levanta-se e eu me volto para o mesmo, esperando que fale.

  - Milorde, hã, lamento informar, porém, o paradeiro do garoto ainda nos é desconhecido. Tentamos localizá-lo, no entanto, não obtivemos sucesso... - Fui tomado pela cólera; havia dado uma simples ordem: tragam-me Potter; e nem isso ao menos fizeram! Subordinados incompetentes... Nada importará se "O-menino-que-sobreviveu" não for morto. Será que não compreendem?! Isto porque "não há problema algum". Bom, ao que vejo, a senhorita Lovegood será de extrema utilidade pra mim, já que meus servos são imprestáveis. E, acaso ela não deseje cooperar, tomarei medidas drásticas.

●๋•..●๋•

Luna Lovegood

  Além do quarto onde eu encontrava-me, haviam outros três aposentos distribuídos ao longo do imenso corredor. Cortado por uma escadaria, divide-se em duas partes. Este é de tal profundidade que nos envolve num intenso breu, a ponto de fazer com que qualquer um que se aventure em mergulhar no mesmo perder-se na penumbra, em meio da qual posso enxergar uma porta. O quarto de Voldemort? Não sei. Prefiro me afastar dali.

  A porta ao lado é um cômodo vazio; não há nada, absolutamente nada ali. É apenas um quarto, onde as paredes são revestidas por tons de cinza. Uma única janela, no extremo oposto, por onde é possível ver o quanto o terreno estende-se por milhas. Seria arriscado tentar uma fuga: existem muitas árvores cercando o local, impossível embrenhar-se na floresta sem se perder.

  O outro aposento é bem simples, assemelha-se ao qual encontro-me no momento. A cama ao lado do armário de mogno, tão escuro quanto os outros dois quartos... Nada interessante.

  Uma escadaria infinita desenrola-se diante de meus olhos; situa-se ao final do corredor no qual eu ainda estou. Caminho lentamente até alcançar a mesma. Dou uma breve espiada na outra parte do corredor; mais algumas portas que, certamente, não devem conter nada extraordinário, assim como as outras. Voldemort não deixaria uma completa estranha em sua casa com todos os seus pertences e segredos a mercê de uma inimiga; seria inútil insistir nisso. Desço degrau por degrau de forma hesitante. Agarro-me ao corrimão, temendo cair. Enfim chego ao térreo.

  O hall da entrada é amplo: posso contar três janelas em cada uma das duas paredes paralelas a escadaria. As cortinas escarlates estão fechadas; receio em abri-las. Os móveis antigos estão muito bem conservados. As cores são sombrias e opacas, assim como a mansão no geral. Ando devagar: meus pés me trouxeram à sala de jantar. Há uma enorme mesa ao centro do cômodo; um lustre lindo ilumina o ambiente. É tudo tão sofisticado e de bom gosto... Mas ainda fico imaginando como seria viver nesse lugar sozinha. Deve ser incômodo; talvez por isso ele deseje uma companhia.

  Encontrei uma vasta biblioteca. O cheiro da poeira mesclando-se às páginas amareladas do livro em minhas mãos me conforta. Penso em Hogwarts. No meu pai. Em Harry, Rony, Hermione, Gina, Neville... Não sei ao certo quanto tempo se passou; alguns minutos? Ou teriam sido horas? Não faço ideia. É tudo tão grande: lembra-me um labirinto. É como se eu pudesse me perder e ficar presa aqui pela eternidade; essa era a realidade: jamais deixaria aquele lugar. Exceto se, quem sabe, alguém viesse me salvar...

  - Está à vontade, Srta. Lovegood? - Ouço uma voz fria as minhas costas. Viro-me rapidamente e encaro o rosto ofídico e horripilante, não de Tom Riddle, mas de Voldemort. Ele percebe meu desconforto e ri - Acaso me teme quando uso desta aparência?

  - A questão não é como se parece por fora, mas sim o que se é por dentro. - Respondo ainda hipnotizada pelo rubro dos orbes do mesmo. Sustentamos esse olhar por mais alguns instantes, até que este volta a falar.

  - Realmente a aprecio, senhorita. Porém, se não cooperar comigo, serei forçado a fazer algo que não desejo, afinal, "Cada gota de sangue mágico derramado é uma perda e um desperdício". - Estava ciente aonde pretendia chegar. Não estava sendo gentil comigo à toa: havia um preço. Voldemort pensava que eu poderia levá-lo até "O-menino-que-sobreviveu".

  - Desculpe-me, no entanto, se procura por Harry Potter, não posso ajudar: também não sei onde ele está. - Respondi sendo franca.

  - Não minta pra mim, tola criança. - Entretanto, não foi o suficiente para convencê-lo.

  - Estou dizendo a verdade. - Afirmo ainda mais convicta. Ele se aproxima. Vacilo dois passos.

  - Se é assim... - Concluiu dando de ombros, erguendo a varinha em minha direção - Não há nada que temer. Veremos: Legilimens!  

  Senti uma dor terrível. Ele estava dentro dos meus pensamentos, não podia evitar, Voldemort era poderoso. Lembro de ter ouvido que, durante sua primeira ascensão, torturava as vítimas por puro prazer. Era quase o que tinha acontecido com os pais de Neville, e o que estava ocorrendo comigo.

●๋•..●๋•

Tom Riddle

  Uma vez mais voltara a penetrar a mente de uma de minhas vítimas. No entanto, não tinha a intenção de torturá-la, ao menos, não até que encontrasse algo útil. Enxergava suas memórias e emoções: a penumbra envolvia seus pensamentos. Ela tentava resistir - em vão. Ouço um grito estridente:

  - Mamãe! - A garotinha loira aproximou-se da mulher morta, soluçando. Vejo uma torrente de lágrimas rolando por sua face - Au Revoir... - Sussurrou ao pé do ouvido do cadáver. Sim, aquela era a tarde em que a Sra. Lovegood viera a falecer.

  A cena mudara. A menininha aparentava estar uns poucos anos mais velha. Era a sua vez na seleção das casas em Hogwarts. "Corvinal!" Foi o que o chapéu surrado anunciou. Ela sentou-se na mesa lhe designada, muito sorridente. Recordo-me de quando fui designado a Sonserina: mas isso já faz muito tempo.

  Agora todos riam dela: andava pelos corredores do castelo sem seus sapatos. Alguns trocavam olhares cúmplices, outros cochichavam, realizando comentários ofensivos quanto à jovenzinha e seus adereços excêntricos. Ao contrário, Luna parecia alheia aquilo tudo. Não se importava em ser debochada pelos colegas. Fiquei curioso para saber o por que de tudo aquilo...

  - Essa é a "Di-lua"... Luna Lovegood. - Corrigiu-se ao perceber o que tinha acabado de dizer, ficando corada e abaixando o rosto. Reconheci a menina como a tal amiga sangue-ruim do Potter; apresentava-o a Srta. Lovegood. Estavam na compainha daquele ruivo estúpido, um Weasley, e de um outro garoto gorducho: devia ser o tal filho dos Longbottoms, de quem Bellatrix me falara. Luna fingiu não notar e continuou sorrindo durante o caminho na carruagem. Ela lia um livro que estava ao contrário. Essa menina é realmente muito estranha!

  - Por que não está na festa? - Era o ordinário Potter quem indagava-lhe. A garota espalhava cartazes enquanto os demais pareciam estar muito ocupados preparando-se para o tal baile.

  - Perdi os meus pertences. Parece que as pessoas os escondem de mim... - Explicou pouco chateada.

  - Que horror! - O outro exclamou, visivelmente assombrado. Franzi o cenho.

  - É só brincadeira; mas como é a última noite, preciso deles de volta. - Ela não parecia estar ofendida ou com raiva. De fato: Luna Lovegood é uma menina muito, muito, muito estranha!

  - Quer ajuda pra procurar? - Ele oferece-se, porém, ela meneia a cabeça num aceno negativo, sorrindo-lhe uma vez mais. Eu não tinha reparado ainda, entretanto, era uma garota muito alegre, apesar de tudo; seu semblante estava sempre denotando felicidade. Chegava a serpatético...

  - Sinto muito pelo seu padrinho, Harry. - Aquele devia ser o ano em que a Lestrange assassinara seu primo, Sirius Black; como adorava ver a tristeza na face abatida de meu inimigo! Foi quando me dei conta de que Luna segurava a mão dele, fitando-o de modo sereno. Senti algo que não soube definir; mas confesso que foi, no mínimo, inusitado, vê-los naquele momento tão íntimo... Será que seriamapenas amigos?

  - Você não quer mesmo ajuda? - O rapaz pergunta ainda meio constrangido.

  - Não precisa. Sabe, minha mãe dizia que as coisas que perdemos acabam voltando pra nós. - Foi quando ambos avistaram o par de sapatos perdidos pendurados no teto. A moça outra vez sorriu - Bom, nem sempre da forma que esperamos... - Concluiu, dando de ombros.

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