The best shit escrita por LadyChase


Capítulo 5
Ela é punk, Ele é Skatista


Notas iniciais do capítulo

Será que preciso ser mais óbvia?



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Thalia Grace

Depois das aulas terem acabado, pensei em ir na casa de Annabeth ver se ela já tinha voltado ao normal.

É raro ela ter um ataque desses. Ela quase nunca se mostra bipolar. Não que ela seja bipolar, mas ela se comporta como.

Mas acabei não indo. Decidi ir ao Central Park, precisava de um pouco de sossego. Era comum, desde Annabeth se tocou que seus pais eram um saco e que estavam se lixando para o seu comportamento, ela começou a desenvolver uma grande inclinação para escândalos.

O parque simplesmente me acalma e é meu refúgio depois da escola. Nada melhor no mundo do que ouvir música e mexer no celular sentada na grama.

Dessa vez, fiz questão de não correr com o carro.

Chegando ao parque fui direto me sentar embaixo de arvore com a maior sombra possível.

Fiquei ali por mais ou menos meia hora, não fazendo nada, só ouvindo uma ótima seleção das minhas melhores músicas novas. Pensando em qualquer coisa, discutindo interiormente.

Até que senti algo bater fortemente em minha cabeça. Percebi ser um galho que foi jogado em cima de mim.

Queria rir, mas acho que foi proposital.

–Que merd...¿

–Olhe só! É a Thalia Grace! – gritou uma voz.

Virei e me deparei com uma menina magra baixinha e literalmente verde. Sua calça jeans era preta, sua camiseta era verde, sua jaqueta era verde escuro, e seu cabelo também era pintado de verde berrante.

–Rebeca a garota clorofila? – perguntei. Talvez eu tivesse errado o nome, mas não é tão fácil quanto parece esquecer uma garota verde.

–Temos contas pra acertar Grace.

–Ainda naquele papo deu ter... Feito coisinhas com seu namorado? – provoquei.

–Quem você é pra falar do Frank?!

–Cara. Para de gritar.

De verde ela passou pra roxa de raiva.

–Bom, eu fiz coisas com ele que você não queria fazer. Poxa, ele queria atenção, uma coisa que ele não tinha com você, então ele me procurou. E eu fiquei com peninha dele. Mas deu pra notar, que não era bem atenção que ele queria. E se lhe serve de consolo, ele era muito bom naquilo. – eu disse já sabendo a reação da garota “salve a Amazônia”. Eu sabia da briga que essa merda toda ia dar.

Mas Frank, o namoradinho dela era um velho amigo.

Rebeca era uma vadia, uma Rachel verde. Ele só me pediu, com minha imaginação de super heroína que entende dos paranaue, que inventasse uma história para que ela largasse dele. Nos divertimos inventando a história e espalhamos os boatos por ai.

Rebeca saltou sobre mim e começou a puxar meu cabelo.

Desculpe vadia. Eu sei lutar de verdade.

Rebeca não recuou. Continuou a avançar.

Outras pessoas viram ver agente brigar, uns se arriscavam a tentar nos parar. Mas nenhum deles conseguiu sair sem estar machucado e sua missão fracassada. Ao decorrer de longos segundos de uma briga fácil, alguém realmente teve coragem de nos parar.

Quem seja lá que me puxou pelo braço, e fez isso com força, me separando de vez de Rebeca.

Aconteceu meio que em câmera lenta. Eu odiei aquilo.

Quando virei a cabeça pra ver de quem se tratava, meu olhar bravo sumiu quase que instantaneamente. Era um garoto.

Alto, forte, cabelo loiro rebelde e olhos azuis...

Um principezinho de contos de fadas pelo qual as meninas dariam os rins.
Só isso.

Ele ainda segurava o meu braço, mas não tirava aqueles olhos de mim.

Estávamos em uma distancia de 4 centímetros.

Senti ele chegando mais perto ainda. Mas quando ele fez isso, voltei a mim.

–Me larga idiota! – disse dando um tapa em sua cara.

Ele bufou bravo.

–Devia me agradecer! Aquela garota tinha um canivete escondido.

–Uma simples lamina não pode me derrubar garoto. – gritei.

Então senti alguma coisa em choque com a minha cabeça.

–Ai!

–Oh filha da puta! Vai jogar uma pedra na cabeça da sua avó! – gritou o garoto.

Príncipe mal educado.

Gostei dele.

–Ela ficou com o meu namorado e agora eu sou a puta?! – pude ouvi-la gritar.

–Eu sei que você traia ele todo dia com o nojento do Scott. - berrei de volta.

–Sua desgraçada! – gritou.

Senti minha cabeça latejar, parece que a pedra não era muito grande, não causou ferimento algum. Fiquei bem pelo resto da vida e me casei com o garoto loiro, e vivi feliz pra sempre.

Não.

A pedra era enorme. E pra variar tinha uma ponta, e essa merda de ponta foi que bateu na minha cabeça.

Senti o sangue jorrar.

–Droga. – disse colocando a mão sobre o machucado, quando coloquei a mão na frente do meu rosto pra ver se saia sangue, minha mão estava ensopada.

Revirei os olhos, não por estar zonza, mais por que estava achando isso hilário, e desmaiei.

(...)

Quando abri os olhos, não foi o teto que eu vi... Imagine. Vi o chão. Idiota.

Foram os olhos do garoto. Voltei a fechar os olhos.

–Que foi agora?! – ouvi ele gritar pra alguém. – Ela morreu?! Oh garota você ainda ta entre nós?

–Não. Eu sai. – gritei.

–Ah acho que não.

–Sai sim, isso é só uma gravação.

–Tem certeza? – ele ria.

–Tenho. Quer ver: Oi, aqui sou eu. Deixe seu recado após o bip. Biiiiip.

Pude ouvir sua risada.

Tentei me levantar.

–Você ri de piadas tão ruins?

Estava em um sofá vermelho desbotado e ridículo.

–Onde eu to?

–Na casa da minha avó.

–Serio?

–Não, agente ta no pronto socorro.

–Idiota.

–Normalmente na maior parte do tempo. – respondeu ele.

Percebi que ele carregava um skate. Ótimo, um skatista, era só o que me faltava.

–Como vim parar aqui?

–Eu te trouxe.

–Eu perguntei como.

–Você é grossa assim com todo mundo?

–Não.

–Que bom.

–Geralmente eu sou pior.

Ele bufou.

–Pelo menos eu posso saber o seu nome?

–Não.

–Então ta. Vou te chamar de garota punk.

–Ah pelo amor de deus é Thalia.

–Que jeito educado de dizer o nome.

–Faz o seguinte, pega esse seu skate e enfia ele no seu c..

–Sossega menina. Qual a necessidade de falar tanto palavrão?

–Não fui com a tua cara.

–Eu salvei a sua vida.

–Você me trouxe pra uma farmácia e a moça ali enfaixou minha cabeça. Nossa relação acaba ai.

–Não sabia que tínhamos uma relação.

–Qual seu problema?

–Nenhum. Eu sou Luke.

–E o que eu tenho com isso?

–É um prazer te conhecer também garota punk.

–Não posso dizer o mesmo.

–Oh Lara, não pode dar veneno logo pra ela não? – ele pergunto pra moça perto do balcão.

Que situação confusa, eu estava deitada no sofá atrás do balcão, minha cabeça tinha parado de doer e Luke andava pra lá e pra cá como se fosse de casa.

–Não Luke. Gostei dela. Pelo menos ela te desafia. – a tal de Lara respondeu pra ele rindo.

– Gostei dela. Pelo menos ela te desafia. – disse Luke imitando a pobre moça que parecia conhece-lo,

Ela revirou os olhos.

–Se conhecem? - perguntei.

–Isso não é da sua conta.

–Retribuindo na mesma moeda em? Ta se achando o Latino agora copiando as coisas dos outros?

–Ela é minha prima.

–Na verdade, eu não queria saber.

–Hei menina, se quiser já pode ir, só vai ter que trocar as bandagens de noite. – Lara sorriu pra mim em quanto arrumava as coisas em uma prateleira mais distante.

–Tudo bem.

–Não precisa, eu levo ela. – disse Luke.

–De Skate? – perguntei.

Ele sorriu.

–Não princesa de Nova York. No meu carro.

–Olhe o skatista tem carro. Que evolução! Não obrigada. Eu vou sozinha.

–Nem pensar. Você pode ser uma chata, mas eu ainda sou educado e você pode desmaiar.

–Eu tenho carro.

–Então eu te levo nele e volto pro Central Park no skate.

–Como eu posso saber que você não vai roubar meu carro e me raptar?

–Acredite garota da capa preta. Eu não preciso do seu carro.

–Você é muito desocupado.

–Não sei. Eu tenho uma mente fértil.

–Não. Não tem.

Ele não parou de falar até eu deixar que me levasse pra casa, Luke me ajudou a levantar e eu o levei até meu carro.

Ele olhou pros livros e apostilas jogadas no banco de trás e franziu o cenho.

–Você estuda na Good?

–Por que?

–Nada. Acho que vo estudar lá ano que vem.

–Bolsista? - perguntei descontraída.

Luke riu como um idiota.

–Acha que sou pobre e inteligente?

–Ahn?

–Eu posso pagar a escola mais cara da cidade ok?

–Eu nem pensei que você podia ser pobre.

–Ah pensou sim. Só por que eu sou skatista não quer dizer que minha família não tenha dinheiro.

–Então você é riquinho.

–Meus pais tem um hospital. A farmácia que eu te levei é uma filial deles.

–Você passa informações demais sobre sua vida.

–Vamos estudar juntos no ano que vem não vamos?

–Talvez de tempo de pedir transferência. Hei, pode parar logo ali, eu moro naquele prédio.

–Ta certo.

Desci do carro e peguei meu celular e minha bolsa.

–Tchau Thalia! Espero te ver em breve! – disse ele pegando o skate e sumindo de vista rapidamente.

Pelo menos dessa vez ele me chamou pelo nome certo.

Subi pelo elevador, tentando entender o que tinha acabado de acontecer.

Não tinha motivos pra ser tão chata com o garoto.

Mas sei lá. Ele simplesmente tinha me irritado depois que abriu a boca, geralmente não sou assim.

Uma coisa eu sei, o filho da puta do Frank vai se ver comigo.

As cicatrizes que Rebeca me causou não vão sair fácil.


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