Wood Heart escrita por LastOrder


Capítulo 3
Capítulo 2




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Dez anos depois

O homem que fugia com o pacote do País da Água se virou para a ninja de cabelos roxos que tentava impedir sua fuga. Aquilo realmente não estava nos seus planos, mas com certeza não teria muitos problemas em lidar com aquela garota.

- Então, quer dizer que Suna mandou reforços? – Riu com escárnio. Aquilo seria fácil demais. – É muita coragem de sua parte tentar me enfrentar.

Hana estendeu a mão direita para frente, a longa manga do casaco branco desceu deixando a mostra a pulseira de ônix.

- Acho que não devia subestimar seus inimigos. – Disse séria.

A jóia desapareceu num instante numa nuvem de fumaça dando lugar a uma enorme foice negra cerca de duas vezes maior que a ninja que a segurava. Mas que era agitada contra o ar com tal leveza, que parecia pesar menos que uma pluma.

- Ahá, acha mesmo que pode me vencer sozinha?

Ela sorriu maliciosa.

- Quem disse que estou sozinha?

Exatamente naquele momento, passos pesados fizeram tremer a terra, o ninja ladrão olhou para trás apenas para se deparar com um enorme cavaleiro feito de madeira, seus olhos eram dois pontos de luz azul intensa.

- Não permitirei que machuque Hana-sama! – Desembainhou a espada num ataque tão rápido que o ninja teve certa dificuldade para desviar.

E quando o fez, quase foi acertado em cheio pelo ataque da foice da Kunoichi. Virou-se rapidamente em sua direção e fez uma seqüência de símbolos com as mãos.

-Suiton, baku suishouha. – E litros intermináveis de água saíram de sua boca numa força absurda.

Hana fincou a arma no chão com força e se segurou a ela para não ser levada pela correnteza. Caiu de joelhos no chão quando o ataque havia terminado. Ofegante, o frio fazia com que sua pele se arrepiasse.

- E agora? – Disse se aproximando. – O que vai fazer garota? – Riu alto. – Vai roubar meu chakra? Ein? Ceifadora?

Ela ergueu a cabeça, o olhar quase assassino. O sorriso macabro brincando no rosto.

- Agora, Nobuo! – Gritou.

O cavaleiro saiu detrás das árvores das florestas fazendo sinais rápidos com as mãos. Bateu com força as palmas das mãos no solo firme.

-Doton, doryuu taiga! – No instante seguinte, o chão sob os pés do ladrão começou a transformar-se numa espessa lama da qual ele tentou inutilmente sair.

Hana levantou-se dividindo seu peso na foice e se aproximou do ninja preso na poça de lama. Tirou uma das luvas.

- Não! Não, por favor! – Implorou.

- Falaremos sobre isso mais tarde. – E encostou a palma da mão sobre a testa do homem. O brilho luminoso do chakra desapareceu assim que ela quebrou o contato. O ninja havia perdido a consciência, apenas.

Suspirou cansada e dirigiu um sorriso a Nobuo que segurava o pacote roubado numa das mãos. A foice desapareceu novamente na nuvem de fumaça para reaparecer na forma da pulseira.

Calçou a luva.

- Ei vocês, não disse para ficarem perto do vilarejo? – Sua voz ecoou pela clareira deserta... Até se ouvir o murmúrio por detrás dos arbustos.

Três crianças saíram em seguida, sendo que a menor delas, era de madeira como o próprio Nobuo. Todas esperavam ansiosas pela reação da sensei quando esta se virou para encará-los.

- E então...?

- Ahh! Hana-sama, eu sinto muito! – A criança de madeira agarrou sua perna, se pudesse chorar, estaria fazendo isso agora. – Eu tentei impedi-los, mas esses pestes me amarram com cordas numa árvore e só quando estavam longe eu consegui sair! Ahh! Eu sou apenas mais uma pobre vítima deste mundo terrível!!

- Bah! Seu mentiroso! – O menino de cabelos castanhos se pronunciou. – Você poderia ter se liberado se quisesse!

- Exato! – Gritou a garota loira. – Está tentando passar toda a culpa para nós?! Covarde!

- Ahh! Olhe o que estão fazendo comigo, Hanaa- samaaa!!

As vozes das três crianças começaram a se misturar ao mesmo tempo e já não havia mais controle. Hana sentiu uma gota escorrer pela cabeça... Não era isso que havia imaginado quando aceitara ser professora dos filhos do Kazekage. Que situação...

Limpou a garganta e de repente todos se calaram.

- Hikaru?

O garotinho de cabelos brancos se afastou da mestra.

- S-sim?

- Dá próxima vez que eu pedir para tomar conta dos meninos, faça direito, está bem? – Sorriu.

- Ha-hai  - Abaixou a cabeça numa reverência. – Desculpe Hana-sama!

- Ok, ok. – Dois pergaminhos escorregaram de dentro de suas mangas. Abriu um deles e Hikaru desaparecera numa explosão de fumaça. – Você também, Nobuo. Já ajudou muito.

O cavaleiro colocou o pacote no chão e ajoelhou-se sobre um dos joelhos. Desaparecendo em seguida para dentro do seu pergaminho.

Hana guardou o pacote do chão e se virou para os seus discípulos. Ambos a encaravam assustados, esperando o veredicto. Suspirou fundo.

- Temari, Kankuro...

- Ha-hai!

Ela se aproximou dos meninos e num ato repentino se agachou para puxar-los pelas orelhas.

- Eu já não disse para não me desobedecerem? – Disse ignorando as reclamações dos dois. A calma em sua voz apenas conseguia deixá-la mais medonha.

- Desculpe, Sensei. – Temari chorou.

- Não faremos de novo.

Hana os soltou fazendo com que caíssem sentados no chão.

- Claro que não farão. – Não que estivesse muito convencida disso, mas... – Agora vamos... – E se virou para fazer o caminho de volta. – Ainda quero passar na sorveteria daqui antes de voltarmos para Suna.

Temari e Kankuro se encaram sorridentes levantando-se as pressas para poder acompanhar os passos da sua mestra.

(...)

Hana virou-se em direção à porta quando ouviu passos se aproximando, não era normal receber visitas àquela hora do dia.

- Hana-sensei? – A voz era baixa e insegura, como se não soubesse se podia entrar ali.

- Pode entrar, Kankuro, estou aqui. - Afastou-se da mesa de trabalho. – O que aconteceu?

- Bem... Na verdade... Estou um pouco preocupado com Temari, ela ainda está treinando o jutsu de invocação e...

Hana apoiou a mão sobre a cabeça do menino, sorriu.

- Não se preocupe, ela é bem forte. Se lhe ensinei esse jutsu é por que sei que vai conseguir controlar a fuinha.- Inclinou a cabeça analisando melhor a situação. – Mas não foi por isso que veio, foi?

Sua expressão tornou-se sombria de repente, abaixou o olhar para o chão, fechou os punhos. Hana não tinha ideia do que poderia estar acontecendo com ele.

- Kankuro?

Ele afastou-se num ímpeto e a encarou com os olhos chorosos.

- Eu... Eu acho que não vou conseguir!

Hana arqueou uma sobrancelha, realmente, não fazia ideia do que ele estava falando.

- Do que está falando?

- Karasu! Eu não vou conseguir controlá-lo! – Fechou os olhos com força, admitir aquilo era tão vergonhoso. Afinal, queria ser um grande marionetista algum dia, não queria?

Só que mais vergonhoso do que aquilo foi ouvir a risada vívida de sua Sensei, como se tivesse acabado de contar alguma piada! Era um absurdo!

- Ah! Pare de rir de mim! Isso não é engraçado! – Disse corado até o ultimo fio de cabelo, era só o que faltava.

- Kankuro, seu bobo, não estou rindo de você. – Acalmou-se. – Estou rindo desses absurdos que você me fala.

Uma gota correu pela sua cabeça... “Qual é a diferença?” Pensou. Ela se ajoelhou para ficar da altura do garoto.

- Escute bem o que vou lhe dizer. – Nem acreditava que era a mesma que estava rindo há poucos instantes atrás. – Você sabe por que está treinando com Karasu?

Ele negou com a cabeça.

- Bem... Eu vou lhe dizer por que. Ele é uma das melhores marionetes que usamos para combate, apenas os melhores Jounins são capazes de controlá-la com perfeição. – Sorriu. – E eu sei que você é capaz disso. – Se levantou voltando para a mesa de trabalho.

- Como você tem certeza disso? – Seguiu-a com o olhar.

- Ora, pois você é meu aluno. Por que outro motivo seria?

Kankuro riu daquela resposta, completamente inesperada, mas típica da mestra, tinha que admitir.

- O que está fazendo? – Caminhou até seu lado vendo uma mulher de madeira com cabelos negros presos à adornos floridos, deitada sobre a mesa.

- Finalizando uma marionete. Estava a ponto de desperta-la quando você chegou. – Dirigiu o olhar para o garoto. – Quer ver?

Ele assentiu com a cabeça, dando um passo para trás, na expectativa do que estaria por vir.

Hana retirou uma das luvas e pousou a mão sobre o rosto extremamente branco do fantoche. A energia azul entrava num fluxo constante para dentro da marionete... Até que seus olhos se abriram. A luz deles era tão azul quanto o chakra que fluía em seu interior.

A ninja afastou-se até ficar ao lado do aluno, apenas observando o modo esquisito como a marionete movia lentamente cada articulação do corpo antes de se sentar sobre a mesa.

- Qual é o nome dela?

- Otohime. – Respondeu.

Assim que ouviu seu nome, a mulher inclinou a cabeça para o lado – ato que gerou um estranho barulho de estalos – e pulou para o chão. Kankuro se sobressaltou de susto.

- Hana- sama. – A voz era tão suave quanto uma brisa. Uniu as mãos em uma e fez uma pequena reverência.

No entanto, antes que pudesse se endireitar, a luz em seus olhos se apagou e uma esfera de chakra saiu do seu corpo quando caiu imóvel no chão.

Hana suspirou derrotada.

- Droga... – Murmurou baixo. Mais uma vez aquilo havia acontecido.

- Sensei?

Ela abriu um pergaminho ao lado da marionete onde se lia: “Gueixa do vento” e com um sinal de mãos, guardou-a.

- Essa técnica ainda não está pronta. – Respondeu sem se levantar. – O chakra se prende a coisas vivas, por isso não consigo mantê-lo por muito tempo dentro de uma marionete. É preciso muita concentração.

Era o mais perto que havia chegado da variação da técnica criada por Chiyo. Queria dar vida as marionetes, mas não queria por matar humanos para isso.

Suspirou fundo e levantou-se.

- Bem, o importante é que está pronta, né? – Sorriu.

Kankuro retribui o sorriso concordando com a cabeça. Hana ia dizer para que fossem treinar juntos com Otohime e Karasu quando a porta se abriu abruptamente.

O olhar de Baki era de completo desespero.

- Hana-san! Invasores atacaram a entrada da vila!

Sem pensar duas vezes, ela pegou o casaco branco jogado sobre uma cadeira e o colocou, cobrindo o corpete roxo escuro e o short preto.

Kankuro se moveu logo atrás, para segui-la.

- Você fica!

- Mas...

- É uma ordem, Kankuro. – E se voltou para Baki. – Cuide dele para mim. – Antes de sair em disparada pelos corredores da casa.

Enquanto isso na entrada da vila, corpos ensaguentados espalhados pelo chão e...

- Hidan! Pare de fazer esse ritual idiota! – O homem alto, mascarado gritou. – Temos que pegar a Ceifadora antes que eles mandem reforços!

- Cale a boca seu ateu imbecil! – Hidan berrou deitado no chão a poucos metros de distância. – Hmpf! Como se aqueles ninjas de merda pudessem realmente fazer alguma coisa contra a gente.

Kakuzu limitou-se a revirar os olhos, “Quanta estupidez.” Pensou consigo mesmo ao mesmo tempo em que via uma nuvem de flechas caindo do céu contra eles, da qual desviou com facilidade. Hidan, no entanto...

-Caralho! Olha só o que fizeram comigo! – Uma das flechas havia atravessado seu corpo estirado no chão.

Levantou-se irado arrancando a arma num único puxão.

- Agora eles vão ver uma coisa! Esses ninjas malditos! Jashin vai fazê-los pagar por terem... – Kakuzu pousou a mão em seu ombro. – O que foi?!

- Olhe para frente, estúpido!

Hana apareceu por entre as grandes muralhas que compunham a entrada da vila de Suna com a foice negra numa das mãos nuas. Parou a poucos metros dos invasores.

- Você deve ser a Ceifadora. – Kakuzu. – Viemos aqui para te levar conosco.

Ela arqueou uma sobrancelha, aquilo sim seria uma batalha interessante.


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