Quinn não soube o porquê de Rachel andar com tanta pressa até a ala dos garotos do futebol. O que Rachel pretendia? Gritar com Karofsky? Ele iria acabar batendo na morena, e isso Quinn jamais permitiria.

- Rachel, espere! - gritou Quinn apressando o passo, e se perguntando desde quando Rachel andava tão rápido.

A morena por sua vez, estava decidida. Iria até Dave Karofsky, e iria lhe dizer umas boas palavras. Quem ele pensava que era pra dizer aquilo pra Quinn? Pra sua Quinn?

Quando percebeu, ela já estava no campo de futebol, indo na direção do garoto gordo e forte que estava rindo com Azímio.

- VOCÊ! - gritou Rachel pro menino. Dave se virou, intrigado, e deu de cara com uma criatura pequena, de olhos castanhos, e com a expressão furiosa. - QUEM VOCÊ PENSA QUE É?!

Sem que ele esperasse, Rachel Berry lhe deu um empurrão, que ele quase caiu.

- Do que você tá falando, sapatão? - perguntou Dave, se ajeitando. Ele notou que Quinn Fabray tinha acabado de chegar, ao lado de várias pessoas, que observavam a cena assustadas.

- Rachel, o que você está fazendo? - perguntou Quinn, assustada.

- Conversamos depois, Quinn - disse Rachel, dando pouca atenção à loira. - Quinn me disse que você a disse coisas horríveis, além de xingá-la de sapatão e jogar-lhe uma raspadinha. Isso é verdade, Dave Karofsky?

- Claro que é - falou Dave, sem nenhuma alteração no rosto. - Aliás, pra que você se importa? Ah, me esqueçi porque você e essa aberração estão juntas, não é?

O que aconteceu a seguir, foi imprevisto.

Rachel havia levantado a mão, e virado-a na cara de Dave Karofsky com toda a força que existia em seu ser. A força foi tanta que ele caiu no chão, com a mão no rosto. Todos ofegaram surpresos, e Quinn tapou a boca.

- Isso é por você ter nos chamado de sapatão! - exclamou ela, prendendo as fortes mãos dele, e lhe estapeando mais uma vez. - Essa é por ter dito aquelas coisas horríveis pra Quinn - outro tapa. - E essa é por ter mexido com a minha garota.

E então Rachel deu um soco no nariz dele, e um chute nas partes baixas. Todos estavam surpresos, pois não imaginavam que a morena era forte desse jeito. Quinn estava quase chorando. Rachel tinha dado praticamente uma surra em Karofsky, por ela. Tinha feito aquilo por elas, e ainda tinha chamado-a de 'minha garota'.

- Eu vou me vingar... - rosnou Karofsky, rosnando, deitado no chão, com o lábio cortado, e o nariz sangrando. - Você vai ver, sua vadia, eu vou quebrar a sua cara, e ainda vou acabar com a sua namorada sapa...

Ele levou uma pisada na cara, e logo estava se lamentando de novo.

Rachel o olhou com profundo desprezo.

- Você pode vir com tudo, Dave - disse ela, fria. - Você pode me bater, pode acabar comigo, mas se você mecher com a Quinn novamente, eu não vou ter pena de você como eu tive agora. Eu irei acabar com você, e irei te fazer perder qualquer tipo de masculinidade que você ainda tenha. Eu tenho pena e nojo de você, Karofsky. Você fica se escondendo nessa máscara de garoto durão, mas no fundo é só pra esconder o pateta inútil e miserável que você é. Eu tenho pena de você.

E saiu dali, puxando Quinn com ela, e todos gritaram um "aê, Berry!"

Quinn não conseguia acreditar ainda no que tinha acontecido. As palavras 'minha garota' ainda soavam em sua cabeça.

- Quinn, você está chorando? - perguntou Rachel, olhando pra loira, que deixava algumas lágrimas caírem. - Você sentiu pena do Dave?

- Não - disse Quinn, limpando as lágrimas. - Ninguém nunca fez isso por mim, Rach. Nem Puck, nem Finn... Todos os namorados que eu tive foram covardes. Mas o que você fez hoje, meu Deus, Rachel, eu tenho certeza de que te amo.

Rachel deu um sorriso, e acariciou o rosto da loira, limpando a outra lágrima que caiu.

- Eu te amo, Rach - falou Quinn. Rachel riu, e beijou o nariz da loira, e logo depois o cantinho de sua boca.

- E se você continuar falando desse jeito, eu acho que você vai me conquistar de vez - brincou Rachel. As duas riram.

Sem pensar, Rachel a puxou pra um abraço. Não é como se fosse o primeiro, mas havia uma intensidade enorme naquele abraço, que nenhuma das duas soube identificar. Amor. Isso era o que elas sentiam uma pela outra. Um amor puro e belo. Amor de verdade.

Assim que se soltaram, Rachel sorriu pra Quinn.

- Até as oito, Quinn - e saiu, pois o sinal tinha tocado.

Quinn deu um sorriso alegre, e colocou a mão na bochecha, como fazia, sempre que Rachel a beijava ali.

- Até - ela murmurou pra si mesma.

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De Noite...

Quinn estava sentada acomodada na sala dos Berry, conversando com Hiram e Leroy. Ambos eram muitos simpáticos, e não contagiosos e impuros, como seu pai lhe dizia. Na verdade, ela tinha gostado bastante deles.

- Então, você e a Rach já começaram a namorar? - perguntou Hiram, com um sorriso um pouco malicioso.

- Bom, não exatamente - falou Quinn, corando levemente. - Eu decidi conquistá-la primeiro. Afinal, não posso obrigá-la a gostar de mim, mas posso tentar fazer com que ela sinta algo.

- Isso é algo muito lindo - disse Leroy. - Nossa estrelinha adora romance. Você é realmente um anjo, Quinn.

- Obrigada, Sr. Berry - falou Quinn, sem graça, e encarando o chão, como se sua vida dependesse disso.

- To aqui - falou Rachel, descendo as escadas. Ela usava um vestido azul claro de seda, e usava um casaco branco por cima. Os cabelos estavam soltos, e lisos. Os lábios estavam pintados de rosa, e havia um brilho nos olhos da morena que Quinn não conseguia identificar.

- Você está linda - disse Quinn, corando logo em seguida. - Você é linda.

Rachel corou também, mas permitiu-se observar a loira.

Ela usava um vestido preto brilhoso, com um decote, não muito grande, mas que dava-lhe uma bela visão do paraíso. As pernas da loira eram bem bonitas de se ver. Quinn estava sexy.

- Você também está, e é, linda, Quinn - disse Rachel. - Então... Vamos?

- Claro - falou Quinn, pegando a bolsa. - Tchau, Srs. Berry - e foi andando com Rachel até a porta de saída.

Depois de mais despedidas, as duas foram entrando dentro do carro vermelho de Quinn, ambas com sorrisos tênues nos lábios.

Quinn não conseguia tirar os olhos das pernas torneadas de Rachel. A morena raramente mostrava as pernas, pois vivia usando meias 3/4, mas agora a loira conseguia ver porque Jesse, Finn, e Puck, e ela tinham se apaixonado pela morena encantadora.

Desde o que Rachel tinha feito por ela, Quinn só havia conseguido se apaixonar mais ainda pela Berry. Rachel realmente sabia ser amada, quando queria. E nesse momento, Quinn amava Rachel como nunca havia amado antes.

- Chegamos - anunciou Quinn, assim que chegaram na porta do cinema.

- Eu adoro Titanic - declarou Rachel, com os olhos brilhando. - É tão raro ele passar em cinemas. Sorte que a minha garota reservou um pra mim e pra ela, juntinhas.

Quinn sentiu os olhos brilharem novamente. Amava quando Rachel a chamava daquele jeito, embora só tivessem sido duas vezes, pra loira já significava muito.

As duas entraram no cinema, deram os ingressos, e compraram a pipoca.

- Aquele ali não é o Finn? - perguntou Quinn, franzindo os olhos, e enxergando um ponto alto, não muito longe dali.

Rachel olhou pra onde a loira olhava, e enxergou Finn Hudson, comprando um chocolate, com uma garota ruiva ao lado dele.

- É - disse Rachel, simplesmente. - É ele sim.

- Você não vai ficar brava? - perguntou Quinn, olhando pra baixo. Por que toda vez que tudo estava indo bem, Finn Hudson a atrapalhava?

- Claro que não - disse Rachel, normalmente. - A vida é dele, ele faz dela o que ele quiser. Eu não sinto mais absolutamente nada por ele.

Quinn deu um sorriso sonhador, e ela e Rachel trocaram um profundo olhar.

As duas foram se aproximando, e se aproximando, até que ouviram um pigarro, se viraram e deram de cara com o cara que ficava na porta da sala de cinema, ele estava vermelho.

- O Filme já está começando, senhoritas - disse ele.

Quinn e Rachel sorriram amarelo, e entraram na sala, envergonhadas.

Se sentaram numa das cadeiras da frente, e passaram o filme todinho juntas.

Na metade do filme, onde Rose se recusava a ir e deixar Jack lá, e ele a chamava de boba, e ela respondia "se você pula, eu pulo", Quinn enxugou uma lágrima que caiu, e olhou pro lado. Rachel estava explodindo em lágrimas, e limpava-as com as mãos, discretamente.

Quinn pegou um lençinho no seu bolso, e estendeu pra morena, que deu um belo sorriso, e enxugou as lágrimas.

Quando Jack já havia morrido, o cinema inteiro chorava, principalmente Rachel. Quinn já havia chorado tanto, que nem estava conseguindo mais encontrar lágrimas pra chorar. E então deu um longo bocejo, e levantou os braços. Sem perceber, um braço seu se apoiou ao redor de Rachel, como num abraço de lado. Ao perceber o que tinha feito, Quinn corou loucamente, e quando Rachel percebeu, ela já estava pronta pra retirar o braço, até que a diva deu um belo sorriso, e se aconchegou nos braços da loira. Quinn tinha um sorriso radiante no rosto.

E foi assim que passaram o resto do filme. Assistindo juntas, abraçadas, confortando uma à outra.

Quando o filme acabou, elas saíram da sala abraçadas, e com leves sorrisos nos lábios. Rachel tinha os olhos vermelhos, e os lábios de Quinn tremiam.

Entraram no carro, e foram dirigindo em profundo silêncio até a casa de Rachel.

Ao chegar, Quinn ligou a rádio, e passava a música do Ronettes, Be My Baby.

The Night we met

I knew I needed you so

And if I ever had the chance

I'd never let you go

As duas saíram do carro, levemente encabuladas, e se olharam.

- Entregue - disse Quinn, apertando a mão da morena.

- Boa noite, Quinn - sussurrou Rachel.

- Boa noite, Rach.

So won't you say you love me

I'll make you so proud of me

We'll make 'em turn their heads

Every place we go

So won't you please

As duas foram se aproximando. Rachel posicionou uma não no ombro de Quinn, enquanto a loira a puxava levemente pela cintura. Desta vez ninguém iria atrapalhá-las. Desta vez eram apenas elas.

Be my, be my baby

Be my little baby

My one and only baby

Say you'll be my darling

Be my, be my baby

Be my baby now

My one and only baby

E então, enfim, seus lábios se tocaram. Aconteceu uma explosão de sentimentos. Rachel e Quinn se sentiam nas nuvens. Nenhuma das duas nunca havia sentido aquilo através de um beijo.

I'll make you happy, baby

Just wait and see

For every kiss you give me

I'll give you three

Oh, since the day I saw you

I have been waiting for you

You know I will adore you

'Till eternity so won't you please

Quinn pediu passagem pra aprofundar o beijo, o que Rachel consentiu na mesma hora. Suas mãos seguravam a cintura da morena com jeito, e com força. As duas iam aprofundando e aprofundando o beijo. Não era um daqueles selinhos de filme americano, e sim um beijo digno de um beijo brasileiro.

Be my, be my baby

Be my little baby

My one and only baby

Say you'll be my darling

Be my, be my baby

Be my baby now

Aos poucos, as duas foram diminuindo o ritmo, e os lábios se separaram. Ambas ofegantes, e com os lábios vermelhos. Quinn recostou a testa na da morena. As duas acabaram encontrando o olhar, e começaram a rir.

My one and only baby.

- Eu te amo, Rachel - Quinn a beijou novamente, e logo entrou no carro, radiante.

Rachel colocou a mão nos lábios, enquanto observava o carro de Quinn tomar velocidade. Sentia-se tão feliz, tão completa. Porque o que ela sentia por Quinn já havia sido definido.

- Também te amo, Quinn Fabray - murmurou Rachel pra si mesma.

CONTINUA...