O dia já havia começado bom para Quinn Fabray. Seu plano de conquistar Rachel estava indo exatamente do jeito que ela planejava. Okay, o término rápido de Finn e Rachel não estava em seus planos, mas só tinha tornado aquilo melhor ainda.

Quinn sabia que Rachel estava começando a sentir alguma coisa por ela. E lutaria até o fim para que aquela coisa chegasse à ser chamada de amor. Quinn soube, no momento em que vira Rachel, que tinha algo de diferente na morena, ela não era como as outras meninas, mas ela estava tão perdida tentando ser alguém popular na época, que não deu à mínima pra diva, e lhe maltratava.

Mas agora era diferente. Quinn amava Rachel incondicionalmente, e queria muito que a diva de olhos castanhos sentisse o mesmo.

Por isso, agora ela caminhava pelos corredores do McKinley High, procurando por um ponto moreno e baixinho. Logo a visualizou. Ela estava mexendo no armário, pegando alguns livros. Deu um sorriso encantador na direção da diva, que notou que a loira se aproximava.

- Oi, Rach - falou Quinn, se aproximando mais da diva.

- Oi, Quinn - falou Rachel, dando um sorriso animado. Desde o passeio juntas no dia anterior, Quinn e Rachel já estavam se sentindo mais à vonate uma com a outra. - Quer me perguntar alguma coisa?

- O que você acha da gente ir ao cinema hoje à noite? - sugeriu Quinn, se apoiando sedutoramente nos armários. - Sabe, vai passar Titanic...

Rachel visualizou a loira mordendo o lábio, e segurou pra não beijá-la ali mesmo. Será que a Fabray não via o efeito que causava nela?

- Eu adoro Titanic - falou Rachel, abrindo um sorriso enorme. - Você me pega às oito?

- Com certeza, estarei lá às 19:59 - falou Quinn, com um sorriso sedutor. As duas riram. - A gente se vê, Rach.

E depositou um beijo de leve na bochecha da diva, porém demorado. O suficiente pra aspirar o perfume da morena, aquele belo cheiro de flores. Rachel já estava se acostumando com os formais beijos na bochecha dados por Quinn.

Aquele romantismo e aquela gentileza de Quinn já estavam deixando ela cada vez mais louca pela Fabray. Droga, ela queria tanto provar aqueles lábios.

Quinn também pensava assim, mas conhecia Rachel Berry. Sabia que ela adorava romance, e faria o possível pra que Rachel a amasse, e não tivesse apenas uma simples atração como ela teve por Noah Puckerman.

Quinn tirou os lábios da bochecha da Rachel, deu um sorriso de lado, e foi andando dali, com um sorriso brincando na boca.

Não demorou muito até a loira se deparar com Santana Lopez, que mantia os braços cruzados, e a velha expressão de que precisava ter 'A' conversa com alguém. Quinn sentiu imediatamente que esse alguém era ela.

- Precisamos conversar, Fabray - falou Santana, se aproximando, e com um tom sério.

- Sobre o que você quer conversar, Santana? - perguntou Quinn, sem parar de andar.

- O que está rolando entre você e o Hobbit? Eu não fiquei muito feliz com aquela sua declaração pra ela, afinal, eu ainda tenho certeza de que você vai acordar dessa sua ilusão de ter se apaixonado pela anã - falou Santana. Quinn sentiu o sangue gelar.

- Santana, primeiramente, o nome dela é Rachel. Então, se você não se importar, que tal chamá-la de Berry? - sugeriu Quinn, cruzando os braços também.

- Nossa, você tá gostando mesmo daquele projeto de... Tá, Berry - falou Santana, assim que Quinn a olhou severamente. - Quinn, o que te levou a se apaixonar por ela?

- Eu não sei, Santana - admitiu Quinn, dando um suspiro cansado, e colocando as mãos na cintura. - A gente não escolhe por quem se apaixona. Eu não posso fazer nada se meu coração escolheu ela.

- Por favor, recuso melação, Fabray - falou Santana com uma enorme careta. Quinn riu. - Olha, se você quer tanto conquistar o... A Berry - Quinn notou que Santana fez uma careta de dor por não poder xingar Rachel. - Eu acho que posso te dar umas dicas.

- Obrigada, Santana, mas eu já estou indo muito bem do jeito que estou - falou Quinn, olhando fundo nos olhos da latina.

- Quinn confiante, isso já é bom um sinal - Santana se aproximou. - Até onde vocês já foram?

- Bem, já passamos a tarde juntas, no parque, e ela já terminou com o Finn. Pra mim já é muito - falou Quinn, cruzando os braços novamente.

Santana começou a rir.

- Fabray, vocês ainda estão aí? Se fosse eu, já havia levado a garota pra cama - se gabou Santana.

- Ah, claro, porque você é você. Eu não quero apressar as coisas - declarou Quinn.

- Mas as vezes é preciso apressar, Quinn - Santana soltou um enorme suspiro. - Você e a Berry estão muito no romance. Você não acha que já tá na hora de mostrar pra ela que você sente mais do que apenas amor? Que tal mostrar que além disso, você também sente desejo?

Quinn olhou insegura pra Santana. É, ela realmente sentia um desejo enorme de beijar Rachel até se cansar, o que provavelmente nunca aconteceria. Ela queria arrancar as roupas de Rachel, e fazê-la ficar suada. Bem, colocando o pornô da cabeça de Quinn um pouco afastado, sim, ela desejava muito Rachel.

- Okay, Santana - respirou Quinn. - O que eu tenho que fazer?

- Primeiro, se vista de uma forma de que ela goste. Não daqueles vestidos de velhas que perderam a visão pra colocar roupas daquele jeito, e sim uma jaqueta comum, e um vestido preto decotado. Acredite, Fabray, ajuda muito - falou Santana, com um sorriso malicioso. - Vocês vão sair esta noite?

- Sim, vamos ao cinema, ver Titanic - falou Quinn, pronta pra rir.

Santana fechou a cara pra Quinn. Quinn já sabia que a amiga iria fazer isso, afinal, Santana era louca por Titanic, porque além disso, foi assistindo Titanic que rolou o primeiro beijo entre Santana e Brittany, além de que tinha sido o primeiro filme que Santana fora vista chorando, e demonstrando que tinha sentimentos.

- Okay - falou Santana, ainda fuzilando a loira. - Se vista dessa forma que eu falei, e durante o filme, levante os braços, como se estivesse se espreguiçando, e aproveite pra colocar um braço ao redor dela.

Quinn riu.

- Santana, isso é patético - falou.

- Patético é você ter se apaixonado pela Berry - falou Santana. - De qualquer jeito, como não posso te obrigar a usar lentes de contato, acho melhor você seguir meus conselhos. Afinal, quem melhor do que uma garota que já é experiente nisso?

Quinn olhou pra baixo. Okay, nessa ela tinha sido pega.

- Vamos ver, Lopez - falou Quinn. O sinal tocou. - Bem, vou indo pra aula. Química.

- E eu vou me encontrar com a Brittany no banheiro, pra... Você sabe... - disse a latina, maliciosa.

Quinn sentiu as bochechas avermelharem.

- Tá, entendi - falou dando um pigarreio sem graça. - Tchau, Santana.

- Tchau, Fabray.

Santana foi embora rindo. Na hora que se virou pra seguir em frente, Quinn sentiu um suco gelado ir direto pro seu rosto. Abriu a boca, chocada, e limpou os olhos.

- Isso é uma recado pra você e sua Berry, Fabray. Como sua filha se sente sabendo que a mão é sapatão? - perguntou Karofsky, compartilhando uma longa risada com Azímio.

Quinn olhou pra baixo, desanimada. Mesmo voltando a ser uma Cheerio, eles ainda a consideravam uma loser. Deu um suspiro triste, e foi andando até o banheiro, sentindo as lágrimas chegarem-lhe aos olhos.

Ao chegar lá, deu de cara com Rachel Berry, que passava brilho nos lábios, e assim que viu Quinn toda molhada, jogou o brilho de qualquer jeito na pia, e se virou pra garota.

- Quinn?! - exclamou Rachel, chocada. Ela foi correndo até a loira e a abraçou com força.

- Rach, você vai se melar - falou Quinn, tentando afastá-la. Não queria que Rachel a visse assim, frágil.

- Eu não me importo - falou Rachel. E então Quinn cedeu ao abraço, explodindo em lágrimas. - Me conta o que aconteceu, Quinn, por que você tá chorando?

E então Quinn contou pra ela. E se sentiu como da última vez que desabafou com a morena. Toda aquela dor de ter que entregar Beth pra Shelby voltara, assim que ela ouvira as palavras de Karofsky. Foi como levar um choque de realidade. E ela pensou em Beth. Como sua filha se sentiria, se ao crescer, descobrisse que sua mãe gostava de meninas? Que a mãe era gay?

Quando contou a Rachel, ela notou uma espécie de brilho cheio de fúria surgir no olhar da morena, e que os punhos dela estavam fechados, como se estivessem se controlando.

-... E foi isso - terminou Quinn, limpando as lágrimas. As duas estavam sentadas em cima de uma mesinha que havia no meio do banheiro feminino. Assim que terminou de ouvir a história da loira, Rachel se levantou, e foi andando com pressa em direção à algum lugar.

Sem pensar, Quinn se levantou e foi correndo atrás da morena, que andava com pressa.

- AONDE VOCÊ VAI, RACHEL?! - gritou Quinn, tentando acompanhar os passos da morena.

- Eu e Dave Karofsky vamos ter uma conversa - falou Rachel, andando ainda mais rápido.

Quinn arregalou os olhos.

Como assim Rachel iria enfrentar Karofsky?

CONTINUA...