Rachel se olhou no espelho. Ela e Quinn haviam marcado de ir juntas ao parque, pra ir dar uma volta, segundo à Fabray, Rachel queria tanto dizer pra Quinn que já havia sido conquistada por ela, mas Quinn teimava em lhe dar romance. E Rachel não discordaria em nada disso.

Ajeitou o vestido floral, e pegou um gloss rosa. Passou em cima dos lábios carnudos, e ajeitou o vestido. Ela estava tão linda naquelas roupas. Usava uma sapatilha branca, dessa vez sem as meias três-quartos. Estava totalmente confortável.

- Estrelinha - chamou uma voz já conhecida, abrindo a porta do quarto do Rachel. A morena se virou pra trás e deu de cara com o pai, Hiram. - A Srta. Fabray está lá embaixo te esperando...

- Ahh, ela chegou - falou Rachel, com um sorriso alegre no rosto. Quinn era pontual. Uma das coisas que elas tinham em comum. - Diga à ela que já estou descendo.

- Filha - Hiram se aproximou dela. - Não tem nada pra me contar? - Rachel ergueu a sobrancelha. - Sério, um dia, você e aquele grandão eram unha e carne, e você vivia falando mal de Quinn Fabray. Hoje, você e ela vão juntas ao parque pra ir dar uma volta, e você termina com o Finn?

- Pai, é uma coisa complicada - falou Rachel, olhando-o nos olhos. - Quinn gosta de mim. Não um gostar de amigos comuns, e sim um gostar mesmo. Algo que possa ser comparado à amor. Ela diz que é amor.

O pai dela fez um 'ah' com a boca, e sorriu.

- E você ama ela também?

Rachel sentiu as bochechas avermelharem. Não ia dizer que não estava sentindo nada por Quinn. Estava sentindo sim. Mas aquilo tinha sido tão repentino, que ela não conseguira identificar ainda o que sentia pela Fabray.

- Não sei, papai - falou Rachel, dando um suspiro cansado. - Isso... Aconteceu tão de repente, eu estou confusa. Mas eu gosto mesmo dela. De verdade.

Hiram deu um sorriso, e estendeu os braços pra filha. Rachel sorriu, e o abraçou fortemente. Ela realmente precisava de um colo agora. Estava tão confusa. Gostava de Quinn, mas ainda queria se matar por ter magoado Finn. Sim, ele já tinha magoado-a infinitas vezes, mas isso não era exatamente o fato. Finn terminara com ela porque estava confuso, e depois tentou reconquistá-la. Rachel tinha terminado com ele por causa de outro alguém. Uma garota. Ela não era menino, mas podia imaginar o tamanho da rejeição que ele deveria estar sentindo.

- Vamos descendo - falou o pai dela, soltando-a e conduzindo-a até a porta. - Você e a Quinn vão dar uma volta.

Rachel deu um sorriso alegre, e acompanhou o pai até chegarem na sala. Quinn estava sentada, conversando alegremente com Leroy. Rachel sentiu algo no seu ventre esquentar. Quinn estava linda!

Quer dizer, Quinn era linda, mas ela tinha conseguido se superar. Usava um vestido rosa esvoançante, e os cabelos estavam com alguns cachos nas pontas, e usava uma jaqueta jeans, em cima do vestido. Quinn estava perfeita. Quinn era perfeita.

- Oi - falou Rachel, se aproximando, toda tímida. Quinn ergueu os olhos verdes pra ela, e olhou-a de cima pra baixo.

Quinn nunca tinha imaginado como Rachel conseguia ser tão bonita. E aqueles olhos castanhos eram tão lindos. E os lábios, oh, tão beijáveis. Quinn teve que se segurar pra não ir até ela e beijá-la até cansar. Esse último provavelmente nunca aconteceria.

- Oi - falou Quinn, se levantando, ainda observando a morena. - Er... Vamos?

- Claro - falou Rachel, abrindo um belo sorriso. - Tchau pai, tchau pai. Nos vemos mais tarde...

- Tchau filha, juízo, hein? - falou Leroy, rindo. Quinn deu um sorriso e Rachel olhou pra baixo, corando.

- Okay, papis.

Depois de mais despedidas, logo ela e Quinn estavam indo em direção ao parque, andando. Rachel não sabia exatamente qual o propósito de andarem juntas, se pra isso ambas teriam de ficar caladas.

- Então... - murmurou Rachel, quebrando o silêncio. Quinn a olhou. - O que você planejou pra nós hoje à tarde?

- Bem, nós vamos ao parque - falou a Fabray com um sorriso engraçado no rosto. Rachel riu. - Sério, eu não tive muito tempo pra planejar. Podemos nos sentar na grama, e conversar, ou até podemos ir nos brinquedos. Tem uns que ainda nos aguentam...

Rachel soltou uma gargalhada escandalosa. Quinn sorriu, apaixonada. Ela amava totalmente quando Rachel ria daquele jeito. Seu coração acelerava à casa riso, sorriso, à cada respiração que a diva fazia.

- Eu amo isso - murmurou Quinn, pra ela. Rachel a olhou, confusa. - Amo o jeito que você ri. É tão encantador. Eu poderia ficar ouvindo sua risada por horas, que eu nunca me cansaria.

Rachel corou, e mordeu o lábio.

- Ah, que é isso, Quinn... - falou sem graça.

- Não estou mentindo - sentençiou Quinn. O silêncio de Rachel foi uma resposta de que o assunto estava encerrado. Quinn olhou pros lados, e viu o homem dos algodões. - Você gosta de algodão?

- Gosto - falou Rachel, abrindo um leve sorriso.

Quinn sorriu, e foi até o homem, comprar dois algodões.

Rachel não conseguia expressar o que estava sentindo. Quinn agindo daquele jeito estava sendo tão... Seduzente. Quinn estava seduzindo-a? Era isso?

Rachel então se sentou no banco e esperou Quinn chegar.

Soltou uma risadinha, enquanto a Fabray se aproximava, com dois algodões na mão.

- Toma - Quinn estendeu pra ela, se sentando na grama também. Ao pegar o doce, a mão de Rachel roçou na de Quinn. Ambas sentiram arrepios ao sentir aquele toque de mãos, e se olharam nos olhos. Quinn mordeu o lábio, fazendo com que Rachel tivesse vontade de beijá-la. Sim, ela queria beijar Quinn Fabray. Queria muito, estava necessitando daquilo agora. Os lábios das duas se aproximaram, e Rachel sentia um enorme frio na barriga, que aumentava cada vez mais. Foi quando sentiu uma enorme gota de água tocar no seu rosto, e abriu a boca num 'O'. Desviou o rosto e viu um garoto, totalmente vermelho, segurando um pote de água na mão, com uma espécie de palito. Ele andara soltando bolhas.

- Me... Me Desculpe - murmurou o garoto, gaguejando.

Quinn olhou pro garoto, ariada.

- Tudo bem - falou Quinn, tentando se manter calma. - Contanto que não repita...

O menino então saiu correndo.

Rachel estava chocada. Ela e Quinn quase tinham se beijado! Deus, ela quase tinha beijado Quinn Fabray.

Afinal, por que ela estava sentindo essa porcaria de sentimento? Ela nunca deveria ter aceitado ir àquele passeio com Quinn. Aquela que estava ao seu lado era Quinn Fabray, a loira líder de torcida, que vivia lhe jogando raspadinhas no rosto, e chamando-a de nomes.

- Você quer ir andar? - perguntou Quinn, olhando pra morena, que a encarou normalmente.

- Sim - falou Rachel, fria. - De preferência poderíamos ir andando até os brinquedos... Podemos dar uma olhada.

Quinn olhou pra baixo, e deu um suspiro triste.

Ela sabia exatamente porque Rachel tinha agido daquele jeito. Ela tinha percebido.

- Vamos - falou Quinn, estendendo a mão, mas Rachel a recusou e foi andando na frente, deixando uma Quinn Fabray tristonha.

Quando chegaram no local dos brinquedos, Rachel sentiu como se toda a sua infância tivesse voltado. Deu um sorriso animado, e foi andando até o balanço, e sentou-se nele. Não demorou pra notar que Quinn tinha se sentado no balanço ao lado.

Ficaram se balançando normalmente até que Quinn quebrou o silêncio.

- Rachel, eu sinto muito - falou ela. A morena olhou pra loira, confusa novamente. - Eu sei porque você ficou assim comigo. Olha, Rach, eu sinto muito por todas as coisas que eu te fiz. Eu era uma pessoa totalmente egoísta, e sem escrúpulos naquela época. Mas agora eu mudei. Eu quero provar que mudei. Mas eu preciso da sua ajuda pra isso.

Rachel olhou pra loira, e notou que os olhos verdes estavam marejados. Quinn estava quase chorando.

- Olha, Q...

- Não, me deixa terminar - falou Quinn, enxugando a lágrima que caiu, cortando o coração da morena. - Eu te magoei inúmeras vezes, com os apelidos, as raspadinhas, acredito que até com as minhas atitudes, mas quando eu olho pra trás, tudo que consigo sentir é culpa. Rachel, eu queria muito voltar no passado e mudar tudo isso que eu fiz com você. Você é uma das coisas mais importantes da minha vida. Eu não consigo viver sem você. Lamento ter demorado tanto pra perceber isso...

- Quinn... - Rachel tinha começado a chorar também.

- Quando estou do seu lado, Rachel... - cotou Quinn, deixando as lágrimas caírem. - Eu sinto coisas inexplicáveis. Eu te amo tanto e tanto, e quero muito que você saiba disso. Que você saiba o quanto você é importante pra mim. Que eu te aceito com todos os seus defeitos, e erros, e ainda assim te considero perfeita. Te amo mesmo, Rachel. E é por isso que eu sinto muito. Sinto muito se tudo que fiz dificulta o fato de você poder me amar.

- Não dificulta - falou Rachel, se aproximando. - Você está me conquistando, Quinn. Eu sei que é estranho eu e você, mas mesmo assim, eu gosto do que está acontecendo. Gosto mesmo.

Quinn deu um sorriso alegre, e encostou a testa na da morena.

- Saiba... - falou Rachel baixinho. - Eu também te aceito do mesmo jeito que você me aceita. Você é perfeita, Quinn Fabray.

Quinn sorriu.

Logo, as conversas foram fluindo. Rachel revelou que queria muito se tornar uma estrela da Broadway, e fazer três musicais. Quinn, um pocuo insegura, revelou que seu sonho era se tornar uma psicóloga bem sucedida. Aquilo foi como um choque de realidade pras duas. Elas tinham sonhos diferentes. Quinn queria continuar em Lima, já Rachel pretendia se muda pra NY assim que tudo acabasse. Poderiam esse sentimento passar por cima dos sonhos delas?

Quando o passeio acabou, já estava anoitecendo, Quinn levou a morena pra casa, e quando abriu a porta do carro, Quinn a acompanhou até a porta.

- Eu me diverti hoje - falou Rachel. - Foi o melhor encontro da minha vida.

Os lábios de Quinn se abriram num sorriso animado. Encontro? Ela e Rachel tinham tido um encontro?

- Eu também - falou Quinn. - Bem, boa noite, Rach. A gente se fala.

- Até amanhã. - Rachel se aproximou da loira, e lhe deu um leve beijo na bochecha. Tinha sido um simples beijo na bochecha, mas singificava muito pra ambas.

Quinn observou Rachel se afastando, e colocou uma mão na bochecha, zonza com o perfume da diva.

- Tchau - e foi pro carro, e logo o carro tinha tomado velocidade, estando longe dali.

Rachel deu um enorme suspiro, e passou a língua pelos lábios, sentindo o gosto da bochecha da loira. Aquele frio na barriga já estava se tornando recente.

Eu posso me acostumar com isso, pensou Rachel, abrindo um sorriso apaixonado.

CONTINUA...