The Scariest Reality escrita por Alter_Mann


Capítulo 7
Parte VII - Revelações




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Harry ficou paralisado. Não sabia o que dizer.

Rony e Hermione entraram na sala, cumprimentando a todos. Harry ainda estava em estado de choque.

“Hermione, doente?”

Por mais mórbido que aquilo parecia, ainda assim fazia um estranho sentido.

Hermione agora se erguia lentamente para sentar no sofá. Parecia fazer um esforço enorme, porém, não necessitava (ou não queria) ajuda alguma.

— Harry! — ela exclamou, com a voz quase sussurrada — Venha, sente-se aqui comigo.

Ele se levantou e foi até ela, sem jeito. Sentou-se do seu lado direito, onde podia olhar fundo nos olhos de Hermione.

Mesmo naquele estado de saúde deplorável, ela parecia imensamente corajosa e forte. Era o que seus olhos entregavam. Não havia nenhuma tristeza, lamentação ou aceitação.

— Você saiu faz pouco tempo do hospital, não? Válter e Petúnia nos contaram — ela o fitava — É ruim e difícil, não é?

Harry concordou com a cabeça.

—Você está certa, é complicado mesmo.

Hermione olhou para Harry, sentindo acanhamento.

— Querido, estou com muita sede... Será que você poderia...?

— Oh, mas é claro. Gostaria de água com ou sem gelo?

Hermione parecia muito envergonhada, por ter de pedir. Ela necessitava ser auto-suficiente.

— Sem, por favor.

Harry levantou-se e foi em direção à cozinha. Chegando à porta, ouviu um choro baixinho, e a voz grave de Rony embargada pelas lágrimas.

— O doutor disse que... Desta vez, não há nada que resolva.

Harry ouviu Tia Petúnia chorando também. Resolveu continuar escutando.

— É inoperável, ele disse... E que ela não têm nem um mês...

— Oh, Rony... — disse Válter, o abraçando.

Harry arregalou os olhos. Não conseguia acreditar no que estava ouvindo. Hermione tinha algum tipo de tumor. Não, isto não era certo.

“Por quê?”

— Mas antes — Tia Petúnia falava agora — que ela teve o tumor no cérebro, a quimioterapia resolveu...

— Sim, mas agora — Rony falava novamente — parece que a metástase atingiu uma glândula importante...

Harry não tinha percebido que estava respirando fundo. Sem pensar mais, bateu na porta da cozinha e entrou.

— Hermione está com sede... — disse, sob o olhar espantado de todos.

— Harry! Você ouviu...? — perguntou Tio Válter.

— Sim, ouvi. — respondeu. Mas definitivamente, não estava com vontade de conversar sobre isso agora.

Todos ficaram em silêncio.

Encheu o copo com água e saiu do lugar, sem falar mais nada.

Sentou-se novamente do lado de Hermione, lhe entregando o copo com água.

— Obrigada, querido.

É verdade, ele não a conhecia direito. Mas, dissessem o que dissessem, aquela era Hermione. Sua amiga.

Harry engoliu em seco.

Hermione percebeu que Harry parecia desconfortável.

— Aconteceu alguma coisa, Harry?

Ele a olhou. Ela era tão linda. Mesmo anos depois, Harry se lembraria de Hermione sentada ali, olhando para ele, parecendo tão vulnerável.

— Não... Não aconteceu nada.

Hermione sorriu.

— Você sabe que o meu estado é grave.

Harry a olhou, espantado. Não era uma pergunta, e sim uma afirmação.

— Sim, eu sei. Eu os ouvi conversando na cozinha.

— Ah, então foi isso. Mas não se preocupe Harry. Tudo está sob controle.

Ele sabia que aquilo não era verdade. Não havia nada sob controle. Ele tornou a engolir em seco.

— Eu conheci os seus pais, sabia?

Harry se virou para ela.

— Não, não sabia.

Hermione continuou a falar.

— Muito pouco, é verdade. Aliás, nos vimos apenas uma vez, e faz tanto tempo...

Harry ouviu Tia Petúnia falando da sala:

— Harry, Hermione, o almoço está pronto!

Ele olhou para Hermione e hesitou.

— Você quer que eu a...?

— Ajude? — exclamou Hermione, com a voz levemente amargurada. — Não, claro que não. Não é preciso.

Harry não parecia muito certo disso, mas ela sim.

Diferente do que esperava, o almoço foi muito tranqüilo e alegre. Todos deram risada e não falaram em hospitais ou em doenças nem uma vez.

Rony e Hermione, convidados por Tia Petúnia, ficaram também para o chá das cinco. Quando era mais ou menos sete da noite, foram embora.

— Até logo, Harry. — exclamara Hermione — foi muito bom conhecer você.

— O mesmo digo eu, Harry! — dissera Rony — vamos nos encontrar muito por aí!

Harry ficou pensando em Rony e Hermione. Voltara para o seu quarto, onde desenhava e escrevia sem parar.

Por algum motivo, cada frase que escrevia não parecia certa. Faltava algo. Mas Harry não sabia exatamente o quê.

Ele começou a ficar com sono. Despediu-se de seus tios e primo, e deitou na cama, com a cabeça ainda em Rony e Hermione.

Fechou os olhos e, mesmo sem querer, a magia tomou conta de sua mente.

“Você é um bruxo, Harry.”

“Sonserina não, Sonserina não!”

Abriu os olhos. O barulho na sua cabeça parou.

Quando conseguiu dormir, sonhou com Hogwarts.


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