The Scariest Reality escrita por Alter_Mann


Capítulo 6
Parte VI - Família Dursley




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Conforme os dias foram passando, a melhora de Harry foi ficando cada vez mais evidente. Suas pernas já lhe obedeciam, embora ele mancasse um pouco. Seu rosto não era mais pálido, tornara-se uma cor viva e saudável. Durante uma semana, Harry continuou no hospital, sob os cuidados de enfermeiros e médicos, embora não fosse totalmente necessário.

Ao término da semana, os Dursley estavam animados, pois Harry iria finalmente morar com eles. Harry estava nervoso, mas animado também.

Antes de sair do hospital, o diretor o abraçou. Disse que sempre o visitaria, e que tinha imensa consideração por Harry. Tom disse aquilo com um aperto na garganta.

Snape tinha se assegurado de que Harry teria consulta três vezes por semana, na parte da tarde. Tinha se convencido da recuperação física de Harry, porém não da psicológica.

Harry sabia que o psiquiatra estava certo. De vez em quando, sentia uma vontade intensa de chorar, mesclado de uma tristeza e saudade do seu antigo mundo. Sabia que aquilo não iria se curar sozinho, ao menos que ele quisesse.

Chegando à casa dos Dursley, Harry se surpreendeu. Não era o que imaginava. Era uma casa simples, pequena, com poucos cômodos. Era bege por fora e por dentro. Havia carpetes por toda a casa, decorada com parcimônia com alguns tapetes e retratos de família. Harry percebeu que eles tinham arrumado a casa inteira e o quarto, para Harry. Não deixou de se sentir desconfortável, por ter imaginado que os Dursley eram pessoas tão horríveis quanto a sua mente havia criado.

— Harry, querido — disse Petúnia — seu quarto está arrumado, se você quiser descansar um pouco, ou dormir. Se precisar de algo, nos chame.

Ela sorria. O seu tio e seu primo também.

Harry decidiu subir para o quarto.

Uma cama arrumada com um lençol azul-escuro, um espelho, um guarda-roupa e uma escrivaninha formavam um dormitório simples, mas extremamente aconchegante. Havia também, Harry notou depois, um pequeno retrato em cima da escrivaninha. Era um casal, e parecia feliz. Eles seguravam um bebê rosado, que também parecia se divertir.

O homem tinha o cabelo comprido penteado para trás, de cor castanho escuro. Seus olhos eram pretos, e brilhavam. Vestia um suéter e uma calça preta, e um cachecol verde pendia do lado direito de seu ombro. A mulher usava os cabelos soltos, que eram de um vermelho intenso, e os olhos eram verdes. Usava um vestido azul simples, mas parecia deslumbrante nele.

Ele segurou o retrato com as mãos, enquanto sentava na beirada da cama, e ficou surpreso por admitir que não ligasse que a foto não se movia. Ele não se importava. Sentiu as lágrimas queimando os olhos.

Tia Petúnia entrara em seu quarto, silenciosamente. Ela colocou o braço em seu ombro, e disse, num sussurro semi-audível:

— Eles te amavam, Harry.

Numa voz embargada e desgostosa, Harry respondeu:

— Eu sei.

Tia Petúnia tirou a mão do ombro de Harry.

— Vou deixar você sozinho pelo tempo que precisar.

Ela saiu, fechando a porta.

Harry se levantou. Do lado do guarda roupa havia um espelho grande.

Parou em frente ao espelho.

Encarou-se por um momento. Olhava o seu rosto, não mais estranho para ele, e em seguida fechava os olhos. Via o garoto de óculos e com uma cicatriz na testa, e sorria.

“O que eu veria no espelho de Ojesed?”

Fechava os olhos. Magia.

Abria os olhos. Realidade.

“Eu poderia me ver como O Menino Que Sobreviveu, talvez...”

— Nunca me esquecerei de quem sou — falou Harry em voz baixa.

Harry dormiu um sono tranqüilo e calmante. Sem pesadelos, sem sobressaltos, sem sonhos... Acordou com a brisa da manhã batendo de leve no seu rosto, por causa da janela que esquecera aberta. Os Dursley já tinham acordado, e o cheiro de café fresco inundava a casa.

— Bom dia, Harry — exclamaram.

Harry se sentou numa cadeira previamente preparada para ele. As panquecas e torradas já estavam prontas, exalando um cheiro delicioso.

Petúnia se adiantou para ele, falando:

— Hoje virão aqui dois amigos da família, que sempre te visitaram quando você estava no hospital — disse. — Rony e Hermione.

Harry tossiu, quase se engasgando com a torrada presa na garganta.

— Rony e Hermione? — perguntou ele.

— Sim, eles virão para o almoço — comentou Tia Petúnia despreocupada.

Terminando o café da manhã, Harry subiu para o quarto. Precisava pensar um pouco, refrescar a sua mente agitada.

Para isso, pegou caneta e papéis, e começou a escrever.

“Quando eu era um bebê, Voldemort matou os meus pais e tentou me matar...”

Riscou a frase.

“Descobri que era um bruxo aos onze anos, antes disso vivia com os meus tios...”

Riscou novamente.

Era muito difícil escrever. Sua letra saía quase incompreensível, e ele não tinha muita noção das palavras necessárias para fazer fluir sua história. Estava nervoso com o fato de se encontrar com Rony e Hermione, e isso piorava sua situação.

Ele não percebeu a hora, que correu depressa. Fazia desenhos, escrevia, riscava frases, fazia linhas do tempo, comparações e listas. Quando se deu conta, já eram quase duas da tarde, e ouviu Tia Petúnia o chamando para baixo.

Desceu, e resolveu esperá-los na sala. Tia Petúnia também estava lá.

— Tia Petúnia — perguntou Harry — você disse que eles são amigos da família. Onde se conheceram?

— Nos conhecemos no hospital — respondeu. — Não é uma história muito bonita, acredite, mas...

Nesse momento, a campainha tocou, e Tia Petúnia colocou-se de pé.

— São eles — exclamou — Você pode perguntar para eles, enquanto preparo o almoço. Seria ótimo que vocês se conhecerem.

Tia Petúnia abriu a porta. Harry se espantou com o que viu.

Rony era extremamente baixo e magro. Seus cabelos eram castanhos, e usava um tipo de sobretudo que quase arrastava no chão. Ele arrastava uma cadeira de rodas, onde Hermione estava sentada.

Hermione.

Harry teve que se segurar para não soltar um lamento. Ela era muito, muito magra, sua pele parecia desbotada e seus cabelos estavam rareando e perdendo a cor. Vestia um vestido simples, e seu rosto parecia emanar felicidade.

— Finalmente — exclamou, com a voz fraca — Olá, Harry.


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