Quem disse que eu consegui dormir depois do que fiz?

Eu realmente não estava me sentindo confortável ou muito menos feliz pelo contrário, eu me senti completamente deprimida.

Quis chorar, mas eu não merecia. Eu quis fazer isso, Luka não me forçou a nada...

Na verdade, eu estava me sentindo a maior cachorra do mundo!

Era como se eu traísse Raoni, coisa que eu na fiz, mas eu nem conseguia sequer olhar em direção a Luka que dormia ao meu lado.

Levantei decidida.

Já chega dessa brincadeira idiota!

Eu não o amo e mesmo que Raoni não mereça e seja bem provável que não me queira ver nem pintada de ouro e cravejada de diamantes, eu sou perdidamente apaixonada por ele.

 Juntei minhas coisas e me vesti.

Fiquei olhando para Luka, o que eu faria com ele?

Achei que deveria ao menos acordá-lo, né?

-Ãh? – Ele falou grogue, mas quando me viu, ele deu um pulo – Você tá indo a onde?

-Pra casa. – Falei indo até a porta.

-Por quê? – Ele perguntou confuso.

 -Por que eu não quero mais fingir. – Falei angustiada. – Tô cansada de pensar somente nos outros e me esquecer de mim! Eu não te amo, não vou esquecer Raoni nem com toda força de vontade do mundo.

-Mas e o que aconteceu entre nós?

-Esqueça. Aquilo foi apenas sexo, foi um ato tão oco que agora estou me sentindo tão mal que até lhe desculpas por te usar assim.

-Eu não acho que você me usou tanto quanto eu usei você. – Ele falou tão indiferente, que eu precisei de um minuto.

-Como é que é? – Eu só poderia ter entendido errado.

-Não se faça de ofendida, tá? –Ele falou cínico, levantando-se e amarrando o lençol na cintura – Você me fez de muleta e eu não estou reclamando, então não reclame de ser apenas um meio de eu conseguir o que eu quero.

-Mas que diabos você quer? – Perguntei confusa.

-Vingança.

Engoli a seco.

-Mas você disse que iria esquecer essa droga de vingança... – Pareci tão infantil agora que não me surpreendi quando ele riu, ou melhor, gargalhou.

-Garota, você é tão tolinha que eu realmente tive pena de você. – Ele alisou o meu rosto – Você é tão esperta para algumas coisas e é uma delicia na cama, mas...

Ele teve que calar a boca depois do belo tapa que eu dei em seu rosto.

-Sua vadia! – Ele gritou, com o sangue escorrendo da sua boca.

-Nunca mais fale assim comigo! –Ruminei.

-Eu falo do jeito que eu quiser! – Ele falou autoritário pegando meu braço. – Você é minha agora, e eu faço o que eu bem entender com você.    

    E me jogou na cama com violência, fazendo-a quebrar.

Estava tão ultrajada que não consegui me mover, ele estava tão furioso que eu não vou mentir em dizer que não estava com muito medo do seu olhar.

Ele se deitou sobre mim e começou a me beijar, o gosto do seu sangue invadiu a minha boca e eu fiquei nauseada. Tentei fazê-lo parar e tirá-lo de cima de mim, mas Deus como ele era forte!

Por mais que eu o empurrasse, ele me apertava mais, por mais eu o rejeitasse, ele me beijava mais fervorosamente.

Tentei usar o meu poder contra ele, mas foi completamente inútil, pois ele usou o dele para reverter o meu.

-Me larga! – Gritei.

-Só depois de eu ter o que eu quero.

 -Por favor... – Pedi, quando eu percebi que eu não conseguiria nada na marra.

-Não. –Falou completamente decidido.

-Eu não te quero.

-Eu não me importo.

-Por favor.

-Não insiste!

Eu não sabia mais o que fazer para fazê-lo desistir de mim, quando eu tive uma grande idéia.

-Eu te ajudo.

-O quê? –Ele até parou para me olhar.

-Eu te ajudo nesse plano que você quer tanto. – Expliquei. – Sei que serei de extrema ajuda pra você, se quer tanto derrubar Raoni.

-Interessante, mas o quê você tem em mente?

-Eu sou, tecnicamente, o amor da vida dele há quinhentos anos, né?

Ele assentiu.

-Então, ele fará qualquer coisa por mim, se assim eu pedir. –Falei simples.

 -Claro! – Ele pulou da cama e colocando champangne em duas taças de cristal – Você será uma ótima aliada se eu quero destruir aquele infeliz para sempre.

Assenti aceitando a bebida.

Até que uma bebida seria uma boa agora, mas preferia que fosse uma beeem mais forte.

-Não é que você foi uma boa requisição? –Falou como se vangloriasse por cada palavra que saía daquela boca – A nossa parceria! 

E bateu na minha taça, fazendo um tilintar insuportável.

Depois me beijou com sofreguidão.

- Deus, por que eu não te conheci antes? – Perguntou retórico.

-Talvez por que só agora você mereça. –Falei fingindo entusiasmo.

  Ele assentiu vagarosamente.

Ele fez com que eu o abraçasse, eu apenas fiz por que não queria contrariá-lo. Minha mãe sempre me disse para nunca contrariar um maluco.

-Então, como você fez para Perséfone se apaixonar por você? – Falei tentando parecer admirada.

-Ela é tão vaidosa que foi só fazer alguns elogios pra ela e dar uns beijinhos nela e pronto. –E segurou minha mão.  – Ela já estava comendo na minha mão.

-Bom, você é bastante inteligente. – Disse me fazendo de ludibriada.

-Eu sou? –Ele falou completamente lisonjeiro.

-Aham. Muito.

 Seus olhos até brilharam. Seu ego estava extremamente inflado, que se eu tivesse uma agulha eu poderia até estourá-lo. Ele dizia que Perséfone era vaidosa, mas ele era cem vezes mais.

Percebi que se eu o elogiasse mais o faria me contar tudo o que eu quisesse.

-Sabe, andei pensando... – Ele começou a me contar o que faria com Raoni.

Quem é a tolinha agora, hein?