Gente, que Resort era esse?!

Parecia que a Disney e algum dono de um hotel mega luxuoso e afrodisíaco do Caribe fizeram uma parceria e o fizeram. Pois, parecia que aqui davam uma amostra, nem um pouco grátis, de como é o paraíso.

Ficamos na suíte nupcial, lógico. Mas tinha que ser tão parecido com um quarto de motel?! Tinha espelhos do piso ao teto e uma cama em forma de coração.

Depois de três horas sentada no helicóptero o que eu mais queria era dar um pulo naquela gigante jacuzzi que eu vi no banheiro enquanto Luka fazia aquela besteira de me carregar.

Eu não sabia se ficava encarando Luka ou ia para o banheiro e me trancava no banheiro nas próximas duas semanas.

Hum... A segunda opção me pareceu tão boa...

Mas quem disse que eu consegui me mover? Eu estava tão nervosa que eu devia estar parecendo uma louca de pedra o encarando sem parar.

-Quer uma bebida? – Ele me ofereceu.

-Não, bebi naquela noite o bastante para minha vida toda. –Franzi o nariz.

Ele esboçou um sorriso.

-Quer fazer o quê então? –Ele me perguntou.

Fugir. Trancar-me no banheiro e me fingir de morta. Tudo isso passou pela minha cabeça, mas a única coisa que eu disse foi um sonoro:

-Nada.

Ele ergueu uma sobrancelha, mas assentiu.

Foi até a varanda e se sentou na espreguiçadeira, depois me chamou com um dedo.

-Que tal fazermos nada juntos?

Suspirei de alivio, isso eu podia fazer.

Sentei-me ao teu lado, no braço do assento e contemplei a linda paisagem, era realmente impressionante.

Nem percebi quando ele pôs a mão na minha cintura e me puxou para si, fazendo sentar-me em teu colo. Isso sempre me fazia parecer uma criança... Era bom.

Ele lentamente foi inclinando o meu corpo, até que eu estava deitada em cima dele. Encostei minha cabeça na sua clavícula e respirei fundo fechando os olhos.

Era tão confortável estar em seus braços... Luka parecia ter o corpo totalmente anatômico ao meu, pois nos encaixávamos perfeitamente.

Ficamos ali por horas, até eu pegar no sono.

Senti ser colocada gentilmente na cama, mas ao sentir o vazio que fazia sem ter o corpo dele colado ao meu, abracei-lhe.

-Não vai, não.

-Para onde mais eu iria? – Ele sorriu.

Deitamos juntinhos e dormimos abraçados.

O dia inteiro.

Pelo menos, eu sim.

Acordei assustada, primeiro por que eu não lembrava onde eu estava e depois que a demência passou, veio a surpresa por já está de noite e sozinha no quarto.

 Levantei cambaleante e andei até o banheiro, lavei o rosto. Prendi meu cabelo num rabo de cabelo mal feito e vesti alguma coisa mais confortável do que aquele vestido de noiva.

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Achei um bilhete com uma caligrafia bem elegante.

“Fui dar um pulo na piscina, se quiser me encontrar vou adorar, beijo. Seu marido”

Percebi que isso não era um pedido, por isso fui andando vagarosamente até o térreo, onde Luka estava submerso na água, por muuito tempo.

Fiquei preocupada. Será que mal casei fiquei viúva?

O pior é que ele não subia, mesmo ouvindo meus passos ele continuava imerso naquela piscina.

-Luka! –Gritei correndo até a beirada.

A água se mexeu e ele nadou até a superfície, sentei aliviada colocando os meus pés dentro d’água.    

-Merda Luka, quer me matar de susto?! – Falei chutando uma bola de água que o acerou em cheio.

Ele gargalhou.

-Às vezes você esquece que eu tenho afinidades iguais a você, não é? – Ele nadou até mim.

-É, né? – Murmurei.

Ele pôs as mãos ao meu redor e me fitou bem nos olhos, eu sabia o que viria a seguir, não me pergunte como, eu só sabia.

Ele puxou meu rosto para que pudesse colar seus lábios aos meus. Seu corpo pingava, molhando toda minha roupa.

-Você vai encharcar minha roupa! – Reclamei, mais para ter um motivo para parar de beijá-lo do que por que eu me importava com minha roupa, eu realmente não ligava que ela ficasse completamente molhada.

-Se nós tirarmos, ela não vai molhar. – Ele sussurrou desamarrando minha camisa de flanela.

Engoli em seco.

Pensa rápido Naara, pensa rápido!

-E s-se alguém nos ver? – Perguntei agoniada.

Ele sorriu.

-Eu não reservei apenas o nosso quarto, mas como o hotel inteiro.

-Por quê?!

Ele deu de ombros.

-Quero privacidade com você. – Falou com desinteresse.

-L-Luka, eu tô com medo. –Gemi.

Ele me olhou profundamente nos olhos, como se tentasse vasculhar o que estava acontecendo na minha mente.

 Eu desviei o olhar.

-Eu não gosto que você me olhe assim. – Falei olhando o longe.

-Você está com medo de quê? – Ele me perguntou confuso.

-De me apaixonar por você! –Eu praticamente gritei, uma lagrima caiu do meu rosto.

Ele sorriu e depois puxou meu rosto para que eu o encarasse.

-E qual é o problema, linda? Eu sou seu marido, não é uma coisa tão ruim assim...

-Eu não quero me machucar de novo. –Choraminguei - Pra mim, era Deus e meus pais no céu e Raoni na Terra. Agora olha como nós estamos?

-Eu não sou ele. – Ele falou seco.

-Eu sei, por isso que eu não quero me envolver com você ou te usar como lenço para minhas lágrimas.

- E se eu quiser ser esse lenço?

Eu o olhei, surpresa.

- Não acho justo. –Falei resignada.

-Por que não? Eu sei que posso fazer você esquecer esse imbecil assim – E estalou os dedos.

-Nossa! Como você é convencido...

-Quer pagar para ver? – Falou me provocando.

-Eu duvido que você consiga. – Falei categórica. – Eu sou um espelho quebrado, jamais voltarei a ser como era antes.

Ele me deu um selinho.

-Mas podemos fazer com que se transforme em outra coisa, não é? – Falou alisando meu rosto. – Agora...

-Agora? – Perguntei desentendida.

Ele puxou o meu quadril fazendo-me mergulhar com roupa e tudo.

-Ah é guerra?! – E juntei uma bela de uma onda, digna do Havaí, que o atingiu o fazendo parar lá do outro lado.

-Vai ter troco! – E fez um tsunami inteiro cair na minha cabeça.

Ficamos até tarde naquela guerra de água, até que eu cansei. Fomos para o nosso quarto e me tranquei no banheiro, secando-me e me enrolando numa toalha intensamente branca.

Saí e o encontrei num roupão de banho com o cabelo molhado penteado para trás, deitado na cama assistindo TV, um desenho japonês.

 Ele me olhou e sorriu gentil.

-Acabou de começar, quer assistir? – Perguntou-me.

-Luka, eu acho que tomei uma decisão sobre nós... – Comecei hesitante, eu ainda mão estava cem por cento certa do que eu estava fazendo.

Ele até desligou a televisão para me ouvir atentamente.

-Que seria...? – Ele perguntou curioso, me incentivando.

-Luka... – E deixei a toalha cair no chão – Faça-me esquecer de Raoni. – Falei decidida, enquanto ele me encarava pasmo.