Aurora Boreal escrita por AnebellaCullen


Capítulo 2
Nova Vida


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Venho aqui com o primeiro capitulo!
Espero que gostem!



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Olhei para a porta na minha frente e bati, suspirando pesadamente e fazendo uma careta - Mamãe havia pedido para que eu viesse visitá-la. Ao que parece, ela estava doente e o namorado dela não estava dando conta de cuidar dela sozinho. No fim, só sobrava eu e tive que largar os preparativos da minha festa de noivado e deixar um noivo muito chateado pra trás, mas tinha que ajudar minha mãe.

-Jodi querida! Que bom que veio! - Minha mãe apareceu na porta com um sorriso enorme e me puxou para um abraço estranho, como se estivesse sem me ver há anos e não dias.

-Mamãe! A senhora deveria estar repousando na sua cama! -Ralhei preocupada. Ela olhou nervosamente pro outro lado, mordendo o lábio inferior.

-Entre, por favor. - Ela pediu de um jeito formal demais, que me deixou ainda mais desconfiada.

Entrei na familiar casa e fiquei surpresa ao perceber mais três pessoas sentadas no sofá da sala, ambos com o mesmo semblante ansioso.

-Mamãe, o que está havendo? - Perguntei confusa. Estava começando a ficar zangada com essa situação misteriosa.

Um dos homens que estavam sentados no sofá levantou e veio até mim devagar, não querendo me assustar, eu acho. Eu não gostei e dei um passo pra trás, mantendo distancia entre nós. Encarei minha mãe, perguntando sem palavras a ela o que diabos estava acontecendo ali. Ela apenas me deu um sorriso encorajador. Eu nunca tinha visto minha mãe sorrir tanto e tão frequentemente, então, seja lá o que estiver acontecendo aqui, deve ser bom, não é?

Voltei novamente meu olhar para o homem na minha frente e percebi que ele agora segurava um spray estranho e apontava pro meu rosto. Não houve tempo para pensar, fugir ou lutar contra: o homem borrifou o spray e tudo começou a apagar.

-Luz do sol através do gelo? - Uma voz calma ressoou nesses ouvidos. Meus ouvidos.

Tentei abrir os olhos, ávida por ver por mim mesma o meu novo lar, o planeta terra. Havia ouvido falar muito bem de tudo por aqui e estava muito ansiosa para conhecê-lo, mas não encontrava o modo de abrir meus novos olhos. Procurei por ajuda na mente da minha hospedeira, que ainda estava concentrada em seus últimos minutos, o sentimento de medo ainda era vívido.

Repassei as principais memórias, tentando me situar: Lembrei da minha casa em Portland, do rosto amável e sério da minha mãe ainda humana e hoje como alma e do rosto jovial do namorado dela. Então, com uma sensação de frio na barriga, um novo rosto masculino.

Era lindo.

Certo, eu não sabia direito o que era considerado belo entre esses seres humanos tão parecidos, mas eu podia afirmar que certamente aquele era lindo. Kyle O'Shea. Meu estômago contraiu e meu coração acelerou ao lembrar dele. Será que essa hospedeira estava doente?

-Acho que está sendo um começo difícil para ela. Olhem só como os batimentos dela estão acelerados! Me dê o corta-dor, por favor, Nascer do sol .- A voz que antes me chamava calmamente, agora estava exaltada e ansiosa.

Não, eu tinha memorias de como era sentir dor, e com certeza não era nada parecido com o que eu sentia agora.

-Tente usar o acordar. - Outra voz aconselhou. Logo, um novo cheiro adentrou minhas narinas. Grapefruit. Meu novo cérebro começou a trabalhar bem mais rápido e eu soube como abrir meus olhos.

Inicialmente, a luz me cegou, mas com o tempo meus olhos se acostumaram: Tudo era tão novo e detalhado nesse mundo! Eu estava em um lugar muito claro e aberto, algo como um.. Hospital?

-Você está bem? - Perguntou o homem que me chamou inicialmente. Para os padrões humanos, ele deveria ser bem bonito: Alto, cabelos ruivos e olhos azuis. Mas não a cor de olhos certa, o azul de Kyle é bem mais bonito. Por quê estou pensando nisso?

-Estou, obrigada. - Falei sorrindo de modo simpático, notando que as mesmas pessoas que estavam na casa da mãe de Jodi também estavam aqui. Tentei reprimir os resquícios de medo da minha hospedeira.

-Ficamos satisfeitos que esteja tudo certo. Meu nome é Logan. - O tal homem, provavelmente um curandeiro, se apresentou.

-Meu nome é Luz do sol através do gelo, como já sabem. É um enorme prazer conhecê-los. - Respondi sorrindo para todos. Me contrariei um pouco ao perceber como meu nome soava nessa língua humana. No meu ultimo planeta, era bem mais bonito.

-Meu nome é Melodia do céu, mas me chamam de Melody aqui.- Minha mãe, quer dizer, a mãe de Jodi falou com seu tom sempre amável. Depois, se aproximou mais da cama onde eu estava e pegou minha mão. - Querida, você deve saber que a minha e a sua hospedeiras eram mãe e filha. Gostaria que viesse morar conosco, se assim desejar. - Ela pediu sorrindo esperançosa. Sorri de volta.

-Iria adorar! - Respondi entusiasmada. Ficar com ela seria perfeito, quer dizer, não tão perfeito assim, precisava de mais alguém. Quando pensava em viver nesse planeta, sempre era com a imagem do noivo de Jodi no lado, acho que a culpa era dessas emoções tão fortes.

-O que houve? Parece triste, querida! - Minha mãe perguntou preocupada.

-Estou com saudades, eu acho. - Falei confusa e todos no quarto pareceram surpresos. - Seria possível encontrar Kyle, o noivo da minha hospedeira?

-Ah, querida! Entendemos. Claro que sim! Logo ele será um de nós também e vocês ficarão juntos, certo?- Minha mãe me disse e eu sorri. Tudo seria perfeito!

Mal imaginava o quanto as coisas mudariam com o tempo...

Seis anos se passaram voando, os dias mal se diferenciavam. Eu estava cada vez mais triste, mas tentava não demostrar isso para não preocupar Melody. Minhas esperanças de encontrar Kyle minguavam a cada dia – Doía pensar nisso, mas era bem provável que ele estivesse morto. Mesmo sem nunca tê-lo realmente conhecido, eu sentia muita saudade dele e isso acabava comigo. Todos o dias acordava e seguia minha rotina, mas me sentia insegura, incompleta. Às vezes, me pegava desejando estar com Kyle, onde quer que ele estivesse e isso era errado. Eu não deveria querer estar com um humano.

Tenho, vergonhosamente, que ir ao meu confortador com frequência – Tudo o que ele consegue pra me fazer sentir melhor é me dar ânimo dizendo que logo vão achar Kyle e inserir nele uma alma, aí ficaríamos juntos – Não posso dizer que essa ideia me deixavam exatamente feliz: o que eu ansiava era por Kyle, com seus defeitos e qualidades.

Minha nova família e amigos, me aconselhavam a desistir de Kyle e procurar um novo companheiro. Eu tentei, juro que tentei, mas não existia mais ninguém com quem eu quisesse estar e isso estava me preocupando. Será que isso vinha da minha hospedeira ou de mim?

Deitada na minha cama, no meio da madrugada, tentava achar uma solução para o meu problema, foi nesse dia que tudo mudou.




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Notas finais do capítulo

Espero q gostem!
Ah, proximo capitulo teremos a chegada triunfal de uma certa pessoa... ^^
Bjos e obrigada por ler!



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