Secret Girl escrita por lubizinha


Capítulo 8
Capítulo 7 - Strike


Notas iniciais do capítulo

"Olá gente,
Eu gostei de escrever esse capítulo então espero que gostem também. Espero que não achem muito surreal assim sabe, porque se acharem podem falar. Então boa leitura.
Secret Girl"



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Ele segurou minha mão e saímos andando, ele dizia coisas fofas no meu ouvido. As pessoas olhavam para nós nem conseguindo acreditar, mas ele não ligava. Entrelaçou os seus dedos com os meus e me puxou para me beijar. Estávamos centímetros de distância um do outro.

– Triiiiiiiiiiiiim. – me levanto assustada. Bufo de raiva e desligo o despertador. Esfreguei meus olhos, na melhor parte do sonho eu tinha que acordar. Saco! Mais o pior de tudo era não saber quem era o garoto do sonho, porque seu rosto estava borrado. Muito estranho...

Levantei-me ainda cansada e fui tomar um banho. Depois vesti uma calça jeans e uma camiseta com mangas longas de cor verde clara, já que o inverno estava chegando, peguei o casaco e a minha mochila e sai do quarto.

Quando cheguei à cozinha, meu pai já se levantava para ir trabalhar, ele beijou minha testa e saiu apressado. Meu irmão brincava com o seu omelete como se tivesse oito anos de idade e minha mãe comia melancia, provavelmente saciando o seu desejo de grávida.

Comi a omelete rápida para não perder o ônibus e sai com o Mark, mas antes peguei o meu guarda-chuva porque lá fora chovia.

Pela primeira vez no ano, eu me sentei sozinha no ônibus. Lisa estava lá atrás, um pouco a frente do meu irmão e sua turma. A tristeza me pegou de novo e a chuva só piorava a situação.

Chegamos à escola e ainda chovia, usei meu guarda-chuva até entrar. Depois deixei no meu armário.

– Ei! – chamou alguém atrás de mim, era Harry. Eu não queria vê-lo, o que era impossível, mas eu também não queria falar com ele e isso eu conseguia. Então comecei a correr. Ele veio até mim correndo e puxou a minha mão. – Pode me explicar o que eu fiz pra receber essa sua raiva toda? – me virei e fui embora. – Por favor, me diz pelo menos. No mínimo eu preciso saber. – mas não voltei para lá e segui o meu caminho pra sala.

O dia foi chato e pra piorar, tivemos aula teórica de educação física. Apesar de que eu não estava com disposição de jogar nada também.

No intervalo fui para uma mesa no canto e me sentei sozinha.

– Oi. – era Matt se sentando à mesa, retribui o oi meio desanimada. – Você tá melhor? – balancei a cabeça. – Não se preocupe. – ele tocou minha mão. – Tudo vai ficar bem, vocês são melhores amigas e isso não pode acabar assim.

– Obrigada Matt. – disse. Ele sorriu e foi embora percebendo que eu não estava muito a fim de ficar conversando.

Enquanto eu o via indo embora me passou pela a minha cabeça uma coisa: e se ele fosse o garoto dos meus sonhos? Poderia ser. Ele sempre toca a minha mão e me diz coisas fofas e românticas além de já ter deixado claro que gostava de mim.

Não, eu não poderia pensar no Matt. Eu gosto do John, do John!

Levantei da mesa ao termina de comer e fui andar um pouco pelos corredores, para quem sabe esvaziar a minha cabeça. Mas então eu vi a última coisa que uma garota podia querer ver na sua vida: minha inimiga com o meu amado.

Tiffany e John estavam prestes a se beijar no meio do corredor, senti lágrimas caindo pelo meu rosto. Não, eu não poderia suporta isso. Sai dali correndo e sai da escola. A chuva caia sobre mim e meus cabelos já estavam encharcados. Dei um grito, um grito tão alto que só não foi ouvido dentro da escola por causa dos relâmpagos e trovões que se faziam no céu.

– Por quê? Por quê? – me perguntava encostada no poste da rua.

Quando um raio atingiu a minha cabeça e eu cai no chão.

Ouvi um bipe insuportável, tateei com a mão a procura do meu despertador, mas não o encontrei então abri os olhos e nem acreditei onde estava. Eu estava num quarto de hospital, só podia ser, porque era muito branco e porque eu estava em uma cama, meu braço estava ligado a vários fios e a um soro além de que havia vários médicos ao meu redor segurando o aparelho desfibrilador, eles estavam me dando choques. Gritei para que eles parassem, mas eles não me escutavam. Então me levantei e fiquei em pé na frente deles, levei à mão a boca quando percebi que meu corpo continuava ali na maca.

– Não! – gritei chorando. Os médicos se entre olharam com uma expressão triste no rosto e pararam de me dar choque. Comei a soluçar sem parar, não podia acreditar no que estava vendo.

– Teremos que avisar a família. – disse um dos médicos tirando as luvas. Gritei não de novo e tentei tocá-lo, mas não conseguia. Ao poucos os médicos foram saindo e eu fiquei sozinha no quarto. Eu sentia que estava chorando, mas quando toquei o meu rosto percebi que não estava. Então corri até a maca e vi uma lágrima sair dos olhos do que um dia já foi meu corpo. Ou pelo menos foi o que pareceu, não tenho certeza. O bipe eu não escutava mais.

Ajoelhei-me sobre a maca e observei o meu rosto. Tão nova, tão tola e inexperiente. Arrependi-me de ter saído da escola quando estava chovendo e tendo trovoadas e relâmpagos. Arrependi-me por não ter feito as pazes com a Lisa, me arrependi por ter culpado o Harry, me arrependi por não ter ditos as coisas que eu queria dizer para a minha família.

Deitei meu rosto sobre a maca e tentei segurar a minha mão, mas era em vão. Comecei a “chorar”.

– Eu só queria mais uma chance. – murmurei. – Para concertar tudo.

Então o som do bipe voltou e eu me levantei imediatamente, no computadorzinho via as ondas ficando cada vez mais altas.

– O meu coração tá batendo! O meu coração tá batendo! – comecei a gritar e meio como se sentisse isso, me joguei sobre meu corpo. Quando percebi eu abria os olhos e me levantava com o meu corpo do jeito que eu deixei.

Tirei os fios que prendiam o meu braço e me levantei da maca. Eu usava uma roupa que parecia um vestido branco, meus pés estavam descalços e meu rosto pálido, sem cor.

Ah não, o médico deve estar indo avisar a minha família. Sai do quarto e passei pelos corredores correndo tentando me desvencilhar de vários médicos apressados. Cheguei ao corredor que levava para a sala de espera e de longe pude ver minha mãe chorando, meu pai chorando, meu irmão chorando, a Lisa chorando, o Matt, o Harry e o Paul. O médico mantinha uma expressão triste no rosto.

Corri pelo corredor gritando:

– Mãe! Pai! – eles olharam imediatamente e gritaram correndo em minha direção:

– Filha! – eles me abraçaram forte, tanto que podia sentir os seus corações batendo. Deixei uma lágrima cair do meu rosto, a única lágrima de alegria por estar viva e com quem eu amo.

– Impossível. – murmurou o médico não acreditando no que via, eu olhei para ele. – Seu coração tinha parado de bater, como pode você estar aqui?

– Deus. – simplesmente respondi e olhei para o céu agradecendo. – Obrigada.

Matt se levantou e veio me abraçar, ainda soluçando.

– Eu senti sua falta. – ele não queria me largar, mas fez e deu a vez de Mark me abraçar.

– Nunca mais me dê um susto desses. – falou Mark e depois bagunçou o meu cabelo brincando apesar dos seus olhos estarem sérios e preocupados.

Lisa veio até mim lentamente olhando para os meus olhos que estavam mais azuis do que o normal pelo choro.

– Eu nem sei o que dizer. – disse Lisa sem jeito.

– Diga que nunca mais vamos brigar. – falei e nós abraçamos forte.

Depois foi a vez de Paul me abraçar, ele me abraçou dizendo que sentia muito a minha falta e que se eu fizesse aquilo de novo, ele morreria, metaforicamente falando, é claro.

Depois dos abraços, mamãe e papai foram pegar o carro. Lisa, Mark e Matt foram juntos, me deixando sozinha com Harry que estava ainda sentado com as mãos na cabeça.

– Oi Harry. – disse. – Desculpa por ter te tratado daquele jeito.

– Tudo bem. – falou ele se levantando. Ele foi até mim e olhou fundo nos meus olhos. – Não sabe como eu me senti quando soube que você tinha... Tinha...

– Eu estou aqui agora, isso que importa.

– Graças a deus. – disse ele me abraçando. Depois ele me soltou e eu sorri. – E-eu queria te dizer uma coisa.

– Querida, vamos! O carro já está aqui. – chamou mamãe. Fui até ela e Harry me seguiu.

Todos foram para a minha casa e fizemos uma grande festa de comemoração. Gilda fez um bolo de chocolate e vários doces e salgados, a maioria quem comeu foi mamãe por causa da sua gravidez e seus desejos. Eu estava tão feliz que tudo estava bem. Aumentei o som do rádio que tocava uma música que eu gosto muito.

– Mas me explica uma coisa. – pediu Mark. – Como que foi que aconteceu isso? – fiz expressão de confusa. – O que aconteceu para você sair da escola quando estava fazendo trovoadas e relâmpagos? – então me lembrei de John, meu sorriso se desmanchou e eu acho que Mark percebeu porque falou: - Esquece, o que importa é que você está aqui não é mesmo? – sorri fraco e o abracei.

No final da festa, Harry foi embora assim como Matt e Paul. Só quem ficou foi Lisa. Ficamos conversando horas e horas no meu quarto e então ela chegou a um ponto fraco meu.

– Me diz o que aconteceu naquele dia? – perguntou Lisa.

– Naquele dia? – perguntei surpresa. – Quantos dias fiquei no hospital?

– Não se preocupe, hoje é sexta ainda. – tranquilizou Lisa, soltei o ar que estava preso, aliviada. – Agora diz o que aconteceu.

– Encontrei o John quase se beijando com a Tiffany. – Lisa levou a mão à boca.

– Mentira! – gritou ela.

– É verdade. – falei com um olhar triste.

– Amiga você precisa de alguém melhor, bem melhor do que o John. – disse Lisa e então eu me lembrei do sonho que tive quinta-feira de manhã. Com o garoto que eu não consegui ver o rosto. Por um momento achei que era o John, mas não podia ser se não ele não teria quase beijado a Tiffany. Então só podia ser uma pessoa.

– Eu preciso ir ali. – falei me levantando da cama.

– Onde? – perguntou Lisa assustada com minha reação repentina.

Sai do quarto sem dizer nada, corri para o hall e abri a porta.

– Querida onde você vai? Está chovendo! – falou mamãe. - Não quero quase te perder de novo. – sai de casa, mamãe ficou gritando o meu nome e se não tivesse grávida teria força para correr atrás de mim, mas não teve.

Eu peguei minha bicicleta jogada no quintal e comecei a pedalar o mais rápido que podia. Eu sei que parecia uma doida, porque mal sairá do hospital e já estava correndo por ai na chuva, mas eu tinha que fazer uma coisa e era agora ou nunca. E nunca não estava no meu dicionário.

Comentários da SG:

Tenso esse capítulo não? Onde vocês acham que eu estou indo? Respondam isso, por favor. E a parti daqui a história vai tomar um rumo diferente do que eu imaginava que tomaria. Espero que tenham gostado. Então é só isso. Beijos da...

Secret Girl”


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