Secret Girl escrita por lubizinha


Capítulo 7
Capítulo 6 - A mensagem


Notas iniciais do capítulo

"Quero agradecer (mais do que já agradeço, eu sei que sou chata nisso, mas eu realmente não consigo deixar de agradecer) a todas as minhas leitoras que mandam reviews pra mim. Obrigada queridas. E bem... Esse capítulo está muito bom, mas o próximo fará vocês prenderem a respiração (podem acreditar). Beijos da...
Secret Girl"



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Fui de bicicleta para o parque. Quando cheguei lá me encontrei com Lisa sentada em um dos bancos perto do lago. Ela foi por que eu pedi, precisava da sua ajuda.

– E então pensou direito no que eu disse? – perguntou Lisa a me ver. Ela havia dito para eu me decidir logo entre contar e não contar ao John que eu sou a Secret Girl.

– Sim. – respondi. – Eu não vou contar.

– Foi o que eu pensei. – disse Lisa rindo. – Por isso trouxe isso. – Ela tirou um saco de trás das costas.

– O que é isso? – perguntei. De dentro do saco ela tirou uma máscara linda rosa bebê.

– Ele não pode saber quem você é. – explicou Lisa, tirando uma peruca loira de dentro do saco.

– Nem pensar. – disse dando um passo para trás.

– Vem cá. – mandou Lisa indo botar a peruca em mim. Depois eu fui ao banheiro do parque me trocar e botei um vestido cor da pele tomara que caia, mas continuei com o meu all star preto. E por fim botei a máscara. – Irreconhecível. – disse Lisa quando eu sai do banheiro.

– Tem certeza? – perguntei, ela assentiu.

Quando deram duas horas, sai procurando John por todo lugar, Lisa já não estava mais comigo, ela disse que me esperaria na frente do parque para não levantar suspeitas. Olhei para o lago, que havia uma ponte que o ligava e lá estava ele com os cabelos bagunçados olhando para o relógio de pulso.

Fui até ele quando estava de costas e o chamei.

– John. – tentei fazer uma voz um pouco diferente da minha e funcionou. Um pouco roca do que o costume e menos escandalosa, que eu sei que minha voz parece às vezes.

Ele se virou e pareceu soltar o ar que havia em seus pulmões, aliviado.

– Achei que não viria. – disse John.

– Como você tinha certeza que eu leria o seu recado no jornal da escola? – perguntei.

– Você é uma garota inteligente. – respondeu ele. – Com belos olhos. – sorri, ele se aproximava cada vez mais e tocou o meu rosto como se tentasse me reconhecer, mas eu sabia que não conseguiu porque estava confuso. – Eu te conheço?

– Sim. – respondi, mas me virei logo em seguida para olhar o lago. Ele me acompanhou com o olhar.

– Eu passei dias tentando te achar. – disse ele, me fazendo prender a respiração com suas palavras. – Mas acho que não sou bom nisso. – ele forçou uma risada. – Porque continuou sem saber quem você é.

– E vai continuar sem saber por um bom tempo. – falei.

– Não confia em mim? – perguntou John.

– Eu tenho medo. – respondi por fim.

– De quê? – perguntou ele.

– De você ir embora logo depois. – minhas palavras eram sinceras dava para ver pelo meu olhar meio triste meio sonhador.

– Eu nunca faria isso com uma garota. – disse ele se aproximando de novo e sussurrando no meu ouvido. – Eu nunca faria isso com você.

– E se eu for feia? – perguntei olhando em seus olhos.

– Duvido. – falou John. Ele tentou me beijar, mas me afastei para que não fizesse. Eu queria que ele me amasse, mas não a Secret Girl e sim a ******. Mas para isso ele teria que me conhecer melhor. – Que tal um pulinho ali? – perguntou ele apontando para o lago, onde alguns casais andavam de pedalinho. Assenti e ele segurou minha mão.

Pegamos um cisne branco e nós sentamos um ao lado do outro. Parecia que a conversa fluía naturalmente, ele sempre me perguntava demais e eu tentava esconder, se eu dissesse demais ele poderia me reconhecer.

– Então Secret Girl... – falou John. – pelo que sei, você é uma garota criativa, poderosa e corajosa. – corei.

– Eu não sou tudo isso. – disse. – Eu só sou uma garota normal como todas as outras.

– As outras garotas não me fazem sentir isso.

– Isso? – perguntei.

– Borboletas na barriga. – respondeu John, corei mais do que o normal. Nenhum garoto chegou a dizer algo parecido para mim. Será mesmo que o John é meu príncipe dos sonhos?

Paramos de andar de pedalinho, já estava ficando tarde e eu não poderia me demorar, muito menos deixar Lisa esperando o dia inteiro.

– Tenho que ir. – disse.

– Fica mais um pouco. – falou John segurando minhas duas mãos para que eu não fosse.

– Não posso.

– Eu quero te ver de novo. – disse John.

– Se quiser, é só escrever um recado no jornal que pode ter certeza que eu lerei. – murmurei, ele sorriu e beijou minha bochecha.

Encontrei-me com Lisa na frente do parque, ela parecia que ia explodir com a minha demora, de longe conseguia sentir o seu estresse só subindo.

– Você demorou! – falou Lisa assim que cheguei. – Esquece! Com tanto que estava fazendo algo que preste.

– Nós não nos beijamos, se é isso que você quer saber. – falei com as mãos nos quadris.

– Que desperdício. – brincou Lisa. – Olhou se alguém lhe seguia?

– Sim. – disse. – Dei uma volta toda para despistar.

– Ótimo! – falou Lisa. – Agora vamos.

Eu ia dormi na casa da Lisa então peguei a minha bicicleta e ela pegou a dela. Fomos juntas para a sua casa. Era um estilo vitoriana, azul com faixas brancas, com dois andares e uma varanda enorme.

Deixamos as bicicletas em frente da casa e fomos para dentro. Enquanto íamos até o quarto de Lisa, eu ia contando tudo o que tinha acontecido no parque. A cada palavra meu coração dava um pulo e a animação aumentava mais.

– Então ele não suspeitou de nada? – perguntou Lisa por fim, sentando na cama. Balancei a cabeça feliz. – Um segredo por um segredo? – era assim que eu e Lisa fazíamos, era um trato. Se ela contasse um segredo, eu teria que contar. Como sou curiosa, queria muito saber o que ela tinha para contar, mas eu não tinha muitos segredos guardados dela. Então me lembrei do Harry, aquilo sim é um segredo.

– Você primeiro. – disse por fim. Como tudo o que aconteceu entre mim e o Harry era passado então não havia nada de mal em contar para a Lisa.

– Eu acho que estou apaixonada pelo Harry. – Droga! – Agora é sua vez.

– M-mas desde quando? – perguntei estupefata.

– Eu não sei. – disse Lisa suspirando. – Acho que desde que ele começou a se sentar com a gente. Enfim, mas agora é a sua vez. – E agora o que eu vou contar? O que eu faço? – Conta logo! Estou curiosa.

– E-eu acho mais bonito o cantor principal dos Cartboys do que o baterista. – falei por fim, o que não deixa de ser verdade. P.S: Lisa ama o baterista da banda.

– Sem chance! – criticou Lisa, ela começou a pular na cama gritando: – O baterista é muito lindo!

Lisa não voltou a falar do assunto e eu fiquei aliviada, por hora, mas não totalmente. Passei uma boa parte da noite pensando sobre isso.

No outro dia fui ao ônibus com a Lisa. O Mark como sempre ficou com os amigos dele no fundão. Quando chegamos à escola fui logo deixar minhas coisas na sala e depois eu e Lisa ficamos passeando pelos corredores afinal chegamos cedo.

– O que acha que eu devo vestir sábado? – perguntou Lisa no caminho.

– E isso importa? Eles vão adorar você de qualquer jeito. – falei, ela me abraçou logo em seguida. Mas nada é perfeito.

– Oi garotas. – disse Harry.

– Oi. – falou animada Lisa e eu murmurei alguma coisa parecida.

– Estão animadas para sábado? – perguntou Harry tentando quebrar o silêncio que tinha se formado.

– Se estamos! – disse Lisa. – Eu ainda tenho que fazer o cabelo, as unhas e comprar uma roupa novinha em folha. – Ela parou um momento de falar e olhou para Harry e depois para mim. – Tá tudo bem? – assentimos e Harry sumiu pelo corredor. – Tudo bem, tudo bem. Eu não estou ficando louca então... – ela exigia uma satisfação de mim e como um rato, eu me senti presa na ratoeira. Não conseguiria mais enrolar ela.

Fomos para o gramado da escola, onde estava quase vazio, somente por alguns alunos ocupados conversando ou estudando.

– Antes de tudo. Por favor, não fique brava comigo. – pedi.

– Fala logo! – mandou Lisa.

– Ok. – disse. – O segredo que eu ia te contar ontem era... EubeijeioHarry. – falei tão rápido que Lisa mal entendeu.

– O que? – perguntou Lisa.

– Eu e o Harry nós beijamos. – falei mais devagar, ela parecia não acreditar.

– C-como você pode? – perguntou ela indignada.

– Mas foi antes de saber que você gostava dele e se eu soubesse eu nunca...

– Você é minha melhor amiga! Não devia ter feito isso. – me interrompeu Lisa.

– Eu sei, mas eu não fiz porque quis. Quer dizer, se eu soubesse antes que você gostava dele eu nunca teria o beijado. – tentei explicar.

– Quer saber, - disse Lisa. – nunca mais fale comigo. – ela se virou e foi embora. Eu tive certeza que antes dela se virar vi uma lágrima caindo de seus olhos.

– Desculpa. – murmurei. Mas era em vão, eu estava sozinha. O vento soprou o meu cabelo me deixando com a sensação que levou o meu coração consigo.

Lisa não me olhou e nem sequer falou comigo durante as aulas. Ela ficou calada no final da sala tentando prestar atenção na aula, mas eu sabia que ela estava cheia de pensamentos. A maioria pensamentos ruins sobre mim, mas eu não podia culpá-la. Mas não era minha culpa também, eu juro se soubesse não teria feito aquilo.

Na saída me encontrei com Harry para complicar mais.

– Tá acontecendo alguma coisa? – perguntou ele. – Você e a Lisa não estão se falando desde cedo.

– Parabéns Harry. – disse despejando a minha raiva nele. – Você acabou com a única coisa na minha vida que sempre foi normal e verdadeira. – o empurrei enquanto passava por mim e corri para o ônibus.

Já em casa eu não almocei. Deixei que minhas lágrimas caíssem quando a campanhia tocou. Como ninguém atendeu tive que ir até lá já muito irritada. Olhei antes de abrir, era o Matt.

– Oi. – disse ele com uma expressão triste. – Soube que você e a Lisa brigaram. – As coisas voam nessa cidade. – Eu te trouxe isso. – ele tirou de trás das costas uma caixa de chocolates e na outra mão ele segurava uma caixa de sorvete.

– Obrigada.

Ele entrou e se sentou no sofá enquanto eu fui pegar duas colheres para o sorvete. Sentei-me ao seu lado e abri a caixa. Assim começamos a comer e eu comecei a desabafar. Tirando o detalhe de ter beijado o Harry e a Lisa gostar dele, é claro. Eu não queria magoar ainda mais o Matt.

– Eu sou uma péssima amiga. – disse chorando.

– Não, não é. – falou Matt.

– Eu devia ter imaginado que isso ia acontecer. – disse com a boca cheia. Matt não entendia nada e eu não me sentia a vontade a contar tudo. Mas ele ficou ali até de noite me escutando, me apoiando e sempre dizendo que tudo iria ficar bem.

De noite meu pai chegou e convidou Matt a jantar conosco. Mas ele recusou dizendo que tinha que voltar pra casa que os pais o esperavam.

– Deixa para uma próxima. – disse Matt se despedindo. Ele beijou minha testa – Melhoras. - e foi embora.

Depois de ter fechado a porta, meu pai me perguntou:

– Você está bem? – assenti. – Onde está sua mãe?

– Pai, eu estou bem. – disse. – A mamãe está cochilando, levar um bebê de um lado pra outro na barriga cansa. – ele sorriu.

– Qualquer coisa estou aqui. – falou antes de eu subir as escadas para o meu quarto.

Choveu a noite toda e eu me sentia como o tempo: triste. Ouvi o barulho do meu celular e o peguei na mesa ao lado da minha cama, havia uma mensagem nova:

“Boa noite linda. Durma com os anjos. – Matt.”


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Notas finais do capítulo

O que acharam desse capítulo?
Beijos :*