Secret Girl escrita por lubizinha


Capítulo 15
Capítulo 14 - Adiós Tiffany!


Notas iniciais do capítulo

"Esse capítulo não ficou muito grande, eu sei. Também mudei de capa, porque enjoei dessa sabe? Avisando: esse capítulo é muito importante, vocês logo vão saber porquê.
Beijos
Secret Girl"



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Eu e Mark nos sentamos no sofá, de frente aos nossos pais. Mamãe olhava para a gente preocupada mexendo as mãos nervosamente enquanto papai parecia extremamente calmo.

– Antes de tirarem qualquer decisão precipitada, deixem a gente falar tudo ok? – pediu mamãe.

– Por que não falam logo o que está acontecendo? – perguntou Mark.

– Recebi uma nova proposta de trabalho. – falou meu pai.

– Que ótimo! – gritei me levantando do sofá. - Quer dizer que o salário vai ser maior.

– Querida, sente-se. – pediu mamãe e eu fiz. – O problema é que essa proposta é em outro estado.

– Muito longe? – perguntou Mark, mamãe assentiu.

– Que chato pai, agora você vai tem que passar mais tempo longe da gente. – disse.

– Filha, todos nós teríamos que ir. – falou mamãe.

– Teríamos? – perguntou Mark confuso.

– Seu pai ainda não aceitou. – explicou mamãe. – Mas estamos pensando em aceitar, mais por causa do bebê. – mamãe alisou a barriga já crescida. – Queremos dar o melhor para o novo membro da família. – Mark bufou.

– E quanto a nós? – perguntou Mark se levantando irritado. – Eu tenho amigos aqui, eu tenho escola, eu tenho uma vida!

– Nós sabemos, por isso queremos que vocês entendam e aprovem. – falou papai.

Mark saiu da sala e subiu as escadas revoltado, ouvi o barulho da porta se fechando com força no andar de cima. Meus pais voltaram-se para mim.

– E você filha? – perguntou mamãe.

– Eu estou confusa. – respondi. – Eu tenho a Lisa, tenho amigos, tenho coisas...

– Entendemos. – disse papai. – Tenho dois dias para dar a resposta. Preciso da aprovação de pelo menos um de vocês.

Levantei-me e subi as escadas devagar. Eu estava tão confusa, foi tão de repente, me pegou desprevenida como a maioria das coisas nessa vida me pegam. Mas sabia que não podia deixar Lisa, nem o Harry. Ainda mais agora que estávamos indo tão bem.

Fui dormi porque estava cansada, não só de corpo, mas de mente também. Fiquei aliviada que amanhã ia ser feriado e feliz que por isso eu não receberia a prova que tanto temia, mas o resultado logo viria e isso não dava para evitar.

De manhã, fui caminhar um pouco para espairecer as ideias. Depois voltei pra casa, tomei um banho e fui até a casa de Lisa, eu precisava falar com ela sobre aquilo.

– Oi! – gritou Lisa ao abrir a porta, ela me puxou para dentro animada. – Vamos pro meu quarto, tenho uma coisa pra te contar.

Subimos as escadas e fomos para o quarto dela, Lisa se jogou na cama de cores azul claro com branco. Seu quarto era muito fofo e delicado, só havia uma parede pintada de azul e o resto era branco, havia alguns detalhes de flores, em frente à cama havia a mesa de estudos, onde estava seu computador, do lado da janela havia uma estante e perto da cama havia um mural de fotos da gente.

– O que você quer me contar? – perguntei me sentando ao seu lado na cama.

– Antes me conte como foi o encontro com o Harry... – pediu Lisa.

– Foi ótimo! – falei. – Ele é tão engraçado e espontâneo, coisa que o John nunca foi.

– Então rolou alguma coisa? – perguntou Lisa com os olhos brilhando, assenti. – Ai que feliz! Nós duas tiramos a sorte grande! – comecei a rir.

– Por quê? – perguntei.

– Porque eu falei com o Paul ontem. – respondeu Lisa e meu sorriso apagou.

– O Paul? – perguntei não acreditando no que ouvia.

– Eu sei, eu sei. – disse Lisa lendo meus pensamentos. – Mas ele foi tão fofo comigo e eu ainda gosto dele, não tem como dizer não...

– Aonde quer chegar? – perguntei confusa.

– Estamos namorando. – contou Lisa, eu a encarei e ataquei o travesseiro no seu rosto.

– Ei! – gritou Lisa caindo no chão.

– O PAUL? Por quê? Diga-me! – pedi tentando entender, me levantando revoltada. Afinal eu não tinha nenhum sentimento por aquele garoto se não raiva de tudo o que ele havia feito.

– Antes que você me ataque com o travesseiro de novo, tente me entender. – pediu Lisa. – Você já gostou de alguém que não merecia você e que já fez muita coisa errada, mas mesmo assim você não consegue esquecê-lo? – pensei. O John, mas isso era passado, eu havia superado. – Pois é, exatamente isso que eu estou passando.

– Tudo bem. – disse. – Se é o que você quer quem sou eu para não aceitar.

– Obrigada. – falou Lisa me abraçando. – Então o que você queria falar comigo? – perguntou ela sorrindo.

– E-eu... – gaguejei. – Só queria vim te ver.

– Ah. – disse Lisa. – Vou pegar alguma coisa lá embaixo pra gente comer. – Lisa saiu do quarto e ouvi seus passos descendo a escada.

Que droga! Logo agora me falta coragem. Ver a Lisa tão feliz por ter finalmente o garoto que gosta, mesmo que ele não a mereça, e estragar com essa notícia, eu não me sentiria bem. Mas não contando eu também não me sinto bem. Quer saber, eu não preciso contar, afinal não vamos nos mudar. O Mark não ia querer e eu também não.

– Minha mãe vai fazer pipoca. – falou Lisa entrando no quarto. – A gente pode ir à locadora locar um filme. – assenti e saímos do quarto.

Foi um dia maravilhoso até chegar ás seis da noite em ponto quando meu celular vibrou no meu bolso. Achei que era minha mãe ligando, mas não. Era a Tiffany.

Na minha casa agora. – Tiffany.

Eu poderia muito bem desobedecer, mas tinha uma coisa para concertar com a Tiffany.

– Lisa, eu tenho que ir. – falei, ela me olhou confusa. – Tenho que resolver uma coisa.

Lisa me levou até a porta e nós despedimos. Depois fui pra casa da Tiffany, peguei um táxi e não demorei a chegar.

A própria Tiffany atendeu.

– Entra. – falou ela abrindo a porta. Fiz o que ela mandou, não porque ela mandou, mas porque eu quis. Eu não sigo regras, ainda mais vindo dela.

– Temos algo para resolver. – disse.

– Sim, nós temos. – falou Tiffany indo para a sala se sentar na poltrona. Preferi ficar em pé, mas antes que eu começasse a falar, ela me interrompeu. – Depois do que você fez no tribunal diante de toda a escola, você merece um castigo.

– Castigo? – perguntei irônica.

– Sim. – respondeu Tiffany. – Porque ninguém me faz fazer papel de boba na frente da escola toda. Além de que você armou para mim.

– Não fui eu. – disse.

– Então quem foi? – perguntou Tiffany.

– Isso não interessa mais. – respondi.

– Então tudo bem. – falou Tiffany se levantando e indo até a minha frente. – O seu castigo é... Beijar o Paul na frente da Lisa.

– O quê? – perguntei surpresa. – Como você sabe?

– Sabe a Mia? – perguntou Tiffany. – Aquela loira que anda comigo? – assenti. – Pois é, ela viu quando o Paul beijou a Lisa. E as notícias correm rápido.

– Isso é fofoca! – gritei.

– Pode até ser. – disse Tiffany - Mas ninguém se importa. E você vai fazer o que estou mandando ou... Eu vou contar seu segredo.

– Ok. – falei.

– O que disse? – perguntou Tiffany confusa.

– Conte para o mundo que eu sou a Secret Girl! Eu não ligo! E sabe por quê? Eu prefiro que o meu segredo acabe na boca das pessoas do que ser uma amiga infiel. – falei. – Tiffany... Eu não sou você e nunca vou ser. Eu me importo com as pessoas, eu tenho metas, eu tenho sonhos, eu tenho algo com que preserva e isso é a minha amizade com a Lisa. – me virei para ir embora quando Tiffany me parou.

– Se sair por essa porta, se considere acabada. – disse Tiffany, dei um pequeno sorriso e sai daquela casa batendo a porta com força.

Fiquei pensando a noite toda como seria minha vida se soubessem que eu sou a Secret Girl. Primeiro, os lados positivos: teria mais amigos, teria fãs, seria famosa e popular, as pessoas me notariam mais. Segundo, os lados negativos: teria muitos amigos falsos, que estariam comigo pela fama; teria inimigos, incluindo aquele valentão, que me dá medo; as pessoas ficariam pedindo sempre para eu escrever uma nova carta para elas, as pessoas me notariam mais e assim teria de tomar cuidado com o que escrevo, com o que falo e com o faço, perdendo o livre arbítrio assim posso dizer.

Peguei no sono tarde da noite. Mas o sábado chegou, o sol não se via no céu, só havia nuvens cinza e sinal de chuva. Sinal que eu ficaria em casa embaixo do meu coberto, tentando fazer com que o tempo passasse devagar para o dia do meu enterro social.


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