Secret Girl escrita por lubizinha


Capítulo 14
Capítulo 13 - A minha sentença


Notas iniciais do capítulo

"É, eu demorei pra postar, mas eu não abandonei vocês. E para compensar esse capítulo é grande, ok nem tão grande assim, mas ficou legal. Espero que vocês continuem acompanhando. Senti muita saudade de conversa com vocês nos reviews.
Beijos
Secret Girl"
P.S: Próximo capítulo eu tenho uma surpresa pra vocês.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/156425/chapter/14

Com tudo que estava acontecendo na minha vida era difícil me concentrar nas provas, mas eu tentei o que podia para fazer uma boa prova, ainda sim temia. Como o professor corrigia rápido, eu sabia que no dia seguinte receberia a prova e isso não me agradava até porque eu estava tentando fugir da nota. Para falar a verdade é isso que eu tenho feito nos últimos dias, fugido.

Acabei a prova e fiquei esperando Lisa no refeitório, de companhia eu tinha o Harry, um dos primeiros a acabar a prova.

– A primeira questão a resposta era D. – dizia Harry fazendo o meu estômago aperta, tinha marcado a B. Será que o professor considera? Afinal D era só uma banda de B certo?

– Oi pessoal. – falou Lisa se sentando. – Como foi à prova de vocês?

– Boa.

– Péssima. – respondi desanimada.

– Preciso ir. – falou Harry se levantando.

– Por quê? – perguntou Lisa antes que ele fosse embora.

– Não conte pra ninguém, mas... – ele olhou para os lados antes de continuar. – o time de futebol da escola me pediu para fazer a típica explosão de coca-cola usando mentos. Eles vão botar no vestiário feminino, no armário da Tiffany, como vingança por ter gozado deles dizendo que eles não sabiam jogar quando eles perderam no último jogo da escola.

– Isso é errado. – disse Lisa. – Não é ******?

– Sim. – respondi e me virei para Harry. – Mas eu apoio, se precisar de ajuda. – Harry riu enquanto Lisa me deu um olhar de censura. – O que foi? Ela estragou a minha vida.

– Mas você não precisa ser igual a ela. – falou Lisa.

– Tchau. – se despediu Harry sumindo pelos corredores.

Depois do intervalo, fomos para o vestiário, fomos cedo para nós vestimos e ficarmos em um lugar seguro antes da explosão acontecer. Quando acabamos as garotas entraram e saímos ficando atrás da grade onde se podia ver todo o vestiário. Procurei Tiffany e a achei junto de umas meninas loiras que estavam a paparicando.

– Seu cabelo é tão macio. – falou a loira número um.

– Obrigada. – disse Tiffany. – É natural. – Se o cabelo dela era natural então o mundo estava perdido. Ela colocou a mão no armário e girou, porém não abriu já que alguém lhe interrompeu no ato.

– Tiffany. – chamou Jennifer. – Podemos trocar de armário hoje? Lembra que você concordou? Já que o meu fica perto do espelho e o seu é maior. – Tiffany assentiu.

– Eu me lembro sim, ele é todo seu. – falou Tiffany que foi guardar suas coisas no ex-armário de Jennifer.

Jennifer estava prestes a abrir então eu sai correndo ficando cada vez mais longe da grade e entrando no vestiário. Quando ela abriu eu a empurrei e todo o refrigerante explodiu em cima de mim, tinha refrigerante em lugares que eu nem conseguia imaginar. Jennifer estava pasma no chão.

Trinta minutos depois, eu estava na diretoria esperando o diretor. Eu estava encharcada, mesmo a secretária me dando uma toalha, era pequena e não conseguiu enxugar tudo. Meus cabelos estavam fedendo a refrigerante e meus olhos ardiam um pouco.

A porta se abriu e o diretor entrou, Sr. Pubble, com sua familiar calvície. Ao contrário do Sr. Travis ele tinha orgulho do seu belo caminho reluzente e livre de problemas para pentear.

– Quanto tempo não a vejo aqui Sra. ******. – falou o Sr. Pubble. – Pode me explicar com que finalidade botou aquele refrigerante no armário?

– Não fui eu que botei. – respondi.

– E como sabia que estava lá? – perguntou Sr. Pubble. – Quem foi que botou?

– Eu não sei. – menti.

– Se não vai dizer quem foi, receberá toda a culpa e ficará de castigo por uma semana. – disse o Sr. Pubble.

– Mas...

– Nada de “mas” senhorita. – me interrompeu Sr. Pubble.

Olhei ao redor da sala preocupada: o que fazer? Então meus olhos pousaram num livro grosso na mesa, o livro de regras da escola. Levantei-me imediatamente, o Sr. Pubble me olhou confuso pela minha repentina ação.

– Regra número 304, todo aluno ou aluna tem o direito a um julgamento antes da sentença. – falei me lembrando. Poxa, era bom ser inteligente às vezes. Não conte para ninguém.

– Mas...

– Nada de “mas” Sr. Pubble. – o cortei. – Está no livro de regras.

– Se você quer assim tudo bem. – concordou o Sr. Pubble. – Mas será julgada de ante toda a escola. – ele esperou minha ação que não veio. – Pode sair, começará as duas.

Sai da diretoria e fui para a sala, ouvi os cochichos dos meus colegas de classe e também vi o rosto furioso de Tiffany, me encolhi na cadeira.

Quando as aulas acabaram toda escola já estava sabendo do julgamento, e todos, de acordo com alguns boatos, iriam estar lá para ver o meu julgamento, o que não era nada bom. Porque como todo mundo sabe, eu nunca gostei de muita atenção.

Eu estava em um dos corredores, perto do ginásio (que seria o julgamento), ao meu lado estava Lisa.

– Não deveria ter se jogado. – falou Lisa.

– E o que eu ia fazer? Ficar olhando tudo acontecer sem fazer nada? – perguntei. – A Jennifer não merecia.

– É, eu sei. – disse Lisa. – Também queria que não tivesse sido assim, mas olha onde estamos agora. – olhei em volta, os alunos estavam se aglomerando para entrar no ginásio. Parecia que o meu julgamento era a notícia do dia.

Então as portas se abriram e os alunos correram porta dentro, Tiffany passou por mim lançando um olhar.

– Boa sorte, – falou Tiffany. – vai precisar. – cruzei os braços e depois dos alunos entrarem, nós entramos também.

Era incrível como o pessoal do teatro conseguia fazer o ginásio parecer um tribunal de cinema. Sentei-me lá na frente, na mesa da direita, onde a pessoa que vai ser julgada deve ficar, Lisa se sentou ao meu lado enquanto Tiffany se sentou na mesa da esquerda.

– Podemos começar? – perguntou o juiz, o diretor, sentado em uma mesa alta de madeira.

– Minha advogada está chegando. – falou Tiffany.

– Sabia que estava esquecendo alguma coisa. – murmurei. – Quem vai ser minha advogada?

– Eu. – respondeu Lisa sorrindo. – O que foi? – perguntou ela de ante o meu espanto. - A minha família é praticamente feita de advogados, eu tenho o sangue na veia.

– Espero que saiba o que está fazendo. – disse.

– Eu sei, pode deixar comigo. – falou Lisa confiante.

De repente as portas do ginásio se abriram e uma mulher morena de cabelos lisos pretos, olhos castanhos escuros, usando um blazer preto assim como a saia e uma camiseta branca, entrou.

– Sou a advogada da Sra. Tiffany. – disse a mulher bem elegante se sentando ao lado de Tiffany que me lançou um olhar de superioridade. Que ótimo! Ela contratou uma advogada de verdade! Agora sim eu estava frita!

– Vamos começar. – falou o diretor. – Estamos aqui porque a Sra. ******, está sendo acusada de tentar machucar a Sra. Tiffany, com uma garrafa de coca-cola e mentos. – aquilo soou bem ridículo. Tentei não ri. Só tentei. – Mas ela nega que tenha sido ela. Sra. Tiffany queira começar, por favor.

Tiffany murmurou algumas coisas para a sua advogada que se levantou no minuto seguinte.

– Chamo a acusada para depor. – disse a mulher.

Levantei-me e fui atrás da bancada mais baixa me sentando lá.

– Então... – começou a advogada de Tiffany com as mãos na cintura. – Você confessa que se jogou para salvar a Jennifer?

– Sim. – respondi. – Sei que ela faria o mesmo por mim.

– Mas se fosse a Tiffany não teria se jogado? – perguntou a advogada de Tiffany.

– Não, eu não teria. – respondi sendo sincera. Todo o ginásio estava silencioso, eu conseguia encontrar alguns rostos familiares como o de Harry, o de Paul, o de John. Olhei depois para o de Lisa e ela estava muito tranquila, isso me deixou preocupada.

– Então senhorita como soube o que ia acontecer assim que Tiffany abrisse o armário? – perguntou a advogada.

– Eu não tinha certeza se iria acontecer. – menti. – Eu só havia ouvido um boato, não sabia se era verdade.

– Então porque se jogou? – perguntou a advogada.

– Porque eu fiquei com medo que fosse verdade e a minha amiga Jennifer sofre-se com isso. – respondi.

– E você se jogou na frente? – perguntou a advogada, assenti. Ela olhou para o juiz enquanto dizia: - Não tenho mais perguntas.

– Agora é a vez da defesa. – disse o diretor, digo, juiz. Tanto faz.

Lisa se levantou e caminhou até a frente enquanto dizia:

– Eu chamo a senhorita Tiffany. – Tiffany bufou e se levantou. Depois se sentou no mesmo lugar que eu havia sentado antes enquanto eu me dirigi a minha cadeira anterior. – É verdade que você trocou de armário com a Jennifer?

– Sim. – respondeu Tiffany.

– É verdade que você usa número GG? – perguntou Lisa.

– O quê? – perguntou Tiffany.

– Nada. – respondeu Lisa e a plateia riu. – É verdade que você não tem nenhuma prova concreta para acusar a senhorita ****** do que aconteceu?

– Sim. – respondeu Tiffany confusa.

– Então acabamos por aqui. – disse Lisa para todos. – Minha cliente não pode ser acusada de algo que não tem provas concretas – meu queixo caiu então a Lisa era mesmo boa. – e eu me recuso a continuar com algo assim. – todo o ginásio começou a falar ao mesmo tempo e o juiz teve que bater o martelo pedindo silêncio. Desde o começou ele queria fazer, que eu sabia.

O diretor foi pesquisar no livro de regras e realmente estava lá o que Lisa dissera.

– Advogada se tiver alguma prova concreta à hora de mostrar é agora. – disse o juiz. Ela olhou para Tiffany que a olhou de volta.

– Não tenho senhor. – disse.

– Três minutos, para eu discutir a resposta com os jurados. – o juiz disse se levantando e indo até uma fileira de alunos do corpo docente, onde entre alguns havia os professores.

Lisa se sentou ao meu lado assim como Tiffany foi até sua advogada, pela sua expressão ela reclamava indignada.

– Poxa vida Lisa, não sabia que era boa nisso. – falei.

– É, nem eu. – disse Lisa, rimos juntas.

Três minutos depois o juiz voltou ao seu lugar com a resposta.

– Eu declaro a acusada Sra. ******... – ele olhou para toda a plateia antes de levantar o martelo e bater na mesa enquanto dizia: - Inocente. – a plateia toda bateu palmas e eu me levantei muito feliz indo abraçar Lisa. Tiffany se levantou da cadeira e saiu do ginásio marchando firme indignada, mas antes ela reclamou com sua advogada a dizendo que era uma advogada de araque.

– Mandou bem Dolores. – disse Lisa para a advogada de Tiffany. Meu queixo caiu de novo, então Lisa se virou para mim: - Ah, essa é a Dolores. Ela é minha tia.

– Sério? M-mas então é por isso que nós ganhamos? – perguntei.

– Não, vocês ganharam foi porque você é inocente. – respondeu Dolores. – Tenho que ir, agora tenho um caso sério no tribunal de justiça. Tchau meninas, foi um prazer conhecê-la ******.

– O prazer foi todo meu. – disse sorrindo antes de ela sair.

Lisa e eu saímos do ginásio junto de todo os alunos, lá fora encontramos com Harry.

– Obrigado por não ter me dedurado. – falou Harry para mim.

– É o que os amigos fazem não? – disse sorrindo.

– É... Amigos... – murmurou Harry.

– Tenho que ir para casa. – disse. – Ainda tá em cima o boliche Harry?

– Tá sim. – respondeu Harry. – Vou pra casa, a gente se encontra lá. Tchau Lisa.

– Tchau. – falou Lisa antes de ele ir embora, depois ela se virou para mim. - Boliche é?

– É, como amigos. – disse.

– E porque eu não fui convidada? – perguntou Lisa.

– Foi mal, mas se quiser pode ir. – respondi.

– Não mesmo, não quero estragar o encontro de vocês. – disse Lisa.

– Não é um encontro. – falei cruzando os braços.

– Você não estava com pressa? – perguntou Lisa rindo. Olhei para ela fingindo estar irritada e fui embora.

Fui para casa e tomei um banho. Depois botei uma calça jeans azul colada, uma blusa preta com o logotipo de uma banda de rock, um tênis preto que achei no fundo do meu guarda-roupa. Meu cabelo estava horrível, fiquei penteando ele por horas, mas não tinha jeito.

– Vai ter um encontro?

– Que susto! – gritei. – Mark, já não falamos sobre não entrar no meu quarto sem minha autorização?

– Já, mas eu nunca obedeço mesmo. – disse Mark rindo, revirei os olhos e voltei a me olhar no espelho. – Quem é o azarado? – minha vontade era de bater nele, mas preferi ignorar, ninguém iria estragar meu dia afinal havia vencido no tribunal escolar.

– Um amigo. – respondi.

– Soube que ganhou no tribunal. – comentou Mark. – Parabéns.

– Valeu Mark. – disse. – Mas agora eu tenho que ir. – abri a porta do meu quarto.

– Vai a pé? – perguntou Mark, assenti. Fiz um gesto para que ele saísse e ele saiu, logo em seguida fechei a porta e desci as escadas.

O boliche não era tão longe assim então não foi tão cansativo chegar até lá. Quando cheguei, Harry já se encontrava, com uma calça jeans clara, uma camisa azul que ressaltava seus olhos e uma jaqueta preta, o que não era muito seu estilo de CDF.

– E ai? – falei.

– Oi. – disse Harry me olhando. – Você está linda. – senti meu rosto ficar vermelho.

– Hm... E você está... Ótimo também. – falei sem jeito. – Vamos pegar os tênis. – ele assentiu.

Trocamos de tênis, peguei o número 37 e calcei.

– Posso ser a primeira? – perguntei e ele assentiu. Peguei a bola de boliche, escolhi a de cor pink, fingi pose de uma jogadora profissional levantando a bola de boliche e era muito pesada mesmo, Harry riu. Então joguei e no minuto depois descobri uma coisa, eu definitivamente não era boa no boliche. Quando eu era pequena sempre ganhava do meu pai, mas acho que ele deixava. Resumindo, eu consegui derrubar só três pinos.

– Foi horrível. – falei para Harry.

– Não, foi... Foi... É, foi horrível. – disse Harry, dei uma tapa no seu ombro, fraquinho é claro.

– É sua vez. – falei. Harry se levantou pegou a bola de boliche vermelha. Ele deu uns passos para trás depois correu e inclinou o corpo enquanto jogava a bola fazendo um strike. Eu fingi estar emburrada. – Poxa vida, como você consegue fazer isso?

– Ah é fácil. – disse Harry.

– Não é não.

– Boliche é geometria, geometria é matemática, simples. – disse Harry.

– Você diz isso porque é o CDF da sala. – brinquei.

– Não. – falou Harry sério, ele se sentou do meu lado. – Eu digo isso porque sou o CDF mais gato da sala. – dei um empurrão nele, ele quase caiu do sofá e rimos juntos. – Está ficando forte não é? – mostrei meus músculos imitando aqueles homens da televisão fazendo poses, rimos juntos de novo.

O que eu gostava de Harry é que com ele eu podia ser eu mesma. Afinal ele sabia que eu era a Secret Girl e isso deixava as coisas bem claras, significava que ele conhecia duas partes de mim, talvez mais do que eu conhecia.

– Vamos, vou te ensinar. – disse Harry se levantando, me levantei também e peguei a bola de boliche. Harry ficou atrás de mim e pegou na minha mão, era tão quente sua mão e macia. Depois pediu para eu me inclinar, foi engraçado, eu parecia um gafanhoto e ele o mestre. – Agora joga. – joguei a bola, consegui fazer um strike pelo incrível que pareça, mas grande parte foi pela colaboração dele. Fiquei tão feliz que o abracei, mas depois nos soltamos constrangidos.

– É bem mais fácil com você. – falei rindo. - Quero dizer, gafanhoto aprendeu certinho com mestre. – fiz uma saudação enquanto falava parecendo um japonês.

– É porque mestre é muito bom no que faz. – ele imitou a voz de japonês, ficou tão engraçado. Ficou tão fofo.

Jogamos mais um pouco e depois fomos comer algo na lanchonete que tem no boliche. Sentei em uma mesa enquanto Harry foi buscar dois cachorros-quentes e dois refrigerantes, eu pedi do grande.

Depois ele voltou com tudo e botou na mesa então começamos a comer.

– Quer que eu peça batata frita também? – perguntou Harry, eu comecei a rir do nada. – O que foi? – perguntou ele confuso.

– Você tá todo melado. – disse, peguei um guardanapo e limpei a sua boca. Ele ficou vermelho e eu fiquei também depois que percebi o que tinha feito. Quero dizer, parece algo normal para amigos não é? Ou talvez eu estava exagerando porque não éramos tão chegados? Ou éramos chegados sim afinal ele sabia o meu segredo e eu não sabia quase nada sobre ele... É definitivamente eu estava em conflito na minha cabeça.

– Vou pagar. – falou Harry se levantando, dei meu dinheiro, mas ele se recusou e pagou tudo sozinho. E naquele estante lembrei-me das palavras de Lisa na minha cabeça:

Flashback on – Depois do tribunal

– Não mesmo, não quero estragar o encontro de vocês. – disse Lisa.

– Não é um encontro. – falei cruzando os braços.

Flashback off

Harry voltou, como estávamos cansados decidimos não jogar mais.

– Vamos, eu te levo para casa. – disse Harry.

– Não precisa, nem é tão longe. – falei.

– Mas é perigoso, eu vou junto. – eu assenti, não tinha como discutir.

Fomos andando juntos. Então no início não se ouvia nada até como sempre eu quebrar o silêncio:

– Isso foi um encontro? – ele parecia surpreso e sem jeito com a minha pergunta.

– E-eu não sei, por quê? Você quer que seja? – perguntou Harry.

– E-eu não sei. – respondi gaguejando também.

– Achei que estaria na casa da Tiffany agora. – disse Harry tentando mudar de assunto.

– Não a aguentaria hoje, ela perdeu de mim hoje no tribunal. Provavelmente me maltrataria e eu cansei disso. Eu cansei dela. – falei.

– Você está certa. – disse. – Não pode aguentá-la para sempre até porque sempre é um tempo demasiadamente longo e você acabaria que ficando louca. – rimos.

– É verdade. – falei então chegamos à esquina da minha casa e eu parei Harry.

– O que foi?

– Podemos parar aqui? Eu te convidaria para entrar, mas é que meu irmão provavelmente vai querer saber quem é e vai te cobrir de perguntas. – disse.

– Por quê? Isso é um encontro então? – perguntou Harry confuso.

– Bem, parece que nem todo mundo acha que dois amigos de sexo opostos saindo juntos é normal. Para eles é um encontro. – respondi.

– Hm... – disse Harry. – Então é melhor você ir, tchau.

– Tchau. – falei.

Harry deu um beijo na minha bochecha. Quando se afastou nossos olhos se encontraram e eu não sei o que houve. Ou eram os meus hormônios pedindo por mais ou era o momento perfeito para fazer o que fizemos, quero dizer, nós beijarmos. Quando paramos depois do terceiro ou quarto beijo, ele ficou vermelho, mas dessa vez eu não.

– Isso foi... – murmurei nem sabendo como acabaria a frase. – Estranho. – Harry levantou a cabeça para me olhar:

– Por quê? Não foi bom?

– É que achei que quisesse esquecer o que houve naquele outro dia. – disse.

– Eu achei que você quisesse. – falou Harry.

– Talvez nenhum de nós queira. – murmurei. - Então o que vai acontecer agora?

– Depende de você. – disse Harry.

– Ok. – concordei. – Então nós falamos amanhã? – Harry assentiu, o sol já havia ido embora e a lua brilhava no céu.

– Boa noite. – disse Harry antes de ir embora.

Virei-me e fui para casa. Entrei com a minha chave e fui ao meu quarto, fiquei os minutos seguintes apreciando a lua lá de cima quando Mark bateu na minha porta.

– Nossos pais querem falar conosco. – disse Mark. Estranho... Não o fato dos nossos pais terem algo para conversar importante conosco, mas o fato de Mark ter batido na porta antes de entrar, realmente tinha algo de muito esquisito nisso.

Sabe quando você acha que tudo na sua vida está certo depois de uma montanha de problemas quando tudo está perfeito e aparece uma bomba para você? Eu sei como é isso, mas ainda não consigo acreditar o que houve para eu merecer aquilo? Eu devo ter nascido no planeta errado, eu sou muito azarada.

“É preferível suportar os males que temos do que voar para aqueles que não conhecemos.” Shakespeare.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, eu gostei muito de escrever o final por que será né...?
Reviews?