Por detrás da Rosa escrita por Danda


Capítulo 8
Tensão e paciência




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O que poderia ser pior do que ouvir algo que sabemos que é verdade, mas que não conseguimos aceitar?

A morte. Ela virá para qualquer ser vivo. Uns vão mais cedo do que outros. Uns mais injustamente que outro.

Afrodite sabia, que quando experimentara a morte, era justa. Tentava empatar os cavaleiros de bronze, para que a deusa, que jurara proteger, morresse.

Atualmente, se penalizava por tal feito. Mas na época, não estava muito preocupado.

Sempre fora atento e, percebia muito bem o que se passava ao seu redor. Como agora.

Aquela menina, que tinha um ar de sofrimento, tinha algo que trazia espinhos em sua alma. Algo que queria desperta, mas não conseguia chegar a luz de sua compreensão.

Estreitou os olhos felinos, mirando cada detalhe do rosto dela. Nem mesmo aquela careta sofrida, conseguia faze-la perder a graça e o encanto de menina. Era valente e, isso, lhe fazia ter um orgulho que não conseguia entender o porque.

Ela não era nada sua. Uma serva insolente, que tivera o atrevimento de lhe encarar.

Nunca, nenhum ser se atreveu a isso, apenas aquele...

A imagem de Shun lhe veio a cabeça. Aquela criança, tal como essa que estava em sua frente, se atrevera a contestar.

Seu coração pulou eufórico, ao lembrar da batalha contra o cavaleiro de bronze, fazendo-o pressionar mais o corpo de Dora contra a parede.

A menina grunhiu, sentindo os olhos se encherem de lágrimas.

O que ele pretendia fazer? Lhe matar?

Absurdo passar por isso, naquele lugar onde estava sozinha.

Seu estômago queimava, lhe causando um enjôo terrível. A dor de cabeça começara atrás, seguindo caminho para o topo, e, logo, tomando tudo, até os olhos.

Suspirou sonoramente, chamando seu agressor a si.

O Cavaleiro viu o rosto dela ficar pálido, enquanto fechava os olhos castanhos.

Afrodite vacilou. Aquela sensação boa do sofrimento alheio desaparecera, ao vê-la perder os sentidos.

Agarrou com força o corpo, que caia pesadamente em cima de si. Chaqualhou-o, chamando por ela, mas Dora já não o ouvia. Estava longe, dentro de suas memórias.

As ruas estavam atopetadas de gente, que corriam de forma desgovernada, como fugindo de algo.

Seus olhos se prenderam no fim da rua, que levava para onde ele estava combatendo.

Levou a rosa que tinha na mão direita ao peito, agoniada. Então ele tinha caido?

Antes que pudesse ter mais alguma reação, sentiu que alguém lhe segurava o pulso.

- Temos que ir! – Um homem já com quarenta anos, lhe arrastava pelas ruas.

Tentou lutar, mas um forte estouro a fizera mudar de idéia.

Um bloco pesado de pedra começou a cair de uma das construções. Foi tudo tão rápido, que quando conseguiu entender, viu que o homem que lhe guiava estava preso de baixo de uma grande pedra. Parou para ajudar.

-Aguenta – Disse, puxando-o pelo braço.

- NÃO! – O homem gritou meio a um grunhido – Corra! Vá pedir ajuda!

A menina ainda fez menção de desobedecer.

- NÃO! – Mais uma vez o homem se exaltou. – Se conseguir ir até o Santuário, peça ajuda. Vai rápido!

A menina ponderou. O que ela podia fazer contra aquele grande bloco?

Suspirou começando a correr, porem mais uma queda de pedras a fez parar, formando uma poeira que lhe ardia nos olhos. Lutou para enxergar o que o provocara.

Aos poucos, a imagem do ser foi ficando nítida. Era belo. Seus cabelos cinzas, eram compridos, com uma franja bem pousada na cara, que mal se moveu com o movimento.

Sua armadura era diferente das que conhecia. Era negra, com asas enormes.

Viu-o fazer um movimento gracioso em sua direcção, fitando-a.

Mas não era ela que ele via e, sim, a rosa que a menina não conseguia largar.

Viu-o sorrir.

- Essa rosa. Por acaso é conhecida de Peixes? – Ele indagou.

A menina se encolheu, colocando a mão sobre a rosa.

- Você é a pessoa que estava lutando contra o Mestre Albafica!

Ouviu o homem extrapolar sobre aquele com quem tinha lutado, causando revolta em seu peito.

- O MESTRE ALBAFICA NÃO PERDERÁ! – Gritou – OS CAVALEIROS DE ATHENA NÃO PERDERÃO CONTRA VOCÊS!

Viu que nada se alterou na expressão daquele homem que lhe parecia extraordinariamente bonito.

A boca dele mexeu, mas não conseguia ouvir. Estava com medo e, isso começou a afectar seu sistema nervoso.

Viu-o fazer um movimento com as mãos em sua direcção, e raios de luz vieram com agressividade, machucando seus olhos.

Colocou o braço na frente do rosto, já preparada para sentir dor. Mas ela não veio. Algo deteve aquela luz, que destruía tudo a sua passagem.

Quando conseguiu, tirou o braço da frente dos olhos.

Ali, diante dela estava uma armadura reluzente.

Sorriu.

"Mestre Albafica" – pensou.

Mas não era. Os cabelos, longos e loiros esvoaçavam. Ele virou o rosto para lhe fitar. Era diferente. Em sua testa...

Puxou o ar com força, quando tentou abrir os olhos.

Sentia uma dor intensa no ombro direito.

- Calma! – Ouviu uma voz, enquanto sentia lhe tocarem no ombro.

Não reconheceu nem a voz, nem o rosto que mirou, quando a visão ficou definida.

- Fique calma! – Ele disse com um sorriso tranqüilo.

Engoliu a seco, enquanto via aquele rosto magro. Os olhos escuros, eram pequenos e, seu cabelo curto, bagunçado, completavam uma beleza estranha.

Com certeza não era grego.

Sentiu-se sendo observada por mais alguém. Percorreu os olhos pelo quarto, encontrando Miro na porta e do outro lado à janela, de costas, estava ele.

Um flash da conversa no banheiro lhe veio a cabeça, lhe dando uma dor no peito.

Agora lembrava. Ele havia a agarrado. Queria lhe fazer mal.

- Aqui está – Lita entrava com um copo de leite na mão. Se aproximou rapidamente, estendendo o objecto de vidro na direcção da moça.

Mas Shura, que estava sentado na ponta da cama, foi mais rápido. Mal agarrara no objecto, passou para a menina, que não prestara atenção a isso.

Fitava o homem na janela. Ele parecia distante. Dora já tinha noção de onde estava. Estava na cama dele, e isso, provavelmente, estava lhe custando. Tão vaidoso. Tão egoísta.

A menina não pode deixa de sentir um gostinho de vingança.

- Dora – Shura chamou a atenção dela.

Viu-o estender o copo, pegando o que lhe era oferecido com um sorriso sem graça.

Shura observava a menina sorver o liquido, cuidadosamente. Era bonita. Seus traços delicados. Nariz pequeno, olhos grandes castanhos. Parecia uma boneca, daquelas que se vende em lojas pequenas, de produtos artesanais.

Lembrou quando entrou no quarto, e vira Afrodite, com o corpo nú, estendendo-a sobre a cama.

Uma cólera lhe tomou a alma, se atirando contra ele. Por sorte, Miro estava presente. Por sorte, Lita tinha dito onde ela estava e, Miro partira assim que foi informado, deixando seu jantar pela metade. Por sorte acabava de entrar na Casa de Aquário...

Lhe fitou mais um pouco. Ela olhava assustada para Afrodite.

Como ele poderia ter feito isso com uma menina desprotegida.

Pensava que ele tinha mudado. Pensava que ele tinha se arrependido.

Afrodite também pensava. Pensava não, tinha a certeza. A sua maneira, tinha mudado. Era merecedor de voltar a vida, de voltar a servir Athena. Mas aquela menina lhe tirara do sério.

Falara-lhe coisas que não lhe dizia respeito.

Mordeu os lábios, querendo se voltar para saber como ela estava, mas não queria encarar Miro, que de forma brusca lhe atacou uma toalha para que se cobrisse, como se tivesse tentado atacar de forma nojenta a serva.

- Dora – Miro se aproximou, fazendo todos lhe olharem – Você consegue se levantar?

A menina fez uma careta ao tentar se mover.

- A-acho que sim – Respondeu tentando se levantar, mas desequilibrou caindo nos braços de Shura, que lhe amparara rapidamente.

Afrodite virou neste momento, fitando. Fez menção de se aproximar, mas o Escorpião tomou a frente, lhe impedindo.

- Não seria melhor ela ficar...

- Não! – Dora disse aflicta, segurando o braço de Shura com força, interrompendo Lita. – Eu não quero...

- É claro que não quer – Miro falou simplesmente, mirando Afrodite.

Este estreitou os olhos.

- Pare de me olhar como se eu fosse um criminoso – Afrodite recriminou.

Miro serrou os punhos.

- Eu pensei que tinha mudado.

- Cale a boca, Escorpião – Afrodite se aproximou perigosamente.

- Parem com isso! – Shura disse, fazendo os dois homens pararem. Voltou-se para Dora – Eu te levo até Aquario – Disse pegando-a no colo.

Vendo a cena, Afrodite experimentou algo que jamais pensara em sentir. Algo em seu peito se remoeu. Algo dançou uma dança violenta em seu peito e, uma vontade enorme de arranca-la dos braços de Shura tomou sua alma e estremeceu seu corpo.

Viu o Cavaleiro de Capricórnio sair com a menina. Não conseguiu se mexer. Aquele sentimento lhe fazia mal.

Suspirou vendo Miro sair atrás dos dois. Lita lhe fitou estranhamente, mas Afrodite estava mais preocupado com aquela onda de emoção que lhe pegou de surpresa.

- Vai precisar de mim, senhor? – A mulher ainda lhe fitava.

Não se dera ao trabalho de olhar. Se mirou no espelho, onde dava para vê-la bem.

- Não – Disse simplesmente.

Lita estranhou não ter havido nenhum insulto a seguir.

- Pode ir – Ele completou para o maior espanto da mulher, que vacilou, mas fez o que lhe era ordenado, antes que ele esquecesse que estava sendo gentil.

Os olhos claros percorreram pelo seu corpo, no reflexo do espelho a sua frente. Apenas coberto da cintura pra baixo por uma grande toalha azul, que lhe fora jogada por Miro, quando separou o que iria ser uma briga entre ele e Shura.

Suspirou. Era impossível que eles tivessem pensado que iria fazer algo com aquela menina. Era impensável. Uma serva!

Balançou a cabeça negativamente, tentando não pensar mais nisso, mas o que veio foi a lembrança do que sentira e, que ainda sobrara um pouco. Absurdo!

Como poderia ter sentido isso? Estaria louco?

Talvez Afrodite estivesse fora de si – era o que os dois companheiros de luta pensavam.

O que ele estava pensando.

Rapidamente Shura entrou pela a sala de Aquário com a moça nos braços, não ligando para Kamus, que saltara do sofá ao ver a cena.

- O que houve? – Indagou vendo o espanhol entrar para o corredor.

- Afrodite enlouqueceu de vez – Miro disse serio.

- O que quer dizer?

- Ele atacou a menina – Miro disse contrariado.

- Atacou como? – Kamus franziu a testa.

- Isso me pergunto eu – Miro fitava a porta do corredor – Quando chegamos lá, ele estava nú, jogando a menina na cama...

- Eieiei! – Kamus protestou, estranhamente, fazendo o outro lhe fitar – Eu consigo ver Afrodite matando um inocente, agora...

- Não sei – Miro estava branco de raiva e, Kamus percebeu.

- Seja como for – O aquariano voltava a sua frieza – Nós não temos nada a ver com isso.

- O que quer dizer?

- Se ela quiser contar o que aconteceu, ela conta.

Miro deu uma risada nervosa.

- É claro que ela não vai contar.

- Porque não?

- Ela está assustada – Disse alterado, de forma que foi ouvido no quarto.

Shura a colocara sobre a cama e fitou a porta.

- O que está acontecendo? – Indagou de forma mais por educação, pois já sabia que era a causa da discussão.

- Não é nada – Shura disse da porta, enquanto apagava a luz. – Tente descansar. – E dito isso fechou a porta, se dirigindo para a sala, onde encontrou os dois homens em um silencio incomodo. – O que houve?

- Kamus acha que devemos deixar o assunto morrer. – Miro disse revoltado.

- Eu não disse isso.

- O Mestre tem que saber – Shura disse serio.

- Então ela que conte – Kamus repetiu – Nós não sabemos o que aconteceu, ao certo.

- Eu sei o que vi – Miro apontou o dedo na cara do aquariano, que continuou com sua postura distante, ignorando-o.

- Você não sabe se o que viu é o certo.

Shura suspirou sonoramente.

- Kamus tem razão – Shura disse, surpreendendo Miro – Se ela quiser, ela conta. Ou o próprio Afrodite dirá...

Miro mexeu a boca para falar, mais desistiu. Não concordava, mas decidiu que era melhor não discutir. Saiu de Aquário batendo o pé.

Shura, ainda, olhou para Kamus, resignado. Não gostou nada do que tinha acontecido, mas não tinha nada a ver com aquilo. Iria dar por encerrado a conversa e esperar pelo dia seguinte.

Dia, esse, que veio rapidamente. Dora acordara mais cedo, sentindo ainda a dor no braço. Antes que Lita chegasse, já havia tomado café e preparado o de Kamus, saindo logo em seguida.

Chegaria no colégio com tempo de sobra, mas não se importou, assim como o facto de não ter encontrado ninguém no caminho. O que acontecera no dia anterior ainda estava muito presente, e agora, com mais calma, conseguia entender o cenário calamitosamente enbaraçante para ela.

O que Miro e aquele homem deveriam ter pensado. Apesar da duvida, não queria a resposta. Pelo menos por agora. Agradeceu mentalmente por não encontrar ninguém.

Facto que deixou Miro intrigado: Ela havia saido mais cedo. Será que ela estava bem?

- Provavelmente – Kamus disse de forma despreocupada – Saiu mais cedo, para chegar a horas no colégio.

- Lá responsável, é ela – Lita comentou, servindo um generoso copo de leite para o convidado.

Miro não compreendia, mas Kamus entendia que ela deveria estar com vergonha do que tivesse acontecido. Não censurava.

Também duvidava muito que Afrodite dissesse algo. Ele não falaria daquilo, com certeza. Não era homem de dar explicações.

E assim como previra, durante o treino da manhã, nada foi dito. Miro olhava, de vez em quando, para o belo homem que treinava com Mascara da Morte. Este segundo não pode deixar de reparar.

- O que fez para o Escorpião? – Indagou enquanto desviava de um soco.

- Nada – Afrodite respondeu seco, após sentir o pulso ser agarrado. Recebeu uma joelhada na costela, que o fez fazer uma careta.

Quando sentiu que estava safo das mão de Mascara da Morte, se afastou, fitando Miro. Ambos cruzaram o olhar e, Afrodite compreendendo o que estava perturbando o outro, deu um sorriso debochado.

Miro, que até então mantinha-se forme, não aguentou.

- O que foi? – Perguntou com mal modo ao Cavaleiro de Peixes.

- O que foi? Perguntou eu – Disse erguendo o queixo.

A essa altura, os outros que treinaram, sentiram um leve elevar de cosmo por parte de Miro e, pararam para ver o que estava acontecendo.

- Quer mesmo que eu diga? – Miro se aproximou um pouco, com ar ameaçador.

- Miro! – Kamus tentou detê-lo, colocando uma mão no ombro deste, mas este, se afastou de forma brusca, ignorando o amigo aquariano.

Afrodite não respondeu, mantendo sua postura altiva e, sorriso debochado.

- Eu digo, Afrodite de Peixes – Fez, serrando o pulso – Eu acho que você é um ser desprezível – Começou, surpreendendo a todos.

- Miro, o que está falando? – Aldebaran estava chocado.

- Está louco – Mascara fitava sem entender – Vai deixar por isso Afrodite?

- Deixe-o – Afrodite disse ainda sorrindo – Está com ciúmes.

- Ciúmes de que? – Alguém indagou.

- Ciúmes? – Miro estava vermelho, o que impressionou a todos – Alguém devia te por um travão, SEU LOUCO!

Afrodite perdia o sorriso.

- Dobre a sua língua, Escorpião! – Afrodite deu um passo em frente, elevando o cosmo.

- Esperem aí – Saga se colocou na frente – Afinal o que está acontecendo? – Perguntou olhando para cada um.

Afrodite estreitou os olhos. Pensava que o que acontecia dentro das casas, devia permanecer lá. Miro estava passando dos limites.

Miro riu de maneira vingativa, fazendo o Cavaleiro de Peixes estreitar mais os olhos.

- Você não tem nada a ver com isso, Miro.

- O que? Está com medo?

- Eu te quebro – Ia avançar, mas Aldebaran se meteu na frente.

- Querem explicar o que está acontecendo? – Aioros se manifestou. Odiava quando os companheiros se desentendiam.

- Não tarda muito, Shion virá ver o que está acontecendo – Dohko advertiu.

- Ótimo – Miro disse alto – Assim, ele fica sabendo o que não deveria ter voltado do Hades.

- Desgraçado... – Aldebaran segurou Afrodite a tempo.

- Mas o que aconteceu? Fala logo! – Mascara da Morte já estava impaciente.

- Não aconteceu nada – Kamus disse, olhando severo para Miro – Desentendimento por causa de mulher.

- Isso – Shura disse, se colocando na frente de Miro – Por favor! – Sussurrou.

- Desculpa, Shura – Miro disse baixo – Eu não consigo.

- Então fala logo – Aioria se ruia de curiosidade.

- Esse pérfido – Miro apontou o indicador para o homem atrás de Aldebaran – Porque não tem outro nome...

- Por favor, Miro – Kamus tentava amenizar.

Mas Miro já estava embalado.

- Atacou a nova serva.

- Qual serva? – Kanon se adiantou para o circulo que se formou a volta da confusão, de olhos estreitos.

Saga mirou o irmão, para depois virar para o Escorpião.

- Miro...? – Pediu entre dentes.

Miro ergueu o queixo, ainda serio.

- A menina que você trouxe, Saga.

Mal deu tempo de Saga se virar ferozmente para Afrodite, Kanon já tinha depositado um soco em Afrodite, fazendo esse cair a alguns metros, no chão, com a boca sangrando.

Com uma cara de dor, Afrodite cuspiu um pouco do sangue e fitou incrédulo o irmão de Saga.

Este ofegante de raiva, fez menção de avançar, mas Shura e Mascara da Morte entraram na frente.

- Está louco? – Shura estava atônito, olhando Kanon.

O gêmeo mirou o irmão, que não desgrudou os olhos de Afrodite. Notava-se que se segurava para não partir para cima do homem, ainda no chão.

Viu Afrodite lamber a ferida no lábio inferior.

- Droga, Miro – Kamus recriminou.

- Você ia esconder isso de mim, Kamus? – Saga se voltou furioso.

Kamus permanecia com sua expressão limpa.

- Isto não é assunto que nos diga respeito – Disse, enquanto via a cara do outro se retorcer em algo que não conseguiu compreender se era raiva ou duvida – Isso e entre Dora e Afrodite. E o Mestre, se assim ela o desejar.

- Ele está certo, Saga – Dohko se aproximou, espantando Kanon e o irmão – Nós não temos o direito de nos meter.

- Vocês não entendem, Dohko... – Kanon começou.

- O que não entendemos, Kanon? – Aioros lhe fitou.

O ex marina olhou para Saga, notando que o rosto do irmão já não transparecia raiva, mas receio.

Kanon vacilo diante dos olhares sobre si.

- É-é um homem – Disse acenando para Afrodite, que já estava de pé, fitando calado os acontecimentos – É um homem atacando uma menina. O Mestre tem que saber disso.

- E saberá – Aioros se virou para Afrodite – Mas acho que você mesmo, Afrodite, deveria falar. E desta forma, também, tentar se defender.

Afrodite suspirou. Agradecia mentalmente, por Kanon não ter atacado com seu poder. Ou Saga. Seria devastador o ódio daqueles dois. Mas em sua cabeça martelava a questão que não queria calar: O que aquela menina representava para Saga? E agora o mais intrigante: Porque Kanon tomara as dores da serva?

- Afrodite – Dohko se aproximou – Quer ir até lá? Ou prefere esperar a moça?

Afrodite lhe olhou por um tempo que não soube determinar quanto foi, mas por fim, ao fitar Miro, respondeu:

- Eu espero a menina – Disse sorrindo enquanto passava o dedo na ferida, virando o olhar para Kanon – Seja o que for, falaremos juntos com o Mestre.

Kanon serrou os dentes de uma forma tão bruta que lhe doeu o maxilar.

- E talvez Saga queira ir junto – Disse fitando o Cavaleiro de Gêmeos com o mesmo sorriso.

Saga fechou a mão e, de queixo erguido, lhe olhou frio.

- Pode ter a certeza disso.

Continua...


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