Por detrás da Rosa escrita por Danda


Capítulo 4
Chegada ao Santuário




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/154086/chapter/4

Não perceberá, quando exactamente chegou em frente aquele enorme templo, no qual percebeu que tina um símbolo zodiacal, em relevo, por cima da entrada. Definitivamente era o símbolo do signo de Áries.

O grande homem que fora lhe buscar na casa de sua tia tão cedo, veio o caminho todo falando, o que a deixou se sentir reconfortada. Pelo menos sabia que havia uma pessoa simpática para conversar.

- Cavaleiro de Ouro de Touro, Aldebaran! – Dissera sua tia, assim que a fez entrar pela porta da sala, apontando para o enorme homem moreno, sentado no sofá. Este lhe sorriu gentilmente. Não vestia aquela roupa, tão desconfortável, ao qual a tia lhe dissera chamar Armadura de Ouro.

"Seria de ouro mesmo?" – Se perguntou, intrigada. Que fosse. Deveria ser desconfortável na mesma.

Sorriu para o homem, ao qual, a acompanhou no café da manhã e, logo partiram.

Ficou feliz em saber que ele era do Brasil. Aquele país que exportava novelas para a Grécia. Como detestava assistir com a dublagem grega. Ver a boca dos personagens mexer de forma diferente e, dessincronizada das palavras proferidas pelos odiosos dubladores, davam cabo de seus nervos.

Agora poderia aprender com ele o português e, quem sabe, assistir as novelas no som original!

Ficou feliz ao ouvir um sonoro "sim" como resposta. Agora sim, via aquela "mudança de ares", como sua mãe chamava, dar frutos.

E, nessa conversa com Aldebaran, que contava tudo sobre sua terra, não percebeu quando chegou ao seu destino.

Seus olhos fitaram o mesmo rapaz que estivera na casa de sua tia no dia anterior. Tinha a mesma expressão tranquila, mas sua armadura devia estar guardada, pois vestia uma roupa que Dora achou graça.

- Como vai, Dora! – Mu cumprimentou cordialmente a moça.

- Bem, obrigada – Dora não se sentia tão a vontade com ele, como com Aldebaran. Não sabia explicar, mas todo aquele ambiente lhe causava calafrios. Como se trouxesse lembranças ruins.

"Mas que lembranças! Eu nunca estive nesse lugar" – A pesar de penar assim, aquela sensação não sumia e, se agravava com a presença de Mu.

Mas não tanto como da figura que agora aparecia na porta do lado do Cavaleiro de Áries. Aquele, sim, lhe fazia sentir mal. O homem que lhe deu aquela rosa. Porque Rosa?

- Vejo que decidiu levar em conta o que sua tia disse – Dohko comentou animado.

Dora estranhou. Porque lhe tratavam tão bem, como se lhe conhecessem a anos? De onde vinha não era nada assim.

De uma forma, um tanto apreensiva, sorriu.

- Talia! – Mu chamou, calmamente.

Logo, do lado deste, apareceu uma moça de vestido simples. Era mais baixa, tinha o cabelo encaracolado, negro, um pouco acima dos ombros. Seus olhos, castanho escuros lhe davam um ar "demoníaco" como Dora constatara, assustada, ao examina-la bem, completado por traços finos e nariz pequeno. O corpo não tinha muitas curvas, o que lhe dava um ar de ser bem mais nova.

- Talia – Mu começou, fazendo Dora tirar sua atenção da moça – Essa é Dora. Ela veio trabalhar aqui no Santuário.

Viu a mocinha sorrir animada.

- Leve-a até o Mestre, por favor – O Cavaleiro completou.

Não deu tempo de Dora pensar no que seria ser levada até o Mestre e, do porque ser Talia a leva-la e não Aldebaran, já que esse foi busca-la em casa. A moça rapidamente pegou a mala da recém-chegada e agarrando-a pelo braço, delicadamente, a conduzindo para dentro da primeira casa.

Não conseguiu nem olhar para os homens que acabara de passar, ficando, logo, estupefada com a visão que tinha no interior daquele templo. Sim, templo. Onde estava, não era composto por nenhuma mobila, apenas altas colunas, que terminavam em um magnífico teto e, um chão brilhante.

- Alguém mora aqui? – Perguntou baixo, olhando ao seu redor.

A outra riu.

- Sim, o Senhor Mu, mora aqui.

- Mas como…? - Dora estranhou. Como poderia dormir ali?

Mais uma vez, Talia riu, olhando a cara da moça à sua frente.

- Todos os templos são assim, como você vai reparar – Começou, feliz por dar aquela explicação – Essa é a zona de combate em uma eventual invasão. A parte de trás – Disse apontando para uma enorme porta, trabalhada, com figuras que contavam a história daquele signo – esta a parte onde os Cavaleiros moram. É naquela parte que mais trabalhamos. Lá eles têm tudo que precisam.

- Como todos os moveis, incluindo televisão…

- Não – Talia disse tristemente – Quem nos dera. Apenas o necessário para sobrevier.

A moça, logo reparou na expressão de decepção no rosto de Dora. Riu internamente. Foi a mesma cara que fizera quando recebeu a noticia, quando chegou no Santuário. A final, a casa dela, em uma vila vizinha ao Rodorio, era uma das poucas que tinha uma televisão.

- Bem, temos que ir – disse, puxando Dora, novamente, pelo braço. – O Mestre está a nossa espera.

- Quem é esse mestre? – Perguntou, enquanto era arrastada pelo caminho.

- Eu te explico no caminho…

E realmente explicou, não só quem era o Grande Mestre, como todos os Cavaleiros e a Deusa Athena, interrompido de vez em quando, quando passavam por uma das casas, ao qual Talia, fazia questão de apresentar a nova serva e, ao qual, Dora mal saia da casa e, não lembrava nem do nome nem da cara das apresentadas.

- Capricórnio – Talia falou, ofegante.

- Talia – Dora chamou a moça, que estava a alguns passos a sua frente. Esta virou imediatamente. – Onde estão os donos das Casas?

- Estão treinando. É o que eles fazem todos os dias. Eles têm que estar preparados…

- Preparados para quê?

- Para a próxima guerra – Ouviram uma voz vinda de dentro da casa, fazendo as duas olharem para dentro assustadas.

- Que susto, Ster! – Talia reclamou.

Ster apareceu na porta, fitando Dora com seus olhos verdes. Era claro que era mais velha, já tinha um corpo bem definido, realçado pelo vestido decotado de cor amarela, que sobressaía na pele levemente bronzeada.

- Próxima guerra! – Dora sussurrou, assustada.

- Não liga para ela…

- Sim, próxima guerra – Ster interrompeu Talia. – Mas não se incomode, pode ser que essa guerra demore – Dito isso, virou de costas e se dirigiu para dentro – ou não – sussurrou muito baixo.

Talia fez sinal para que Dora entrasse atrás dela. A moça cambaleou um pouco ainda pensando no que acabara de ouvir. Saíra de onde morava, onde tinha todos os seus amigos, porque a cidade estava se tornando cada vez mais violenta e, seus pais acabaram a trazendo para um local onde ocorriam guerras?

- Você não devia ter dito isso – Ouviu Talia repreender a outra, quando entrou para aquilo que chamavam de Salão de Combate. – Você assustou ela…

- Ela tem que saber…

- Mas não assim.

- Se não for assim, vai ser de qualquer jeito. E alguns vão morrer.

- Infelizmente – Talia disse triste.

- Infelizmente apenas para alguns, porque não me importo que aquele…

Ster parou ao ver Dora parada na porta.

- Não disse por mal, desculpa – Ster disse seria.

- Não faz mal – Dora disse, se juntando as outras duas no meio do Salão.

- Você está vindo trabalhar aqui?

- Parece que sim…

- Já sabe onde? – Ster fez um ar desconfiado.

- Ainda não – Talia se intrometeu, conduzindo Dora para a porta – mas vamos saber assim que vermos o mestre. – Completou já da porta, sem dar tempo de Ster dizer mais alguma coisa.

A morena apenas fitou a saída, agora, vazia, abanando a cabeça negativamente de leve.

- Ela nem sabe o que a espera, coitada – Comentou.

A passagem pela casa que seguia foi rápido, visto que ali não tinha serva para Talia apresentar. Dora reparou que a menina já não tinha aquele ar doce e falante. Estava seria e apenas falava quando Dora perguntava algo.

Finalmente a ultima casa estava diante delas. Talia sentiu os músculos contraírem. Não gostava de entrar na casa daquele homem tão detestável.

Não sabia dizer quem era pior: o Cavaleiro de Peixes ou de Câncer. Ambos intragáveis.

- O que foi, Talia? – Dora tirou a moça do mundo dos pensamentos.

- Nada – A moça respondeu com um sorriso sem graça – Anda! Estamos atrasadas. Lembre-se de não tocar em nada – Advertiu, entrando na frente.

"Que arrogância" – Dora pensou. Quem aquela menina julgava que ela era. Claro que não ia mexer em nada. Alias no que ela ia mexer, se não havia nada naquela porcaria de lugar.

Balançou a cabeça irritada e entrou. Levou um choque, parando na porta do Salão, quando um forte perfume invadiu sua narina.

Não conseguia ver onde Talia estava, mas agora já não importava. Sentia o corpo pesado e as mãos dormentes.

Baixou os olhos em direcção das mãos, que estavam estendidas com as palmas para cima e, viu sobre essa um enorme pano branco, sujo de sangue.

Sentiu uma enorme vontade de chorar e assim o fez, caindo sentada no chão.

A dor que sentia era incalculável. Não sabia dizer porque chorava abraçada ao tal pano, apenas limitou-se a fazer o que seu coração pedia: chorar.

Talvez fosse porque não queria estar longe de seus pais! Ou porque não queria estar ali, queria voltar para os seus amigos.

Não, não era isso.

Ouviu um estalo, atrás de si o que a fez arregalar os olhos. Olhou para as mãos e já não via o pano sujo. Já não estavam dormentes. Não conseguia entender o que houve.

Ainda sentada no chão, virou imediatamente quando ouviu uma voz grossa atrás de si.

- O que faz aqui?

Continua…


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Por detrás da Rosa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.