Por detrás da Rosa escrita por Danda


Capítulo 28
Se aceite




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Se aceite

A poeira que o ataque levantara, misturava-se com rubro do veneno das rosas que a pouco se espalhavam no chão e não mais estavam lá. Mas sua atenção não era voltada para esse facto, mas para a voz de comando que exigia que se reergue-se...que corresse contra o tempo e a dor, para salva-la.

Tinha que levantar! Sabia que muitos de seus ossos estavam partidos, e um simples e curto movimento poderiam causar graves lesões internas, mas sua resolução era maior que qualquer outro sentimento ou sensação. O medo que a doce garota de Rodorio se magoasse ,era a força que fizera o Cavaleiro de Peixes se levantar.

Caminhara o mais rápido que pode, concentrando-se no cosmo do inimigo e no poder que arrasava a vila, ceifando sem piedade vidas inocentes.

Maldito era o Juiz do Submundo.

Ainda de longe conseguiu vislumbrar a pequena que tanto ansiava em ver a salvo. Um alento para a dor que teimava em relembrar sua derrota.

Não! Ainda não estava derrotado.

Ainda etava de pé.

Mais a frente, Shion ,de vestes reluzentes, entrepunha-se entre Agatha (finalmente sabia o nome dela, apesar de não conseguir dissociar a outro nome) e o inimigo. Provavelmente chegara a tempo de não deixar nada acontecer.

Mas algo estava a correr mal. Não precisava se aproximar para perceber que o Cavaleiro de Aries estava em apuros. O mesmo golpe que fora aplicado em si, estava sufocando Shion.

Sentiu o corpo estremecer.

Não! Não permitiria que seu adversário magoasse mais alguém.

Suas rosas surgiram num simples pensamento e elevar de cosmo. Rápido e simples, desferira um golpe certeiro que libertara Shion das garras de Minos.

Estranhara a incrível sensação de orgulho, e não de medo, que tal figura lhe proporcionara tantas vezes.

Seu ódio por aquela criatura era tanto que não se importou com a surpresa dos presentes.

Ela ainda corria perigo e, nunca....NUNCA permitiria que ela fosse ferida.

Seus passos lentos denunciavam a dor que sentia ao se aproximar, mas seu rosto, para aqueles que vislumbrassem, não demonstrava nada além da determinação de acabar com o inimigo.

A pequena garota não pode perceber o rápido olhar preocupado que pousara sobre si, mas ao mesmo tempo ,aliviado por vê-la sem machucado algum. Não queria imaginar o que poderia ter acontecido se Shion não tivesse chegado a tempo...

A neblina espessa de veneno e as pétalas de suas rosas, começaram a desvanecer junto a poderosa imagem que o assolou, para que pudesse finalmente vislumbrar uma silhueta dourada. Antes apenas uma imagem disforme, começara a ganhar nitidez em suas asas e todo o resto das costas daquele que estava abaixado meio a devastação que Afrodite provocara.

Suas rosas destruíram tudo a sua passagem...incluindo as odiosas casas decrepitas. Nada, apenas o anjo dourado, reerguia-se, para que um pequeno sorriso pudesse formar nos lábios de Afrodite.

– Eu sabia que sempre chegaria a tempo, Aioros - Disse, enquanto via o Cavaleiro de Sagitário se voltar com Dora em seus braços.

Ah, ela parecia encaixar-se perfeitamente em seus braços.

A moça despertara e os olhos castanhos de ambos se cruzaram, fazendo com que Aioros, inconscientemente, a apertasse.

– Assim vai magoa-la, Aioros - Ouvira a voz doce de Alice, fazendo-o voltar-se.

A moça de cabelos castanhos e olhos amendoados claros lhe sorria, apesar da repreensão.

Em seus braço um pequeno bebe risonho.

Sorriu de volta:

– Somos dois irresponsáveis, como sua mãe disse...mas eu gosto da sensação...

Foi interrompido por um grito e som de vidro se quebrando. Vira o belo rosto a sua frente retorcer-se em temor, apesar a criança ainda sorrir. Se aproximou rapidamente, erguendo a bebe para que Alice a segurasse.

– Eu já volto - Disse - Tranque tudo até eu voltar. Não saia! - Ordenou saindo da pequena casa que era localizada em uma rua secundária da vila.

Não fora difícil encontrar a casa que estava sendo atacada. Na mesma rua que abrigada sua nova família.

A que ponto estava chegando o Santuário de Athena. Aqueles a que deveriam ser protegidos agora eram vitimas de soldados bêbados e Cavaleiros sem escrúpulos ,e nada era feito a respeito.

Aioros estava farto daquela situação. Já não conseguia se concentrar em suas missões, nos seus deveres, com medo que a próxima casa a ser atacada fosse aquela em que estava escondida sua filha. Ninguém sabia que ali estava a filha de um Cavaleiro de Ouro, nem mesmo seu irmão ou seu melhor amigo sabiam disso.

Tudo fora tratado, desde o começo, com o maior sigilo...sendo que os que tinham conhecimento eram os envolvidos.

Dessa forma não haveria como afastar aqueles que insistiam em aterrorizar a população, como aqueles crápulas que entraram em uma casa e agarravam de forma nojenta a pequena moça que ali habitava.

Não foi difícil coloca-los para correr. Covardes! Dois fugiram quando perceberam quem ele era.

Não poderia continuar assim. Não era justo com ele e nem para com a Deusa que jurara proteger.

Athena!!!

Nunca pensara em nada que não fosse seu dever, mas assim que colocara os olhos sobre Alice, soubera que não conseguiria seguir com esse ideal. E depois o fatal deslize trouxera mais uma razão para lutar por um futuro melhor.

Mas será que a deusa Athena entenderia isso assim e, não como uma traição aos seus princípios?

Pela primeira vez pensava nisso, quando passara pela porta da casa. Ela não estava.

Não havia dito para ela não sair dali?

Procurou pelos cómodos, encontrando sobre a mesa redonda um bilhete. Ela fora para a casa vizinha.

Suspirou aliviado.

Pelo menos ela tinha com quem contar se ele faltasse. Sorriu.

Procurou por um pedaço de papel e caneta. Já a muito pensava nisso e agora tinha a certeza que era o correcto a se fazer.

"Alice, eu desconfio do Cavaleiro de Gémeos. Não sei porque, mas acho que ele tem algo a ver com as mudanças no Santuário.

Arrume suas coisas e as de Dora. Partiremos em breve!"

Nenhuma despedida fora deixada. Não precisava (era como pensava). Pediria perdão para Athena pela repentina ausência sem autorização do Grande Mestre, e assim que colocasse Alice e sua filha em segurança, retornaria para protege-la e treinar Aioria, assim como alguém que o pudesse substituir.

Mal sabia o que encontraria naquela mesma noite...e que naquele bilhete poderia ter cabido uma simples despedida.

O ruído dos passos lentos de Afrodite chamaram a atenção de ambos.

O Cavaleiro de Peixes estava serio. Fitava Aioros nos olhos, sem entender a falta de reprovação neles. Afinal havia atacado, mesmo ciente que poderia mata-la.

Hmmm....o que estava pensando? Ele sabia que Aioros estava bem ali para se entre-por.

Mas fora arriscado e, isso, ambos tinham consciência. Tinham consciência, também, que essa atitude era aquela a que descreveria Afrodite como sempre fora.

Ele não era Albafica. Não mais.

Não adiantava procura-lo no mais intimo de seu ser. Shion poderia ter as certezas que fossem...Albafica morrera diante dos olhos daquela doce menina que retornara apenas para encontra-lo...e deparou-se com outra pessoa...o oposto.

Os olhos azuis tragaram a moça que erguera a mão com dificuldade para lhe tocar, mas Afrodite se afastara bruscamente para a surpresa de Dora e estranheza do moreno.

Afrodite não desviara os olhos dela, apesar de ter sentido como se tivesse acabado de engolir uma pedra.

– Leve sua filha daqui - Disse em um tom estranho. retorcido em um visível desprezo. O que pai e filha não sabiam, era que esse desprezo era por ele mesmo...por raiva de ser quem era e não aquele que ela procurava.

– Afrodite...

– Ainda não terminou - Mal dissera e um poderoso estrondo tomou conta da ilha. Do vulcão, fortes névoas negras foram cuspidas para o alto e o céu fora tomado pela escuridão.

Inconscientemente Dora agarrou-se ao pescoço de Aioros, chamando sua atenção.

– O que está acontecendo?

– Tire-a daqui Aioros!!!

O Cavaleiro de Sagitário compreendera, se retirando rapidamente.

Afrodite não fitara os dois a afastarem-se. Seus olhos prendiam-se na figura que aparecia de cima. De armadura alada negra, Bjorn mostrava, com grande orgulho, que havia se safado do golpe recebido.

Sorria de forma desdenhosa, enquanto pousava a alguns passos do Sueco.

– Não te serviu de muito arriscar a preciosa vida da moça - Comentou ainda sorrindo, fazendo Afrodite estreitar os olhos. - Agora podemos tirar a desforra - Dissera ainda sob a mira do olhar estreito do Cavaleiro de Ouro - Essa armadura de Corvo não é como uma de ouro...mas não preciso disso para lhe derrotar - Completou serrando o punho e rápido investira contra Afrodite, que posicionara-se em defesa.

Conseguira defender do soco que levara, mas foi jogado para trás, alguns metros.

Como era possível que aquele homem conseguisse tanta força?

Afrodite se recompusera, fitando com interesse Bjorn. Algo mais que a armadura, havia lhe mudado. Eram os olhos...

Os olhos voltaram-se para onde uma energia negativa fora libertada. Era no mais alto ponto do vulcão.

Se não se enganava, era para ali que aquela moça que estivera no Yomotsu consigo, estava. E era por isso que aquele maldito gigante começara a expelir aquele fedor insuportável.

Rápido, Mascara da Morte se dirigiu para lá, encontrando uma situação no mínimo inusitada.

O Corpo de Luna, agora revestida com o que reconhecera ser a mascara que o Santuário procurava, flutuava a alguns centímetros do chão, enquanto dois homens jaziam mortos...ao seus pés.

Estranhara.

– Nunca pensei que tal poder apenas escolheria alguns de nós - Ouviu uma voz rouca, masculina, atrás de si, voltando-se de imediato.

A alguns passos de onde estava, um homem de porte imponente, cabelos negros, lisos e muito compridos, de olhos cinzentos, sorria, enquanto apalpava o antebraço revestido por uma armadura negra.

"Um lemuriano!?" - Mascara da Morte surpreendeu-se.

– Acho que só os mais fortes sobrevivem - Concluiu.

– Ouça! - Mascara da Morte iniciou com cara de poucos amigos - O que fez com a menina? - Indagou, tirando o outro da própria contemplação.

O homem sorriu.

– Ela já cumpriu metade do que deveria - Respondeu sorrindo. Tinha em sua voz uma falsa simpatia - Agora terá que cumprir a outra.

– E qual é?

– Ela terá que desaparecer, tal como a mascara...

A risada nervosa do italiano causara surpresa e estranheza no lemuriano.

– Não me interessa o que aconteceu...o que me interessa é que o Santuário quer a mascara de volta - Dissera sem muito interesse - E eu levarei ela de volta - Completou se posicionando.

– Muito bem Cavaleiro de Ouro - O outro sorriu - Vamos ver o que pode fazer contra Khion de Altar Negro. - Completou acendendo o cosmo.

Mascara da Morte sorriu elevando seu cosmo. Mas para a surpresa do outro, não atacara com seu poder. Rápido, se aproximara, agarrando Khion pelo pescoço. Iniciou um chute nas costelas, que fizera o outro se curvar e grunhir, mas não se contentou com só esse ataque, dando um soco no rosto do Cavaleiro Negro, fazendo esse recuar alguns passos.

Mascara da Morte sorriu com desdém.

Na verdade ainda estava um pouco decepcionado com o primeiro combate, e não tinha boas expectativas para aquele que se armara.

Vira o homem a sua frente se reerguer e cambalear, cuspindo uma grande quantidade de sangue.

– Vocês são fracos - O italiano não conteve o comentário.

Khion não pareceu se ofender, pelo contrario, dando um sorriso sincero.

– Aquilo que dá, também, tira - Khion dissera com amargura, e seus olhos voltaram se para outro ponto e, Câncer não precisava se voltar para saber que ele falava da pequena menina. - SAIA DA FRENTE! - Ordenou por fim, gesticulando com violência.

Mascara da Morte pareceu não escutar, ainda sorrindo. Então a mesma que dera as armaduras para aqueles perdedores, também, limitava seus poderes. Se assim era, então ela também era a chave para acabar com os mesmos.

Alargou mais o sorriso provocador, fazendo o outro estreitar os olhos.

– Apesar do desejo de ter uma luta equilibrada. - iniciou - Você não vai encostar um dedo nela.- Tomou posição de ataque, agora, finalmente, com o dedo indicador apontado para o adversário - Vamos acabar logo com isso...

Foi interrompido por um outro cosmo que se fez sentir alguns metros atrás de si. Elevava-se mais do que aqueles que já conhecia. Voltou-se num rompante, a tempo de ver um homem loiro, de melenas compridas e olhos negros...

– Morra!!! - Seu punho direccionado para Luna, disparou um golpe.

– Droga!!! - Disse tentando alcançar a moça, mas deteve-se ao ver que o golpe fora desviado com um simples movimento de mão.

Respirou aliviado.

– Uma atitude covarde - A voz grossa daquele que se entrepunha entre o Cavaleiro Negro e Luna ecoou no local - Não se pode esperar diferente de seres como vocês.

– Desgraçado!!! Quem é você? - Perguntou entre dentes.

– Saga, Cavaleiro de Ouro de Gémeos. - Disse em seu tom altivo e sério.

O outro sorriu, erguendo o queixo.

– Muito bem...eu sou...

– Não importa - Saga interrompera fazendo o outro se surpreender. O grandioso cosmo de Gémeos dominou o local, fazendo o outro recuar e Khion não se mover - Another Dimension!!! - Invocou calmamente.

Como era de se esperar, aquele a que não teve oportunidade de se apresentar, fora tragado pelo poder do grego, desaparecendo.

Calmamente Saga voltou-se para Mascara da Morte que havia aplicado mais um golpe no adversário, se colocara com o pé encima de Khion.

– São mesmo fracos - Comentou sorrindo, mas perdeu a graça quando vira um luz intensa sair do corpo da moça mascarada. Uma luz tão forte que fizera os presentes fecharem os olhos.

O solo da ilha estremeceu, como se ameaçasse descer e mergulhar no mar profundo.

Uma cosmo energia poderosa e em sintonia com aquele local, pairou na ilha, provocando naqueles que lutavam uma forte dor de cabeça, que fizera Afrodite grunhir.

Tentara se manter de pé e fitar aquele que elevava surpreendentemente seu cosmo.

Como conseguia ter um cosmo que quase se igualava ao seu?

Afrodite estreitara os olhos, contemplando o adversário, enquanto as grandes asas negras abriram majestosas de forma a este manter seus pés longe do solo. Delas, plumas negras começaram a se soltar, rodeando levemente o Cavaleiro Negro de Corvo.

– A muito tempo espero por isso - Iniciou Bjorn com um sorriso - TEMPO DE MAIS, ALBAFICA DE PEIXES!!!!!

A surpresa de Afrodite foi tamanha, que não teve tempo de se defender das penas negras que lhe acertaram em cheio, cortando todo seu corpo e rosto.

Sentira ser empurrado para trás. O chão fugira, enquanto seu sangue jorrara abundante.

Continua...


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