Por detrás da Rosa escrita por Danda


Capítulo 22
Segure seu destino


Notas iniciais do capítulo

Boa noite pessoal.

Primeiramente quero pedir desculpas por toda a demora em actualizar essa fic. Tenho estado na correria e certas coisas vão ficando para trás (das quais as fics). Mas resolvi esse ano que não quero deixar as coisas pela metade, de forma, que irei seguir com essa fic. Determinei para ela que todo dia 15 e ultimo dia do mês irei colocar um capitulo. Infelizmente terei de deixar de lado alguns planos para ela, mas nada que atrapalhe a trajectória principal.

Desta forma quero agradecer a paciência de vocês e o carinho que passam pelas reviews.

Espero que tenham uma boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/154086/chapter/22

A caminhada até a casa em que estava hospedado fora curta. Na verdade não demorou nem 10 minutos para entrar pelo pátio que antecedia a porta da cozinha e, que a pouco, tirara Dora de sua aula de italiano. Mascara da Morte em passos firmes mas de cabeça em outro lugar, nem se dera ao trabalho de ocultar seu cosmo.

Sabia perfeitamente que na sala estavam presentes o Cavaleiro de Sagitário com o ex-mestre do santuário, e de forma calma e despreocupada entrara sem se anunciar no recinto, notando que Aioros jazia confortavelmente na poltrona com um olhar aparentemente vago, enquanto que Saga, na porta da mesma, tivera que se desviar ligeiramente para lhe dar passagem. Não que o silencio entre ambos fosse desconfortável, mas sabia que havia ali uma necessidade que não englobava sua pessoa, de forma, que sem se deter, seguiu escadas acima e num estrondo de bater de porta, anunciara que estava fora da jogada que estava prestes a acontecer.

Aioros assim o esperava e, assim que ouvira o estrondo, sorriu gentilmente para o mais velho, na expectativa que este se aproximasse.

Saga não sorriu de volta, mas de olhar sereno, fez como mandava as conveniência da boa educação. Aproximou-se silenciosamente e, sentara-se no sofá, deixando apenas um local de distancia entre ele e o outro.

– Bom, parece que temos que conversar – Por fim, o moreno se pronunciou ainda sorrindo.

Saga retribuiu com sua atenção. Ainda não sorria, mas transpirava tranquilidade.

– Eu enviei uma carta ao Santuário – Aioros continuou.

– Uma carta...?

– Athena vai ter que reverter a cerimonia – Aioros disse simplesmente – Você compreende que tivemos uma situação extraordinariamente invulgar ali. Os deuses, também, assim o compreenderão – Estava serio, mas não demonstrava nada que pudesse transparecer uma emoção negativa. Estava apenas resoluto – Quando voltarmos, Dora irá para a Casa de Sagitário...

– Aioros...

– Espero que não tente me convencer do contrario.

– Não tentarei – Saga mostrou-se convincente de modo que Aioros se recostou no acento de forma mais relaxada.

Mirava atentamente o mais velho.

– Como fica Afrodite? – Por fim ouviu a voz grossa indagar.

Não esperava uma pergunta tão cortante como aquela, apesar de ter plena consciência que o assunto chegaria ali.

– Fica como está – Droga, não era bem assim que tinha imaginado. Nas inúmeras situações que imaginara neste ponto da conversa, conseguia ser bem mais claro. E percebera que falhara ao ver a expressão do outro se alterar.

– Mas...

– Dora tem que apreender a se defender – Disse ainda embananado com a forma como a conversa foi conduzida. Ainda sentia que não estava conseguindo chegar onde queria – Afrodite é a menor das preocupações...

– Você está ouvindo o que está dizendo – Por fim Saga de Gémeos mostrava-se com uma postura autoritária como a muito não se mostrava – Afrodite tem cercado ela...

– E ela vai ter que apreender a se esquivar – Disse simplesmente, desistindo de se fazer compreender – Como agora por exemplo.

– Hmmmm? – Os olhos claros de Saga fugiram para a janela onde, normalmente, emolduravam o carro negro que trazia a instrutora de italiano. A pintura estava incompleta e, desta forma percebeu o que estava acontecendo. De um salto levantou-se – Você ficou louco?!

– Não – Aioros se ergueu com a mesma postura do companheiro – Mas parece que você ficou – Surpreendeu Gémeos – O pai dela está aqui na sua frente e, no meu ponto de vista pode ser que ela faça bem a Afrodite...

– E Afrodite fará bem para ela? – Indagou irónico.

– Não sei – Respondeu simples, mas sem grande emoção, o que chocou Saga.

– O que você realmente sente Aaioros?

– Não estamos aqui para falar de mim – Disse incomodado com a questão-

Saga pareceu lhe examinar. Não sabia se de facto o mais novo estava preparado para tudo o que aconteceu. Sempre alheio a tudo, agora, por algum motivo que não sabia a razão ele estava querendo dar um de pai liberal. Seria para agradar a moça ou simplesmente para descarregar suas emoções sobre si.

Aioros na verdade não parara para pensar muito no que realmente sentia. Estava sendo sobretudo instintivo no que tocava a sua responsabilidade com a moça, mas na verdade, não poderia dizer que era movido pelas mais puras de suas emoções.

Mas estava decidido a percorrer o caminho proposto, assim como Afrodite, que permanecia diante da pequena moça, agora, sentada no chão.

O Cavaleiro conservava em seu rosto um semblante sério em um olhar selvagem, de forma que Dora, jurava, em todos os confrontos que tivera com este, ver tal olhar. Mas ele não se aproximou. Ainda que demonstrando toda a sua superioridade, abaixou diante de Dora e com uma mão pegara um punhado de terra húmida, Fechara as mãos pressionando-a com força. Em seguida levantara se aproximando, erguendo a mão fechada.

Dora vacilou, mas acabou por estender sua mão ao homem, que rápido a segurou e depositou a terra húmida, fechando a delicada mão de forma que segurasse a maior porção de terra que conseguisse.

– Esta foi minha primeira lição com meu mestre – Disse em um tom saudosista. Seu olhar conservava o mesmo brilho de antes, mas conseguira endurecer ainda mais a face. Olhava a moça sentada, ainda, altivo, pois era essa sua natureza – Este é seu destino. Por mais que você tente segura-lo, ele vai escapar-se um pouco pelas tangentes...por entre seus dedos. Quanto mais você tentar molda-lo, um pouco sempre vai se escapar. Algo vai se descontrolar. Aos poucos a terra vai secar e desfazer. Mas mesmo assim você tem que tentar. Quanto mais você tentar...quanto mais recursos você conseguir para controla-lo, mesmo quando ver ele perder-se entre seus dedos, mais chance você tem de conseguir o que almeja. – Disse de forma resoluta, sem se quer pestanejar. Seu olhar claro parecia iluminar a penumbra em que se encontravam – Assim como eu te ofereci esse punhado de terra, a vida ofereceu o destino que você tem agora. Algo está escapando por entre seus dedos enquanto você olha para os acontecimentos de forma passiva.

A respiração de Dora alterara-se, ficara mais pesada a medida que as palavras duras de Afrodite parecia acertar em cheio seus sentimentos quanto a tudo o que vinha acontecendo. Ficara olhando toda uma transformação em sua vida de forma passiva. Desde que saira de sua casa, até o momento que fora viver para a Casa de Gemeos em uma situação profundamente constrangedora, não fizera nada para mudar o rumo que tomara. Deixara-se guiar pela vontade de seus pais e madrinha, pela vontade do Grande Mestre e do Cavaleirode Gemeos, como um fantoche sem vontade própria. O destino escorria por entre seus dedos, sem que lutasse para agarra o máximo que pudesse...sem se quer tentar molda-lo minimamente...

Vira a mão de Afrodite ser estendida por baixo da sua mão fechada. Deixava a terra que caia da pequena mão derramar de mansinho sobre a enorme palma.

– Não olhe para o passado, Dora – Disse em voz meiga, surpreendendo a moça – O que está feito está feito – Disse isso em voz resoluta, apesar de não o sentir. De facto não o sentia realmente. Durante todo esse tempo em que fora, juntamente, com os outros, revivido, perdoado e, sem grandes problemas, empossado nas suas antigas funções, todas as suas atitudes do passado lhe atormentavam e muitas vezes ditavam as acções do presente. Mas Dora não via assim, especialmente naquele momento.

Vira naqueles olhos o apoio que precisava para agir. Não que fosse correr dali para fora, entrar furtivamente no Santuário, recolhendo seus pertences e saindo a francesa para um local desconhecido. Sabia que tal era impossível, e apesar de não lhe agradar estar envolvida em qualquer tipo de missão que envolvesse "salvar a humanidade", já estava presa até a cintura, tendo como única opção continuar com o plano do Grande Mestre.

Já se safava muito bem no italiano, como pensara que iria conseguir e, estava pronta para ir onde deveria.

Assim foi:

Os raios de sol nem bem saiam fortuitos no horizonte e já se encontrava na porta de saida observando sua pequena bagagem ser colocada no SUV preto, enquanto Fátima conversava algo com Aioros alguns passos a frente do carro.

A humidade ainda gelava suas mãos fazendo com que sentise mais frio do que realmente poderia se apresentar naquela altura do ano. Cruzara os braços com firmeza para uma tentativa inutil de se aquecer.

– Está frio mesmo – A voz imponente de Saga veio de trás, de dentro da cozinha, fazendo a moça voltar-se. Encontrou os olhos insistentemente intimidadores do Geminiano lhe analisando. A moça usava roupas na qual não estava habituado a ve-la. Na verdade ninguém que vivesse no Santuário estaria, pois era uma roupa da moda nos jovens de hoje em dia, daquelas a que parece mais desarrumados do que mandaria o figurino, mas do qual dá um ar engraçado e pouco responsável aos adolescentes. – Então está pronta...!? – Dora o olou confusa, não porque não soubesse do que estaria pronta, mas porque não percebera se aquilo era realmente um indagação.

Vira o homem se dirigir para a mesa sentando pesadamente como se estivesse cansado.

– Não dormiu? – Indagou sem pensar, vendo o olhar voltar para sua pessoa de forma enigmática. Dora mordeu os lábios – Está preocupado...

– Com a sua segurança, sim – respondeu seco – em todos os sentidos...

– Como assim? – Se aproximou parando do outro lado da mesa, de frente para Saga.

– Afrodite não foi grosso?

– Não – Respondeu simplesmente – Eu ainda não percebi qual é o seu medo em relação a ele – Disse sem pensar, mas arrependera-se quando o olhar examinador e um tanto repreensivo se voltou com agressividade na sua direcção.

Saga deu um meio sorriso.

– Quem diria – Disse erguendo o queixo – Tão pouco tempo e não parece a menina assustadiça de antes.

– Eu nunca fui assustadiça – Respondeu automaticamente. – A-apenas não gosto de ambientes novos...

– ...que não possa controlar... – Saga sorriu ainda mais – Compreendo. Na verdade eu a tomei desta forma. Erro meu. Actualmente tenho me enganado quanto as pessoas...

Dora franziu a testa. O que ele queria dizer com aquilo?

– É natural – Saga continuou desviando os olhos para se servir de café e pão – Eu não a conheço e, a primeira vez que a vi estava fragilizada. Mas nada mais natural do que ser assim. Você é filha de Aioros, tem o sangue dele correndo em suas veias. Deve ser de família – Disse isso pousando a faca na tampa da manteiga, voltando a olhar para a moça – Eu pensava a mesma coisa de Aioria...

– Eu ouvi a história dele...

– Deve ter ouvido a de todos. Parece que não há nada de mais interessante para contar para os novatos – Saga pareceu se perturbar.

– É um meio pequeno...

– Muitos de nós mudou...mudou muitos. Mas Afrodite...

– Continua o mesmo? – Raios, onde ela tinha adquirido aquela ousadia? Se sentia praticamente uma desavergonhada completando as frases do mais velho. Se sentiu encabulada por isso lutando contra o sangue que se acumulava em sua bochecha. Não percebia que Saga não se importava com isso. De facto estava gostando a atitude dela.

Mais uma vez sorriu.

– Exacto! Mas não sou eu que tenho que alerta-la quanto a isso. Mas seu pai... – Deu um forte suspiro – parece desorientado.

– Acho que estamos todos assim...

– Hmmmm...de qualquer forma você está por sua conta a partir daqui.

Dora sentiu-se estremecer.

– Eu sei – sussurrou, tentando não mostrar sua insegurança.

– De qualquer forma, continue assim...

– Dora?! – A voz de Fátima tomou o local suavemente, chamando a atenção dos presentes – Está na hora!

Dora sentiu seus pés colados no chão e foi com grande esforço que conseguira dar os primeiros passos.

Saga viu a moça sair pela porta e assim que esta desaparecera saira do quarto encontrando Afrodite sentado no Sofá, olhando, pela janela, o carro que levaria a moça. Afrodite voltou-se para o mais velho parado na porta de punhos serrados.

Sorriu:

– Finalmente...

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Por detrás da Rosa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.