Por detrás da Rosa escrita por Danda


Capítulo 21
Assunto de Estagiários


Notas iniciais do capítulo

Este capitulo é mais curtinho, mas espero que gostem. ^^



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Após o incidente no cemitério não houve mais do que poucas palavras entre Saga e Mascara da Morte. Na verdade, a única pergunta fora o mais velho que fizera, no sentido de compreender o que aquela menina quis dizer com a última frase para o italiano. Mas este respondera que não fazia a mínima ideia do que ela se referia e passou a caminhar na frente de Saga.

O grego percebeu que a partir dali era assim que seria. Cada um no seu canto e, teve a prova disso ao chegar na casa na qual estava hospedados.

O que poderia ser chamado no que ocorria naquela manhã do terceiro dia de estadia em terras italianas era: monotonia. Sim…essa era a palavra que poderia definir aquela manhã.

Na verdade uma rotina chata havia-se instalado entre os residentes daquela casa acanhada, na qual não havia qualquer acordo entre partes. Era mais como se um ritual fosse concebido, no qual seus integrantes não davam parte a ninguém.

Saga, Mascara da Morte e Dora eram sempre os primeiros a acordar e tomar café juntos. Poucas palavras eram trocadas. Na verdade o motivo era mais do que óbvio: Saga e Dora se sentiam cada vez mais incomodados na presença um do outro e Mascara da Morte estava incomodado com a presença de todos. Por tal, era uma refeição silenciosa e rápida, na qual terminava um pouco antes da senhora que já sabia chamar-se Fátima, chegar.

Em seguida Dora sairia para o quintal, para sentar com Fátima na mesa de cimento, protegida por uma grande árvore, enquanto Saga e Mascara da Morte iam cada um para seu lado. Ninguém sabia para onde, mas depois Afrodite e Aioros encontravam-se a mesa tomando café.

Aioros mostrava-se incrivelmente impaciente com o passar do tempo e, Peixes, andava pela casa como se fosse um fantasma. Esperava por algo mas que viria a acontecer brevemente.

O almoço era recebido por Afrodite, Dora, Aioros e Fátima, sem perspectiva de que Gémeos ou Câncer viesse nesse horário.

Agora havia sempre comida farta. Os homens que traziam Fátima em um luxuoso SUV preto, traziam comida pronta que daria para alimentar um batalhão.

E novamente estavam no mesmo pé que durante a manhã.

Dora sentia-se incrivelmente pressionada pelas aulas intensivas. Fátima, que na verdade era filha de estrangeiros portugueses que moravam na França, era estudante de línguas latinas em Milão e, fora destacada para este trabalho como estágio profissional, devido suas boas notas ao longo do curso. Como necessidade de uma boa nota para fechar o curso, estava empenhada na sua tarefa. Na verdade, sabia muito pouco sobre aquele estranho grupo. Pensava-se que estes eram estudantes de geologia da Universidade de Athenas, também, em estágio profissional, para análise do Vesúvio. Pelo menos era isso que a moça loira pensava.

De qualquer forma, Dora esquivava-se de perguntas mais evasivas. E logo no segundo dia percebera um súbito interesse de Fátima por Saga, quando o vira pela manhã na cozinha. Agradecia isso, pois assim tinha forma de escape a perguntas mais comprometedoras.

Hoje em especial, Dora estava cansada e desanimada para continuar até o entardecer, e Fátima, compreendeu que seria pouco produtivo continuar.

– Bem – A portuguesa disse finalmente em italiano – Por hoje acho que chega…

– Já não era sem tempo – A voz masculina saíra por de trás da grande árvore que protegia as duas moças do sol.

– Esteve aí o tempo todo? – Fátima indagou surpresa.

– Claro – Mascara da Morte respondeu olhando Dora que ainda estava surpresa pela sua presença – Vamos! – Indicou um caminho por entre as árvores – Temos algo importante para fazer…

– Agora? – Dora indagou hesitante.

– Agora…

– O que há de tão importante ali? – Fátima quis saber.

– Creio que não é de sua conta, loira – Câncer disse ríspido. Não fitava a mulher, o que causou estranheza na mais velha.

– Um homem como você convidando uma moça para ir pelo meio do mato, na minha frente, creio que é de minha conta – Fátima respondeu ríspida.

Mascara da Morte a fitou pela primeira vez com orar estreito. Formou em seu lábio um sorriso atrevido.

– Porque, também quer vir.

– Você é muito abusado – Fátima retrucou nervosa – é melhor falar com os outros…

– Eles já sabem – Mascara da Morte falou indiferente, voltava a postura na qual ignorava a loira – Ande logo pirralha, não tenho o tempo todo – Disse se dirigindo por entre as árvores.

– Tem certeza?...

– Tudo bem – Dora respondeu incerta se estava tudo bem. Na verdade não conhecia Mascara da Morte. Nunca falara directamente com ele e, pela pouca demonstração que tivera, não estava minimamente interessada em ter contacto com ele. Mas alguma coisa lhe dizia que realmente Aioros e Saga sabiam disso, principalmente, porque o Cavaleiro de Câncer não se atreveria a lhe fazer mal. Não, ele sabia que isso teria consequências muito altas.

O piso por entre as arvores era muito irregular, obrigando aos caminhantes olharem constantemente para onde pisavam. As árvores eram altas, e meio aos seus galhos robustos e verdejantes, entravam escaços filetes de luz, do sol que começava a baixar no horizonte. Dora não fazia a menor ideia de que horas eram, e seu cansaço fazia com que andasse cada vez mais afastada de Mascara da Morte.

Ele caminhava rápido, resoluto, sem olhar uma única vez para trás, para ver como estava sua companheira. Parecia, na verdade, ter esquecido que Dora o seguia, exactamente por sua ordem.

Com fome, com sede e tropeçando vez ou outra, Dora estava prestes a se queixar, chamando o italiano por nomes pouco recomendáveis. Sim, estava disposta mesmo a isso e se preparou mentalmente, seleccionando os melhores xingamentos, mas ao tropeçar, teve que se agarrar em uma árvore, se arranhando no tronco crequento.

– Droga Masc…. – Ia dizer, olhando para frente, mas Câncer já não estava a vista. Dora sentiu uma pequena dor no estômago.

Seu olhar buscou freneticamente pelo italiano, enquanto dava uma volta completa ainda no mesmo lugar. O que viu? Arvores e mais árvores que começavam a ser tingidas de cores escuras pela noite que se aproximava.

Ao contrário do que ocorria nos dias anteriores, e, talvez, porque o medo começara a se apoderar de seus membros e a escuridão parecia avançar rapidamente sobre sua cabeça.

– Mascara da Morte?! – Gritou, tendo como resposta o silêncio que se seguira.

Mais uma vez estremeceu.

Não estava frio, muito pelo contrário, estava uma noite muito agradável, onde a luz branca da lua cheia, em breve, reflectiria nas copas daquelas enormes árvores, as quais, Dora amaldiçoava serem todas iguais.

Maldita hora em que seguira aquele Cavaleiro. Agora começara a duvidar que este tivesse de facto combinado algo com os outros.

Decidiu não entrar em pânico. Bastava voltar por onde tinha vindo. Bastava seguir o rastro dos seus pés e conseguiria retornar, apesar de não conseguir se orientar muito bem. Nunca conseguira se orientar muito bem sozinha, essa era a verdade. Seus pais mal deixavam ela seguir para a baixa da cidade onde morava antes, justamente porque Dora não tinha muito sentido de direcção e perdia-se facilmente.

– Droga – Recriminava-se por agora perceber muito bem que estava perdida.

Todas as árvores eram exactamente iguais e o chão, que não chegou a reparar antes estava forrado com folhas que não permitiram que suas pegadas fosse visíveis.

Se recriminava a cada segundo enquanto caminhava sem ter muita noção para onde seguia.

–MASCARADA MORTE! Mas que droga…aquele desgraçado…

– Cuidado com a língua! – Uma voz já muito conhecida tomou o local já escuro. Vinha da direita da moça assustando-a um pouco.

Os passos sobre as folhas eram ruidosos ao ponto de Dora ter a nítida impressão de onde eles vinham exactamente.

A luz branca da lua, que ainda não chegara em seu auge, entrava sorrateira por entre as folhas, formando no chão sombras bizarras, na qual atingiram a silhueta que parara a alguns passos da moça.

Dora suspirou aliviada.

– Mascara da morte me deixou aqui sozinha…

– Ele não te deixou sozinha. Ele só está se afastando agora – Explicou calmamente.

Dora se sentia muito envergonhada. Então nunca estivera sozinha?! Eles viram o quanto ficou com medo?

– Você estava bem assustada – Comentou com ar zombeteiro.

– É…

– Não deveria – Disse dando um passo em frente chamando a atenção da moça. Dora vira a face de Afrodite em uma contorção estranha, quase que assustadora, dando um passo atrás – Você deve se assustar agora – Completou avançando para moça, que no pulo tropeçara numa raiz caindo sentada no chão.

Continua…


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