Por detrás da Rosa escrita por Danda


Capítulo 11
Pedras no caminho




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Sentia que seu corpo flutuava nos lençóis quentes que lhe envolviam. Mais uma noite que conseguia passar sem se sobressaltar com aquelas imagens aterradoras, envoltas em sangue e desespero e, por esse motivo, não tinha vontade de abrir os olhos e pensar que tinha coisas para fazer.

Mas um incomodo no estômago lhe fez mudar de ideia. Estava esfomeado e precisava urgentemente seguir o cheiro bom que vinha, provavelmente, de sua cozinha. O cheiro de suas rosas que durante toda a semana lhe perturbou, não faziam diferença agora. Começavam, novamente, a lhe agradar.

Se espreguiçou enquanto sorria, e se preparou para levantar. Essa era a semana que todos esperavam e, desta forma, já estava tudo pronto. Não pensava que iria viver para ver esse espectáculo novamente e, ali estava ele.

A sensação era tão boa, que tinha vontade de ser simpático com quem encontrasse. E isso espantou a moça da cozinha, quando ouviu um sonoro "Bom Dia" vindo da porta.

O coração de Dora quase saiu pela boca ao se voltar para Afrodite, que com apenas uma calça larga e tronco nu, entrava, majestoso e radiante, em direcção da mesa já preparada, com todo o apetrecho que tinha direito.

Cada minimo detalhe do corpo daquele homem era perfeito. A pele muito branca lhe dava um ar de um nobre de tempos já esquecidos e seus olhos brilhavam de um jeito que a moça sentiu as pernas bombearem, corando nas bochechas.

Ela estava profundamente agradecida, nesse momento, por ele não reparar nas servas.

Passava despercebido ao Cavaleiro de Peixes, que, de um certo modo, gostou de vê-la com aquela reacção. Assim como não passou despercebido como ela estava bonita naquela manhã. Quer dizer, na medida do possível.

Tão frágil, tinha um rosto normalmente apavorado, como aquele que contemplava agora, de forma discreta.

Via se mover de um lado para outro, carregando coisas, limpando outras, enquanto levava sua comida a boca e bebia de seu café com leite de forma lenta e descontraída.

Hoje era seu dia. Não precisava se preocupar com treinos, ou reuniões. O que tinha que pensar é que não poderia sair de casa, ou ter contacto com qualquer pessoa até o anoitecer.

Desta forma fez o que lhe competia: ficara no 12º templo, tendo contacto com a única pessoa que lhe era permitido estar: a serva.

Após o café deitou no sofá da sala para aproveitar aquele momento de descontracção.

- Prepare meu banho – Disse der repente, quando a moça entrou com as mãos ocupadas de toalhas lavadas, pela sala. Afrodite, deitado no sofá, de olhos fechados, não se moveu para dar a ordem.

Dora suspirou baixo. Bem lhe pareceu que a simpatia do homem era um momento distinto e fugaz.

Murmurou um "sim" e se dirigiu para o enorme banheiro anexado ao quarto principal.

Aquilo era bom de mais para ser verdade.

"Estava mesmo vendo que não poderia ser" – pensou se recriminando por ter gostado do comportamento de mais cedo do Cavaleiro.

Se sentia tão estúpida por as vezes pensar nele de um outro jeito. De um jeito que não era o dele. Esperando algo mais, como se ele devesse algo.

Balançou negativamente a cabeça, enquanto ouvia a agua que corria para encher a banheira.

Ele não devia nada. Ele era o que era. As pessoas não mudavam do dia para a noite. Ele não gostava de servas, ou qualquer outra mulher que não seguisse um padrão de beleza divina.

- ele só gosta daquelas que são maravilhosas – Ster disse com raiva.

Talvez ela tivesse seu coração aberto para ele. Ela era bonita e, no entanto, ele se quer se dava ao trabalho de lhe olhar.

Seu coração apertou. Ao pensar assim sentiu alívio, mas ao mesmo tempo...se ele não olhava nem para Ster...

A agua que enchia a banheira fazia um barulho agradável, fazendo o corpo de Dora amolecer, assim como com a névoa húmida que tomava o local, embaçando o espelho sobre a pia, deixando, assim, sua imagem retorcida.

Os olhos castanhos fitaram a imagem desfocada, sem muito interesse. O melado e a humidade já não lhe fazia diferença. As paredes de azulejo eram rapidamente substituídas por colunas, que deixavam um espaço aberto e bem iluminado.

No seu intimo sabia onde estava: No salão principal da Casa de Peixes.

Em suas mãos um pano branco bem lavado, no qual sabia que tinha que ser entregue ao dono da casa.

O cheiro de rosas daquele local lhe agradava tanto, quanto a ideia de rever o homem que lhe cobrira com aquela capa, para que não se molhasse enquanto corria para levar flores ao Patriarca.

Soubera naquela mesma tarde que a grosseria que ele fizera a sua pessoa não permitindo que se aproximasse para agradecer, era, simplesmente, a forma que encontrara para não magoar as pessoas com seu sangue contaminado pelo veneno de suas rosas.

Um homem tão belo quanto aquelas flores perfumadas, no qual era rodeado pelo espinho do medo de magoar um inocente.

Seus pés subiam as escadas sem pressa. O dia de treino fora cancelado e, o que lhe restava era se preparar para a ronda que faria mais logo pela vila Rondorio.

Suspirou ao chegar na porta de sua Casa, onde sabia perfeitamente que encontraria alguém no salão principal.

Estreitou os olhos. O cheiro de suas rosas a atrairiam para uma morte dolorosa. Isso fez seu coração apertar de forma que lhe doeu, fazendo seus pés agirem rapidamente o levando para dentro do templo.

Ali parada estava ela, de costas, com sua capa nas mãos. Suspirou aliviado.

A menina ao sentir a presença atrás de si, voltou-se sorridente.

Os olhos castanhos dele cruzaram com os verdes brilhantes. Internamente sorriu por ela estar ali. Era como se todo o sacrifício que fizera até então valesse realmente a pena, só por um simples olhar daquela doce menina.

Agasha via naqueles olhos castanhos um brilho tão profundo e teve a certeza de que era por sua causa. O vazio da solidão foi sendo preenchido por um sentimento que ainda não sabia identificar o que era.

Ela sorriu confirmando o tanto esperado. Em suas mãos o pano branco tremelicou com a brisa que soprou da entrada principal, chamando a atenção do homem que se manteve imóvel até então.

A moça então caiu em si.

- Vim devolver vossa capa – Ela dissera cheia de cerimonia, lhe tirando todo aquele sentimento que saiu aos poucos do peito, deixando novamente o "eu" vazio e impenetrável.

Ele continuou lhe fitando a espera de um próximo acontecimento. Talvez um movimento.

Este veio logo em seguida, em passos decididos em sua direcção.

- Não se aproxime! – Ordenou friamente.

A menina a sua frente retraiu por segundos, voltando logo em seguida a uma postura mais leve. Não chegava a descontracção, mas ali na frente dele, sabia que poderia estar sempre safa de qualquer perigo.

- Prefere que coloque onde? – Indagou ainda com respeito.

- Sobre a mesa – Ele retrucou sem perder a pose. Com a cabeça indicou a mesa redonda perto da entrada para o jardim.

Vira ela virar de costas para depositar o pano no local indicado, ouvindo um som surpreso sair da boca dela.

Estranhou.

Com grande surpresa vira-a correr para dentro do jardim. Um acto tão inesperado que demorou para perceber o que ela estava prestes a fazer.

De um salto correu para junto dela agarrando a tempo o pulso fino e delicado, a centímetros de uma de suas rosas vermelhas.

Ainda na sua frente a imagem fraca da rosa que tanto lhe atraiu, não percebendo o pulso que era agarrado com força.

A aflição ainda em seu peito, era claramente demonstrado no descompassar de sua respiração pesada.

Na sua cabeça não parava de ouvir a voz que dizia que ela iria se magoar. Só de pensar no facto dela ter algum tipo de ferimento, sentiu um calafrio que lhe arrepiou os pelos dos braços.

Foi quando os olhos verdes se mostraram castanhos e a estatura da menina se alterou levemente.

Piscou algumas vezes antes de perceber que estava no banheiro de sua casa. Sua mão agarrava o pulso da moça com força, quase quebrando-o. Soltou-a quando ouviu o gemido baixo desta.

Demorou alguns minutos até compreender que estava diante da serva que fora preparar seu banho, ficando confuso. Apenas dispertou totalmente quando sentiu os pés molhados pela agua morna que começou a transbordar da banheira.

Rapidamente correu para a ponta da banheira branca e fechou a torneira dourada.

- Incompetente! – Disse com convicção.

Suspirou ainda deixando a raiva acumulada em seus nervos, voltando-se com violência.

A moça deu um pequeno salto para trás, com o movimento brusco. Afrodite não.

- O que pensa que está fazendo?

- Desculpe...

- Quer alagar a Casa de Peixes? – Exasperou sem gritar, apenas com raiva, ignorando o pedido da menina – Será possível que não faz nada direito? Será que é tão burra assim? – Terminou gesticulando com agressividade, não reparando nas lágrimas que se formavam no canto dos olhos dela.

Ele não elevava a voz, mas dizia com tanta convicção que Dora sentiu o corpo tremer. Como explicar que durante aquele tempo não estava ali naquele banheiro? Estava longe. Mas ele não ouviria.

Tremelicou o queixo tentando conter o choro, para não dar o gosto aquele homem que continuava a exasperar algo enquanto gesticulava, mas Dora já não ouvia. De um pulo saiu correndo aos prantos, deixando um Afrodite pasmo e ainda mais irritado.

- Virou as costas – murmurou serrando os punhos – Ousou me virar as costas...uma serva...me deixou falando sozinho – estreitou os olhos.

Seu corpo balançou num movimento hesitante. Cogitou ir atrás dela e mostrar o que acontecia com quem desrespeitasse o belo Cavaleiro de Peixes, mas decidiu continuar ali, fitando o nada.

Algo lhe perturbava mais que isso, como a questão de como havia chegado ate o banheiro sem se dar conta? E quem era aquela moça que vira com sua capa nas mãos?

Suspirou pesadamente com a frustração de não ter a resposta que precisava. Antes Minos vinha para lhe tirara a paz de suas noites e agora isso: Um acontecimento tão ridículo de preocupação por uma menina besta que não tinha o menor noção do perigo que suas preciosas rosas proporcionavam.

Bufou balançando a cabeça negativamente.

Devia de facto estar com sérios problemas, pois se preocupar com uma bobagem dessas não era coisa de sua excelência, para além de não dar pelo tempo passar.

Em breve estaria na hora de comparecer no 13º templo para saber o que estaria programado pelo Grande Mestre.

Desistiu do banho ao ver toda aquela bagunça, pensando que aquela menininha iria ter que arrumar tudo e, rápido.

Engoliu os desaforos que ainda passavam pela sua cabeça para dizer para a maldita serva e se dirigiu para o quarto onde se atacou na cama, fechando os olhos. Não tinha a intenção de se demorar, apenas descansar sua incomparável beleza, mas adormeceu.

Novamente se encontrava entre suas rosas, que tremelicavam com a brisa quente que passava rápido, sem mover muito dos fios de seus cabelos compridos.

Respirou fundo, tentando sentir a intensa fragrância de suas flores, mas não conseguiu, estreitando os olhos. Impossível! A distância que estava era praticamente impossível não sentir o perfume doce daquelas rosas mortíferas.

Fitou mais uma vez seu jardim. Estava diferente. Suas rosas não lhe pareciam tão bonitas como antes. Isso lhe assustou um pouco.

Como se no fundo de sua alma soubesse que algo espreitava atrás daquele jardim. Olhos lhe secavam por tanto tempo que perdera a noção do perigo que representavam. Olhos já conhecidos de outros sonhos.

"Maldito!" – pensou.

Ele estava ali a espera de um movimento falso para lhe agarrar no rosto e lhe desfigurar. Mas onde ele estava?

Começou a procurar pacientemente em cada canto do recinto florido, mas nada encontrou. Mas aquela sensação de vigia não lhe deixava, fazendo seus músculos entrarem em pequenos choques, causando uma dormência incómoda perto da base de seu pescoço.

Mais uma vez passou os olhos pelas rosas. Ali no meio, uma rosa que se destacava. Mais brilhante…mais vermelha…com mais espinhos…mais viva.

Ali, bem por cima dela formava-se uma névoa negra que tomava mais e mais forma. As asas foram as primeiras a aparecerem por completo.

Já sabia o que esperar…ele estava vindo. Se preparou para atacar antes que ele tivesse tempo, porem seu corpo paralisou com o simples levantar do cosmo dele.

- Adeus Cavaleiro – Ouviu sua voz grossa, seguida de um enorme poder que emanou do corpo já nítido, destruindo tudo a sua volta e jogando seu corpo contra um pilar.

Sentiu as costas pressionarem contra o mármore, o destruindo parcialmente.

Não sentiu dor, apenas fitou as rosas sendo arrastadas pela força do poder do juiz do submundo. Mas ela, aquela rosa que chamou sua atenção, permanecia ali…intacta e, isso, lhe deu orgulho.

Sorriu, abrindo os olhos com calma até ouvir a voz de Shion.

Este comunicava por cosmo que todos deveriam comparecer no 13º tempo em meia hora.

Estranhou. Supostamente não deveriam sair dos respectivos templos, até o final da tarde. Seu coração começou a acelerar no peito. Seria o princípio de uma nova guerra?

De súbito a guerra contra Hades lhe veio em mente, junto com tudo que fizeram para enganar o deus do submundo. Engoliu a seco. Aquilo não era o tipo de coisa que queria passar novamente.

Tinha seus defeitos, mas só de pensar em se passar por traidor de Athena já lhe dava um nó na garganta.

Suspirou enquanto se levantava. Tinha que estar preparado para fazer os possíveis para protege-la.

Athena poderia estar mais uma vez em perigo e deixar mais uma vez a tarefa para os cavaleiros de bronze seria humilhação de mais.

A elite de Athena passada para trás por cinco garotinhos! Balançou a cabeça negativamente enquanto caminhava para a porta do 13º templo.

Ali, para sua surpresa já estavam quase todos, com excepção de Mu e Aldebaran. Começou a se perguntar se estava de facto atrasado, para não ter percebido a passagem de todos pela sua casa. Mas estes não pareciam preocupados com isso.

Assim como sua indagação de a pouco sobre uma possível guerra, a mesma aflição transparecia nos rostos e comentários de todos.

- Bem me pareceu que estávamos muito tempo em paz – Miro comentou levando um aceno positivo de Shura.

- O que será que está acontecendo? – Mascara da Morte fitou a grande porta principal que estava fechada, enquanto estralava os dedos da mão direita.

- Boa tarde – Mu cumprimentou enquanto se aproximava na companhia de Aldebaran que acenou sendo correspondido pelos de mais.

- Sabe de algo? – Aioria fitou Mu, que apenas sorriu.

- Não faço a mínima ideia.

- Bom, não adianta nada ficar com especulações – Dohko disse se encaminhando para a porta e fazendo-a abrir – Vamos ver! – Completou entrando.

Não tardou para que os outros lhe seguissem.

No trono, senado de forma imponente, Shion fitava cada uma que se aproximava e pousava um joelho no chão, de cabeça baixa.

- Espero não vos ter assustado com o chamado – Disse se erguendo.

Dohko o fitou intensamente.

- Não é habito...

- Nesses eventos – Shion completou com um sorriso por de trás da mascara – O facto é que desta vez os Cavaleiros de Ouro não se limitarão a estar no ultimo cortejo antes da cerimonia de encerramento.

- Como assim? – Aioros estranhou.

Muitos dos que estavam ali nem se quer sabiam o que iria acontecer na cerimonia de encerramento, além do que ouviam sobre esse festival desde crianças.

- Vocês, também, terão que participar nos jogos em honra a Athena – Disse imperativo.

- Mas Mestre – Miro começou – Isso seria injusto.

- Desta forma pode até perder o sentido da competição – Shura não se conteve.

- De qualquer forma – Shion ignorou – Não será na competição normal entre os restantes cavaleiros – Disse para a estranheza de todos – Vocês competiram entre vocês.

Um rumor baixinho se iniciou, mas foi contido com um simples aceno do Grande Mestre.

- Não serão todos – Se encaminhou para o trono onde sentou calmamente. Deu um suspiro pesado. Na verdade não estava muito certo do que estava fazendo. Com um sinal para a porta lateral uma serva que carregava um grande vaso pintado com figuras vermelhas, entrou silenciosamente.

Os presentes acompanharam a bela moça de cabelos cacheados negros, que a tempos trabalhou na casa de Peixes, antecedendo a actual serva. Em suas mãos um Plike (2) ornado pela figura de Perseu segurando a cabeça da Gorgona Medusa.

Por momentos os Cavaleiros presentes não compreenderam.

- Dentro desse vaso estão os nomes de todos – Shion disse – Vou tirar quatro papeis de dentro do vaso e estes serão aqueles que participaram na modalidade de pugilato.

- Pugilato? – Miro se surpreendeu.

Logo Pugilato?

- Mas Mestre...

- Não se preocupem Cavaleiros – Shion sorriu – A luta será entre vocês.

Mais um rumor irritante se levantou, acabando rapidamente com um simples levantar de mão do Grande Mestre.

Com um gesto simples abaixou a mão enfiando-a dentro do vaso, que amaldiçoo por ter boca estreita de mais. Pensou que não conseguiria tirar a mão, mas com jeitinho tirou-a com um pequeno papel.

Todos olhavam com expectativas. Alguns até com uma certa vontade de participar outros nem tanto.

- Saga – A voz de Shion acertou o cavaleiro em cheio.

"Era só o que faltava" – Pensou com pesar.

Mas antes de conseguir demonstrar seu descontentamento outro papel havia sido tirado do vaso e a voz de Shion logo anunciava.

- Aioros – Disse com um sorriso.

O moreno nada disse ou esboçou qualquer reacção. Não hava porque se preocupar. Pensava que seria como nos treinos.

- Shura – Mais uma vez era anunciado um nome.

O moreno não pareceu se preocupar. Tal como o melhor amigo estava até interessado nessa nova experiencia.

- Afrodite – Fora o ultima nome que atraiu a atenção de todos ao belo homem que estreitou os olhos.

Pensou em reivindicar. Pugilato era um atentado a sua integridade, pondo em risco tanto trabalho em se manter intacto de qualquer ferimento.

Shion sabia exactamente isso, mas fizera um sorteio limpo e não seria justo com os outros fazer um segundo sorteio.

- Espero que entenda – Disse ao Cavaleiro de Peixes que parecia mais branco que o habitual.

- ... – Foi a resposta contrariada.

Não havia o que entender. Teria que andar aos socos com Shura, Aioros ou Saga em uma arena onde ficaria exposto a um monte de pessoas reles apenas porque Shion tivera uma ideia de girico.

- Amanhã começaram os jogos – Shion anunciou – Os de mais continuam com o ritual. Enquanto à vocês quatro – Apontou para cada um - As 14h terão que estar na arena se preparando para combater.

- Sim, Mestre – Responderam em conjunto.

- Podem ir – Anunciou.

Todo estava de doidos naquele Santuário. Agora o Shion com essa ideia de faze-los participar em um dos eventos. Ridículo sendo que eram considerados os mais fortes dentre todos que defendiam a Deusa da Sabedoria, ter que se prestar a isso.

Saga já não ligava. Já havia chegado o momento e um pouco de distracção, talvez, não fosse tão mal assim.

Não era preocupação como o que ocorria com Afrodite. Estava tão raivoso com o facto de ser seleccionado, que passara como uma bala pela sala de peixes se trancafiando no quarto.

Dora o chamara algumas vezes na hora da janta mas o Cavaleiro não se dera o trabalho de responder. Perdera totalmente a fome, sem contar com a presença irritante da serva.

Como de costume, quando existe pânico do dia seguinte, este chegava rapidamente e, as horas que antecedem o acontecimento indesejado passam voando.

Duas horas da tarde apontavam nos relógios das pequenas vilas e, aqueles que estavam na parte reservada da arena já estavam prontos para quando seus nomes fossem chamados.

No canto a esquerda, alguns que iriam combater se agrupavam cochichando sobre os quatro homens mais a direita.

- Provavelmente estão fazendo apostas sobre nós – Shura disse um tanto irritado.

Se sentia desconfortável por estar tão exposto. A única parte do corpo que não estava exposta era as mãos enroladas em faixa e, isso era exposição a mais para Shura e Aioros.

Saga não se preocupava muito com isso. Todos homens, nao tinha com o que se preocupar. Essa era a regra geral que vinha desde epocas remotas: Os participantes mantinham os corpos expostos sem dar margem a duvida de trapassa ou algo parecido. Por isso não entrava na arena nenhuma mulher.

- Nem mesmo as Amazonas? – Dora indagou sorvendo o líquido quente de sua xícara, enquanto via Ster sentar na mesa redonda acompanhando Dora e Talia.

- Nem as Amazonas – A mulher respondeu com um pingo de desprezo.

Isso significava que nenhuma mulher poderia vislumbrar o corpo dos Cavaleiros presentes e isso parecia estar incomodando Ster, que já reparara ter um fraco por algum Cavaleiro de Ouro. Só se perguntava se era um dos que estavam na arena para lutar.

De súbito a imagem de Saga veio em mente. Era muito belo de facto, mas por mais que se esforçasse não conseguia imaginar lhe tocando de nenhuma forma. Era bizarro! Talvez tivesse, realmente, algum tipo de problema.

Não que quisesse imaginar o homem nu...mas o facto é que se ela não conseguia imaginar havia mulheres que conseguiam.

Que ficasse só na imaginação, pois que a arena era local, pelo menos no festival, só para homens.

Um alivio para os participantes mais acanhados, como Aioros que não estava gostando de estar ali sob a mira de vários olhares quando entrou na arena na companhia de Saga.

A plateia que rodeava a arena se levantou para aplaudir e encorajar os participantes. Era incrivel como ali presentes estavam pessoas que se quer sonhavam em ver um cavaleiro de ouro de tão perto. Tudo bem que ali não usariam seus poderes, para o descontentamento de alguns, mas já era uma grande coisa estarem ali contemplando uma luta entre eles.

O lendário cavaleiro de Sagitário contra Saga de Gémeos...parecia até coisa do destino.

- Isso é constrangedor – Aioros comentou enquanto se colocava de frente para o adversário que apenas sorriu.

Saga não se preocupava em mostrar seu corpo. Sua preocupação com Dora era muito maior. Teria que fazer tudo direito de forma a livra-la de qualquer sofrimento no qual traduzia principalmente pelo rosto pálido do Cavaleiro de Peixes. Definitivamente ele não era uma boa companhia para ela.

As pessoas na plateia enquanto aguardavam ansiosas o sinal, cochichavam o quanto irónico era tudo aquilo. Algumas chegavam a discutir se o Grande Mestre não colocara Aioros contra Saga no torneio, de propósito.

Não importava. O sinal de que a luta deveria começar foi dado.

Ainda teve tempo de olhar para suas mãos com faixas. Não pode deixar de pensar que se ainda fosse Mestre as piores tradições eram as que continuariam, como o facto do adorno em ferro que cobririam os dedos, com vista a um Nokalt do adversario mais rapidamente.

- Vamos! – Aioros disse, fazendo-o acordar.

Avançou rapidamente e tentou lhe acertar uma direita, que conseguiu desviar a tempo, mas a esquerda veio em cheio em sua cara, fazendo desequilibrar e cair a alguns passos do outro, levantando a plateia que apoiava Aioros em sua suposta desforra.

A boca de lábios finos sangrou, enquanto mostrava um pequeno sorriso. Ah claro! Como poderia esquecer que no corpo a corpo Aioros sempre fora melhor.

Mirou o rosto do menino...sim menino, porque ele, dos anos que passaram depois de regressar a vida, chegara apenas aos 18 anos. Tinha um brilho inocente nos olhos como da última vez que o viu naquele fim de tarde.

Aioros esperava a reacção do adversário com paciência, se afastando um pouco.

Ah como Saga se arrependia de lhe ter feito tão mal. Talvez fosse o destino que o tivesse posto ali. Sim, provavelmente.

Se levantou e se preparou para atacar, recebendo um sorriso em troca.

- Como antigamente – Comentou baixo.

Era sua vez de atacar e assim o fez. Apenas dois passos e já alcançara o adversario, tentando depositar um soco, facilmente, defendido. Mais uma que pegara na costela de Aioros e o fizera curvar, completando o ataque com um gancho no meio do rosto moreno fazendo-o cair alguns passos a sua frente, sentado no chão, com a boca e o nariz sangrando.

Sagitário sentiu um impacto duro do chão.

"Desconfio do Cavaleiro de Gémeos" –Veio em sua mente com uma escrita de seu próprio punho.

Aioros sentiu uma pequena tontura antes de focar Saga que esperava que se levantasse. Estranhou a imagem repentina em sua cabeça.

Balançou a cabeça negativamente voltando a sorrir.

Saga voltou ao ataque, com socos mais rápidos que eram defendidos como Aioria podia.

- Você está cada vez melhor – Aioros disse, fazendo o outro voltar no tempo. O tempo em que os dois treinavam para serem cavaleiros e, em que, no corpo a corpo Aioros levava muitas vezes a melhor.

- Pode crer que sim – Disse sorrindo.

Aioros também começava a se empolgar. A figura a sua frente perdera a massa muscular assim como o rosto grave e sofrido, ganhando as formas anteriores de juventude, fazendo-o viajar ainda mais no tempo.

Agora revidava, acertando-o por vezes...mas Saga não se deixava abater.

- Não vai conseguir – Ele dissera.

- Você que pensa – Aioros respondeu meio a um soco que desferia no estômago de Saga.

Este se curvou, mas fora rapidamente jogado para trás. Não se dera conta do que o atingiu, mas tinha certeza que não fora a mão de Aioros.

- DESQUALIFICADO! – Ouviu gritar.

Só então se dera novamente pela plateia que gritava indignada. Seus olhos passaram rapidamente pelas laterais da arena de onde se ouvia vaias e exclamações, indo encontrar Aioros de pé, ofegante.

- Acho que me empolguei – Disse colocando a mão para trás da cabeça, esfregando a nuca, sem jeito – Desculpe, Saga!

Não tinha como não sorrir para ele. Também se empolgara ao estar como nos velhos tempos de despreocupação. Momento que lhe fez perder os maus pensamentos, por estar ali de novo.

Sorriu ainda mais.

- Parece que fui desqualificado – Disse ajudando o outro a se levantar.

- Parece que sim. – Saga respondeu se pondo de pé.

Seus olhos miravam os homens que acabavam de entrar na arena, sem esperar que se retirasse junto de Aioros.

Por longos segundos reparou no silencio que se fez entre todos que assistiam. Não precisava se voltar para perceber o que causava tal espanto.

Não havia quem não quisesse contemplar o Cavaleiro mais belo do Santuário de Athena. Por mais machistas que alguns fossem e, por mais que pudessem negar, o silêncio denunciava sua perplexidade diante de tal pessoa, que entrava majestoso, sem se importar por expor seu belo corpo.

- Não se pode negar sua beleza – Alguém suficientemente perto de onde Saga estava comentou.

- O que faz ele aqui? – Alguém indagou. Não era preciso ouvir o resto da questão para compreender que muitos estavam apreencivos por Afrodite.

Um homem de tal beleza participando em pugilato simples e brutal era um atentado a tal beleza. Definitivamente, ali não era um local para ele. E Afrodite sabia disso, transparecendo em seu olhar e sua expressão corporal, que se mostrava com movimentos tensos.

Nem deu conta quando chegou no centro da arena onde Shura já estava posicionado.

Estreitou os olhos:

- Me acerte no rosto e, te enfio uma rosa na testa – Disse entre dentes, sem se abalar com a surpresa do outro.

Shura baixou de imediato a guarda.

- Pugilato... – Disse simplesmente – Onde é suposto te atingir? – Por fim mostrou uma certa irritação.

- Isso não é problema meu.

O espanhol pasmou. Mas quanta petulância do Cavaleiro de Peixes querer impor regras numa altura como aquela.

- Nem meu – Respondeu por fim, não dando tempo para mais conversas.

De imediato avançou com o punho serrado. Seu corpo mais esguio que o de Afrodite dançava uma dança estranha e rápida, de movimentos certeiros, que atingiam pontos específicos no estômago e nas costelas e, que raramente eram defendidos pelo adversário com precisão.

Afrodite a cada golpe recebido grunhia juntamente com aqueles que não aguentavam ver aquele ser que parecia tão frágil ser atingido com tamanha brutalidade.

- Força, Peixes – Uma voz possante que se revelou aos olhos de Aioros como um Cavaleiro de Prata se pronunciou levantando aclamações dos que estavam a favor de Afrodite.

Mas tal facto não era abalo para Shura que ouvia as aclamações mais intensas ao seu favor. Afinal a maior parte que estavam ali entendiam de comum acordo o que Afrodite merecia.

"Ele merece" – Shura pensou intensificando seus golpes.

Não queria de facto atingir o rosto do homem que por escolha de Athena ainda lutava do lado dos restantes cavaleiros. Ele não mudara nada e isso incomodava o Cavaleiro de Capricórnio de facto. Sempre tão arrogante...desde pequeno. Mas algo que parecia não ter mudado muito, também, era o facto de ele não ser muito bom no corpo à corpo.

Tanta prepotência...tanta arrogância...ele teria que se curvar. Seus golpes se intensificavam cada vez mais dando-lhe tanta confiança, que sentia-se atacando um saco de pancada que estava ali ao seu dispor.

Grande erro! Esquecera que Afrodite não gostava de perder.

Viu o punho fechado de Shura voar de encontro as suas costelas direitas. Tolo!

A pancada no rosto foi tão forte e precisa, em que a mão fechada de Afrodite encontrou o meio da testa de Shura que este ultimo voou alguns metros. As imagens rodopiaram. Seus ouvidos apitaram tão alto que não ouvia vaias que vinham das arquibancadas.

As cores se perdiam, dando lugar a escuridão.

Um sorriso se formou nos lábios de Afrodite. Coisa mais tola pensar que a sua aparência ainda enganava alguém. Será que Shura, realmente, tinha caído no velho conto do indefeso?

O Cavaleiro de Capricórnio continuava ingénuo. Olhou o corpo do Cavaleiro ser carregado para fora. Ok! Um pouco de elevar de cosmo não iria fazer um estrago muito grande, ía! Alargou mais o sorriso.

Os dois homens que carregavam Shura cruzaram com Saga enquanto a plateia clamava por uma vingança a traição de Afrodite. Ele não se importava que todos ali tivessem sentido o seu cosmo quando aplicou aquele golpe traiçoeiro.

Se posicionou no centro da arena esperando que o recém-chegado fizesse o mesmo.

Os olhos claros de Afrodite cruzaram com os estreitos de Saga.

Pensou em cada minuto que aquele homem tão traiçoeiro passava com Dora na Casa de Peixes. Será possível que nada mudava aquele ser. Nem com tudo o que passaram fizera com que ele colocasse a mão na consciência?

A resposta veio com um inclinar leve de cabeça. Claro deveria estar orgulhoso por enganar Shura. Mas com ele, definitivamente, não seria igual. Não teria pena de ferir aquele rosto perfeito. Apesar que provavelmente já tinha reparado qual o seu ponto fraco.

- Então,Cavaleiro de Gémeos– Afrodite iniciou fazendo o outro fechar os punhos. Tinha certeza da ironia no seu titulo de Cavaleiro – Como será que você vai ser derrubado? Não cometa o mesmo erro de Shura.

- Não se preocupe, Cavaleiro de Peixes – Disse em um tom frio – Eu lhe conheço muito bem.

O sorriso nos lábios de Afrodite se alargou ainda mais.

- Não esperava outra coisa de um homem que já foi Mestre do Santuário.

Ah, maldição! Será que tinha que ser lembrado disso a toda hora?

Serrou os punhos. Não iria poupa-lo.

"Vai pagar" – pensou, avançando com rapidez e fazendo a plateia se erguer ruidosamente.

Afrodite viu o oponente vir com velocidade. Sabia que teria de mudar de táctica, pois, apenas defesa não resultaria com Saga que tinha consciência de ser bem mais rápido. A fúria do mais velho, empregue no punho serrado, acertava hora no estômago, hora no rosto de Afrodite que começava a sentir o peso do cansaço e do esforço que fizera para enganar Shura.

Mas aguentava muito bem esperando um momento oportuno. Serrou os dentes quando percebeu que o momento não chegava. Saga não parecia muito disposto a baixar a guarda. Sabia que Afrodite era matreiro na arte de pegar o adversário nos detalhes maus calculados. O mais velho levava vantagens em muitos aspectos. Era mais rápido e mais experiente. Tinha quase tudo a seu favor apesar do seu passado tão ou mais horroroso que o seu. Mas entretanto todos pareciam se quer lembrar que aquele homem calculou a morte da Deusa que eles deveriam amar e proteger. Enquanto ele, Afrodite de Peixes, apesar de toda sua beleza, ainda era olhado como um monstro. "Aquele que pegou Albion desprevenido sem se quer ser o adversário real em uma luta limpa".

Grunhiu ao sentir o peso da mão de Saga em seu rosto, jogando-o alguns metros para trás. Sentiu o sangue sair do lábio inferior em um corte que saia dos lábios entrando para a boca, quase atingindo a gengiva.

O gosto não era amargo, mas parecia ferrugem. Saga viu a língua do Cavaleiro sair da boca e raspar no corte sem nenhuma reacção de dor ou repugnância. Mas algo na cara do outro se deformou, provavelmente, por um pensamento negativo.

Havia ferido o seu rosto, por isso ele deveria estar pensando em uma outra táctica para se vingar. Estreitou os olhos verdes tentando premeditar o que Afrodite estaria tramando.

Mas não era isso que perturbou o Cavaleiro de Peixes. Sentiu pânico de seu sangue escorrer. Sentiu pânico por pensar que Saga teria, pela intensidade da pancada, ter ficado com o seu sangue nas mãos e, isso, pudesse de alguma forma magoa-lo.

E o pensamento que tivera a pouco? Pensar na forma que os outros lhe tinham em consideração! Que ridículo!

De repente, surpreendendo Saga, esboçou um sorriso simples baixando a guarda.

Saga recuou um passo, aumentando a distância entre os dois.

"O que está tramando?"

- Como se chama a sua fúria? – A voz de Afrodite saia calma, mas fria e superior.

- O que? – Saga estreitou os olhos.

Vira o adversário começar a andar ...não era em sua direcção. Começava a andar a sua volta, com uma certa distância.

- Como se chama a razão... – Afrodite erguia o queixo enquanto andava, vendo que o outro se posicionou numa postura erecta e altiva – A razão da sua fúria? – Não se intimidou, mas seu cosmo se elevou um pouco.

A plateia foi se calando aos poucos tentando perceber o que estava acontecendo. Os murmúrios dos que não se continham já não eram ouvidos pelos participantes.

- Do que está falando Cavaleiro?

Um som estranho escapou da garganta de Afrodite, acompanhado logo em seguida por uma risada fraca de deboche, que fez Saga fechar os dois punhos com força, se segurando da vontade que teve de derruba-lo na mesma hora.

- Dora – A voz de Afrodite saiu mais alto do que pretendia, como se o nome estivesse acumulado a muito tempo em sua garganta. Mas não se surpreendera tanto quanto o mais velho. Ficou satisfeito por ver a reacção do Cavaleiro de Gémeos. Estava certo! - Como pode se rebaixar tanto Cavaleiro de Ouro? – Afrodite estreitou os olhos – Se perder por uma serva...

- Cale a boca, Afrodite – Saga deu um passo em frente sem perceber – Você não sabe de nada. - Vociferou.

- Tem a certeza, Cavaleiro – O outro não pareceu se abalar com a reacção de Saga, que estreitara os olhos, mas que com tal afirmação, voltou a postura ofensiva – Vejo o quanto se preocupa com ela. Pena que é comigo que ela se encontra, não é!

- Afrodite...

- Saga – O Cavaleiro de Peixes mudara a tonalidade de sua voz, para algo tão serio e determinado, que Saga concluíra que levaria um sermão daquele "moleque" insolente – Deveria ter vergonha de tentar se envolver com uma serva.

- Você não é ninguém...

- Tenha orgulho Cavaleiro! Uma serva está a mercê de quem a tem...

Não pode terminar se quer seu raciocínio. O punho de Saga acertara-lhe na face direita, o jogando para a arquibancada, arrastando alguns da plateia e prensando um homem magrelo contra o degrau, antes de conseguir se sentar onde os que conseguiram se safar deixaram vazio. O rumor da plateia voltou, tanto mais para aqueles que sentiram o oscilar do cosmo de Saga, que em um subir e descer, envolvia seu punho com uma névoa azulada que hora parecia mais intensa, hora mais fraca.

- É isso mesmo... – Alguém gritou, para que as aclamações de um forte emoção no digladiar daquelas dois continuasse. Já não se importando com o rumo da conversa que muitos tentavam ouvir sem êxito.

Mas Saga não se esquecera. Afrodite fora longe de mais. E agora vendo o outro se recompor… de pé, só com um pequeno corte nos labios, no qual não conseguia se quer deformar a beleza daquele homem tão petulante, começara a se martirizar por ter trazido Dora para o Santuário. O relato de Miro naquela manhã de treino começava a ecoar na sua cabeça lhe dando uma pequena dor na vista.

Já não controlava seu cosmo. Afrodite, que lhe fitava com interesse ainda da arquibancada percebera que o pugilato simples e limpo terminara ali. Fosse o que fosse que Saga estava pensando, talvez a temida guerra particular dos cavaleiros de outro teria inicio. Não se preocupou deixando elevar seu cosmo.

Continua…



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