Behind Blue Eyes escrita por Nannah Andrade


Capítulo 16
Capítulo 16 - Away from home


Notas iniciais do capítulo

Capitulo novo... Boa leitura...



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CAPITULO 16 – AWAY FROM HOME

POV - Gabe

- Pra onde vamos, Merdith? – perguntei pela milionésima vez, nós já estávamos andando há uma vida.

- Gabriel você tá parecendo criança. – ela reclamou, também pela milionésima vez – Já vamos chegar!

- A questão é que eu não sou meio vampiro, eu me canso. – falei – Por que não viemos de carro?

- Porque carros tem GPS. Eu não quero que sua mãe ou seu pai resolvam dar uma de 007 e saiam procurando você.

- E quando você vai me contar pra que me quer? – perguntei – O combinado era você me contar quando eu fosse embora com você. Pois bem, estou aqui.

- Ainda não, meu príncipe. Vamos chegar em casa, e quando estivermos confortáveis eu conto tudo o que você quiser.

Ela voltou a andar depressa e eu como o idiota que sou a segui.

As lembranças de Liz insistiam em ficar rodando na minha cabeça. O sorriso, o jeito que ela morde o lábio quando está pensando, o franzir de sobrancelhas quando está em duvida, o ressonar suave quando ela dorme. Eu sentiria tanta falta dela, mas era preciso vir, eu tinha que saber o que Meredith queria e porque eu me sentia, de certa forma, tão atraído por ela.

- Ok, vamos parar um pouco. – ela falou. A noite já estava alta.

- Que bom, eu estou morto. – falei.

- Tem um motel ali em frente, vou providenciar um quarto. Você nem pense em sair daqui. – ela seguiu até alcançar a rodovia.

Meio minuto depois ela voltou balançando a chaves de um quarto.

- Vamos. – ela me pegou pela mão.

O quarto era pequeno, com duas camas de solteiro, uma Tv e uma mesa no canto e um banheiro.

- Vou tomar um banho – ela passou por mim. Eu me joguei na cama.

Meredith demorou no banho, o que me deixava tempo sobrando pra pensar em tudo o que eu não queria pensar. Como minha mãe estaria? E Liz, será que ela estava com muita raiva de mim? Tio Embry devia estar querendo me matar, e eu bem que merecia mesmo, que diabos eu estava fazendo aqui?

- Pensando na vida, meu amor? – Meredith saiu do banheiro enrolada num roupão, os cabelos longos ainda molhados caindo nas costas.

O que essa mulher tinha que me atraía? Por que eu me sentia tão enfeitiçado quando a olhava assim? Se não fosse o meu lobo a repelir na maioria das vezes, provavelmente agora ela estaria debaixo de mim.

- Gabriel... – ela falou naquela voz sussurrada, que me fazia arrepiar sempre – não me olha assim garoto...

- Assim como? – falei levantando um pouco, apoiando os cotovelos na cama.

- Como se quisesse me devorar...

- Por que você me atrai, Meredith? Exceto minha parte lobo, claro...

- Por que seu lado feiticeiro me quer. – ela se ajoelhou na cama, entre as minhas pernas – Seu lado lobo se acostuma... ele ainda é ligado na cadelinha, por isso não me aceita ainda.

- Não fala assim da Liz. – pedi – Eu a amo quer você queira ou não.

- É eu sei. – ela suspirou entediada – Essa porcaria de magia que o povo do seu paizinho vira-lata tem é irritante.

- Você fala do imprinting? – perguntei, ela afirmou com a cabeça – Eu não tenho imprinting.

- Tem sim. – ela falou – Com a cade... com a Liz.

- Não faz sentido a Liz ser meu imprinting. Se ela fosse eu não conseguiria deixa-la.

- Você é um hibrido Gabriel. Nada funciona em você como funciona com os outros... Você não é um lobo como seu pai ou o resto do bando dele e você não é um feiticeiro como sua mãe.

- Como assim não sou lobo como meu pai? Eu me transformei como ele, tenho força como ele e velocidade, e sentidos aguçados...

- Mas pode desobedecer uma ordem alpha, pode quebrar um imprinting e pode ter seu próprio bando... você não segue regras Gabe, você as cria, o seu lado lobo é um ômega. Você não é um alpha, como seu pai, nem um beta, como os demais. Você é único e especial.. E quanto a ser um feiticeiro diferente da sua mãe ou do Stephan... você é muito mais poderoso, você pode fazer algo que só é permitido aos bruxos fazerem. Você pode criar feitiços Gabriel. O feitiço que quiser.

- Você também é uma hibrida. – falei – Mas nunca me contou o que é de verdade... eu sei que você é meio vampira...

- Sim e é o que dificulta seu lobo de me aceitar, em partes, a culpa maior é da magia... enfim... – ela se levantou deitando na cama – Metade minha é vampira e a outra metade é licantropa.

- Licantropa?

- Lobisomem, filha da lua... que seja. – ela deu de ombros.

- Você é lobisomem?

- Metade. – ela me corrigiu – Minha mãe era uma licantropa, meu pai um vampiro. Ele engravidou minha mãe e fugiu, quando eu nasci ela morreu...

- Mas seu pai não era aquele com quem você conversou no telefone? O que deu o mapa de onde minha mãe estava?

- Aquele é meu tio. Dominic, irmão da minha mãe. Ele me criou. E foi ele que me contou sobre você.

- O que ele sabe sobre mim?

- Que você é um hibrido muito poderoso. E que – ela se levantou, apoiando o corpo num dos braços e ficando com o rosto a centímetros do meu – Se estiver comigo na lua vermelha pode ser ainda mais poderoso...

- O que é a lua vermelha? – perguntei, ela me deu um selinho e levantou rápido.

- Quando estivermos em casa. Agora vai tomar um banho e descanse, amanhã teremos uma longa caminhada...

Me levantei e fui para o banheiro. Eu não teria nada dela agora, eu sabia disso.

Quando terminei meu banho ela já estava dormindo e eu fiz o mesmo, apesar de demorar conseguir pregar os olhos, faltava algo... faltava o calor de Liz.

oOo

Acordei com o barulho de Merdith andando pelo quarto.

- Bom dia príncipe... – ela cantarolou quando me viu sentar na cama – Dormiu bem?

- Pouco. – falei me levantando – Mas deu pra descansar.

Fui até o banheiro e fiz minha higiene matinal, quando voltei pro quarto Meredith me entregou algumas roupas.

- Providenciei hoje de manhã. – ela falou enquanto eu me vestia - Tenho boas noticias... vamos viajar de avião. Você ficou muito cansadinho ontem...

- E vamos pra onde?

- Alemanha.

- Tão longe?

- É onde meu pai vive... lá eu terei tudo o que preciso pra te contar o que você quer saber. – ela deu de ombros – Tome seu café, nosso vôo sai em duas horas e temos uma longa caminhada até o aeroporto.

- Você não vai comer? – perguntei quando ela se sentou numa das camas.

- Comida humana não me atrai muito. – ela falou fazendo careta – minhas duas metades são mais atraídas por sangue, apesar dos licantropos só caçarem na lua cheia... de qualquer forma, eu já cacei mais cedo.

- Humanos ou animais? – perguntei, meu lado protetor da humanidade falando mais alto.

- Acho que a resposta vai te perturbar. – ela falou sorrindo de lado – Eu não sou uma boboca vegetariana como os seus amiguinhos vampiros. Eu sou uma caçadora, Gabe, e não gosto nem vou reprimir meus instintos. Sangue humano é meu alimento e ponto.

- Isso é nojento e cruel. – falei ela deu de ombros.

Mal terminei o café e Meredith me arrastou para fora do quarto, voltamos a caminhar pela floresta, ela não queria correr riscos de ter alguém me procurando e acabar topando conosco.

Não demorou muito e estávamos no aeroporto de Seattle. Antes Meredith insistiu que passássemos numa loja e comprássemos outras roupas, as nossas estavam úmidas e sujas devido à caminhada pela floresta.

De roupa trocada, fizemos o check in e embarcamos, em algumas horas estaríamos na Alemanha, meu coração, mesmo que Meredith não aceitasse estaria sempre em La Push.

POV – Liz

- Elizabeth Clearwater Call, saia já desse quarto. Eu te proíbo de ficar depressiva por causa daquele garoto imbecil. – ouvi meu pai rugir do outro lado da porta.

Já fazia duas semanas que eu estava trancada no meu quarto. Eu não sentia fome, não sentia sede nem sono. Eu queria morrer, só isso. Nem pra tomar banho eu me levantava.

O cheiro dele estava no meu travesseiro desde o dia que nos amamos pela ultima vez. Desde o dia que ele me deixou por causa de outra mulher.

Ouvi a maçaneta da porta sendo arrebentada. Meu pai até que tinha demorado pra decidir entrar no meu quarto à força.

- Anda, levanta daí Liz. – ele falou me levantando da cama pelo braço – Você precisa tomar um banho, comer alguma coisa...

- Eu não quero – falei voltando a me deitar – Quero morrer.

- Não, você não quer morrer. Deixa de ser criança Liz. Seu namorado terminou com você, isso faz parte da vida, não é por isso que eu vou te deixar morrer de fome enfiada dentro desse quarto. Anda, levanta já dai.

- Embry, me deixa falar com ela. – minha mãe pediu, meu pai bufou eu não precisava olhar pra ele pra saber que ele estava revirando os olhos.

- Quem te garante que agora ela vai te ouvir? – ele falou impaciente – há duas semanas você está tentando convence-la com conversas, e nada. Chegou minha vez de usar a autoridade de pai, e a força se for preciso.

- Ignorância não vai te levar a lugar nenhum. – foi a vez da minha mãe falar nervosa – O que me garante que ela vai me ouvir é que eu sou mãe dela, sou mulher e principalmente, passei pela mesma coisa que ela está passando. Então cai fora, Embry. Agora.

Não restou muito ao meu pai a não ser sair. Minha mãe se sentou do meu lado e colocou minha cabeça no colo dela.

- Eu sei que parece que o mundo vai acabar. – ela murmurou acariciando meu cabelo – E sei que dói, como se estivessem pisando no seu coração.

- Eu o amo tanto mãe... – choraminguei – E ele dizia que me amava... eu acreditei nele.

- Porque não era mentira minha filha. – ela falou me fazendo olhar pra ela – Gabe te amava sim. Te amava muito. Mas o imprinting é mais forte... é ele quem diz quem devemos amar.

- Mas ele disse que não queria o imprinting. Ele disse que abriria mão disso por mim...

- Mas essa decisão não cabe ao Gabe. Alguns, como eu e seu pai, temos a sorte de não termos sofrido imprinting. Mas ele acontece Liz, e quando é assim, não tem nada que impeça o lobo de vive-lo.

- Então eu perdi o Gabe pra sempre? – meu peito doía como se um buraco estivesse sendo cavado nele.

- Não sabemos com certeza, amor. Porque talvez, ele não tenha sofrido um imprinting, talvez ele tenha realmente ido com o Stephan pra salvar Kaileena... Não perca as esperanças, mas também não se entregue a dor. Continue vivendo, por ele, mas principalmente, por você. – ela me deu um beijo na testa e saiu do meu quarto.

Fiquei mais um tempo deitada. E se minha mãe tivesse razão? E se Gabe fugiu para salvar a mãe dele? Ele ainda me amaria e poderia voltar pra mim... a tia Kay voltou então Gabe também tinha chances de voltar.

Me levantei depressa, mas voltei a me sentar sentindo uma tontura forte, eu tinha ficado muito tempo sem comer, estava fraca. Respirei fundo e me coloquei de pé novamente. Fui caminhando devagar até o banheiro onde tomei um banho longo e relaxante, quando estava devidamente limpa, fui até o closet e escolhi um vestido solto. Desci as escadas devagar, meus pais estavam na sala e minha mãe sorriu ao me ver.

Fui atingida por outra tontura e meu pai em segundos estava me segurando. Minha mãe correu na cozinha dizendo que ia preparar algo pra eu comer enquanto meu pai me ajudava a chegar ao sofá.

- Me desculpe pela forma como falei com você. – ele falou abaixado na minha frente – Eu estava com raiva do Gabriel e não tinha o direito de descontar em você, acontece que você e sua mãe são meus pontos fracos, Liz. Vocês são tudo o que eu tenho e quando algo de ruim acontece a vocês eu me sinto um lixo por não poder fazer nada.

- Está tudo bem pai. Você tem todo o direito de estar bravo. – falei – E me desculpe também por ter bancado a adolescente de coração partido.

- Você está melhor?

- Sim. A conversa com mamãe me fez ver que eu estava sendo um pouco infantil demais. – sorri – Eu vou tentar voltar a ser a Liz de antes.

- Eu ouvi a conversa de vocês... me desculpe – ele pediu parecendo envergonhado – ouvidos de lobo...

- Tudo bem. – sorri.

- Sua mãe pode ter razão. Talvez ele não tenha ido embora com um imprinting, talvez ele tenha ido pra salvar Kaileena. E eu rezo Liz pra que seja isso, porque eu sei que você só vai estar completamente feliz quando ele estiver aqui com você.

- Obrigada pai. – nós nos abraçamos.

Minha mãe nos chamou minutos depois, pedindo meu pai que me levasse até a cozinha para comer. Eu fui sentindo uma nova força, eu sentia que Gabe ainda voltaria pra mim.

POV – Gabe

Já tínhamos chegado na Alemanha há semanas e nada de Meredith me explicar do por que eu estar aqui.

- Você parece preocupado, príncipe. – Ela perguntou se sentando ao meu lado.

Já tinha alguns minutos que eu estava sentado na fonte que tinha no pátio da casa/castelo do pai de Meredith. A casa ficava numa propriedade enorme, tinha três andares, umas sete salas, pelo menos vinte quartos.

- Não estou preocupado – respondi Meredith – estou entediado. Você disse que me contaria o por que de eu estar aqui. Já faz mais de um mês que chegamos aqui e nada Meredith...

- Ok príncipe. Vem comigo, vou te contar tudo.

Ela me levou pela mão escada acima até o terceiro andar. Entramos na biblioteca e Meredith foi até uma das prateleiras pegando uma espécie de diário que estava escondido em um espaço falso atrás dos livros.

- A lua vermelha acontece a cada 50 anos.  – ela falou colocando o livro numa mesa e se sentando, eu me sentei ao lado dela – A última foi na noite que eu nasci. Ela é uma lua muito poderosa Gabe, coisas mágicas podem acontecer na lua vermelha.

Ela abriu o diário e o virou para que eu pudesse ler. Eu não entendia nada do que estava escrito, era uma língua desconhecida por mim, mas havia vários desenhos feitos à mão, os que mais se destacavam era uma lua pintada, no que antes devia ser um vermelho vivo, mas hoje era apenas um tom de marrom queimado e um anel com uma pedra verde.

- E quando é a próxima lua vermelha? – perguntei.

- Daqui três semanas. – ela me olhou e sorriu – Assim como você, eu também sou diferente dos demais de cada uma das minhas ‘metades’. Eu sou rápida como um vampiro e como um filho da lua, mas não tenho veneno. Eu não transformo ninguém em vampiro, nem contamino com o vírus licantropo. Eu vivo eternamente como ambos, mas não sou imortal. Meu corpo é frágil, um tiro, uma queda, grande coisas assim podem me matar. Eu posso sair ao sol, ao contrário dos vampiros, e posso sair na lua cheia, ao contrário dos lobisomens.

- Você não se transforma na lua cheia?

- Só se eu quiser. – ela sorriu e voltou a se sentar do meu lado – Nossos genes são poderosos Gabe. Se nós juntarmos os dois, pensa só o que vai gerar...

- Você fala um filho nosso?

- Sim. – o sorriso dela ficou maior – Na lua vermelha, nós vamos nos amar pela primeira vez, e vamos fazer nosso filho. A única criança na terra ¼ vampira, ¼ licantropa, ¼ feiticeira e ¼ transmorfa. Ele será o ser mais poderoso de todos, poderá ter o que quiser, quem quiser, quando quiser. Nada será mais forte que ele, nada será maior que ele.

- Pra que tanto poder, Meredith?

- Pra não sentir medo. Pra não fugir, não precisar nos esconder. – o olhar dela era de desejo. Ela queria esse poder. Mas e eu? Eu queria isso?

- Eu não quero tanto poder Meredith. – falei – Eu só quero viver em La Push, em paz, com minha mãe, meu pai, meus irmãos, meus amigos... e minha Liz. É só o que eu quero.

- Seu lado lobo quer isso, Gabe. – ela fechou o livro o puxando pra perto dela – Seu lado feiticeiro quer o poder. Por isso você se sente atraído por mim. Porque inconscientemente você sabe que só comigo você pode ter poder e ser o que quiser. Pense bem Gabe, nunca mais você receberia ordens, você não precisaria ficar horas treinando com sua mãe e com aquele tutorzinho dela... eles não poderiam mais impedir você de fazer o que você quiser.

- Eu gosto da vida que tenho. – falei me levantando – Gosto da forma como vivo com meu povo... e acaba comigo saber que eu os fiz sofrer sumindo sem dar sequer uma justificativa.

- Você acha que eles estão sofrendo? – ela se levantou também – A sua mãe, seu pai, sua irmã... nenhum deles está sofrendo. Nem mesmo aquela cadelinha que você diz amar... até ela seguiu a vida sem você.

- Você está tentando me persuadir, Meredith. – falei.

- É isso que você pensa? Então vem comigo. – ela me levou para fora da biblioteca, até uma sala no fim do corredor.

A sala era escura, as janelas eram cobertas por cortinas grossas e escuras. Só o que iluminava o ambiente eram as luzes das velas que enchiam o lugar. Luzes amarelas formavam sombras nas paredes.

- Chegue perto. – Meredith falou numa voz sussurrada, parando na frente de um livro grande. Eu me aproximei olhando o livro por cima do ombro dela.

- Isso é um grimório? – perguntei. Diferente do diário onde ela me mostrou a lua vermelha, esse livro era escrito na linguagem das bruxas.

- Sim. É o grimório mais antigo do mundo. Era de Zaim, um bruxo muito poderoso que morreu a muitos anos. – ela falou passando as páginas – Zaim pra muito é só um mito, poucos sabem que ele realmente existiu. Foi a busca por ele que trouxe Stephan até nós.

- Stephan? – falei alto – O feiticeiro que sequestrou minha mãe, tomou os poderes de Klaus e agora está com meu irmão?

- Shiu! – ela reclamou – Este comodo é um canto de magia Gabriel, não se grita aqui. E sim é o mesmo Stephan. E antes que você dê mais um xilique, eu não estou metida nisso, sequestrar a feiticeira e tirar o poder do outro lá, não era plano meu. Eu e Stephan só dividimos uma coisa, ele vai ser o tutor do nosso filho, quem vai guiar a parte feiticeira dele. Fora isso ele cuida das coisas dele, eu cuido das minhas.

- Não conte com nosso filho. – falei sério – Você está envolvida com o cara que destruiu a minha família.

- Destruiu? – ela riu – Você acha mesmo que sua família está destruída? Aqui. Leia esse feitiço.

Ela me colocou na frente do livro. A página indicava um feitiço de disfarce, pelo que eu estava entendendo, nós poderíamos andar por qualquer lugar sem que nos percebessem.

- Você vai nos teletransportar para La Push – Meredith continuou falando – Ninguém vai saber que estamos lá. Não vão nos ver, nem sentir nosso cheiro ou nossa presença.

- Pra que vamos voltar? – perguntei. Não que eu estivesse reclamando, afinal eu era o feiticeiro e podia facilmente enganar Meredith, voltar para perto da minha família e contar tudo o que ela, Stephan e o pai estavam planejando fazer.

- Eu quero te mostrar como o seu povo sente sua falta. – ela falou com desdém.

Ela se abraçou a mim e eu pensei em La Push, antes de sentir que estávamos nos teletransportando eu recitei as palavras do feitiço de disfarce.

A reserva estava exatamente como no dia em que fui embora. Meio deserta, mas também hoje era dia de ação de graças, provavelmente todos estavam em suas casas, comemorando.

Meredith saiu andando pelas ruas, me puxando pela mão. Eu sabia pra onde estávamos indo, eu conhecia melhor que ninguém aquele caminho.

- Olha lá, príncipe. Veja como eles sentem sua falta. – ele apontou para a casa dos meus pais, a minha casa. Da janela eu podia ver Sarah e Nick sorrindo de algo que Klaus tinha dito, também dava pra ver meus pais se abraçando, felizes também, mas o que mais me doeu foi ver as duas pessoas que saíam e se sentavam no banco da varanda.

Liz e Diego pareciam grudados demais. E o sorriso que ela ostentava mostrava que eu não fazia falta nenhuma, e principalmente, que ela não me amava. Como ela podia me amar e estar tão bem e feliz com o cara que ela deixou por estar forçando a barra com ela?

- Você vê, que só eu te amo como você merece? – Meredith sussurrou no meu ouvido – Deixe seu lado feiticeiro sobrepor seu lado lobo. Fique comigo na lua vermelha, faça um filho em mim e seja poderoso como você nunca foi. Toda essa dor que você sente agora vai acabar. Eles não se importam com você, Gabe... eles nunca foram capazes de ver o quão grande você é. Você foi feito pra ser rei.

- Vamos embora. – falei me virando e caminhando para longe da casa. Eles não sentiam minha falta, eles estavam comemorando enquanto eu ainda estava ‘perdido’. Eu tinha morrido pra eles, e agora, La Push e todos os seus moradores morreria pra mim.


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Notas finais do capítulo

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