What do You Want From Me? escrita por v_wendy, TheMoonWriter


Capítulo 5
Capítulo 4 – She Will Be Loved


Notas iniciais do capítulo

Geente, eu sei, eu sei. Eu demorei muito :( Mas eu tive um mês bem corrido, é.
Bom, eu não sei se vocês vão gostar do capítulo, mas eu já comecei a escrever o capítulo 5 então eu espero que ele saia logo.
Vejo vocês lá em baixo
:*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/152283/chapter/5

Capítulo 4 – She Will Be Loved



Hermione Granger abriu os olhos devagar, ela não sabia onde estava. A última coisa que se lembrava era de ter ido para a biblioteca com Gina. Ela sentiu a cabeça latejar e fechou os olhos com força, suas mãos tocaram a cabeça, uma espécie de fita estava enrolada nela.

– Ela acordou. - a castanha reconheceu a voz de Harry - Mione?

Ela tentou içar-se para cima, mas a dor de cabeça era muito forte. Depois de algum tempo ela conseguiu se sentar e então reabriu os olhos. Gina, Harry e Ron estavam sentados rodeando a cama dela.

– Mas... que diabos aconteceu? O que estou fazendo... na enfermaria?! - ela perguntou. Gina e Harry trocaram olhares e a ruiva se levantou da cadeira em que estava e passou para perto da amiga.

– Você sumiu, ninguém sabia onde você estava, nós te procuramos em tudo quanto é lado. Quando já estávamos indo pedir ajuda para Dumbledore chegaram notícias de que você tinha sido encontrada no jardim e que estava com um corte bem fundo na testa.

Imagens entraram lentamente pela cabeça da castanha, mas elas nada tinham haver com o que a ruiva tinha narrado. Hermione se lembrou de sair correndo do dormitório e ir para os jardins, lá ela ficou por algum tempo e encontrou alguém. Oh, meu Merlin! Oh, meu Merlin! Eu... ah, não! Não pode ser, eu não posso ter beijado aquele maldito monstro!

Ela, inconscientemente, tocou os lábios com a ponta dos dedos. Isso chamou a atenção de Ron, ele cutucou Harry e os dois ficaram encarando a amiga. Hermione deixou sua mão cair no colchão e abaixou o olhar. Ela tinha tanta vergonha de olhar para eles... Tom Riddle tinha feito da vida de Gina um verdadeiro inferno, no primeiro ano da ruiva em Hogwarts, ela quase tinha enlouquecido; Rony quase tinha perdido a irmã e havia perdido os dois tios por causa dele; e Harry... ah, Harry nunca a perdoaria, aquele monstro que naquela época trajava a máscara de bom moço havia destruído a vida de Harry James Potter para sempre.

– Mi? - chamou Gina.

– Quem me achou? - ela perguntou ainda olhando para baixo, torcia para que não tivesse sido nenhum dos três... ela já não conseguia mais encará-los.

– O que?

– Quem me achou, Gina?

– Foi... - a ruiva trocou um olhar com Harry, estava em total desespero, não sabia se contava a verdade ou se mentia. Harry suspirou e tomou a mão caída de Hermione entre as dele.

– Quem te achou foi Tom Riddle, Mione. - o choque que invadiu a garota foi imenso, ela não sabia o que dizer - Mione, não entre em pânico, ok? Tente-se lembrar daquela noite... nós só queremos saber se foi ele quem te machucou.

Hermione não precisava se lembrar de nada, o que acontecia brilhava aos olhos dela, ela continuou com a cabeça abaixada e pensou no que fazer. Ela se odiava por isso, mas jamais conseguiria contar sobre o que realmente aconteceu naquela noite. Gina disse que me acharam caída nos jardins, Riddle deve ter dito isso, é claro. Para não se encrencar por estar na floresta.

Ela ergueu os olhos e, pela primeira vez, ela mentiu para os amigos.

– Eu estava... triste, sabem? Afinal, isso tudo é culpa minha... então eu resolvi sair um pouco. A Câmara Secreta não me assusta e vocês sabem o porquê, não tenho motivos. Eu comecei a olhar as estrelas e me distrai com elas, fui andando encarando a Lua no céu, isso parece tão estúpido agora, mas ela era tão linda e me sentia como se estivesse em casa. Lembro-me de tropeçar e depois não me lembro de mais nada.

– Quer dizer que ele não teve nada haver com isso? - perguntou Ron.

– Acho que não. Não que eu me lembre.

Naquele momento a porta se abriu e um senhor entrou. Ele deu um enorme sorriso para Hermione.

– Quem bom que acordou, Srta. Granger, seus amigos estavam muito preocupados.

O estômago de Hermione se revirou de culpa.

– Eu sou o Doutor Edgar Pomfrey. - ele estendeu a mão para ela - Como está sua memória?

– Bem, consegui me lembrar do que aconteceu... – Dr. Pomfrey não esperou ela continuar a falar, começou a examiná-la.

– A Srta. me parece muito bem. Vou apenas ministrar-lhe uma poção para reanimá-la e então estará de alta. – ele deu um sorriso sincero para a garota e saiu em direção a sua sala.

Hermione percebeu que estava com uma espécie de camisola. Ela percorreu a enfermaria com os olhos à procura de sua roupa, Gina, que percebeu o movimento, estendeu-lhe uma muda de roupa.

– Foi preciso te trocar, Mi. Você não poderia passar dois dias com a roupa suja de sangue.

– Dois dias? – ela exclamou – Merlin! Quer dizer que hoje já é manhã de Natal?

– Sim. Minerva e Harfang estiveram aqui ontem e lhe mandaram votos de melhoras. – disse Ron.

Hermione sorriu e disse que iria colocar a roupa. Ao entrar no banheiro sua cabeça começou a girar, ela tinha feito coisas bastante imprudentes. Tom Riddle era bem diferente de Viktor, um rapaz que tinha se tornado seu amigo depois de um tempo do que ela não considerava um namoro. O que eu quero saber é porque ele me beijou? Ele tem uma namorada, até onde eu sei. Ela penteou os cabelos com os dedos enquanto tentava achar uma explicação lógica do porque de Voldemort tê-la beijado.

Mas pensar que Voldemort jovem havia beijado-a provocou náuseas na castanha, ela se debruçou em direção ao vaso sanitário e vomitou uma substância amarelada.

– Mione! – ela ouviu a voz preocupada de Ron – Você está bem?

– Estou bem Ron, não foi nada. – ela disse limpando a boca com uma toalha – Estou bem...

Ela queria acreditar que estivesse, mas não estava. Ela se sentia uma traidora – de seus amigos e dela mesma – como poderia conviver com essa culpa agora? Ela levantou os olhos para o pequeno espelho que tinha em cima da pia e sentiu nojo de si mesma.

– Mione? – dessa vez era Harry – Estamos preocupados...

Ela destrancou a porta e saiu, Harry a encarava preocupado. Ela não conseguiria suportar se ele continuasse a olhá-la assim. Passou reto por ele e se sentou na maca. Dr. Pomfrey logo chegou e lhe entregou a poção, tinha um gosto desagradável.

– Você parece bem, Srta. Granger. Está de alta, precisamente.

– Obrigada, Doutor. Posso sair agora?

– Sim, mas lhe recomendo que passe no Salão Principal e coma alguma coisa.

Os quatro saíram da enfermaria e rumaram para o salão Principal, Hermione podia sentir que eles a observavam e isso não ajudava para com sua culpa. Ela daria qualquer coisa para reverter aquele momento, lançaria um obliviate em si mesma se pudesse. Distraidamente e sem ter ideia nenhuma do que fazia ela colocou a mão no bolso e um pânico a envolveu quando não encontrou a varinha. Ela parou no meio do corredor, abruptamente.

Mas que estupidez! Acabei de vestir essa roupa, é claro que minha varinha não está aqui. Deve estar com Gina ou Harry ou Rony.

Ela se virou para os amigos, que tinham parado também. Gina tinha uma expressão estranha no rosto.

– Mione, está tudo bem?

– Não, Gin. Eu não sei onde está minha varinha... Está com você?

Gina arregalou os olhos.

– Não. Na verdade, eu não tinha pensado na sua varinha até agora, Mi. Vocês ouviram o Dr. Pomfrey falar alguma coisa sobre ela? – a ruiva perguntou para os meninos que tinham expressões de preocupação.

– Ele não disse nada. Sequer a mencionou... Eu pensei que você não tinha ido com ela, que ela estivesse no dormitório. – respondeu Harry.

– Não. – ela respondeu, seu o coração acelerando rapidamente – Eu a levei... Eu...

– Mione – disse Rony – odeio dizer isso, mas acho que única pessoa que pode saber onde está sua varinha é o Riddle. Afinal, ele te achou.

Seu estômago deu uma volta inteira ao pensar nisso, mas ela não podia ficar no mundo mágico sem uma varinha! Era uma bruxa, por Merlin!

– Certo, ele deve saber, eu vou falar com ele.

– Agora? – perguntou Gina – Mione, você tem que se alimentar. O Dr. Pomfrey...

– Gin, eu não posso ficar no mundo mágico sem a minha varinha e se Riddle sabe onde está devo perguntar a ele.

Ela deu as costas para os amigos e entrou no Salão Principal, tentou localizar Riddle. Não foi uma tarefa difícil, ele raramente aparecia no Salão e quando aparecia recebia vários olhares de garotas na direção dele.

Queria ver só se elas soubessem como ele vai ficar... Acho que ele iria receber bem menos olhares.

Caminhando a passos largos e decididos na direção dele, Hermione parou na frente da mesa da Sonserina. Riddle conversava com Jade e seu séquito, a namorada do garoto lançou um olhar de ódio profundo para Hermione quando ela se aproximou.

Hum, hum – ela fez, imitando Dolores Umbridge, o que seria até engraçado se a situação não fosse aquela. Riddle se virou para ela, com um sorriso debochado no rosto.

– Srta. Granger... A srta. parece bem melhor agora. Veio me agradecer, imagino?

Hermione continuava a encará-lo, pensando em um bom jeito de por as cartas na mesa... Um plano se firmou em sua cabeça e ela esperava que desse certo, ela sabia com quem estava lidando. Sabia que Riddle não hesitaria em matá-la se soubesse que ela se lembrava.

– Sim, Sr. Riddle. E também gostaria de lhe fazer uma pergunta.

– Qual?

– Minha varinha. Lembro-me de ter saído do castelo com ela – Hermione pôs a mão na cabeça –, mas eu não me lembro do que aconteceu depois que saí para os jardins... Quando me encontrou, eu estava com ela?

Riddle parecia estranhamente irritado e assustado com a pergunta.

– Na verdade, srta., minha preocupação era tirá-la dali antes que perdesse mais sangue e pudesse comprometer sua memória mais seriamente, então não me recordo de sua varinha. Se estava com a srta. então ela passou-me completamente despercebida.

Hermione encarou-o, tentou ver se mentia e por que parecia tão irritado, mas nada descobriu. Ela sentiu a palma das mãos suarem, onde diabos estaria a sua varinha?

– Ah, obrigada, de qualquer forma. – ela acenou para o séquito de comensais e foi para a mesa da Grifinória. Minerva e Harfang tinham se juntado aos outros três.

– Hermione! – disse Minerva – Fico feliz que esteja bem, fiquei preocupada! Mas, o que lhe deu para sair àquela hora e ir para os jardins? Não foi uma atitude nada sensata.

– Eu sei, Minerva. Mas eu estava um pouco... triste. E o céu, a Lua... Pareceram-me acolhedores.

Harfang a mirou curiosamente, tinha algo no olhar dele... Como se soubesse de algo mais. Ele deu um pequeno sorriso para Hermione.

– Bom, eu acredito que amigos sejam mais acolhedores que o céu ou a Lua, Hermione. Você conhece a mim e a Minerva há pouco tempo, mas pode confiar em nós.

– Obrigada, Harfang.

A castanha colocou um pouco de suco de abóbora no cálice e bebericou, quando Gina levantou a questão que estava deixando-a louca.

– O que Riddle disse? Sobre a varinha?

– Ele disse que sua preocupação era tirar-me dali antes que eu perdesse mais sangue e pudesse comprometer minha memória mais seriamente, então ele não se lembra de minha varinha.

– Talvez ainda esteja por lá. – disse Harry.

– É talvez.

#*#*#

Jade encarava Hermione Granger com uma raiva que se igualava a que ela sentia por sangues ruins. A morena bufou, Tom estava muito estranho desde que ela viera falar com ele. Jade tomou um gole da substância do cálice. Era firewhisky, seu irmão, Andrew, havia contrabandeado quando fora lhe visitar em Hogsmeade.

Esse era o segundo vício da sonserina. O primeiro estava sentado ao seu lado, mas sua mente estava longe, dava para ver. Jade não gostava de admitir e apenas Amatha e Avery sabiam disso, já que eram seus melhores amigos, mas ela amava Tom. E muito.

Ela sabia que Tom não partilhava desse sentimento e ela até se sentiu surpresa quando percebeu que tinha se apaixonado, mas ele era exatamente tudo que ela queria. Pela primeira vez em toda sua vida, alguém tinha conseguido alcançar seu coração de pedra.

– Jade? – chamou Tom, os olhos focados na porta do Salão.

– O que?

– Eu vou ficar um pouco na biblioteca hoje. Qualquer coisa me procure lá. – ele virou as costas, sem dar a ela tempo de responder. Seu olhar vagou para a mesa da Grifinória e ela percebeu que Hermione Granger não estava lá. Ela bufou uma segunda vez e isso atraiu a atenção de Amatha.

– Jay? - ela ignorou de início, mas sabia que não seria fácil. Amatha e ela eram como irmãs, mesmo que Jade não fosse muito sentimental, Amatha era pelas duas - Jay, o que você tem?

– Nada, Amy.

– Jade Amethyst Bulstrude! Você não me engana, eu sei que tem algo te incomodando...

– Sim, Amy. Realmente, tem algo que me incomoda, mas eu não acho que posso falar agora. Acho que vou caminhar um pouco...

Jade se levantou, pegou a bolsa onde continha mais meia garrafa de firewhisky e foi em direção dos jardins, tomando cuidado para ninguém vê-la. Sabia que não seria seguida por ninguém, mas tinha que tomar cuidado. Desceu correndo os jardins e adentrou na floresta, conhecia-a muito bem, melhor do que a muitos lugares os quais freqüentava.

No coração na floresta, havia um pequeno lago. Ela julgava que além de Tom e alguns comensais apenas Dippet e Dumbledore conheciam aquele lugar, já que muitos evitavam vagar pela floresta, ainda mais com os ataques.

O lago era tão cristalino, que era possível ver as pedras prateadas no fundo dele, mas também era possível ver-se refletido, se olhasse atentamente. Jade se sentou na margem do lago e colocou os pés dentro dele, mas sua mente não registrava nada do que fazia.

Seus pensamentos vagaram para cerca de um ano e meio atrás e Jade se sentiu obrigada a acompanhá-los...

Jade Amethyst Bulstrude era uma menina com o coração fechado, tinha apenas um grupo seleto de “colegas”, mas não chegavam a ser seus amigos. Ela não gostava de falar, era muito aérea, boa aluna, mas sempre levava alguma detenção por desacato a algum professor. Toda essa rebeldia e temperamento curto de Jade se devia ao fato de ter sido criada apenas pelo pai, Albano Bulstrude, um homem ocupado com seus negócios.

Albano não amava os filhos e muito menos a mulher, já falecida, Elika Dolohov Bulstrude, a pessoa de quem Jade mais sentia falta no mundo. Elika tinha uma doença terminal, algo que ia além da medicina bruxa e trouxa. Chamavam de câncer e era pulmonar. Ela não agüentou muito mais do que algumas horas, depois que Jade nasceu, viva, mas toda a raiva que Jade sentia por sangues ruins vinha da mãe.

Elika sempre havia sido apaixonada por Albano, mas este se casara com ela obrigatoriamente, ele havia se apaixonado há muito por uma mulher chamada Adele Bran, uma trouxa que ele havia conhecido em uma viagem à França. Elika passara a vida inteira sofrendo por saber que jamais conseguiria ser aquilo que o marido queria – jamais conseguiria ser Adele.

Naquele dia de início de verão, em 1941, Jade andava pelos jardins com a minúscula carta que seu pai lhe mandara. Ele dizia que não poderia buscá-la para visitar o túmulo de Elika, pois tinha uma viagem urgente de negócios para a França, mas Jade sabia que ele só estava indo para França para tentar encontrar a mulher de sua vida, Afinal, pensou ela com amargura, ele faz isso sempre.

Jade sentou-se na grama esperando que algum milagre acontecesse e ela pudesse ver a mãe. Era seu aniversário, mas não tinha vontade de comemorar, Amatha estava super empolgada, comprara todos os doces favoritos da amiga, mas toda essa alegria não acompanhava Jade.

Foi nesse momento que ela percebeu um grupo de garotos descendo furtivamente, pelas estufas, para a floresta. Ela reconheceu Gunther, seu amigo, e Abraxás, o namorado de Amatha e mais alguns garotos que sempre vira, mas nunca conversara.

Ora, mas que diabos eles fazem aqui? Ela pensou se levantando com um gato escaldado se aquela monitorazinha enxerida da McGonagall os pegar aqui estão mortos. Jade os seguiu de mansinho pelos gramados, se escondendo quando eles olhavam para os lados a procura de alguém.

Logo, eles entraram na floresta e Jade os acompanhou ainda seguindo de longe. De trás de um grosso tronco de uma árvore ela podia ouvir exatamente o que eles falavam.

– Milorde? – disse uma voz familiar – Milorde, tem certeza de que aqui nesta floresta tem essa clareira?

– Absoluta. – respondeu outra voz masculina – Escute, Avery, esta clareira será perfeita para podermos nos encontrar, Dumbledore fica mais enxerido a cada maldito dia que passa e não quero que ele descubra o que planejei para o próximo ano. É uma surpresa especial.

Apesar do tom de voz do garoto nenhum dos outros ousou a dar risada, parecia que temiam dar um passo em falso perto do tal “lorde”.

– Os sangues ruins que me aguardem... – disse o garoto baixinho, mas não o suficiente para os outros ou Jade não ouvirem. Jade sentiu que ela e aquele garoto poderiam se aliar, se ele fizer algo contra sangues sujo ela adoraria ajudar... tomada por essa ideia Jade saiu de trás da árvore.

A surpresa foi geral, ninguém esperava que uma das garotas mais bonitas de Hogwarts saísse enquanto eles faziam uma reunião secreta. Jade deu um sorriso torto ao ver o garoto que comandava erguer a varinha para ela.

– Srta. Bulstrude, o que faz aqui?

– Você é o Riddle, não? – ele acenou minimamente a cabeça – Ora, ora, Riddle não erga essa varinha para mim. Sei de feitiços que pode realmente causar um belo estrago...

– Isso é uma ameaça Srta?

– Não, é uma constatação. Acho que sabe a diferença...

Riddle prensou-a contra a árvore, a varinha na garganta da menina. Sua atitude era ousada e nada parecia com a sua habitual – cavalheiresca.

– Por que estava nos espionando?

– Porque eu sei onde fica a clareira, conheço essa floresta melhor do que qualquer lugar que já tenha pisado e acho que posso lhe mostrar, mas com uma condição.

Riddle a soltou, parecia aborrecido, mas ela não saberia dizer.

– Qual?

– Quero fazer parte disso.

Ele soltou uma gargalhada fria e olhou para os outros garotos que davam olhares de desdém para Jade. Gunther e Abraxás, no entanto, pareciam considerar a ideia. Eles trocaram um olhar quase apreensivo e Avery deu um fino sorriso ao outro.

– Desculpe, Srta, mas não aceitamos garotas. – disse Riddle – Agora lhe lançarei um “obliviate” e não se lembrará que um dia tivemos essa conversa.

– Milorde? – interrompeu Avery, meio temeroso – Eu conheço Jade desde os meus quatro anos e ela é uma bruxa extremamente habilidosa, com planos e ideias completamente únicas. Acho que... valeria a pena ouvir o que ela tem a dizer.

Riddle permaneceu em silêncio e Abraxás deu um aceno para Jade, como se esse fosse o aval para ela falar.

– Riddle, eu não sei se aceita garotas ou não, não é por isso que os segui. Estava tendo uma tarde horrivelmente conturbada, então os vi descendo furtivamente pelas estufas, sei que se alguém os visse estariam em problemas, então os segui. Parecia apenas uma reunião idiota de garotos até que você disse que os sangues sujo deveriam aguardá-lo. Isso despertou meu interesse, odeio esse tipo de ralé mais que a tudo no mundo e gostaria de ajudá-los, seja o que for.

Riddle olhava para Jade como se ela fosse um tipo extremamente único e interessante. Ele colocou a varinha nas vestes e deu um sorriso.

– Por que odeia sangues ruins?

– É pessoal. – ela respondeu.

– Jade, certo? – ela acenou – Escute com atenção, eu não costumo a repetir. Se quiser fazer parte disso nada mais será pessoal. Eu não tenho a intenção de apenas “pregar uma peça” ou coisas desse tipo em sangues ruins, meu objetivo é matá-los.

Ele disse tudo isso esperando que a garota fosse pestanejar, soltar gritinhos ou tomar alguma atitude que qualquer garota normal tomaria, mas ela apenas deu um sorriso quase angelical e disse:

– Então vejo que temos muito em comum. Odeio sangues ruins porque minha mãe morreu por culpa de uma.

– Sim... – disse Riddle baixinho – realmente temos muito em comum. – ele ficou quieto por um tempo, parecia debater consigo mesmo – Está decidido, Jade. Fará parte disso, agora nos leve a clareira.

Jade obedeceu e a partir desse dia ela se tornou uma seguidora de Tom Riddle, que preferia ser chamado de ‘Milorde’. Depois de algumas semanas Jade recebeu sua marca, sua pele queimava, mas ela não choramingou como outros fizeram, foi forte. Isso levou Tom a ter um interesse especial nela e logo ela se tornou a namorada dele.

Ela queria saber o motivo de Tom não a deixar matar ou sequer apagar a memória da garota Granger, isso a incomodava, doía, fazia com que ela pensasse que ele não confiava nela tanto quanto dizia. Ela abriu a bolsa onde trouxera a garrafa de firewhisky e pegou a varinha que ela havia surrupiado logo depois de Tom partir com a garota nos braços.

– Ele nunca me tratou assim – ela sussurrou, triste – quando me machuquei, na primeira vez que ele levou a mim e Abraxás na Câmara e eu quebrei minha perna quem me carregou no caminho de volta foi Abraxás. Devia valer de alguma coisa o fato de que eu sou a namorada dele.

Ela passou a mão pela varinha da grifinória e a recolocou de volta na bolsa. Não sabia o que ia fazer com o objeto, mas a garota não iria recuperar a varinha. Era uma questão de honra.

– Mas mesmo assim, isso não significa nada Ser ou não a namorada de Tom Riddle. – ela sussurrou novamente pegando a garrafa de firewhisky e tomando um gole – São só aparências, só aparências... exatamente como era com minha mãe.

(N/A: link da música: http://letras.terra.com.br/maroon-5/81992/#traducao)

O pensamento em Elika fez Jade sentir vontade de chorar, mas ela não o fez, se manteve firme, como deveria ser. Ela se vingaria, por outros meios, mas chorar não ia mudar nada. Só vai deixar meu rosto inchado, pensou.

Rainha da beleza de apenas 18 anos, ela

Tinha alguns problemas com si mesma

Ele sempre estava lá para ajudá-la, ela

Sempre pertenceu a outra pessoa

A garota ouviu o barulho de passos, virou-se para trás com a sua varinha em punho, mas não havia nada atrás dela. Ela deu um suspiro pesado e bebeu mais um gole generoso do conteúdo da garrafa.

Eu dirigi por milhas e milhas

E acabei em frente a sua porta

Eu tive você por tantas vezes,

Mas de algum jeito, eu quero mais

– Por tudo que já viu, Jade, eu ficaria mais esperto se fosse você. – a poucos centímetros da orla da floresta estava Gunther Avery, o comensal mais puxa saco de Tom e melhor amigo de Jade nas horas vagas.

Eu não me importo de passar todos os dias

Do lado de fora, na esquina da sua casa, na chuva caindo

Procure a garota com o sorriso partido

Pergunte a ela se ela quer ficar por um tempo

E ela será amada

E ela será amada

– O que você quer, Gunt?

– Amatha disse que você saiu praticamente correndo do Salão Principal, queria saber como você está.

Dê um toque na minha janela, bata na minha porta

Eu quero fazer você se sentir bonita

Eu sei que eu tendo a ficar tão inseguro

Isso não importa mais

A morena deu um suspiro pesado... como estava? Era uma bela pergunta, mas não sabia bem a reposta. Estava morrendo de raiva, é claro. Raiva de Tom e daquela grifinória sem sal vinda do futuro, mas havia algo mais a incomodando, ela não sabia dizer o que.

Nem sempre são arco-íris e borboletas

É o compromisso que nos move juntamente

Meu coração está cheio e minha porta sempre aberta

Você pode vir qualquer hora que você quiser

– É por causa do Lorde? – Jade bebeu mais para não poder responder – Jade, pare de se embebedar e me responda.

Eu não me importo de passar todos os dias

Do lado de fora, na esquina da sua casa, na chuva caindo

Procure a garota com o sorriso partido

Pergunte a ela se ela quer ficar por um tempo

E ela será amada

E ela será amada

E ela será amada

E ela será amada

– Olha, Gunther, porque faz perguntas se já sabe a resposta?

– Quer falar sobre isso?

Ela pensou por um momento... será que conseguiria? Falar sobre tudo que estava deixando-a quase louca? Ela duvidava seriamente disso, tinha aprendido há muito tempo a ficar de boca fechada e não confiar nem na sua sombra, nem em Gunther ou Amatha.

Eu sei onde você se esconde

Sozinha no seu carro

Sei todas as coisas que fazem você ser quem é

Eu sei que adeus não significa nada

Volta e me pede pra que a segure toda vez que ela cair

– Não sou boa em falar e também não gosto disso. Não quero que me pergunte se estou bem, se estou ficando bêbada, se tenho dever para fazer, se...

– Está com ciúmes?

– O que?

– Desculpe, Jade, mas está escrito no seu rosto que está com ciúmes do Lorde eu só não entendo o porquê.

Dê um toque na minha janela, bata na minha porta

Eu quero fazer você se sentir linda

– E você acha que eu me entendo, Gunt? Acho que a cada dia eu fico mais confusa e isso me dá mais vontade de matar, qualquer coisa que seja. Estou frustrada, sabe? Esse plano da câmara não está funcionando bem do jeito que eu queria e eu acho que devíamos ter, no mínimo, ter lançado um obliviate naquela garota do futuro... mas o Tom não quis.

Eu não me importo de passar todos os dias

Do lado de fora, na esquina da sua casa, na chuva caindo

Procure a garota com o sorriso partido

Pergunte a ela se ela quer ficar por um tempo

E ela será amada

E ela será amada

E ela será amada

E ela será amada

– É dela que você está com ciúmes? – Jade permaneceu em silêncio – Vou entender isso como um sim, mas sentada aqui se embebedando de firewhisky você não vai resolver nada. Volte para o castelo e vê se dá um jeito nisso, você é a única pessoa que o Lorde escuta, você sabe.

– Acho que é por isso que estou preocupada... – ela murmurou tão inaudívelmente que Gunther não ouviu – Vamos.

Por favor, não se esforce tanto pra dizer adeus


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?
Eu não estava pensando em escrever esse pedaço da história da Jade, mas ajuda a vocês entenderem porque ela é tão má... e também porque ela não gosta de nascidos trouxas.
É, tá pequeno, mas acho que dá para entender um pouco dos dois lados (Mione e Jade) e é por isso que o capítulo é importante...
Bom, me digam o que acharam, tá bom?
:*