What do You Want From Me? escrita por v_wendy, TheMoonWriter


Capítulo 4
Capítulo 3 - Make You Feel My Love


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas :) Então, primeiro eu tenho que agradecer à linda da puff_poia que fez a capa desse capítulo. Bom, eu falo com vocês lá embaixo, espero que gostem :)



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Capítulo 3 – Make You Feel My Love

 

(link da música: http://letras.terra.com.br/adele/1191047/)

Quando a chuva

Está soprando no seu rosto

E o mundo todo

Depender de você

Eu poderia te oferecer

Um abraço caloroso

Para fazer você sentir o meu amor

 

Gina sorriu, lembrando-se de Harry ao vê-la descer as escadas naquela manhã, ele não parecia o mesmo. É claro, ele ainda era o escolhido, mas com a ruiva ele parecia diferente.

Quando as sombras da noite

E as estrelas aparecerem

E não houver ninguém lá

Para secar suas lágrimas

Eu poderia segurar você

Por um milhão de anos

Para fazer você sentir o meu amor

 

Oh! Merlin! O que estou pensando? Não há nada de diferente! Ele só me trata como a irmã do melhor amigo dele, é apenas isso. E além disso tem Dino, ela pensou, lembrando-se do namorado que se encontrava há mais de 50 anos dela.

Eu sei que você

Não se

Decidiu ainda

Mas eu nunca

Te faria nada de errado

Eu já sei que

Desde o momento

Que nos conhecemos

Não há dúvida na minha mente

De aonde você pertence

 

Ela se sentia mal por namorar Dino, mesmo gostando de Harry. Mas Dino era tão carinhoso, ele entendia como ela se sentia, foi se tornando seu amigo e acabou convencendo-a a namorá-lo. Já Harry… Ela provavelmente sempre o amaria, de certa forma. Ele fora seu primeiro amor, isso não é algo que se esquece facilmente.

Eu passaria fome

Eu ficaria triste e deprimida

Eu iria me arrastando

Avenida a baixo

Não, não há nada

Que eu não faria

Para fazer você sentir o meu amor

 

Ela não tinha ideia de quando ou como havia se apaixonado pelo garoto, só sabia que o amava. Não era por interesse, como uma vez julgara uma garota de seu dormitório, ela só via algo por de trás do Eleito, por de trás do garoto que sobreviveu.

As tempestades estão violentas

Sobre o mar revolto

E sobre o caminho do arrependimento

Embora ventos de mudança

Estejam trazendo entusiasmo e liberdade

Você ainda não viu nada

Como eu

 

Ela saiu da banheira, se secou e se vestiu. Harry. O nome dele me persegue, não quero pensar nele, mas não consigo não pensar. Ai, Merlin! Assim que voltar terei de terminar tudo com Dino, não é justo com ele, não é justo comigo.

Eu poderia fazer você feliz

Fazer os seus sonhos se tornarem reais

Nada que eu não faria

Vou ao fim

Da Terra por você

Para fazer você sentir o meu amor

 

Ela penteou os cabelos arruivados e se olhou no espelho. Ela entendia o que Hermione sentia, quando Harry começou a gostar de Cho ela achava que seu mundo iria cair. Mas o problema da melhor amiga era diferente, Ron amava Hermione e Hermione amava Rony. Ela foi ao Baile de Inverno com Viktor Krum apenas para lhe causar ciúmes e veja só no que deu.

O problema é que nenhum deles vai admitir que se amam, mesmo que isso dependa de suas vidas. São muito orgulhosos.

Gina abriu a porta do banheiro e andou até sua cama, franzindo o cenho. Hermione não estava em lugar nenhum do quarto e a porta estava entreaberta. Ah meu Merlim! Pensou levemente irritada. Onde ela se meteu agora?

Gina passou pela porta e atravessou o curto espaço entre o dormitório dos meninos e o delas, invadindo-o. Não se importou ao interromper o que parecia ser uma bela conversa sobre peles.

— Vocês viram a Mione?

Rony a olhou surpreso.

— Ela não está no dormitório?

— Ah! Claro! Será que esqueci de olhar embaixo da cama? 

— Bom… – começou o irmão, mas se calou ao ver o olhar de Gina.

— O que deu na Mione? – questionou Harry calçando os sapatos.

Gina sabia, mas ao mesmo tempo que sabia não entendia. Hermione nunca fora tão passional. E talvez fosse exatamente essa a questão. Seu lado racional não estava tomando mais as decisões. E isso era um problema.

#*#*#

Hermione se virou lentamente, tudo que ela enxergava era a noite escura.

— Quem está ai? – ela perguntou apertando a varinha na mão, sabia um pouco sobre magia defensiva, Harry havia sido um ótimo professor no último ano.

Algo se moveu nas sombras, ela não conseguia ver o que era, até que o viu. Era um centauro, ele tinha cabelos negros e a pele era completamente translúcida. Seus olhos pousaram em Hermione e ele a observou com interesse.

— Quem é você? – ele perguntou depois de um tempo a observando.

— Hermione Granger. Eu sou do ano de 1996. – ela disse, sem saber ao certo porque informou ao centauro de que era uma viajante do tempo.

— Huum, 1996. É, então você já sabe que Vênus se sobrepôs sobre Marte, não?

Hermione franziu a testa, não entendia o que o centauro queria dizer, continuou o fitando. Ele, por sua vez, acenou a cabeça e saiu a galope para o lado oposto de onde ela estava. Por que eu não perguntei para ele como sair daqui quando eu tive chance? Ah, Hermione! 

Ela olhou para a floresta escura, estava tudo tão escuro. Ela ergueu a varinha e murmurou um “Lumus” e a ponta da varinha se acendeu. Ela começou a vagar pela floresta.

Depois de algum tempo de caminhada ela começou a achar que tudo era muito igual e quando passou por árvore que julgava já ter passado umas quinze vezes ela ouviu vozes. Não passavam de ecos, mas mesmo assim ela os seguiu. “Nox” ela murmurou e a luz da ponta da varinha se apagou.

— E agora o que vamos fazer? Dippet seguiu os conselhos de Dumbledore, aumentou a vigilância milhões de vezes. – a voz era de uma mulher.

A castanha olhou por de trás de uma árvore, percebendo que era o grupo de Sonserinos que vira naquela noite, mais cedo. Só que havia um garoto e uma garota a mais. Eles estavam de costas para ela, por isso ela não pode vê-los. Mas tinha uma bela ideia de quem eram.

— Isso não importa. – disse um garoto, que ela reconheceu como sendo Gunther Avery – Dippet jamais desconfiaria de você, Milorde.

Risadas emanaram da clareira e Hermione continuou ouvindo, tudo que ouvisse ali poderia ajudar Harry mais tarde.

— Sim, é verdade. – respondeu Tom Riddle, Hermione franziu o cenho uma segunda vez, sua voz era familiar – Mas devemos ficar mais atentos, não confio em Dumbledore. O velho é esperto.

O garoto se virou e a castanha pode ver seu rosto, perdeu o ar. Era ele, Tom Riddle era o garoto quem ela beijara. Primeiro a repulsa lhe envolveu, depois o nojo e depois a culpa.

Como ela não percebera?! Monitor, bonito, sonserino... Exatamente como McGonagall havia descrito. Ela olhou para a floresta com apenas um pensamento, sair dali. Na ponta dos pés, tentou sair sem fazer o menor barulho, mas esbarrou em um tronco, e o barulho que fez foi bem alto.

Ela começou a correr, parece que ultimamente era tudo que fazia. Eu beijei Lord Voldemort! Pensou, com repulsa. Ah, Merlin! Por quê? Por que eu? Como vou olhar para o Harry agora? Para Ron? Para a Gin? Para todos os meus amigos?

Ela estava tão distraída brigando consigo mesma que tropeçou em um tronco grosso, caiu no chão, batendo a cabeça. A varinha voou para longe e seus olhos se fecharam depois da bruta pancada.

#*#*#

Tom estava descendo para sua “reunião” com seus Comensais da Morte. Ainda estava tentando se acostumar com o nome que Jade dera. Sinceramente, até que soava bem. Soava exatamente como deveria soar.

Então ele a avistou, sentada no gelo. Hermione Granger. A grifinória chorona, inteligente e boni... Tom interrompeu o pensamento e se aproximou. Parou a menos de um metro dela.

Ela se virou e o fitou, os olhos castanhos não chegaram aos seus, mas foram o suficiente para algo estranho martelar em seu cérebro.

— Daqui a pouco vou começar a ter certeza de que está me seguindo. – ela disse.

Ele reprimiu a vontade de bufar. Ela era insolente, algo que Tom não suportava. Ninguém deveria ser insolente com ele. Ainda mais uma completa desconhecida que era dada a burlar as regras.

— A Srta. ignorou meu aviso. É perigoso andar por ai e...

Ele se calou ao ouvir a castanha bufar. Por que ela está bufando? Ela não tem medinho da Câmara dos Segredos, do herdeiro de Slytherin e do monstro da Câmara?

— Por que está bufando?

Ela desviou o olhar para o lado congelado, a curiosidade o corroía. Se ela não o contasse ele usaria a legimência. Alguém que não tivesse medo do monstro de Salazar Slytherin era, no mínimo, interessante.

— Não tem medo da Câmara dos Segredos? – ele perguntou arqueando uma sobrancelha.

— Não. – ela murmurou muito baixo, mas ele ouviu.

— A senhorita é puro sangue? – indagou, pensando que esse era um motivo plausível para seu desdém.

A garota ruborizou. Talvez… Talvez não seja. O pensamentos lhe trouxe repulsa. Não suportava sangue-sujo.

— Pare de me chamar de senhorita. Chega a ser irritante. É, sou puro sangue, sim. - a garota olhava para o lago, falou as palavras muito baixo, mas mesmo assim Tom as ouviu.

Ele deu um sorriso. A garota lhe parecia mais interessante agora, mesmo que fosse grifinória. Talvez houvesse algo a mais na menina do futuro.

Ela se virou para ele e seus olhos se arregalam em uma espécie de choque. Será que é porque sorri? Ele não sabia e não estava preocupado, queria saber mais sobre ela. Queria saber mais sobre o futuro, será que ela saberia algo sobre quem ele era? Quem ele se tornaria?

Decidiu que precisava descobrir. E havia uma ótima e infalível maneira de extrair tal informação.

Hermione deu um sorriso tímido e esse foi o sinal para Tom colocar seu plano em prática. Ele avançou para perto dela, naquele momento, ela se virou. Seus narizes podiam quase se tocar, ele viu a postura durona da castanha ruir. Aquela era a hora.

Tom avançou o que faltava e alcançou os lábios da garota. Eles eram diferentes de tudo o que já provara, a castanha tinha lábios de mel que pareciam mais uma droga.

Ele sentiu uma corrente elétrica em todo o seu corpo, era diferente de tudo que já sentira e era bem diferente de Jade. Tom a puxou para si e aquelas mãos delicadas foram parar em seus cabelos, enquanto ele segurava a sua cintura.

De repente a garota ficou estática e segundos depois se desgrudou de Tom. A mão dele ainda estava pousada em sua cintura, mas ela não percebeu.

— Aonde você vai? – ele perguntou para ela, confuso.

— Me solta! – ela disse ao olhar para a mão que tinha na cintura dela, a mão de Tom caiu e ela correu em direção a Floresta Proibida. Em poucos minutos, ela tinha sumido pela floresta.

Tom chacoalhou a cabeça. Essa garota esta me testando. Sair correndo depois de me beijar? O que ela está pensando que eu sou?

Ele foi andando até a floresta negra com Hermione na cabeça. Seu rosto, seu cheiro, seu perfume, seus lábios... Doce veneno... 

O que é isso? Eu estou ficando maluco? Eu só quero que essa garota me revele se meus planos para o futuro terão sucesso. Nada mais do que isso. Não importa se o perfume dela é o mais agradável que eu já senti e seus lábios são doces como mel. Foco, Tom. Foco.

Quando ele chegou à clareira onde costumava a se encontrar com seus seguidores, todos já tinham chegado. É claro que nenhum iria contestar o atraso de Lord Voldemort, eles prezavam por suas vidas inúteis.

Não, Tom ainda não havia matado ninguém, mas seus comensais não precisávamos saber disso. Nem Jade sabia. Logo ele teria três mortes em sua conta, não demoraria muito, se tudo saísse como planejado. Seu maldito pai trouxa, e seus avós trouxas. É claro, que ele não havia contado a seus comensais que em seu sangue trazia uma mistura horrenda de bruxos e trouxas, não. Apenas diria que ajudara a purificar a raça bruxa.

A raiva que ele sentia de trouxas, nascidos trouxas ou afins era inexplicável. Era um ódio que crescera em seu peito e ele não procurava saber o que o motivara. A raiva o fazia forte, o ódio trar-lhe-ia poder. Muito poder.

— Boa noite, Milorde. – disse Avery, esse era um dos mais bajuladores entre todos.

— Avery. – ele respondeu. Jade, que estava sentada ao lado de Amatha Yaxley correu para o seu lado, entrelaçando seus dedos nos dele.

Tom não gostava de Jade, nem um pouco. Mas ela era inteligente e seus planos costumavam a ser brilhantes, ela o convencera que era a hora propicia para abrir a câmara, sendo os sangues ruins não teriam para onde fugir. Ou enfrentar o monstro de Salazar Slytherin ou Gillert Grindelwald.

O garoto retirou sua mão da de Jade, mas esta permaneceu ao seu lado. Ele ficou de frente para seus seguidores e sorriu.

— Sabem por que viemos aqui hoje? – eles sacudiram a cabeça – O plano da câmara secreta, não está saindo como planejado.

Amatha ergueu os olhos para ele. Ela tinha um ar assustado, mas mesmo assim conseguiu falar.

— Milorde... C-como, especificamente, não está dando certo?

— Ora, Amy! – respondeu Jade – O nosso principio não é petrificar os malditos sangues ruins! O que queremos é matá-los e nós não matamos nenhum para contar história.

— Mas... – loira tentou replicar.

— Amatha, está desistindo de seu juramento? A marca que está em seu braço esquerdo não pode ser esquecida! Você é uma Comensal da Morte! E nós queremos expurgar esses malditos da Terra!

Era essa a única coisa que Tom gostava em Jade, sua veemência. Ela compreendia que estava certo matar aqueles malditos, ela entendia e ela não temia. Diferente de Amatha, Walburga e Druella que fizeram a marca e juraram ao lorde porque seus irmãos e namorados mandaram, Jade tinha a convicção de era o certo.

— Obrigada, Jade. – disse Tom, num tom de voz apaziguador  – O importante é que teremos que mudar de tática, quero um de vocês por perto quando eu for soltar o monstro. – Tom não havia contado para ninguém, exceto Jade e Abraxás, o que havia na câmara – Mantenham as vítimas entretidas em um ataque, se agarrem com elas, mas façam o que tiverem de fazer para elas não saírem dali.

— E se alguém nos ver? – perguntou Druella arqueando as sombrancelhas.

— Espero que não sejam tão incompetentes a esse ponto. – respondeu o garoto.

— Não é questão de incompetência, Milorde. – disse Walburga com os olhos baixos – É que Dumbledore está colocando as manguinhas de fora, está querendo intervir e Dippet está deixando.

— Mas e agora o que vamos fazer? Dippet seguiu os conselhos de Dumbledore, aumentou a vigilância milhões de vezes. – perguntou Amatha, mais controlada depois da explosão de Jade.

Tom achava muito difícil Dippet desconfiar dele, era um aluno modelo, brilhante. Nota máxima em todos os N.O.M. ’s, monitor e o primeiro da classe, sempre. Não, Tom era um aluno modelo demais para Dippet se quer pensar em desconfiar dele.

— Isso não importa. – disse Avery – Dippet jamais desconfiaria de você, Milorde.

Risadas emanaram da clareira e Tom começou a andar pela clareira sorrindo, um sorriso falso. Tinha a sensação de estar sendo observado e se tinha uma coisa que nunca falhava em Tom Riddle era o seu sexto sentido.

— Sim, é verdade. – respondeu Tom Riddle – Mas devemos ficar mais atentos, não confio em Dumbledore. O velho é esperto.

Tom se virou e parou pensativo por alguns instantes. Seus olhos percorrendo a clareira ao seu redor. Devia estar ficando paranóico. Não, ele devia estar ficando muito paranóico. Virou-se novamente para seus Comensais e ia recomeçar a falar até que um estrondo o interrompeu.

Ele pegou sua varinha e fez um sinal para que seus comensais se calassem. Adentrou a floresta e foi seguindo os barulhos de passos apressados. Até que a encontrou, desmaiada no chão.

Não havia dúvidas que quem havia os espionado era Hermione Granger, o quanto ela tinha ouvido, ele não saberia dizer. Em sua cabeça ela tinha um corte fundo por onde escorria sangue.

— Tom? – chamou Jade – O que houve?

Os olhos da garota se arregalaram quando focalizaram Hermione, ela colocou a varinha iluminada no rosto dela.

— Essa não é a garota que veio do futuro?

— Sim. – respondeu Tom simplesmente, colocou a varinha no bolso e a pegou no colo.

— Tom o que você esta fazendo?

— Volte para a clareira, Jade. Fale para os outros voltarem rápido, antes que eu chegue ao castelo. E vá com eles.

— Mas, Tom! Ela nos ouviu! Ela nos viu! Ela...

— Bateu a cabeça e, provavelmente, não vai se lembrar de nada. – ele torcia para que não.

— Ela tem que ser morta, Tom! Ela vai nos delatar, é um risco grande demais para correr! – Jade estava histérica.

Não havia tempo para isso. Pelo que lhe parecia, aquele corte poderia matá-la e ele não tinha nenhum interesse em desperdiçar sangue mágico. Ele chacoalhou a cabeça e seguiu para fora da floresta.

— Tom!

— Faça o que disse, Jade.

Enquanto andava com a castanha no colo, Tom se sentiu tentado a olhar sua mente. Ela estava fraca, estava vulnerável, seria muito fácil. Fácil demais. Concluiu, decidindo manter o plano inicial.

Seria mais divertido. E ele não queria admitir para si mesmo, mas beijá-la havia sido uma experiência muito interessante.

Tom saiu da floresta rapidamente e entrou no castelo. Estava silencioso. Seguiu direto para a Enfermaria, onde bateu na porta com o pé esquerdo. Dr. Pomfrey, o curandeiro da escola acordou com o barulho e veio ver o que era.

— Meu Merlim, Tom! – ele disse abrindo a porta para o garoto que ajeitou a garota na maca. Ela parecia tão frágil. – O que houve?

Aquela era à hora da mentira, na qual ele ainda não tinha pensando. Inventou a primeira história que veio a cabeça.

— Eu estava fazendo a minha ronda habitual, sempre passo pelos jardins no caso de algum aluno estar aprontando ou ter um casal de namorados por lá. Enfim, hoje enquanto fazia minha ronda, encontrei essa garota caída perto do lago. Tinha batido a cabeça em uma árvore.

Dr. Pomfrey pegou uma solução viscosa e passou na cabeça da menina, limpando o sangue. Hermione suspirou alto quando ela fez isso e um nome escapou de seus lábios.

— R... o... n... Ro...ny....

Uma coisa do estômago de Tom Riddle revirou, ele não sabia o que era, mas não gostava daquilo, nem um pouquinho.

— Acho que ela estava fugindo de alguém. – disse Pomfrey, preocupado – Será que o monstro da câmara resolveu atacá-la? Mas ele nem sabe o sangue dela!

— Quem sabe, Doutor. Mas estive conversando com ela, mais cedo, e ela me disse que é puro-sangue.

Os lábios de Pomfrey se curvaram em uma careta.

— Já não basta os nascidos trouxa, agora os puro sangue também? Que audácia, não, Tom?

Mas Tom não ouvira uma palavra de Pomfrey, Hermione havia sussurrado “Rony” novamente. A cara do rapaz se fechou.

— Tom, faria um favor? Pode avisar os Srs. Potter e Weasley e a Srta. Weasley que ela está aqui? – e indicou a castanha com a cabeça – Vieram com a Srta. Granger do futuro.

Tom assentiu e rumou para a Torre da Grifinória. Será que um desses Potter ou Weasley é o tal “Rony”? Ao parar na frente da Mulher Gorda, ele franziu o cenho. Não sabia a senha, então teve de acordar o quadro, que, por sua vez, fez um grande escarcéu.

— Ora, Tom! Você é Sonserino! O que quer por aqui? – perguntou desconfiada.

— Uma aluna da Grifinória está na Enfermaria e o Doutor Pomfrey pediu para eu avisar os amigos dela. – ele disse no seu habitual tom ríspido.

A mulher gorda continuava a olhar, desconfiada, para Tom, parecia debater internamente se deixava um Sonserino entrar. Ele estava impaciente, queria avisar esses amigos de Hermione e ir embora logo, o mais rápido que pudesse.

— Tudo bem, Tom. Mas não posso deixar que vá sozinho. – ela olhou para o quadro de um cavalheiro, o primeiro diretor depois da morte dos fundadores – Ulisses vá com ele.

O quadro da Mulher Gorda se afastou e uma passagem para a Torre foi revelada. Tom nunca tinha entrado no Salão Comunal da Grifinória, era bem diferente do da Sonserina – era quente e aquelas paredes o convidavam a se sentar nas poltronas frente à lareira. O sonserino sacudiu a cabeça, virou-se para Ulisses.

— Onde é o dormitório dos alunos que chegaram do futuro?

— É por aqui Sr. Riddle. – disse o cavalheiro andando pelos quadros, ele o levou até uma escadaria, que Tom desceu meio contrariado por existir uma parte de Hogwarts que ele desconhecia, mas também ele não tinha como saber disso, não era grifinório.

Deparou-se com uma porta de carvalho entreaberta e uma fechada, com uma espiada rápida para dentro da porta que estava aberta percebeu que o quarto estava vazio. Tom parou frente à porta fechada e ergueu a mão a altura do rosto, começou a bater.

#*#*#

Gina estava sentada na cama do irmão, aos prantos. Ela, Ron e Harry já tinham procurado Hermione por todos os lados, mas não haviam a encontrado e nem sequer uma maldita pista de onde ela poderia estar.

— Acho melhor procurarmos Dumbledore. – disse Ron. O ruivo estava pálido, a preocupação estampada em seus olhos, era a segunda vez que Hermione sumia em dois dias – O que eu quero dizer é: ele é vice-diretor e futuro diretor, ele vai saber o que fazer.

Harry, que tinha a cabeça enfiada entre a mãos, ergueu-a um pouco e encarou ruivo. Gina sentiu uma pontada de ciúmes da preocupação de Harry com Mione, mas logo afastou o sentimento, todos sabiam que Mione era como uma irmã para Harry.

— Talvez esteja mesmo certo Ron, talvez...

Harry foi interrompido por batidas na porta, ele foi em direção a ela, mas Gina estava mais perto e chegou a ela primeiro. Mione, Mione. Ah, amiga, esteja bem. Ela pensou.

A garota abriu a porta, destrancando-a, mas quando viu quem estava ali suas pernas quase cederam. Por um breve momento ela pensou em bater a porta na cara dele, mas Harry apareceu. Ele arregalou os olhos em choque, mas assim que se recuperou dele ele pegou a mão de Gina, que ainda estava em choque, e a colocou protetoramente atrás dele e apertou a varinha que estava em sua mão.

Rony, que tinha passado pela irmã e estava ao lado do amigo, encarava num misto de medo e apreensão a pessoa que estava à pronta. Gina viu Tom Riddle franzir o cenho.

— Me desculpe se incomodei – ele disse num tom ríspido – mas a amiga de você, Hermione Granger, está na enfermaria. – Rony abriu a boca em um O e Harry segurou a ruiva para que ela não desmaiasse – Dr. Pomfrey está cuidando dela, não sei quanto tempo isso pode levar, quando a encontrei, nos jardins, seu corte estava bem fundo.

Essa última parte fez Rony perder a cabeça, ele nunca descobriu onde e como arrumou forças, mas em menos de um minuto ele tinha o futuro Lord Voldemort preso contra a parede pela gola da blusa.

— O QUE? O QUE DIABOS VOCÊ FEZ COM ELA?

Gina temeu pela vida do irmão quando Tom lhe enviou um olhar mortal e esgueirou a mão esquerda pelo bolso, mas antes que ele pegasse a varinha Harry tirou Ron de cima dele.

— O que deu em você? – Harry perguntou, mas em seu olhar estava bem clara a pergunta que disfarçara “está querendo morrer?”.

Ron ainda olhava com raiva para Tom, que passava a mão pela garganta. Depois que pareceram séculos em silêncio Tom se manifestou.

— Eu não fiz nada com a sua amiga, Ruivo, nada. Estava fazendo a ronda da monitoria quando a encontrei e dê graças a Merlin que eu a encontrei. Só ele sabe o que teria acontecido a ela se eu não tivesse.

E dizendo isso ele saiu. Gina se livrou do torpor em que se encontrava e obrigou as pernas dormentes a se moverem, ela estava à procura da voz e quando a achou a primeira coisa que fez foi ralhar com Rony.

— Seu estúpido! Podia ter morrido! Você por um acaso se lembrou quem era aquele?

— Não me venha com essa, Gina! Exatamente por ser quem ele que fez isso, ele machucou a Mione de propósito!

— Calma, Ron – disse Harry – Ele não sabe nada sobre a Mione ou sobre mim. Ele não sabe nada sobre nenhum de nós. Por mais que eu o odeie, não acho que ele tenha feito nada. Provavelmente foi um acidente.

Gina mandou um olhar de repreensão para Ron e saiu para o outro quarto, foi pegar um casaco, quando ela voltou os dois a encararam chocados.

— Se vamos passar a noite na enfermaria com a Mione é com que peguem também. Está muito frio. – ela cruzou os braços.

Os dois começaram a se mover enquanto ela esperava, não demorou muito para eles partirem para a enfermaria. Eles andavam rápido e silenciosamente, passando por lugares que lhes traziam lembranças que agora pareciam tão remotas. Harry bateu a porta da enfermaria e abriu-a alguns centímetros, o que ele encontrou foi um senhor de barbas grisalhas e olhos caramelos atentos.

— Vocês são os amigos das Srta. Granger, não? – eles assentiram e entraram – Ela está ali, está inconsciente. O corte foi bem fundo, mas, graças a Merlin, não terá nenhum dano grave.

— Por que então ela está desacordada? – perguntou Gina, que se aproximava da maca da amiga.

— Por causa da poção, Srta. É um dos efeitos colaterais dela, ela ficará assim no próximo dia, deve acordar na manhã de Natal.

— Na manhã de Natal? – repetiu a ruiva.

— Bem, não é culpa dela. Mas ela não devia estar fora da cama de noite e com... algo misterioso rondando o castelo. – Dr. Pomfrey só estava liberado de falar sobre o monstro de Slytherin para monitores, e mesmo que o boato tivesse se espalhado essas pobres crianças não precisavam saber disso.

Gina parou de pé ao lado da amiga, ela tinha uma faixa na cabeça, mas de resto parecia apenas esta dormindo. Ron sentou em uma cadeira próxima a ela e Harry puxou mais uma para ele.

— O senhor não vê problema se ficarmos aqui, não? - perguntou Harry – Não queremos deixá-la sozinha.

— Isso não é permitido, Sr.

— E deixá-la aqui? É? – perguntou Gina – Ela é como uma irmã para nós, doutor.

Pomfrey pareceu pensar por alguns segundos e depois assentiu e saiu da sala. Gina pegou uma das desconfortáveis cadeiras e se preparou para uma noite de preocupação em claro.

 


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Notas finais do capítulo

Ok, ok. Esse capítulo não tem fortes emoções é mais um capítulo intermediário, pra mostrar como o Tom se sentia em relação a Mione e por que ele a beijou naquele dia.
Teve também um POV Ginny, eu também vou escrever bastante sobre Harry/Ginny nessa fic.
Agora vocês POR FAVOR me digam o que acharam, porque eu to vendo muitas pessoas que estão lendo a fic mas que não comentam nada. Isso é muito chato porque eu preciso saber da opinião de vocês. *-*