Saga de Idron & os Assassinos

Capítulo 21 – Naila

- Desculpem-me, mas ainda não me apresentei. Meu nome é “Naila”.

Ela tinha cabelos negros curtos, usava um par de brincos simples, tinha olhos castanhos claros e 1,65 de altura. Usava uma roupa simples, uma blusa azul clara e calça capre.
- Então esta é sua casa? – perguntei.
- É... Provisoriamente!

Tínhamos acabado de chegar a casa dela... Ficava bem próximo do campo de treinamento, onde Darty tinha nos treinado. A decoração não era essas coisas todas. Muito simples, havia um sofá um pouco esburacado e um colchão de palha. Deu pra perceber que ela era bem pobre...
- Queria dizer que eu sei sobre você! – disse Naila apontando o dedo para Rogg.
- O quê?
- Isso mesmo. Não venha disfarçar pra cima de mim não. Pois você sabe muito bem do que estou falando...
- Mas o que seria... Sobre mim? – disse Rogg espantado.
- Eu vi você usando um tipo de mágica durante a luta contra Idron.

Quando ela disse isso, segurei a minha vontade de soltar aquela gargalhada! Mas me controlei e fiquei sério. Olhei para Darty e balancei a cabeça positivamente. Naila estava ficando muito... Muito... Digamos que... Siana? Sinceramente, nessa hora ela me lembrou tanto Siana. Querendo saber das coisas, decidida e tal. Ah Siana... Como você faz falta...
- Ele é especial Naila. Assim como eu e o loiro do lado dele. Nós três!
- Minha nossa! E eu imaginando que só seria ele... Mas já que são três, me tranquiliza ainda mais.
- Afinal, o que é que te preocupa? – perguntou Klaus.

Naila começou a andar em círculo dizendo:
- Eu amava um jovem trabalhador que morava bem perto de mim, lá no reino de Sabar. Isso foi há 1 ano...

Flashback On

No reino de Sabar, o Rei Tyanno IV seleciona vários jovens para deter uma Bruxa que estava causando doenças no povoado. Mas somente um, foi o escolhido. Seu nome era “Prifen”.
- Rapaz. Eu escolho você para ser o herói deste reino – disse o Rei Tyanno apontando o dedo para ele.

Prifen sacudia a cabeça.
- É uma honra majestade. Espero não lhe decepcionar...
- Espero que... Não! Estou certo?
- Certíssimo vossa majestade.
- Pois muito bem, acho que não precisarei lhe contar a situação, não é mesmo? Afinal você está aqui pra isso. Vá até a torre de segurança e pegue equipamentos. Irá precisar.

Prifen se reverenciou diante do Rei e saiu do salão principal do castelo. Sem ao menos olhar pra trás, ele sabia que o medo martelava em sua mente a cada segundo. Mas apenas uma pessoa era capaz de confortar o seu coração... Já era noite e no caminho da torre, ele encontra uma jovem sentada numa rocha.
- Naila! O que você está fazendo aqui? Se te pegam...
- Eu tinha que vir. Como foi a convocação do Rei Tyanno? Você não foi escolhido, foi?
- Infelizmente...
- Não fala mais nada. Eu temia que isso fosse acontecer. Justo você!

Prifen olhou para os lados e ficou perdido em pensamentos.
- Não tive opções. Se eu recusasse, ele me expulsaria do reino.
- Eu não estou brava contigo. Mas furiosa com o Rei Tyanno!
- Ele me mandou vir até aqui para buscar equipamentos, já que terei de enfrentar a “Bruxa”...
- Não me lembra isso. Só de ficar pensando que você vai arriscar sua vida...

Lágrimas começaram a escorrer do rosto de Naila. Pois ela sabia que era um perigo enorme. Prifen chegou bem pertinho dela e a abraçou dizendo:
- Calma... Não chora... Vai dá tudo certo.
- Me promete que vai voltar?
- Prometo. Mas agora que tenho que me apressar!

Prifen seguiu até a torre e deixou Naila sentada na rocha...

Flashback Off

– E o que aconteceu depois? – perguntei curioso.

A resposta dela foi fria e imediata.
- Ele desapareceu.
- Mas como assim? Você não o viu mais? – perguntou Darty.
- Não... E foi ai que os problemas começaram a surgir!
- Diga.
- Uma criatura grotesca apareceu no reino. Destruía tudo que via pela frente. E foi também que começaram os tremores na terra. Pra ser franca, um pesadelo tinha acabado de começar!
- Pensei que a “Bruxa” seria o problema maior – disse Klaus.
- Ela também desapareceu. Depois que Prifen foi embora, ela nunca deu as caras lá no reino Sabar.
- Será que ela prendeu o seu amado numa jaula, o engordou e depois o comeu? – sugeriu Rogg com uma cara bem cínica.
- Se manca! Pára de viajar! – eu disse dando uma tapa forte nas costas dele.
- Será? – disse Naila apavorada.
- Relaxa. Não leve em consideração ao que esse palhaço diz! – disse Klaus olhando para Rogg.
- Está vendo? Ela apoiou a minha hipótese. Já vocês...
-Não dê uma de vítima Rogg. Pois não cola – eu disse.

Naila passou a mão no rosto como se quisesse dizer: - “Estou cercada por idiotas!” Mas como eu não ligo pro que ela pensa, quero bater em Rogg. Ele sim é o motivo de me fazer perder a paciência. Só que eu não vou mover um músculo sequer. Vou ficar na minha...
- Pode terminar de contar o resto Naila? – perguntou Darty.
- Sim. Achei que a Bruxa era responsável pelos tremores, mas como ela desapareceu, não podia ser ela. E sim, o “Titãn!”
- Titãn? – perguntou Klaus.
- É assim como a criatura demolidora é chamada. Os camponeses deram esse nome a ele. Só de lembrar... Enfim, eu não quero mais viver esse pesadelo!
- Ele projeta a terra, literalmente? – perguntou Rogg.
- Sim.
- Hum... Se ele causa tremores e projeta a terra... Ele só pode ser – antes de Rogg terminar a frase, ele é interrompido.
- UM HERDEIRO! – exclamamos todos juntos, menos Naila é claro.

Nossa! Pensei que só existíamos nós três... De todo o modo, uma pergunta que não saia da minha mente...
- Como uma criatura dessas pode ser um Herdeiro?
- Bem pensado Leskion! Agora que você mencionou também fiquei curioso – disse Klaus.
- Do que é que vocês estão falando? – perguntou Naila confusa no assunto.
- É um pouco difícil pra você entender agora – disse Rogg olhando para Naila. – Acho que os nossos caminhos vão se cruzar logo... Pessoal, se ele é uma ameaça, devemos impedi-lo e conferir isso de perto. O que acham?
- Concordo plenamente com o Rogg. Vocês devem ir á esse reino Sabar – disse Darty.

Sabe que o Rogg tem razão? Acho que essa Naila não fez nada de errado em vir nos procurar. Afinal, somos os únicos que poderíamos lidar com o Herdeiro do Dragão da Terra. Odeio quando fica uma pergunta martelando em minha mente. Pelo menos eu sei que depois irei ter a resposta concreta sobre isso. Mas não devo me apressar, pois ainda tenho algo a fazer.
- Então está decidido. Iremos ajudar você, Naila! – exclamei com um largo sorriso.

– Muito obrigada.
- É... Mas... Não está esquecendo nada não Leskion? – perguntou Rogg.
- Sabia que você iria dizer isso Rogg. Naila... Olha pra mim. Iremos te ajudar, mas antes precisamos terminar um assunto mal resolvido. Você pode esperar um tempinho?

Naila enxugou suas lágrimas com um lenço que havia pegado do bolso esquerdo e disse:
- Tudo bem. Eu só queria a confirmação de que vocês iriam me ajudar, só isso.
- OK! – então eu me virei para o pessoal e disse: - Agora é mais um motivo para derrotarmos o Idron! Estão dentro?
- Claro! – respondeu Klaus e Rogg ao mesmo tempo. Darty apenas de um sorriso.

Não sei por que, mas eu adoro quando os outros estão determinados! Isso deixa as coisas mais emocionantes. Se bem que na nossa última batalha contra Idron, perdemos feio. Mas eu garanto que no nosso próximo encontro, iremos mostrar nossa verdadeira força!

Muito longe do reino de Kaziles, em outra região precisamente. Uma torre localizada no topo de uma montanha estava um Cavaleiro com uma armadura negra, vários traços amarelos dando um destaque e uma grande maça em suas costas. Ele era bastante alto, tinha um cabelo laranja, cavanhaque e olhos castanhos. Sua fisionomia era forte, nem magro e nem gordo demais.

Do lado de fora, ele olhava para o céu tentando enxergar a altura da estrutura da torre. E percebeu que era enorme!
- Acho que eu vou ter um trabalhão subir tudo isso.

De repente, vários Slibers apareceram e cercaram o Cavaleiro Negro.
- Mas que inferno! Desde que eu saí da prisão vocês me perseguem! – disse tirando o maço das costas. – Estou até começando achar que vocês foram invocados para me perseguir.

Como as criaturas não falam, o Cavaleiro Negro ficou refletindo em suas teorias. Até que...
- Está de parabéns – disse uma voz feminina ao longe.
- Quem está ai? Apareça!

A mulher surgiu em um piscar de olhos na sua frente e disse:
- Meu Cavaleiro querido... Acha mesmo que eu iria se esquecer de você?
- “Meu Cavaleiro”? Escute aqui senhora, não sei quem é você pra chegar com esse papinho perto de mim. E tenho certeza de que foi você que invocou essas gosmas irritantes.
- “Senhora”? Mais respeito rapaz! Tenho a sua idade. Sim, você é meu Cavaleiro e sabe por quê?
- Por quê?
- Porque fui eu que ti soltei daquela prisão das Masmorras Sangrentas de Raldeph.
- Oh, então foi você...
- Eu mesma. Acho que você não sabe o meu nome. “Orga”.
- Obrigado. Mas eu não estou interessado em nada do que vier de você.

Orga respirou fundo e olhou bem nos olhos do Cavaleiro. Como se quisesse estrangulá-lo na mesma hora. Mas ela se acalmou aos poucos, pronunciando o nome do Cavaleiro.
- “Nell”. É assim que você me agradece? Um simples “obrigado” não é o suficiente!
- Se você achou que eu iria fazer serviços pra você, está muito enganada. E pelo visto, você é uma bruxa!
- Óbvio! Já que isso não é nenhuma novidade. Quero que você faça uma coisa pra mim. Porque você já sabe, sou uma bruxa e posso muito bem usar meus poderes contra você! – gritou Orga.
- Eu já disse que não! Isso é uma ameaça? – ele apontou a maça no rosto dela. - Se você quiser lutar aqui agora mesmo, tudo bem. Não faço questão de lutar contra uma mulher! – exclamou Nell já enfurecido pelas insistências de Orga.

Ela deu 4 passos para trás olhando fixamente para Nell. Orga tinha a mesma altura que o Nell, tinha cabelos curtos, loiríssima e usava uma roupa ousada, digamos, um pouco sensual. Uma blusa verde curta, saia preta de couro e usava salto (daqueles de tamanho pequeno). Seus olhos eram da cor da grama, um verde intenso. E muitos, mais muitos acessórios: anéis, braceletes, colar e um par de brincos.

Nell parecia estar muito irritado com Orga. Uma das coisas que ele mais odeia, é receber ordens! Porém Orga se via como direito de ele lhe obedecer, já que foi ela que o libertou da prisão. Como nenhum dos dois entrou em um acordo, Orga decide agir!
- Vão Slibers!

Já que os Slibers estavam cercando Nell, eles só fizeram atacar soltando um líquido pegajoso de cor esverdeada! Nell deu um giro com sua maça, batendo em todos os Slibers que estavam em sua volta. Com um golpe só, ele destruía Sliber por Sliber! Orga parecia nem estar preocupada em ver os seus monstros sendo derrotados...