A Primeira Vista Segunda Temporada escrita por Eveebaby


Capítulo 6
Chegada


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, mais um capitulo curtinho pra vocês, apenas pra não ficar um capitulo mensal,aliás o capitulo anterior foi bem curto. Se eu conseguir, postarei ainda esse mês, mais um capítulo.



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A viagem toda eu me calei... Vez ou outra minha mãe puxava conversa, mas eu não me dava o trabalho de responder. Eu tinha conseguido sentir o gosto da felicidade, até que ela veio e me arrancou isso, e eu não conseguia perdoá-la, não agora pelo menos.

E então fomos chegando ao meu pesadelo particular, o bairro do Limoeiro, onde eu pensei que estariam enterradas todas as minhas lembranças ruins, o lugar que eu pensei que nunca mais voltaria, porém, aqui estava eu novamente, contra a minha vontade. Na verdade eu nunca quis deixar o passado para trás, eu tinha esperanças de que as coisas fossem diferentes, mas a vida interferiu e eu decidi seguir meu caminho e fazer o melhor pra mim.

Quando minha mãe colocou o carro na garagem, Magali estava passando e ao ver o carro, parou pra falar com minha mãe. Para ser sincera, nem a Magali era uma amiga tão boa quanto eu pensava, se eu não ligasse pra ela, ela nem ao menos me ligaria. Em fim eu cansei de me preocupar em ligar pra ela e esperei que ela me ligasse... Mas não aconteceu, ela não me ligou se quer uma vez depois que eu decidi não ligar mais, eu pensei que minha melhor amiga não fosse me abandonar, mas sim, ela abandonou. Eu deveria estar acostumada, foi exatamente como da vez que era pequena e fui embora... Aposto que ela só se lembrou de mim porque eu voltei. Mas em fim, eu não estava com a mínima vontade de falar com a Magali, eu queria apenas entrar em casa e me trancar no quarto.

O meu humor não era o dos melhores, então eu desci do carro logo após a minha mãe e bati a porta com força. Ela me olhou com raiva. Eu sentia falta de morar com meu pai, apesar de às vezes eu culpá-lo por erros meus, a vida com ele era tão mais fácil.

-Mônica?! Ah amiga, eu nem lembrei que já haviam passado seis meses! – Disse Magali, e eu sentia raiva, muita raiva por ela ser assim tão hipócrita. Ela passou meses sem me ligar e agora estava bancando a amiga saudosa. Eu não conseguia esconder o meu desdém e então parei de tentar antes mesmo de começar. Apenas balancei a cabeça como saudação, peguei uma mochila no porta-malas e fui abrir a porta, que estava trancada por sinal.

- Mãe, a porta. – Eu disse impaciente e ela apenas me ignorou.

-Magali, acho que esta não é uma boa hora, volte depois e ai vocês vão se entender e matar a saudade, me desculpe querida. – Disse minha mãe, tentando se explicar e se desculpar.

Eu nem dei a chance da Magali responder.

-Não a nada a entender mãe, eu não queria voltar pra esse lugar, eu queria morar com meu pai, e você e esse seu cinismo conseguiu estragar tudo, você nem ao menos se toca que quando eu finalmente consigo construir uma nova vida, você me arranca dela sem se importar com o que eu já conquistei ou se tenho amigos, e sem se importar com os sentimentos do meu pai... Mas é claro, você só se importa com si mesma e com sua felicidade, e com as suas conquistas... E você Magali, deveria ter vergonha de aparecer bancando a falsa, eu esperei por meses apenas um telefonema seu e nada, nem no meu aniversário você ligou Magali e agora se dá ao luxo de se achar minha melhor amiga? Uma pessoa que eu convivi por seis meses foi minha melhor amiga, mais amiga do que você, que eu passei mais de sete anos. E agora mãe, dá pra você abrir a droga da porta? Eu já me cansei de tanta hipocrisia. – Eu apenas deixei as palavras correrem pelos meus lábios, sem me importar, eu não tinha nem ao menos vontade de sorrir ou chorar, eu não estava triste, estava com raiva. Descobrir que todos a minha volta sempre mentiram pra mim, até minha própria mãe, que eu tanto confiava... Apenas uma pessoa foi verdadeira comigo, e essa pessoa foi meu pai. Pensar nele fazia meu coração doer muito, o olhar dele quando eu fui embora, o último abraço... Se eu não tivesse desobedecido a suas ordens minha mãe não teria argumentos pra tomar minha guarda definitiva pra ela. Em partes, a culpa era minha.

Ela jogou a chave pra mim e eu abri a porta... Eu não pensava ver aquela casa tão cedo, uma casa que eu um dia considerei um verdadeiro lar. Subi as escadas devagar e fui pro meu quarto. Estava tudo exatamente igual, a cama, guarda roupa, escrivaninha... De repente, lembrei de uma coisa, uma lembrança do RJ, quando eu surtei e decidi deixar tudo pra trás. O meu diário, onde estavam escritos cada momento de felicidade ou dor da minha vida. Tudo. Ele era um complemento da minha escrivaninha, meu quarto não se parecia com o “meu quarto” sem ele. Sentei em minha cama, esperando a depressão chegar. Mas não chegou, o meu celular tocou e eu fui ver o que era. Uma mensagem do meu pai. Abri a mensagem e nela estava escrito que talvez eu pudesse sentir falta de partes da minha mobília antiga e que ele e Marta dariam um jeito de trazer algumas coisas pra mim, para eu nunca me esquecer deles.

Era impossível eu me esquecer deles, e a mobília não teria nenhum significado sem eles aqui, mas eu respondi que sim, eu queria. Eu queria ter uma oportunidade de ver meu pai e Marta, talvez eu pudesse desabafar com ela. Amanhã eu ligaria pra Patrícia... E Luke também.

O quão desprezível eu era? Porque as coisas sempre foram tão incrivelmente difíceis pra mim?Eu abri minha mochila, porque do nada me deu uma vontade de escrever, mas eu não tinha mais o meu diário, então peguei uma folha limpa e escrevi:

“Porque as coisas nunca serão simples e fáceis. Nunca e sempre é momento de mudar, e eu não terei ninguém pra me salvar dessa vez, ou impedir que as lágrimas corram pelos meus olhos, mas as pessoas são pessoas e algumas vezes temos que mudar de idéia para as coisas darem certo. Mas isso não vai me impedir de me sentir sozinha, ou impedir que o abandono me inunde... Mas apesar de todas essas coisas, eu preciso respirar... Mesmo sem Aquelas pessoas que estiveram ao meu lado, mesmo sem todas as palavras de auto-ajuda, mesmo sem todas aquelas coisas que me fizeram sorrir. Amanhã seria outro dia, um dia muito mais difícil que hoje, porque amanhã iria ser o momento de eu trazer novamente à tona tudo aquilo que eu tentei e tentei evitar, coisas que eu julgava ser o final. A parte mais difícil do fim é ter que recomeçar.”


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Notas finais do capítulo

Beijão pessoal, espero que tenham gostado, e por favor,não se esqueçam de deixar um comentário pra gente.
Evêe aqui ^^.



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