A Primeira Vista Segunda Temporada escrita por Eveebaby


Capítulo 5
Fuga


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, ta ai o novo capitulo. Nem ta muito grande como os outros, mas daqui duas semanas +/- eu posto um novo. Não se esqueçam de comentar, por favor. Beijãao.



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Eu estava pensando muito sobre os últimos acontecimentos, e é claro que eu tinha um trunfo na manga. Papai iria ficar duas semanas em MG em uma conferencia em uma das filiais da empresa em que trabalhava, e por sorte iria ser na mesma semana da minha viagem, viagem que ele não me deixava ir. Eu tinha que pensar rápido. Marta seria fácil de ludibriar, mas meu pai não. Assim que ele viajasse eu iria embora, mas eu precisava de um plano. Ele já estava arquitetado, eu só precisava de ajuda, e muita, muita sorte.

Como previ, meu pai fez recomendações e foi viajar na data marcada, e eu fui pro meu quarto, tranquei a porta e comecei a fazer a mala. Coloquei coisas suficientes pra passar uma semana fora. Lembrei-me que, todas as vezes que meu pai pisava na bola comigo (o que foram muitas vezes), ele me deixava dinheiro, ao invés de se desculpar, e eu, ficava irritada e sempre guardava o dinheiro pra emergências, mas é claro que eu nunca precisei gasta-lo, ele estava guardado e era uma boa quantia. Coloquei um pouco na bolsa de mão e a outra parte na mala, quando terminei guardei a mala debaixo da minha cama, me arrumei, tranquei a porta do meu quarto e pedi que Marta me levasse até a casa da Paty, e ela, como uma assistente obediente me levou.

Antes mesmo que eu pudesse tocar a campainha, Patricia abriu a porta.

- Ai Mô, já estava apreensiva com essa demora.

-Eu estava fazendo os preparativos pra viagem. – Eu cochichei.

-Ótimo amiga, vem, entra.

Fomos pro quarto dela e eu comecei explicar meu plano.

- Bom Paty, você me disse que o Érick e o Bruno, que já tem carteira vão dirigir né?

-É, mas ainda não to entendendo.

-O plano é esse, você pede pro Érick levar nós duas na minha casa, eu jogo minha mala pela sacada, pego algumas coisas supérfluas e digo pra Marta que vou dormir na sua casa, é obvio que ela vai querer revistar as minhas coisas, mas eu vou pegar só o básico, ai agente viaja.

-Mas Mô, ela vai ficar preocupada.

-Sua mãe sabe pra onde vamos?

-Claro que sabe, ela sempre nos deixa ir.

-Então amiga Marta vai vir aqui e sua mãe vai dizer onde estamos ai ela vai saber que eu fugi.

- Então combinado, vou falar com meu irmão.

-Ok. – E então ela saiu pra falar com Érick... Eu me sentia uma criminosa, uma adolescente rebelde, e nem me importava com isso, eu estava louca pra cometer essa loucura, e mais do que isso, eu estava louca pra passar essa semana com Luke, sem meu pai por perto, ou o pessoal da escola, ou o toque de recolher, ou as regras impostas pelo meu pai. Seriamos só nós dois, eu me sentia tão apaixonada que tinha medo de cair em tentação e acabar fazendo besteira...Mas eu teria que confiar em mim, só em mim. 

Então Paty me tirou dos meus devaneios dizendo que Érick havia concordado. Eu começaria meu plano agora.

É claro que foi exatamente como eu imaginei Marta não criou problemas, mas revistou minha bolsa, ela ficou feliz por ver que eu não estava armando nada, ou assim ela pensava.

Era domingo, e a saída estava marcada para as 22h00min na frente da casa da Paty.

22h00min estávamos todos lá. Luke chegou e veio direto em minha direção, me agarrou pela cintura e me beijou freneticamente.

-Que bom que você conseguiu escapar gatinha. – Disse ele, entre beijos.

-Concordo com você. – Eu disse abraçando seu pescoço com força.

-Ta legal, vamos parar com a agarração, ainda somos menores. – Disse Paty, zombando. Luke e eu rimos, demos mais um selinho e fomos pra carro.

Érick,Paty,Luke e eu fomos no carro do Érick, já Helena foi no carro do Bruno, o que despertou uma pontada de ciúmes na Paty...Talvez ela gostasse dele, mas nunca comentara isso comigo.

A viagem foi muito divertida, rimos o caminho todo, fizemos paradas, tiramos fotos até chegar a São Paulo, nós ficaríamos na casa que os pais da Patrícia e Érick tinham lá, que estava vazia, a não ser pela mobília.

- Ta legal disse Helena, eu e Érick ficamos com um quarto. – Disse, desinibida, tenho certeza que vi Patrícia suspirar de alivio por saber que Helena não estava afim do Bruno.

-Só se a Mônica e eu ficarmos com outro. – Disse Luke, sorrindo.

-Pelo amor de Deus, o que é isso? Um encontro de casais?-Disse Bruno.

-Você pode dividir o quarto com a minha irmã, eu não me importo. – Disse Érick, deixando Patrícia muito vermelha.

-Ow vacilão, e o respeito, você não se importa, mas já parou pra perguntar se ela se importa?- Bruno, descontraído como sempre disse.

-Ér... Não. –Disse Érick sem graça. – Você se importa Paty?

-É...Ahn, não... – Paty estava parecendo um tomate, de tão vermelha.

-Ah que ótimo, então está tudo resolvido. – disse Helena, alegremente.

- Mas gente coloque as malas no quarto, vamos nos arrumar e ir pra balada. – Disse Érick.

-É mesmo, uma semana passa voando e agente tem que curtir o máximo possível. - Disse Bruno.

Então começamos a nos arrumar, estava muito calor, então eu coloquei um short jeans com um cinto bem delicado, uma blusinha branca com amarras nas costas e tomara que caia uma sandália de salto baixo de um rosa bem claro e delicado. Em geral, eu estava bonita, como Paty e Helena. Luke estava perfeito como sempre, de camisa regata apertada, mostrando seus músculos, shorts e tênis.

Fomos pra balada. Luke e eu dançamos a noite toda, e bebemos também... Eu nunca achei que diria isso, mas eu fiquei muito bêbada. Fomos pra casa dormir, Luke e eu dividimos o mesmo quarto e a mesma cama. As coisas eram meio frenéticas. Nossos corpos se colaram, nos beijávamos com urgência, suas mãos faziam o contorno das minhas costas até o quadril, e eu não estava evitando, muito pelo contrário, eu queria tanto quanto ele. Ele se sentou e me colocou sentada no colo dele, sem interromper o beijo. As suas mãos eram firmes no meu quadril. Então eu tirei a camisa dele, era incrível a perfeição dele, ele era tão lindo e eu estava tão apaixonada... Não era errado o que estávamos fazendo. Foi ai que ele tirou minha blusinha e eu ouvi uma voz na minha mente, reassumindo o controle: sim, isso e muito errado.

-Luke... - Era difícil raciocinar, então ele começou a beijar meu pescoço.

-Luke espera... Espera por favor... - Eu estava tentando relutar, mas a força de vontade era muito pouca.

- O que foi meu amor? – Ele disse, me beijando novamente. Então eu resolvi por pé firme, ou era isso, ou eu iria fazer a besteira que eu estava temendo antes de vir viajar.

-Luke amor, desculpe, mas eu não acho que estou pronta pra isso. – Eu me sentia tola por estragar aquele momento, uma idiota por dizer aquilo, ele com certeza iria ficar com raiva de mim, ou magoado.

- Desculpe amor, eu... Eu não sei onde eu estou com a cabeça... Acho que perdi o controle, mas você não pode me culpar, eu te amo demais pra me controlar. – Ele disse, me surpreendendo.

-Não está com raiva?

-Claro que não. Você não está pronta, tudo bem.

-Uau... Ok, acho melhor agente dormir, antes que façamos besteira.- Ele riu da minha surpresa, então eu levantei, coloquei uma camisola, me deitei e dormi.

A semana foi tão perfeita, eu estava achando estranho Marta não ter ligado, mas foi no último dia de viagem, quando eu cheguei da balada, bêbada novamente, que eu tive um susto.

Assim que eu entrei na sala, meu pai estava sentado, me esperando.

Ele não disse nada, só me encarava furioso e decepcionado.

-Seu Sousa eu posso explica... - Disse Luke. Meu pai levantou a mão, impedindo que ele falasse. Simplesmente e pegou pelo braço e me arrastou pra fora, eu queria discutir com ele, mas estava tão cansada e sonolenta por causa da bebida, que não consegui dizer nada.

Dormi durante toda a viagem, acordei com o sol no meu rosto e meu pai entrando na garagem de casa. Ele novamente me pegou pelo braço, calado e começou a me arrastar pra dentro de casa. Agora eu já estava melhor, só com uma droga de ressaca, mas mesmo assim, boa o bastante pra discutir.

-Pai me larga- eu gritei. Ele abriu a porta do meu quarto e me jogou com força em cima da cama. Eu superei o susto e levantei pra discutir.

-O que você acha que esta... - E então ele deu um tapa na minha cara que me jogou de volta na minha cama. As lágrimas brotaram nos meus olhos, eu senti dor, magoa e muita raiva.

-VOCÊ É UMA VAGABUNDA. – meu pai gritou tão alto que eu acho que toda a vizinhança escutou. Eu me encolhi na cama.

-Pai eu... Desculpe-me. - Agora eu me sentia culpada, eu havia decepcionado meu pai.

-Me poupe das suas desculpas Mônica, você me enganou, enganou a Marta, fugiu pra uma balada, dividiu a cama com o namorado, bebeu a ponto de ficar bêbada. Me fala Mônica, é essa a confiança que você queria que eu tivesse em você? Eu aposto que você agora já é uma mulher, depois de ter dormido com o Luke.

-Pai não é nada disse, eu te juro, eu posso ter feito tudo isso, mas não rolou nada entre Luck e eu, eu juro.

-SÓ QUE EU NÃO CONFIO MAIS EM VOCÊ MÔNICA. EU TO CANSADO DAS PESSOAS A MINHA VOLTA MENTIREM PRA MIM. – Gritou novamente.

-Do que você esta falando pai?

-Eu tenho certeza que sua mãe já deve ter contado a versão dela e me colocado como vilão, mas me de a oportunidade é minha vez. Sabe por que eu pedi o divorcio?

-Não pai.

-Porque mesmo depois de seis meses longe, eu não consegui esquecer a traição da sua mãe.

-O que? – eu perguntei aquilo estava tão estranho.

-É Mônica, eu passei duas semanas fora, e quando voltei, achei sua mãe dentro da minha casa aos amassos com outro homem. Ela tentou negar, é claro, mas eu vi, eu vi tudo Mônica, porque eu cheguei mais cedo, e mesmo assim eu tentei esquecer, fiquei um tempo fora, mas eu tinha nojo dela todas as vezes que eu olhava pra ela. – Ele contou melancólico. Aquilo não podia estar acontecendo.

-Pai, eu não sabia... Eu...

-Você se mostrou ser igualzinha a ela Mônica, se aproveitou da minha ausência pra fugir, me enganar e mentir. Eu nem vou me dar o trabalho de te castigar, só quero que saiba que eu nunca vou esquecer-me do quanto você me decepcionou.  E saiu do meu quarto, batendo a porta. Eu abracei meu travesseiro e comecei a chorar. Luke e Paty me ligavam sem parar, mas agora eu não queria falar com ninguém.

E o tempo passou, até completar seis meses que eu estava com meu pai, tínhamos que ir pra audiência, onde eu comunicaria o juiz que eu ia morar com meu pai.

A audiência começou, com ele falando um monte de coisas que eu não entendia. Minha mãe estava lá, mas eu não fiquei tão feliz por vela, depois do que eu descobri. Mas então veio a parte ruim.

-Estamos informando que a Mônica disse que prefere morar com o pai dela Vossa Excelência. – Disse o advogado do meu pai.

-Vossa Excelência, temos provas que o pai da menor, não é responsável o suficiente pra cuidar dela, então a minha cliente pede a guarda definitiva da menor. – Disse o advogado da minha mãe.

-Então, por favor, apresente as provas. - disse o juiz.

E então surgiram minhas fotos bebendo na balada. Eu quis morrer. Aquilo era o álibi pra me levar de volta ao bairro do Limoeiro.

O juiz analisou as fotos e anunciou que a minha guarda era da minha mãe.

Eu sai da sala, em pânico, eu sabia o que isso significava. Eu teria que me despedir de todos que eu amava novamente e voltar pro meu inferno particular, reviver meu pesadelo que eu pensei ter superado há alguns meses.

-Você não está feliz filha? – disse minha mãe se aproximando.

-Como você pode ser tão hipócrita hein? Sua cretina. – eu disse nervosa, indo pra cima dela.

-Olha o respeito Mônica, eu sou sua mãe. - disse ela.

-Mas eu queria que não fosse. – Eu disse irritada, e ela levantou a mão pra me dar uma bofetada.

-Vai mãe, bate... É tudo o que eu mais quero, pra ir correndo pro juiz e ele devolver minha guarda pro meu pai, então bata mãe, vai...

-Te vejo dentro de uma semana Mônica, você vai ter surpresas, pode apostar.

Entrei no carro, calada. Quando eu cheguei a casa (na casa do meu pai), lágrimas rolaram dos meus olhos.

-Pai, me desculpe, eu sei que eu te decepcionei, eu sei que eu não sou uma pessoa fácil de conviver, mas obrigada pai, porque você fez a minha vida mais feliz todos os dias, e eu te amo, e eu queria ficar com você. – Eu disse exasperada, e corri pra abraçá-lo. Ficamos ali, por longos minutos, apenas chorando.

E no outro dia eu comecei a arrumar minha mudança. Eu não tinha coragem pra dizer ao Luke que eu iria embora, mas eu precisava.

Fui até a casa dele e esperei-o do lado de fora. Estava chovendo, e eu deixei a chuva me banhar.

-O que aconteceu amor? Entra, vamos ficar doente.

-Eu vou embora... - Eu disse chorando. – A minha mãe conseguiu minha guarda Luke, eu vou embora essa semana. –Eu o abracei com força. – Eu preciso de você Luke, eu não quero te deixar, eu não posso mais negar isso... Nem pra mim, nem pra você, eu preciso de você comigo, porque eu sou completamente louca por você. – Então eu o beijei, com toda intensidade que eu pude, com amor, com paixão... Na chuva. Ele também estava chorando. Ele segurou meu rosto entre suas mãos.

-Não existem montanhas tão altas, não existem oceanos tão amplos, nem um milhão de milhas vão acabar com o amor que eu sinto por você Mônica... Eu te amo tanto... -E ele me beijou novamente.

O resto da semana se passou com despedidas. Patrícia ficou tão afetada, mas me prometeu que iria à minha casa nas férias. Luke foi à parte mais difícil. Quando minha mãe parou o carro na frente da casa do meu pai, ele estava lá. Abraçou-me com toda a força que pode e me deu um longo beijo. Eu me despedi do meu pai, chorando e agradeci a ele por tudo o que ele tinha feito, e pedi pra que ele nunca desistisse de mim. Despedi-me do resto dos meus amigos e olhei pros olhos de Luke, aqueles lindos olhos. Aquilo me cortou ao meio, a expressão dele era de dor. Então corri de volta pra ele, agarrei seu pescoço e o beijei.

-Eu te amo... - Sussurrei.

-Eu vou te amar pra sempre, minha linda, meu primeiro amor. – ele sussurrou no meu ouvido. Eu o soltei e caminhei até o carro, com ele ao meu lado. Entrei, fechei a porta e abri a janela. Segurei sua mão, e minha mãe acelerou até que nossas mãos se soltaram. E a minha ultima visão dos melhores seis meses da minha vida foi o meu pai e meus amigos perto da casa e Luke olhando pro carro, sumindo a distância com o sol no seu rosto.


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Notas finais do capítulo

Os comentários são sempre bem-vindos rsrsrs. Beijo.
Evêe aqui ^^



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