A Loucura do Amor escrita por BiasC


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!
Gente, a fic ta acabando. É, eu sei, algumas de vocês devem estar meio surpresas agora, mas era o que eu imaginava mesmo e a ideia dessa fic era ter no máximo 25 capítulo,então... Ta tudo dentro do planejado inicialmente.
Bem, esse deve ser o penúltimo, fora os agradecimentos. =/
Boa leitura.



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                POV Chris Rodriguez

                Aquilo não podia estar realmente acontecendo! Eu precisava achar Clarisse, explicar que aquilo não passava de um mal entendido.

                -Agora estamos sozinhos de novo. –Disse Sarah.

                Eu não conseguia acreditar no quanto ela podia ser idiota.

                -Garota, você ficou maluca, foi? Acha mesmo que vai rolar alguma coisa? Eu vou repetir, eu tenho namorada! Que por sinal, deve estar muito irritada comigo por sua culpa! Então, vê se faz alguma coisa que preste e some daqui!

                Naquele ponto, todo o meu bom senso já tinha sumido e eu gritava feito louco. Sarah se encolheu assustada e saiu do chalé o mais rápido que conseguiu. Eu sai logo depois, procurando por Clarisse. A vi ao longe, andando em direção ao arsenal de armas. Corri atrás dela, e chamei seu nome quando tive certeza que estávamos próximos o suficiente para ela me ouvir.

                -Clarisse! Clarisse, espera!

                Ela se virou e eu sofri ao notar que lágrimas corriam pelo seu rosto.

                -O que você quer, Chris?

                -Me deixa explicar. Não foi nada disso que você esta pensando.

                -Pensando?! Eu não to pensando nada, eu vi! Eu vi você aos beijos com aquela nojenta da Sarah!

                -Não foi nada disso...

                -Ah não?! Os meus olhos me enganaram então? Você vai dizer que não beijou ela? Eu vi, Chris!

                -Mas eu não a beijei!

                -É claro que não. Foi ela que te beijou, né?- Perguntou ela irônica.

                -É, foi!-Disse exasperado.

                -Ah, me poupe! Até onde eu sei são necessárias duas pessoas pra se beijar!

                -Clarisse, tenta me entender... Por favor.

                -Quer saber? Eu não to a fim de conversar.

                Então ela simplesmente me deu as costas e saiu andando.

                Com um suspiro, eu me pus a andar novamente. Clarisse não queria falar comigo, e deixara isso bem claro. Então, era melhor não voltar a procurá-la por enquanto, dar um tempo para ela esfriar a cabeça.

                Andei um pouco e decidi dar uma volta na floresta. Me direcionei pra lá, pensando que talvez conseguisse me distrair um pouco. A floresta era onde ocorria o jogo de caça a bandeira, portando na maioria da floresta as árvores eram bem juntas, para que os campistas conseguissem se esconder no jogo. Mas em alguns lugares existiam pequenas clareiras, que em geral não eram muito usadas. Era pra uma delas que eu estava indo agora. Chegando a uma, eu resolvi fazer algo que há muito tempo eu não fazia. Eu comecei a correr. Não sei por que, mas correr era algo que sempre me fazia bem. Bom, depois de ser reclamado pelo mensageiro dos deuses, até que aquilo fazia algum sentido.              

                Fiquei ali por um bom tempo, simplesmente correndo de um lado pra outro, até sentir aquela incômoda sensação de estar sendo observado. Me virei rapidamente e levei susto ao ver que, encostado despreocupadamente em uma árvore, estava Hermes. Ele me olhava tranquilamente, como se estivesse ali me olhando correr há bastante tempo. Essa constatação me deixou bastante desconfortável.

                -Você estava indo bem, é muito rápido.

                Não respondi. Sinceramente, não sabia o que falar. Parecia absurdo que depois de tudo, ele estivesse ali simplesmente pra dizer que eu era rápido.

O observei com mais atenção. Seu cabelo era preto com alguns poucos fios grisalhos, mas ele não parecia velho. Na verdade, parecia bem jovem. Tinha o corpo atlético e se vestia com uma camisa social azul clara e jeans, de um modo que parecia empresário moderno ou algo do tipo.  O celular em uma das mãos, com a luz do visor acesso, mostrando que alguém tentava ligar pra ele, reforçava essa imagem. Levava no rosto um sorrisinho zombeteiro e um olhar brincalhão, irritantemente parecido com o meu. Essa constatação também me deixou desconfortável.

-O que veio fazer aqui?-Optei por ir direto ao ponto. Ele ergueu as sobrancelhas, surpreso, mas logo levantou os braços, em sinal de rendição.

-Ok, vamos fazer do seu jeito então. Eu... Eu vim ver como você está.

-Eu estou ótimo, obrigado.

Saí andando pela clareira, na intenção de voltar ao acampamento. Mas Hermes não me deixaria ir embora tão facilmente.

-Chris, espere!

                Me virei irritado.

                -O que foi?!

                -Você entendeu o que eu quis dizer.

                -Sim, eu entendi. Mas o que você espera que eu diga? Que, mesmo depois de passar anos no seu chalé como um campista indefinido e só ser reconhecido por você agora, está tudo bem? Que não tem problema, que eu te entendo? Pois eu não te entendo, tem muitos problemas nisso e não está nada bem!

                Eu seriamente fiquei com medo de ser incinerado, mas tudo que Hermes fez baixar a cabeça tristemente. Eu não estava com paciência pra aquilo, então me virei novamente e voltei a fazer o caminho para o acampamento.

                -Espera! Chris, me escuta. –Continuei andando. Aparentemente, Hermes não gostou de ser ignorado. –Chris, pare de andar e volte aqui agora!

                Agora quem não gostou fui eu. Quem ele achava que era pra mandar em mim?

                -Como é que é? Você não manda em mim!

                -Mando sim! E sabe por quê? Porque eu sou seu pai, goste você ou não!

                -Você não é e nunca vai ser meu pai. –Eu disse lentamente.

                Ele me olhou com tristeza. Tentou dar um passo em minha direção, mas eu automaticamente recuei dois. Ele suspirou.

                -Tudo bem então. Se quiser passar o resto da sua vida me odiando, eu não vou me opor a isso. Mas eu só te peço uma coisa antes. Ao menos escute o que eu tenho a dizer.

                Olhei pra ele, seus olhos transmitiam uma sinceridade inegável.

                -Estou ouvindo.

                -Bem, eu... Eu sinto muito. Acredite, eu não queria ter feito você passar o que você passou. Eu queria ter te reclamado antes, te ajudado antes.

                -E porque não o fez?-Perguntei eu, defensivo.

                -Eu não sei. Não tenho desculpa pra isso. Eu sou um deus, e cometo os erros que nós cometemos. Não que isso explique a minha atitude, porque não explica. Foi errado e eu sei disso.

                -Ta querendo dizer que simplesmente me esqueceu?!

                Ele não me respondeu, mas isso foi o suficiente.

                Eu nunca havia me iludido em relação ao motivo de nunca ter sido reclamado, nunca havia inventado hipóteses mirabolantes pra explicar esse fato. Pra mim, a razão pra isso era que eu tinha sido esquecido, sem mais. Mas ver meu pai admitir isso, na minha frente, era diferente. Era bem pior.

                -Eu acho que já ouvi suficiente. Eu vou voltar pro acampamento...

                Já tinha saído da clareira quando o ouvi dizer algo que me fez parar de andar na mesma hora.

                -Você nunca errou, Chris? Nunca se arrependeu de nada que fez?

                Me voltei em sua direção e ao olhá-lo, soube imediatamente do que ele estava falando.

                -Já.

                -Então você certamente me entende, não é? Eu errei sim, mas me arrependi, e muito. Entendo que esteja irritado comigo, e eu lhe dou esse direito. Mas você não pode ficar assim pra sempre. E não pode negar que você precisa de mim, que precisa de um pai. Eu sinto muito, meu filho, mas, por favor, me dê uma segunda chance.

                Senti meus olhos ficarem marejados e logo depois minha face ser molhada pelas lágrimas. Ele tinha razão. Por mais que eu quisesse negar, eu precisava dele. Precisava de um pai, e sempre precisei.

                -Eu... Eu lhe dou uma segunda chance, pai.

                Ele sorriu e veio em minha direção. Eu não recuei, e pela primeira vez na vida, o abracei. Pela primeira vez na vida, abracei o meu pai.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu disse lá em cima que esse deve ser o penúltimo capítulo,fora os agradecimentos.
Mas... O natal ta chegando e eu não posso deixar isso passar em branco, né? Eu tenho que dar um presentinho pra vocês!
Então, eu tive a ideia de fazer um bônus, que eu postaria depois do fim da história, no natal (ou uns diasinhos depois, se eu não tiver tempo).
Se vocês tiverem gostado da ideia, me mandem um review falando que concordam. Se todo mundo (ou a maioria) gostar da ideia, eu faço. =D