Desculpas Atrasadas escrita por Yue Chan, MichelleCChan


Capítulo 13
13-Esclarecendo o passado.


Notas iniciais do capítulo

Bem,faz bastante tempo que não há um capitulo novo,correto?
Vou começar com as apresentações.Sou a Michelle e fui convidada pela a talentosa Yue para ser sua co-autora.
Passamos bastante tempo discutindo as opções para o futuro dessa história e (graças a Deus!)estou aqui para postar a continuação.
Espero que os leitores não tenham abandonado,apesar do longo período sem uma única notícia.Mas tenho certeza que a partir de agora haverá mais capítulos!
Enfim,vamos ao capítulo.



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Hayato observou o homem a sua frente por longos minutos antes de explodir em risadas, assustando a sua mãe que estava tão imóvel. Ele?Seu pai?Desde quando um humano era seu pai?Quanto mais ele pensava nessa idéia absurda mais ele ria. Riu tanto que pequenas lágrimas escorreram pelos cantos dos olhos.

–Hayato, porque está rindo?-Kagome perguntou incerta. Esperava de tudo do seu filho, menos uma crise de riso. Ela observou Inuyasha, que compartilhava a mesma expressão de surpresa, mas contendo decepção e tristeza a mais. Hayato limpou as lágrimas e tomou fôlego antes de responder.

–Mãe, desde... -Riu mais um pouco. -Desde quando meu pai é humano?-Falou, mal contendo as risadas que saíram engasgadas como as palavras. Um calafrio percorreu pelo corpo dela. Então era isso. Por isso Hayato não surtou e arrancou o pescoço de Inuyasha. Ela observou o hanyou a sua frente e percebeu que sua expressão estava mais suave. O que ele estaria pensando?

Inuyasha se sentiu aliviado ao escutar as palavras do Hayato. Seu filho não estava o esnobando ou rindo da sua cara, apenas tinha chegado a uma conclusão obvia. Por isso manteve a expressão calma e falou firme, apesar de não se sentir tão confiante por dentro.

–Hayato, estou na minha forma humana. -Disse com convicção. -Sua mãe drenou meu lado youkai durante a briga com o Kouga.

Hayato observou o semblante calmo e sério a sua frente antes de olhar para sua mãe.

–É verdade?-Foi tudo o que ele disse. Kagome se assustou com a voz séria do seu filho, mas respondeu, antes que perdesse a coragem. Tudo o que ela queria era proteger seu menininho.

–É sim, filho. Era o único modo de separar os dois. -Disse, com um sorriso pequeno nos lábios. Mas ele não sorriu e não disse nada. Em sua mente passavam-se tantas coisas que não se importou em ser educado. Ele não acreditava que depois de tantos anos seu pai estava na sua frente. Aquele que fez sua mãe chorar, que os abandonou sem nenhum problema, a pessoa que ele mais odeia. E agora ele estava a sua frente, confiante, falando e o tocando como se vissem todos os dias. Ele se afastou lentamente do seu suposto “pai” e se posicionou ao lado de sua mãe.

–Não acredito que seja meu pai. Pai?Que significado isso tem para mim?Deixei de ter um pai há muito tempo. -Disse sério e com uma expressão vazia e fria. O homem o olhou tristemente.

–Entendo que você esteja magoado comigo, o que eu fiz é irreversível. Quero consertar as coisas...

–Consertar e seguir em frente como se nada tivesse acontecido?!-Ele o interrompeu, cuspindo e rosnando as palavras. Hayato sentiu algo pressionar seu ombro e viu que era a mão delicada de sua mãe.

–Hayato,cada coisa ao seu tempo. -Escutou ela dizer, mas continuou a observar seu pai, ou melhor, Inuyasha.

–Não entendo como você pode permitir isso mãe. Se ele quer pedir desculpa pelo o que fez, aí vai minha resposta: Não há como perdoar. Mas não se preocupe, aprendi a viver sem um pai e não é agora que iria precisar de um.

Inuyasha nunca sentiu tanta dor ao ouvir apenas palavras. Seu filho, um pedaço do seu ser e amor, estava lhe dizendo que não precisava dele. Ele se levantou e fitou as duas pessoas que mais amou - ainda ama - e fixou seu olhar dentro dos olhos da pessoa que um dia já foi sua esposa, implorando por ajuda. Ela entendeu a mensagem do seu ex e ajoelhou-se ao lado do seu filho, virando sua cabeça, fazendo com que ele olhasse para ela. Não sabia o porquê de estar ajudando a pessoa que mais magoou e a decepcionou. Mas sentia que precisava.

–Querido, Inuyasha não está pedindo para aceitá-lo como pai, está apenas querendo explicar sua decisão de anos atrás. -Fitou os olhos âmbares de seu filho, enquanto acariciava delicadamente sua bochecha macia. Hayato falou olhando para ela, mas direcionou suas palavras para Inuyasha.

–Diga para ele que não precisa gastar saliva, não há nada a explicar, você já fez isso há alguns anos e eu não preciso ouvir novamente. –A verdade finalmente o atingiu. Por isso todos estavam o tratando como criança ou como Kouga foi relutante ao deixá-los sozinhos. O comportamento estranho de todos fazia sentido agora. Até o cheiro familiar estava explicado. O aroma que um dia já o encheu de felicidade e segurança, embora agora só lhe perturbasse. Lembrou-se dos momentos que passou com seu pai durante sua infância. Não era apenas um sonho ou uma brincadeira. Seu pai realmente estava aqui. Uma raiva profunda perfurou seu ser, fazendo o sangue youkai pulsar forte. O martelar pulsante e escaldante. Mas ele não se rebaixaria, não perderia a cabeça e não daria motivos para todos o chamarem de criança. Seria maduro, não seria igual ao pai. Durante todos esses anos o único objetivo dele era ser diferente do pai e não seria agora que ele jogaria todo esse esforço ralo abaixo. Por isso olhou para mãe e sorriu, sentindo o sangue pulsante se acalmar. A sua mãe. Era um dos únicos motivos dele continuar em frente e sorrir. As palavras de Kouga invadiram sua mente como o vento que bagunçava os cabelos prateados. Existem coisas mais importantes para se preocupar do que a aparição de um desconhecido. Desconhecido... Era exatamente isso que aquele homem era para ele.

–Mãe, Yusuke está com saudades e eu estou morrendo de fome. Não precisamos ir?-A mudança repentina no assunto fez ambos os pais ficarem surpresos.

Kagome olhou para Inuyasha, sentindo um pouco de pena. Ela havia dito para ele que o Hayato não estava pronto para ter essa conversa, mas ele, teimoso que nem uma pedra insistiu.

Também havia surpreendido com a maturidade de Hayato. Ele havia contrariado a todos os pensamentos.

–Tem certeza que quer acabar a conversa assim?-Perguntou. Ambos olharam para ela.

–Tenho coisas mais importantes para fazer. -Hayato disse. -Posso ir?-Kagome estava prestes a responder, mas Inuyasha a interrompeu.

–Nunca me esqueci de vocês. Todos os dias eu me lembrei de você, Hayato. Continuo te amando da mesma forma. Tenha seu tempo para pensar, vou estar aqui quando decidir conversar novamente. -Mas ele limitou-se a olhar, murmurando um “tsk”. Kami!Ele era muito parecido com Inuyasha!

–Vou atrás do Kouga. -Disse falou antes de se afastar de ambos. Kagome observou o filho partir.

–Eu lhe disse que ele não estava preparado para essa conversa. Por Kami!Ainda bem que não perdeu a cabeça. -Mas Inuyasha não escutou suas palavras, apenas olhou a figura longe e turva do seu filho. Sentiu-se um lixo. Seu interior estava em pedaços, fazendo com que suas emoções tristes transbordassem através de lágrimas.

–Meu próprio filho me odeia. -Ajoelhou-se, apertando a grama e terra. –Kuso!Como eu posso ser tão baka?-Falou, socando a terra com força. Como uma pequena decisão poderia mudar tudo?

Sentiu algo o tocar e surpreendeu-se ao ver que eram as mãos dela. Percebeu que o toque lhe deu forças. Exatamente da mesma forma de quando ele havia se transformado em youkai, matando os ladrões e o youkai mariposa. Ela havia lhe tocado e ele sentiu a esperança e o carinho dela, dando forças para controlar-se e dominar a Tessaiga, que naquela época estava muito pesada por causa do seu canino adicionado com o canino de Inu no Taishou. Mas dessa vez, o seu toque lhe deu esperanças para não desistir. De ambos. Seu filho e sua ex esposa.

–Tenha paciência. Ele é tão orgulhoso quanto você, mas é um bom garoto. Tem um coração de ouro e como pode ver, foi maduro o bastante a ponto de não perder o controle.

Não sabia o porquê de estar o ajudando, mas algo dentro de si não suportou vê-lo chorando. Hanyou não chorava por qualquer coisa, pelo ao contrario, se chorava era porque não estava mais suportando a situação. Sentiu uma mão quente pressionar sua mão esquerda.

–Kagome, você disse para mim que sempre estaria do meu lado. Vou precisar da sua ajuda para ganhar a confiança do Hayato. -Ela sentiu o coração disparar.

–I-Inuyasha... -Gaguejou, sentindo-se estúpida. -Isso é algo entre você e o Hayato. Posso tentar amenizar a situação, mas não lhe garanto que a sua relação com o Hayato será mutua. Tudo o que eu quero é que ele não saia ferido. A sua proteção é o que eu mais almejo... -Calou-se ao sentir uma leve pressão em seus dedos quentes.

O hanyou apertou os dedos delicados da humana antes de se levantar. Ele não iria desistir. Iria reconquistar o amor de ambos e reparar os erros do passado.

–---------

Hayato caminhou fortemente, esmagando a grama sobre seus pés. Não poderia ser verdade. Por que seu pai retornou?Por que resolveu, depois de tanto tempo, se assumir como pai? Pelas histórias contadas pela sua mãe, Inuyasha havia abandonado-os para se aventurar em um novo amor. O que aconteceu com essa mulher?Algo deveria ter acontecido, para depois de seis anos ele reaparecer. Ele se sentia tão confuso!Seria verdade que Inuyasha estaria em sua forma humana?Não, isso era verdade, sua mãe havia confirmado. Como seria ele em sua forma normal?Deveria ter cabelos prateados e olhos dourados, afinal Hayato herdou isso dele.

Repreendeu-se. Não podia pensar nele. Não queria pensar. Queria que esse encontro não tivesse acontecido. Mas não podia ignorar a curiosidade que queimava suas células. Depois de tanto tempo, alguém parecido com ele apareceu. Alguém com sangue de youkai Inu. Sentia-se estranho quando a raiva lhe subia a cabeça. O sangue pulsava e a racionalidade o abandonava. E se Inuyasha tivesse a resposta do autocontrole?

–Tsk!Não preciso dele para me controlar. Não preciso de nada que venha dele!-Falou, socando o tronco da árvore. Agradeceu por sua mãe não estar a sua procura ou de não ter encontrado alguém conhecido. Ele queria ficar sozinho, pois temia pelo o que viria. Sentiu dentro de si algo quebrar-se. E uma sensação estranha o preencher, formando um nó em sua garganta. Engoliu em seco, cravando as garras no tronco. Por que ele havia os abandonado?Tudo seria tão diferente se não tivesse escolhido a outra!Para começar, ele teria um pai, não teria que sofrer na época futura por causa da sua aparência incomum, teria alguém para ajudá-lo a se controlar. E mais. Teria uma família. Encostou a testa no tronco áspero, soltando um soluço, conforme as lágrimas eram derramadas pela face. Ele não queria que ninguém o visse assim. Tão fragilizado. As emoções expostas,tornando-o frágil aos olhos de qualquer um. A verdade era que, apesar do Hayato ter amadurecido rapidamente, ele era uma criança como qualquer outra, e na sua idade a presença de um pai, de um laço familiar masculino, era necessário. E não ter isso, o deixava muito fragilizado, apesar de nunca demonstrar. Por isso limpou as gotas que pingavam pelo queixo e respirou fundo. Era um fraco, deixando as emoções o consumir desse jeito!Tão exposto. Qualquer um poderia aparecer e o ver. Retirou as garras do tronco e foi procurar o Kouga. Não queria que sua mãe chegasse antes dele, pois isso resultaria em um interrogatório e nesse momento Hayato queria ficar a sós com seus pensamentos. Pisou firmemente na terra úmida, reprimindo as emoções confusas.




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Notas finais do capítulo

Espero do fundo do coração que vocês tenham gostado.Não é a primeira vez que escrevo,porém é a primeira vez que posto para um público desconhecido,digamos assim.(O que me faz borrar nas calças de medo por não atingir as expectativas de todos!)
Comentem e digam o que acharam!
Beijos,
Mi.