Desculpas Atrasadas escrita por Yue Chan, MichelleCChan


Capítulo 14
14-Decisões.


Notas iniciais do capítulo

Olá,sou eu,de novo,a Michelle.
Aí está mais um capítulo,esse foi escrito inteiramente pela Yue,apenas corrigido e adicionado algumas coerência por mim mesma.
Boa leitura!



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Os dias se transcenderam monótonos. Após os episódios na Era Antiga, Kagome retornou com seus dois filhos para a vida que levava. Hayato não comentou sobre Inuyasha e ela resolveu também não tocar no assunto. Era como se nada tivesse acontecido,pelo menos por parte de Hayato. Porém, algo dentro de si estava agitado. Uma angústia que tentava reprimir.

~*~

Ayame entrou nervosa na caverna. Os músculos estavam tensos, a cabeça latejava de dor e ela sentia-se horrível, incompleta fisicamente e amorosamente. Algo dizia que a sua vida estava caminhando para o lado errado, como se seguisse na marcha ré e a velocidade parecia aumentar a cada nova saída do marido. Há uma semana comandava a tribo sozinha, e trabalhar sozinha em meio a sua raça era fatigante e irritante. Comandar é um trabalho que exige paciência, um atributo que ela não possuí, mas que seria mais do que bem vindo em momentos como esse.

Andou até seu ninho e sentou-se cruzando as pernas e suspirando profundamente. Sentia-se tão inútil como fêmea que pensava ser capaz de se jogar de um precipício, de tamanha a sua frustração. Estava casada há tanto tempo e ainda não tinha gerado um filho sequer. Imaginava-se seca como uma ameixa, talvez nunca fosse capaz de ter um filho e isso a magoava profundamente, porque o marido parecia não se preocupar com esse fato. Como se já não fosse desgraça o suficiente havia outro obstáculo em seu caminho: o seu maior desejo concebido por outro ventre. Claro que Kouga não se importava com o fato dela não ter gerado um único filho até agora, ele tinha um filho com aquela humana. Não odiava Kagome, aliás, fora por causa dela que conseguira reatar o relacionamento com o marido, também não odiava o pequeno que nunca tinha visto, mas não podia negar que lembrar que não tinha sido ela a dar um filho ao homem que amava e sim a “outra” a deixava furiosa de tal maneira que por vezes nem ela mesma entendia.


Mal tinha acabado de deitar ouviu um barulho que lhe chamou a atenção. Levantou-se e fitou o breu que cobria a entrada da caverna. Primeiro sentiu o cheiro familiar, logo depois Kouga entrou. Ainda trocava algumas palavras com um dos guardas que tinha lhe perguntado sobre a visita ao “filhote” e mantinha um sorriso no rosto que desapareceu quando fitou o olhar da esposa.

–Você demorou dessa vez.

–Imprevistos. Não pude fazer nada.

–Pensei que tinha se esquecido de mim, que tinha me abandonado de vez.

–Menos drama, Ayame, por favor, não estou com cabeça para discutir. Estou cansado da viagem e quero descansar.

–Eu não estou discutindo, Kouga, estou apenas conversando. Você é meu marido e eu tenho direito de saber de seu sumiço repentino.

–Eu já disse que aconteceram alguns imprevistos, por acaso é surda, ou apenas escuta o que quer?

Ayame se aproximou nervosa.

–Por que é tão grosso comigo, Kouga?Por que me trata com tanta indiferença?!

–Eu não te trato com indiferença, Ayame, isso é impressão sua.

–Impressão?!Basta perguntar a qualquer um da tribo e vai receber a mesma resposta. Impressão não acontece em grupo, Kouga, não mesmo.

–Pelo visto você hoje tirou a noite para me aporrinhar. Se a minha volta não lhe deixa feliz posso sair de novo, é só pedir.

–Vê como me trata?Como fala com sua esposa? Como quer formar uma família assim?
–Uma família tem mais de duas pessoas, Ayame, e eu não vejo uma terceira aqui.

Ayame deu um passo para trás ofendida pela fala dele.

–O que quer dizer com isso?

–O que você entendeu Ayame. Não pode me culpar por visitar o meu filho.

–O filho que teve com aquela humana. Um mero hanyou. – disse ácida.

–Sim, um hanyou. – disse sério se aproximando. –Algum problema com isso?!É meu filho e eu tenho orgulho de dizer isso.

–Você coloca esse garoto em um pedestal de ouro. O trata como um tesouro com esmero demais para o meu gosto.

Kouga falava cada vez mais irritado com a esposa.

–Não perguntei a sua opinião, Ayame. Yusuke é meu filhote, seja ele puro ou não. Vou tratá-lo como achar melhor e não vai ser você e me ditar as regras para esse convívio.

–Não tem mais honra mesmo, Kouga. Se rebaixar tanto por causa de um hanyouzinho.

–Tenho culpa se até hoje você não me deu um único filho de sangue puro?!

Dessa vez ela se afastou realmente ofendida, parecia que havia levado um tapa na face. Caminhou até o ninho e deitou sem falar mais nada. Sentia-se mais miserável que nunca. Kouga passou a mão pelos cabelos implorando paciência ao perceber que tinha falado merda. Xingou-se mentalmente pelo falta de tato e sentou-se ao lado da esposa passando a mão pelo seus cabelos castanho claros.

–Eu não quis dizer aquilo, me desculpe. Estou cansado e nervoso e você não tem culpa disso.

–Não sou eu quem peço por isso, Kouga. Você sabe que te dar um filho é o meu maior desejo.

–Sei disso, Ayame.

–Se sabe por que me culpa tanto?

–Eu não te culpo!- tentou se defender. – Eu, eu... Olha, porque não esquecemos esse assunto. Não vai adiantar ficar remoendo isso.

–Como posso esquecer se toda semana você some para visitar o seu filho hanyou e me deixa sozinha?

–Ayame. – falou com o tom de voz compreensivo. – Yusuke é meu filhote e nada que você disser vai mudar isso. Tente entender que, sendo pai, eu tenho obrigação de pelo menos vê-lo, e o único tempo que tenho para passar com ele são os dias em que a Kagome traz ele de volta. Eu me preocupo com o bem estar dele, assim como vou me preocupar com o bem estar do filhote que um dia ainda teremos. Não tem porque ter ciúmes dele.

–E se não tivermos um filhote?O que eu vou fazer?

–Que preocupação mais boba, Ayame. Pare de pensar nisso, vai acabar ficando depressiva.

–Você diz isso porque não se importa, já tem um filho mesmo, não é?!

–De novo isso?!Que perseguição!

–Não é perseguição!

–É o que então, heim?! Me explica!

Ayame ficou em silêncio fitando o olhar irritado do marido, tentando ao mesmo tempo devolver-lhe um a altura. As palavras estacionaram na garganta. Sentia que tinha tanto a dizer que não conseguia escolher qual deveria ser dita primeiro. O resultado foi um minuto de silêncio inquietante que pareceu uma eternidade.

Kouga se levantou do ninho irritado. Na boca da caverna era possível ver os primeiros raios da lua cheia que se esgueiravam pelo chão forrado. O Yokai lobo se aproximou da saída e virou-se irritado antes que a esposa pudesse planejar alguma ação.

–Eu não vou mais admitir que fale do meu filho com esse tom de repugnância, Ayame, ouviu bem?!Não vou. - deu as costas e voltou a andar.

–Aonde você pensa que vai?Acabou de chegar!- tentou virar o jogo.

–Para um lugar longe dessa sua inveja.

–Kouga!Não ouse sair e me deixar só, Kouga!

Ele saiu sem dar ouvidos aos protestos dela. A caverna voltou a ser silenciosa. Ayame voltou ao ninho ainda mais abalada do que antes com o assunto que ficou bailando no ar como um fantasma. Sentou-se irritada, cansada e triste e deixou as lágrimas correrem amarguradas pela face.

“Se esse hanyou não existisse, tudo seria melhor”-pensou, e sentiu, no exato minuto, um solavanco mental como se alguém tivesse lhe dado um tapa para acordar. Era essa a questão, se não houvesse mais criança, não existiria mais dias de ausência.

Ayame dedicou o resto da noite pensando em uma solução para dar um sumiço no garoto, ou pelo menos uma maneira dele nunca mais aparecer, e foi pensando dessa maneira egoísta que ela chegou á uma conclusão sinistra: Pediria a Kouga para trazê-lo e daria um jeito de deixá-lo a mercê de um Yokai inimigo; o resto seria consequência da cadeia alimentar.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelas leitoras que deixaram reviews no capítulo anterior!
E é claro,não se esqueçam de dizer a opinião para a continuação da trama.Essa Ayame,heim?Surpreendendo!
Até a próxima :3