POV Nessie

_ Jake._ eu falei, quando estávamos na praia. Ficamos em silencio em todo caminho, eu encostada nele. Ele parecia relaxado, com um sorriso. Quando chegamos à praia, eu tive que tomar coragem, o silêncio estava ficando constrangedor.

_ Sim, pequena?_ ele perguntou, me puxando para um tronco branco na orla da floresta. Sentamos-nos lá, um do lado do outro, olhando o mar.

_ Eu acho muito fofo ele ter finalmente encontrado ela, sabe, acho que o Seth merece, até por que, ele sempre foi tão fofo e generoso..._ eu comecei a falar. Jake sorriu.

_ Você é sempre tão meiga, Nessie, sempre tentando ver o lado positivo das coisas._ ele falou, beijando o topo da minha cabeça e depois a encostando em seu peito. Eu me aninhei lá.

_ Ah, Jake, não é pra tanto, eu só acho que se eu tentasse ver o lado negativo de tudo que eu faço, se não fosse por você, eu não sei se conseguiria sorrir novamente._ eu funguei, pensando na pior parte do sonho da Bia.

_ Nessie, não fica assim, não suporto te ver triste._ Jake me apertando mais a ele.

_ Eu sei, é só que agora que uma parte do sonho se mostrou verdadeira, eu fico pensando será que o resto também não pode ser? Eu não sei, não consigo chegar a uma resposta que não me faça tremer de medo._ eu tremi de leve, inconscientemente.

_ Nessie, eu jamais deixaria alguém te ferir! E duvido que o Seth deixe algo acontecer à Bia também. E ainda tem sua família. Sabe, de vez em quando eles não são uns totais imprestáveis._ eu senti o sorriso em sua voz, no final. Eu ri de leve.

_ Ah, Jake, você sempre consegue me fazer sorrir._ eu sussurrei, olhando para ele._ Mas não fale mais assim da minha família, ok.

_ Por você eu faria tudo, minha Nessie._ ele sussurrou intensamente. Seus olhos me queimavam de tanta intensidade e eu achei que poderia derreter a qualquer momento. Estávamos muito perto e ele me atraia como um campo magnético a um metal. Eu simplesmente parei de resistir. Tomei seus lábios, beijando-o ternamente, mas também com tanto desejo que eu não sei nem descrever.

Eu agarrei seus cabelos, fechando meus dedos em torno deles. Ele me agarrou a cintura, me fazendo virar de frente para ele, me sentando nele, com as pernas em volta da cintura dele.

Estávamos tão juntos que eu não conseguiria distinguir onde cada um de nós terminava. Passei a outra mão por baixo de sua blusa, passando-a por seus músculos totalmente rijos sobre minhas mãos.

_ Nessie, está brincando com meu autocontrole._ ele ofegou, quando separamos um pouco os lábios. Eu ri, tremulamente, abaixando os lábios até a curva de sua clavícula, beijando seu pescoço.

_ Jake, não acho que isso importe mais._ eu sorri. Eu o senti tremer quando sussurrei e ri, fazendo-o gemer. Lambi seu pescoço, de provocação, e voltei a encará-lo, segurando seu rosto entre minhas mãos.

_ Nessie, você acabou de fazer as pazes com seus pais, não acho que seja uma boa ideia..._ ele começou, mas o interrompi.

_ Jake, eles entenderam, finalmente, se começarem tudo aquilo de novo, eu sinceramente prefiro que seja assim, quantas vezes vou ter que lutar para conseguir liberdade?_ eu falei, voltando a beijá-lo, mas ele nos separou novamente.

_ Nessie, só tenha cuidado, por favor, não quero machucar você._ ele implorou. Eu sorri para ele, vendo o pedido em seus olhos também.

_ Jake, eu não acho que você seria capaz de me machucar, mas vou tentar, pode deixar._ eu falei, selando nossos lábios. Ele sorriu de leve e me apertou contra ele novamente. Depois de nos beijarmos um pouco, eu tive uma ideia._ Jake, nós dissemos que iríamos passear. E...

Ele me olhou desconfiado, querendo entender onde eu queria chegar.

_ E o quê, Nessie?

_ Bom, eu adoro quando você está na forma de lobo, correndo comigo. É muito bom, que tal passearmos desse jeito? Vamos correr um pouco na floresta._ eu pedi, intensificando o pedido com o olhar. Ele pereceu derreter na minha frente. Sorriu de canto de boca.

_ Se é o que você quer, Nessie. Só não se decepcione quando eu for mais rápido que você!_ ele falou, me pondo de pé e pulando para o meu lado. Ele foi para a floresta, mas ao invés de eu esperar, eu fui silenciosamente atrás dele. Claro que quando cheguei, com o sorriso mais malicioso do mundo, ele já estava na forma de lobo, me olhando acusatoriamente. Eu ri, tentando ficar com raiva, mas fracassando horrivelmente.

_ Desculpe, Jake._ eu pedi, correndo até ele e abraçando seu pescoço macio. Ele pareceu relaxar, mas, ainda resmungando, se virou e ficou igual a um cachorrinho querendo brincar. Eu sorri e fui atrás dele. Ele olhava para mim, ansioso, apenas esperando por mim._ Ok, então as regras são as seguintes: se virmos algum parente nós paramos e a corrida acaba quando um de nós chegarmos a uma clareira; o vencedor, obviamente, é o primeiro a chegar.

Ele me olhou maliciosamente, voltando depois sua atenção para o caminho à frente.

_ Certo._ eu ri e fiz o mesmo que ele._ 3...2...1!_ comecei a correr. Ele estava ganhando, mas então eu fiquei furiosa, não podia perder para ele, demonstraria fraqueza. Então eu usei a raiva como combustível e comecei a correr mais rápida que nunca. Eu estava chegando perto dele, apesar disso minha respiração continuava quase estável, eu quase não fazia esforço, mas de certo estava quase ganhando dele.

Eu o ultrapassei. Mas logo senti um cheiro diferente e percebi que Jake parou. Eu não ganhei dele por ele ter parado, mas notei, depois de sentir o cheiro, que ele parou.

Era um cheiro de certo estranho. Não, não era um, mas vários. Eu senti que tinham dois vampiros a pouca distancia e senti o cheiro de flores, mais precisamente lilases, com algo mais. Curiosa eu olhei para o Jake, que estava pouco atrás de mim. Ele não demonstrava medo, e eu estava quase reconhecendo o cheiro dos vampiros, era muito familiar. Segui o cheiro e, à medida que chegava mais perto reconhecia os cheiros. Eram meus pais. Acelerei o ritmo.

_ Mãe, pai!_ eu gritei e ouvi distintamente minha mãe arfando de choque. Quando cheguei, me vi em uma clareira com maravilhosas flores amarelas e lilases. Eu ri, antes de visualizar eles, parando na orla da floresta e virando para tentar ver o Jake._ Viu? Eu ganhei! Eu sempre ganho!

Ouvi-o ladrar na floresta e vi ele se aproximar e se sentar, ainda nas árvores, olhando para algo além de mim. Olhei também e vi duas estátuas no meio da clareira. Tudo bem, não eram duas estátuas, apenas minha mãe e meu pai petrificados muito próximos, brilhando ao sol. Eu suspirei, dramaticamente.

_ Tudo bem, o que está acontecendo e onde estamos?_ eu perguntei, abismada. Meus pais não eram de ficar assim só por eu vê-los juntos, então isso significava que eles estavam para fazer algo mais. Eu ri, finalmente entendendo, ao mesmo tempo em que eles se olhavam e se viravam para mim, receosos._ Claro, estou interrompendo algo!_ eu exclamei, ainda rindo. Jake veio por trás de mim, ladrando um riso e encostando a ponta do nariz nas minhas costas.

_ Nessie, querida, não é o que está pensando._ minha mãe falou, mas ela ainda mentia muito mal então percebi que sua voz falhou um pouco no final, entregando-a. Meu pai suspirou, percebendo que não iria adiantar tentar nada, eu já havia entendido tudo.

_ Bom, Nessie, seja bem vinda a nossa campina. Me diga por que está aqui e como descobriu nosso pequeno esconderijo?_ ele perguntou, tentando me desviar, mas eu era astuta e não o deixaria vencer tão fácil.

_ Certo, agora é a minha vez de dizer que não é o que vocês estão pensando. Eu estava com Jake na praia e decidimos dar uma corridinha, para aliviar o estresse. Estão sabendo do impriting do Seth?_ eu perguntei, atiçando a curiosidade da minha mãe e conseguindo ganhar o pequeno joguinho. Mas meu pai leu isso na minha mente, infelizmente.

_ Nessie, não é um jogo, eu apenas queria saber por que você está aqui, pois até onde eu sei não lhe mostramos a campina._ ele revirou os olhos. Eu ía responder, mas minha mãe interrompeu antes.

_ Espere, que história é essa de impriting?_ ela perguntou e contei o que houve e dos meus medos. Ela finalmente olhou para meu pai, preocupada e Jake se esfregou em mim, com o medo evidente. Eu sorri e fiquei mais calma ao lhe acariciar o pêlo macio.

_ Faremos assim: nós precisamos contar aos outros. Nessie, aproveite o resto da noite, acho que está na hora de você conhecer a campina... e seus benefícios._ ele falou, relutante, se levantando e puxando minha mãe que estava chocada.  Nos olhos dele havia derrota e percebi o segundo sentido atrás de suas palavras. Eles estavam quase saindo da clareira quando os parei.

_ Espere, você não pode estar falando sério! Você vai simplesmente... depois de tudo aquilo?_ eu falei, perturbada, com a boca aberta, sem acreditar. Ele apenas abaixou os olhos. Jake estava confuso ao meu lado; ou ele havia entendido e descartado a ideia, ou ele realmente não havia entendido. Meu pai estava olhando para baixo, parecendo derrotado e humilhado, mas parecendo não se mover em um milímetro de sua decisão.

_ Está na hora de crescer, certo? Isso também se aplica a mim, Nessie._ ele sussurrou, indo embora antes de eu poder sequer respirar. Minha mãe foi correndo atrás, me deixando sozinha lá com o Jake, ao sol poente. Eu fui ao centro da clareira, onde eles estavam antes, hesitante, sem realmente acreditar que aquilo aconteceu. Jake me seguiu e se deitou ao meu lado.

_ Jake, você entendeu, não é?_ eu lhe perguntei, me agarrando nele. Eu o senti assentir levemente._ Troque de forma._ eu falei sedosamente. Quando o senti tentar se levantar para ir à floresta, eu sussurrei em sua orelha:_ Não, não vá! Não há motivos, apenas fique comigo._ eu lhe pedi. Ele tremeu e no momento seguinte estávamos no chão, eu em cima dele, que estava atordoado.

Eu me deslumbrei com sua beleza. Ele estava nu embaixo de mim, mas eu nem percebi muito, pois ele normalmente só ficava coberto da cintura para baixo. Eu passei a mão por seu rosto.

_ Jake, eu te amo, sempre te amei e sempre te amarei. Eu te quero, Jake e por inteiro._ eu murmurei intensamente, juntando nossos lábios gentilmente, porém com tanta vontade que poderia doer se fosse separada dele agora. O beijo se intensificou e, enquanto ele puxava minha cintura e eu ficava de quatro em cima dele, eu agarrei seus cabelos, prendendo-os aos meus dedos.

Ele subiu um pouco a mão, passando para dentro de minha blusa, levantando-a até que eu tirasse-a fazendo com que tivéssemos que separar os lábios por um segundo. Ele passou então para a calça, mas então apertou algo duro, que eu lembrei ser meu celular. Abri os olhos, repentinamente, lembrando que falei à Bia que seria apenas uma volta. Eu congelei, fazendo o Jake se preocupar. Ele me olhou confuso.

_ O que foi,... Nessie?_ ele começou a ficar um pouco alerta. Estávamos um pouco ofegante.

_ Eu...preciso avisar...Bia._ quando falei em voz alta, ele sorriu de leve e se sentou me girando para ficar no colo dele, mas de costa. Tão rápido que nem percebi, ele tirou meu celular do meu bolso e me ofereceu. Eu o peguei, discando o número. Jake me agarrou pela cintura e começou a beijar meu pescoço. Eu me desconcentrei e comecei a ofegar mais.

_ Nessie?_ Bia atendeu parecendo assustada.

_ Anh, oi... Bia... eu liguei... pra avisar... que vou ficar por aqui... ok?_ eu falei, ofegante pra caramba. Tentei restaurar minha respiração. Jake riu, ainda no meu pescoço, me fazendo arrepiar por inteira_ Veja se o Seth... pode... te levar de volta... ou algo parecido.

_ Nessie, está tudo bem?_ ela perguntou, o medo aparente na voz.

_ Comigo,... melhor... não podia estar... mas e com você?_ eu perguntei, conseguindo melhorar um pouco a respiração.

_ Er... estou muito melhor do que pensei que estaria se visse um filme de terror._ ela falou e eu estanquei. Espere, ela não vê filmes de terror._ Nessie?_ ela chamou, desesperada. Mas então alguém pegou o telefone.

_ Nessie, está tudo bem, foi ela que pediu._ Seth falou e eu me enraiveci. Ela era imprinted dele! Ele não conseguia nem cuidar dela?

_ Seth, mas que merda! Eu nem ía sair! Eu tentei te ajudar e olha o que você faz! Ela não consegue, ela não PODE ver filme de terror! Ah, meu Deus..._ eu silvei, irritada. Jake me olhou, sem entender, mas não pude fazer nada quanto a isso.

_ Nessie, eu sei! E outra: também sei muito bem o que você está fazendo, se quiser continuar a manter segredo, então me deixe em paz!_ ele falou, me irritando mais ainda, mas conseguindo me deixar muda. Espere, ele não podia saber, certo, será que ficou tão na cara assim?

_ SETH! NÃO É DA SUA CONTA O QUE EU FAÇO OU NÃO COM O JAKE! Fique fora disso! Além disso, não foi proibido! Mas não conte a ela, se fizer isso, VAI SE VER COMIGO!!!_ eu gritei, fazendo de tudo para parecer mais ameaçadora, mesmo que ainda estivesse um pouco sem fôlego. Jake ergueu uma sobrancelha, sorrindo maliciosamente.

_ Certo, vou me manter em controle, mas acredite, está tudo bem!_ Seth falou, tranquilamente. Quando eu ía responder, o cachorro desligou na minha cara! Eu rosnei para o celular, de frustração e raiva.

_ Não acredito nisso!_ eu grunhi. Jake me abraçou mais, voltando a beijar meu pescoço. Eu comecei a derreter ao seu toque.

_ Você fica linda quando está com raiva._ ele sussurrou e eu gemi de desejo. Virei rápido, nos derrubando novamente e voltando a beijá-lo, com mais vontade ainda que antes. Ele rapidamente arrancou minha calça, me deixando apenas com as roupas de baixo.

_ E,_ eu comecei, parando para lamber o pescoço dele de brincadeira, fazendo-o tremer._ você é ainda mais bonito sem nenhuma roupa._ eu sussurrei em seu ouvido, o fazendo gemer e rolar para cima de mim.

Eu olhei para seu rosto mais uma vez, apreciando com era linda a forma como o sol poente batia em sua pele avermelhada. Era magnífico.

Voltei a beijá-lo com todo fervor.

Antes de acordar de manhã, deitada em seu peito, muito tempo depois, o ultimo pensamento que tive foi o quanto eu me sentia preenchida.(n/a: não foi minha intenção fazer dois sentidos aí, foi sem querer)

POV autor

Há vários quilômetros de distância, numa bela casinha de conto de fadas, alguém sofre com a decisão que tomou, mas ao mesmo tempo está feliz com ela, pois finalmente se redimiu de um ato imperdoável.

Ele olha pela pequena janela e percebe que aquela era realmente a escolha certa, e mesmo que doesse, ele continuaria firme nela, pois esse era o certo a ser feito.

Eu só espero não ter que ver tudo que aconteceu lá na cabeça deles... ele pensou, irritado, rindo consigo mesmo. E foi só então que a noite caiu.