O Diário de Kate escrita por Yass Chan


Capítulo 24
Epílogo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/146527/chapter/24

O que fazer? Por Deus, Lisy queria debulhar-se em lágrimas. Queria tentar exprimir seu sofrimento com um grito, choro. Ela não sabia... Mas não queria lembrar que mentiram para ela, que esconderam-na da própria vida.

Lisy acalmou-se, e decidiu que o melhor era acabar de ler o diário. Conhecendo toda história, seria possível reivindicar.

Abriu-o novamente, e continuou de onde havia parado:

“Ninguém poderia voltar atrás com as decisões tomadas, nem eu mesma queria então, deveríamos viver a vida como sempre, esquecendo os problemas e as dificuldades, aproveitando cada momento juntos e felizes, pois, ninguém sabe o tempo de duração da vida. Ninguém sabe quando... Alguém virá buscar sua alma, ou para o céu, ou para o inferno.

Aquela altura, já havíamos planejado inúmeras viagens. O que menos queríamos era Lisy privada de algo. Queríamos fazê-la conhecer o mundo, tocar as estrelas e faríamos o possível para acontecer. Então, a primeira viagem logo se concretizaria. Estávamos prontos para ir até o sítio de meus pais e Whitehorse esperava por nós.

- Justin?

- Oi?

- Colocou tudo no carro? – Pattie perguntou enquanto acabava de conferir o quarto do filho, investigando se o mesmo havia deixado algo importante.

- Mãe!

- O que?

- O que a senhora está fazendo aqui? Porque a senhora está bisbilhotando o meu quarto?

- Estou vendo se você esqueceu algo...

- Já é tempo de parar com isso. Estou bem crescidinho!

- Mas...

- Mas nada! Se... Se a senhora se importasse menos comigo, quem sabe não estava... Na verdade, é melhor esquecer. Vamos logo para o carro, ok? Juro que não me faltará nada durante a viagem.

- Ok.

Os observei entrar no carro enquanto eu acabava de pôr o cinto em Lisy, que estava sentada em sua cadeirinha a brincar com a nova boneca:

- Olha mamãe! – Lisy chamou minha atenção ao apertar a barriga da boneca, fazendo-a cantarolar uma cantiga de roda. – Acho que já sei cantar uma parte dessa música. – Declarou a pequena com pragmatismo. Não pude deixar de beijá-la a bochecha.

- Meu amor, porque você é muito esperta. Sabe, lá no sítio de seus avós há muuuitas árvores! Você vai gostar.

- Sim, sim! Adoro o... Esqueci a palavra. Como eu digo que gosto do cheiro do mato sem dizer cheiro?

- Agora você me pegou.

- Uma palavra que quase a mesma coisa de cheiro?

- Aroma?

- É! Isso mesmo! Desculpa, eu esqueci.

- Normal. Não tem porque se desculpar.

- Je t’aime, maman.

- O que você disse?

- Que eu amo você em francês.

- E quem ensinou?

- Papai. Ele fez mal?

- Não, meu bem. Claro que não. Apenas... Você me surpreendeu.

- Prontas? – Justin falou, com os olhos fixos em mim e Lisy no banco de trás do carro.

- Siiim! – Lisy falou, batendo palminhas.

- Nous sommes ainsi, un professeur de français. – Falei, fazendo-o saber que já havia recebido a surpresa.

- Lisy, Lisy... Você não perde tempo, querida. – Ele falou no mesmo momento em que passava a marcha do carro, dando partida rumo a Whitehorse.

Durante a viagem tranqüila, eu observei Lisy pegar no sono e eu mesma dormi em seguida; mas antes, pude ver que Pattie mesmo sonolenta ficou acordada em toda viagem, junto com Justin. Óbvio... Ela nunca dormiria antes do filho. Seu amor era obsessivo, assim como o de Derick foi um dia.

Ao chegarmos ao sítio, coloquei Lisy para dormir confortavelmente em seu “berço” digno de filhos do rei Davi. Era algo parecido com uma rede... Mas bem mais confortável.

- Ela já dormiu? – Justin perguntou atrás de mim.

- Acabei de colocá-la em sua “tipóia”. De onde veio a idéia de comprar um negócio desses?

- Ah, qual é! É bacana. Sabia que era assim que os filhos dos reis dormiam antigamente? Super chique!

- Aham... Sei, sei... – Repentinamente, perdi o equilíbrio e caí na cama ao lado, um pouco tonta.

- Kate? – Justin abaixou-se a minha frente. – Se sente mal?

- Só... Uma tontura. – Forcei um sorriso, mas a verdade é que eu estava indisposta. Eu estava morrendo de vontade de ficar deitada até... Na verdade, eu queria ficar deitada para sempre.

- Tontura? Mas... Por quê?

- Não sei, apenas acabei de sentir.

- Tem vomitado e...

- Eu não estou grávida.

- E quem estava pensando isso?

- Ninguém né? Olha, não se preocupe. Vai passar logo ok?

- Você não quer ir ao médico?

- O que eu quero é dormir. Quero dormir... Sei lá, por uns trinta anos!

- Tudo isso?

- Tudo isso. – Sorri para ele.

- Você parece mesmo cansada. Até pálida.

- Pois é... Nossa! Tenho estado bastante pálida esses dias, não acha?

- Na verdade eu só vim perceber agora.

- Esse é o cuidado que você tem comigo, seu mau!

- Desculpe, amor. Mas você tem razão. Está pálida mesmo.

- De qualquer forma, garanto que não é nada. Acho melhor dormimos agora. O que acha?

- Não é a perfeita idéia, mas ante às circunstâncias... Concordo.

Justin sorriu condescendente, assentindo com a cabeça para logo deitar-se ao meu lado e dormir. Nossos sonhos deviam sintonizar naquela noite.

Pela manhã, Pattie foi à cidade fazer compras para uma sobremesa pós-almoço. Ela prometera fazer um pudim de passas após comermos intensamente um churrasco muito bem preparado por JB.

Eu observava Justin à beira da churrasqueira quando Lisy trouxe uma borboleta pousada em seu dedo, acordando-me de meu transe.

- Mamãe, mamãe!

- Oi, querida? – Perguntei, erguendo os olhos para vê-la.

- Olha, eu trouxe uma borboleta! Eu estava andando e quando vi, ela havia pousado.

- Que linda, meu amor! Cuidado para não machucá-la, hein? - Acomodei-me melhor no chão onde estava sentada.

- Eu terei, mamãe.

O cheiro da carne sendo assada exalou um odor gorduroso, fazendo meu estômago dar voltas ao mesmo tempo que se contraía. Desejei nunca ter sentado perto da churrasqueira. Mas, se fosse apenas isso... O enjôo foi tanto que não consegui comedir o fluido que teimou em sair de minha boca. Eu vomitei, sem nem ao menos perceber que isso aconteceria.

- Mamãe! – Exclamou Lisy, assustada.

- O que foi, Lisy? – Justin perguntou afastando-se da churrasqueira. – Kate! – Justin já estava próximo quando chamou meu nome.

Assim que o vômito cessou, coloquei minha mão no peito tentando controlar minha própria respiração que acelerara durante o esforço.

Antes que eu pudesse assimilar qualquer coisa, Justin já havia me carregado até o quarto e colocado-me na cama.

- Ainda está enjoada? – Justin perguntou. Seus músculos contraídos de preocupação.

- Estou melhor.

- Você nunca foi de enjoar por cheiro de comida, por mais gordurosa que fosse. O que aconteceu há pouco?

- Não sei. Apenas aquela casual tontura e... Um profundo enjôo.

- Você sabe que isso não é normal, Kate. Há quanto tempo vem sentindo esses mal-estares?

- Começou ontem...

- Seja sincera, por favor.

- Ah Justin! Algumas semanas eu acho, mas preferi não falar.

- Porque não?

- Pensei que fosse bobagem! Na verdade é uma bobagem!

- Será até você ir ao médico e descobrir que precisa de cuidados. Nada disso, Kate. Chamarei o Dr. Bennard ainda hoje para consultar você.

- Por favor, não. Isso vai atrapalhar nossa viagem.

- Kate, você doente igual à desastre de viagem!

- Mas eu não estou doente! Apenas me senti mal... Talvez pelo clima, sei lá! Isso não significa doença, ok?

- Você não vai me convencer no grito.

- Então como eu o convenço?

- Você não vai desistir não é?

- Não mesmo. – Cruzei os braços como uma criança que impõe suas vontades.

- Ok, mas a qualquer sinal de mal-estar, nós voltamos para Los Angeles e você vai ao médico.

- Fechado.

Eu não tinha certeza de que os mal-estares não voltariam, mas resolvi, pelo bem de todos, controlar-me o máximo.

Três dias que passamos em Whitehorse foi o suficiente para amarmos mais o lugar. Aquele cheirinho de terra molhada... Hum, nada melhor!

Já em Los Angeles, não somente eu e Justin, mas todos nossos amigos marcamos outra viagem, agora rumo à El Matador Beach. Uma praia pouco conhecida, e que também pouco lota.

Fizemos reserva em um hotel onde todos nós ficamos. O hotel era bastante aconchegante e confortável, nada muito caro ou cheio de regalias... Nós não tínhamos porque gastar tanto dinheiro para apenas sermos felizes uns com os outros.

Naquilo tudo o que mais me impressionou foi David, que estava bem grandinho e com exatos cinco anos de idade. Tornara-se um lindo menino e seus olhos azuis pareciam transparecer, como água pura e limpa.

Eu não podia negar que as tonturas e os enjôos ainda eram pertinentes, mas eu conseguia disfarçá-los com maestria.

Em uma noite no hotel, todos nós estávamos reunidos à beira da piscina numa plena conversa agradável, quando sentimos falta de David e Lisy:

- Angelina?

- Oi, Kate?

- Onde está David?

- Ele está... Por Deus, há pouco ele estava ali! Sentado naquela cadeira observando Lisy enquanto ela balançava os pés dentro da água!

- Nem ela está mais lá! Será que os dois estão juntos?

- Deve estar. Eu vi quando eles sorriram um para o outro.

Sem alarmar ninguém, Angelina e eu saímos hotel afora em busca de nossos respectivos filhos, quando os vimos debaixo da mesa mais escondida que havia em todo o prédio. Os dois dormiam ao lado um do outro, sendo que Lisy apoiara sua cabeça no ombro de David, enquanto ele apoiou a própria cabeça na dela. Dormiam como dois anjinhos... E naquele momento eu tive certeza de que no futuro, eu faria o maior gosto daquele casal.

Mais aliviadas, eu e Angelina pegamos nossos filhos no colo e os levamos para o quarto, rumo a uma boa noite de sono.

- Onde vocês estavam?   

- Não se aflija, Dave. Apenas fomos deixar nossos bebezinhos na cama. Estavam dormindo por ali. – Declarou Angelina tranquilamente.

Quando fomos dormir, dei mais uma olhada nas crianças. Algo me dizia que aquele contato dos dois era apenas o início de uma grande amizade entre eles, ou quem sabe um grande amor... Adoraria vê-la com meu “quase” sobrinho, seria ótimo.

Deslizei para a cama depois de um bom banho. Justin ainda saia do banheiro, tentador, a toalha frouxamente presa na cintura. Disfarcei o quanto estava vermelha ao virar o rosto para o lado oposto; então passei as mãos nos cabelos, da raiz até as pontas, e aí vi, vi que um grande maço de cabelo havia simplesmente saído de minha cabeça. Meus cabelos caíram de forma anormal, nada comum.

- Kate? O que é isso em sua mão? – Assustada, virei, evidenciando o cabelo em minhas mãos. – Isso é seu cabelo? Se é, porque está caindo tanto?

- É o que eu gostaria de saber.

- Talvez esteja relacionado aos seus mal-estares. Amanhã mesmo iremos ao médico e aí de você se disser que não.

- Quem sabe é uma anemia... Já ouvi falar de anemias assim.

- É, pode ser... – Justin não havia me passado um pingo de confiança, mas ainda assim, aquilo era preocupante, sendo anemia ou qualquer outra coisa.

Pela manhã, fomos ao hospital mais próximo da praia e me foi solicitado alguns exames que fiz no mesmo dia. Durante a espera pelos resultados, Justin e eu estavam inquietos, extremamente apreensivos. Quando fomos recebê-los, Justin pegou-os de minha mão de forma que eu sequer pude olhá-los.

- Onde está o médico que avaliou esses exames? – Justin perguntou hostil.

- Há algo errado com eles, senhor?

- Tudo errado. Os resultados, enfim, tudo. Necessitam de reavaliação.

- Justin, deixe-me vê-los.

- Estão errados...

- Eu quero ver. Por favor?

- Kate, está errado. O resultado está incorreto.

- O que diz que eu tenho? Uma anemia profunda? Leucemia? Tudo isso tem cura, não se preocupe.

- É mais que só uma leucemia.

- O que é então? – Arranquei das mãos dele o papel; a primeira coisa que li: incurável.

- Pode estar certo? Acaso existe anemia incurável?

- Essa aqui além de incurável pode se propagar por todos os órgãos do meu corpo. O sistema circulatório também é bastante afetado... As minhas chances de sobrevivência são de... 40%. Nossa, parabéns para o hospital, viu? Resultados bem detalhados e explicação da doença extremamente... Impactante! Leucemia mielóide aguda. A enfermidade que vai tirar a minha vida. Dia feliz... – Eu estava ironizando tudo antes de prantear em lágrimas, enquanto perdia as forças e caia ajoelhada no chão. Porque, meu Deus? Porque quando tudo parecia perfeito os meus sorrisos se transformaram em lágrimas e a minha vida caminhava para a morte? Um humano tem em sua natureza a aversão à morte. Eu não era diferente, ainda mais quando eu estava tão perto da felicidade.

- Kate, levante-se, isso está errado! – Justin me apoiou e tentou levantar-me, mas eu recusei, jogando-me no chão.

- Está certo! Aceitaremos agora que eu... Eu vou morr...

- Não fala isso nem de brincadeira! Nós vamos dar um jeito, nós...

- NÃO HÁ JEITO!

- Quer que apliquemos um calmante nela, senhor?

- Não é preciso. Vou levá-la para casa.

Justin pegou-me pelo braço e arrastou-me até o carro, impedindo que eu me debatesse. Chorei durante toda a volta para casa e ver que Justin estava controlando através da raiva o choro, destruiu-me ainda mais por dentro.

- Kate, você precisa reagir.

- Reagir? Não há reação diante da própria morte.

- Deve haver tratamento...

- Eu tenho 40% de chances de sobreviver.

- Tem gente com bem menos e continua lutando.

- Eu já desisti, então.

- Por favor! Pensa em mim, na Lisy... Quer ficar longe para sempre? O céu não é melhor que aqui comigo e com nossa filha.

- E se o tratamento não funcionar?

- Eu peço a Deus para te deixar aqui comigo.

- E se ele não conceder a você?

- Eu peço a Ele para morrer junto a ti.

- Me abraça forte...

Depois da primeira semana após saber sobre a doença, tentei esquecê-la e viver uma vida normal. Até deu certo ao lado de Lisy e Justin, dos meus amigos, passeios constantes... Mas, em uma dessas, um dos piores sintomas desta mazela apareceu:

- Mamãe, mamãe!

- Diga, querida.

- Olha o que eu achei. É uma borboleta.

- Porque você está tão suja? Não brinque com essas coisas! Vai se encher de vermes, Lisy! Porque é tão desobediente e mal higiênica? Por acaso te ensinei assim?

- Mas...

- Não há mas! Suma da minha frente e só volte lavada!

Lisy desatou a chorar, quando Justin chegou e perguntou os motivos daquilo:

- Não acha que foi dura demais, Kate?

- Talvez da próxima que ela ficar doente você cuide dela. Eu já estarei morta até lá mesmo...

Voltei para o carro e praguejei o surgimento daquela doença. Eu sabia que aquela hostilidade minha, na verdade, se dava pelo o fato de a irritabilidade ser uma das características da leucemia, e isso era meio que incontrolável para mim. Eu não me suportava. Não suportava minha palidez, minhas fezes com sangue, meus cabelos se esvaindo pelo ralo do banheiro, a minha falta de fome, meu corpo esquelético, meus hematomas sem causa alguma, minha boca toda machucada, o suor excessivo pela noite, a febre alta, constante... Eu estava vegetando e a morte parecia melhor que aquela vida desgraçada. Eu insistia em quimioterapia e radioterapia, mas nenhuma delas parecia apresentar solução alguma. Só me causavam mais mal-estares enquanto não melhoravam em nada minha condição de vida, só me faziam pior.

Depois de meses freqüentando sessões de quimioterapia e radioterapia, não apresentei nenhuma melhora em meu quadro. Resolvemos voltar ao médico, e enquanto me mantinham longe da sala de diagnósticos, eu ouvia atrás da porta a voz melancólica deste ao dizer a Justin que meu estado era terminal, e que o câncer havia evoluído tanto, que estava enraizado em meus pulmões e fígado. Qualquer tratamento, naquele momento, já não era mais válido. Impressionantemente, não senti vontade de chorar. Sentia-me seca por dentro e qualquer vontade de relutar contra aquelas palavras ou de continuar lutando por minha vida pareciam estar fugindo de meus pensamentos. Apenas esperei Justin sair dali e ver se ele me contava. Não aconteceu, então perguntei, obtendo como resposta um não dele.

- Eu sei que é verdade.

- Kate, não, ok? Você não acredita em mim? – Justin falou enquanto passava a marcha do carro. Olhar para a rua na sua frente o fazia não encarar-me, tendo certa facilidade em mentir.

- Eu ouvi o que o médico disse. Não tem jeito para mim.

- Porque fez isso? – Justin finalmente desviou os olhos da estrada para olhar-me sério.

- Se não o fizesse, não saberia a verdade.

- Encontraremos uma solução, meu amor. Eu sei que sim.

- Outra vez você está mentindo, e para si mesmo. Sabe que não há.

   

Mesmo a pedidos obstinados de Justin, eu parei o tratamento. Decidi que por menos tempo que me restasse, seriam melhores ao lado de quem eu amava.

Todos os dias eu procurava estar ao lado de Lisy e Justin, os acompanhando em tudo. Justin meio que havia parado a carreira por mim. Só dava entrevistas rápidas e nunca fazia shows. Estes levavam muito tempo o qual ele não queria deixar de estar ao meu lado. A mídia agora sabia de minha doença e constantemente nos procurava em casa para saber de alguma fofoca sobre meu estado. Fui exposta quando conseguiram, de alguma forma, uma foto minha em meu pior estado de saúde: magra, pálida e com muitos hematomas bem roxos pelo corpo. Viviam a expor nossas imagens em hospitais nos meios de comunicação. Comentavam o quanto o astro Justin Bieber estava abatido com o estado terminal da esposa com leucemia gravíssima. Eu simplesmente deixei de ligar para essas coisas.

Em uma noite, me senti mais estranha que nunca. Além de todas as dores e mal-estares, eu sentia algo abandonar meu corpo. Ao me deitar com Justin, fizemos amor, e logo após, sentei para escrever.

Era a última página deste diário em que eu vivia a escrever. Naquela noite, apesar de tudo, eu me sentia mais leve, como se algo me deixasse menos sofrida. Uma tranqüilidade, um acalento. Eu não quis perceber de cara, mas eu soube que morria. E saber disso fez-me querer voltar no tempo e não desperdiçar nenhum segundo que poderia ser feliz. Senti vontade de pedir a Deus para não morrer, não ainda. Queria ver Lisy, Justin... Só mais alguns pequenos centésimos de segundo. Eu apenas não sabia se o Senhor atenderia meu pedido, mas resolvi acreditar que sim.

Eu queria dormir mais uma noite ao lado de Justin. Talvez dormir mais que ele.   


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Diário de Kate" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.