O Diário de Kate escrita por Yass Chan


Capítulo 22
Capítulo 19 O Momento Das Decisões


Notas iniciais do capítulo

Bem-vindo ao penúltimo capítulo da história. Aqui, a resolução de um grande mistério, mas algo mais bombástico está por vir.
Capítulo com fotos. Total de fotos: 1



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- Deixe-me atirar no Justin. – Pronunciei decidida.

- Não costumo passar para a mão dos outros trabalhos importantes como este. – Aleksander não errava a mira nem por um segundo.

- Mas você quer vê-lo sofrer, não é? O que você acha que ele considerará pior... Você matá-lo ou eu fazer isto?

- E porque você faria?

- E porque você não me deixa fazer?

- Sem gracinhas, Kate; ou eu acabo com você da forma mais dolorosa possível. – Dito isso, Aleksander passou a arma para minhas mãos.

Observei o objeto antes de mirá-lo em uma direção. Puxei o gatilho. Um disparo. Uma bala na direção do órgão fatal do corpo humano.

A arma caiu de minhas mãos e eu senti meu corpo desfalecer. Então era assim a morte... Dolorida, sofrida e podíamos sentir saudade da vida antes mesmo desta acabar. A descrevo, pois, ele sentiu isso naquele momento. Quem recebeu o tiro sentiu saudades da vida.

- Kate... O que... O que você... Fez? – Na voz de Aleksander havia alegria.

- O matei. Eu disse que mataria.

- Você é louca, loirinha. – Um sorriso vitorioso brotou no rosto de Aleksander. – Consegui minha vingança. Consegui a mulher que ele amava.

- É... Conseguiu.

O agarrei pela gola da camisa e o beijei com volúpia, enquanto nossos corpos colados desciam até o chão.

Quando estávamos deitados no chão frio, aproveitei a vantagem de estar por cima para esticar sorrateiramente a mão na direção da munição da arma que havia saído desta quando a deixei cair. Coloquei-a no bolso de trás da calça por baixo do vestido e peguei a arma, dando uma coronhada na cabeça de Aleksander. Este desmaiou e eu aproveitei para me levantar e procurar o celular dentro de minha bolsa. Precisava urgentemente chamar a ambulância para vim socorrer Justin.

- Droga! – Exclamei ao ver que o celular não estava lá. Provavelmente minha colega de trabalho havia roubado os remédios e o celular.

O que eu faria agora? O plano de atirar em Justin e fazer Aleksander acreditar que eu havia o matado não era de toda a certeza. E se caso eu não houvesse errado o tiro propositalmente e este realmente atingisse o coração dele? Ele morreria, nada daria certo! Ele precisava de socorro urgente!

Tentei ligar do telefone residencial, mas Aleksander cortara todas as linhas.

Eu não tinha a menor coragem de matar Aleksander, por isso tirei a munição da arma para deixá-lo de mãos atadas quando despertasse do desmaio que eu causei com a coronhada. No entanto, no momento que ele acordasse, ele me mataria de outro jeito sem a arma; eu não conseguiria tirar Justin dali e eu precisava fazê-lo sair para até mesmo fazer os curativos do tiro.

Eu precisava concluir meu plano impreciso. Justin provavelmente estava a salvo, afinal, eu errei o tiro fazendo parecer que acertei, como Derick me ensinou certa vez. Contudo, eu ainda precisava me livrar de Aleksander sem matá-lo, eu não tinha coragem... Mas como? Sem socorro para Justin e sem a polícia eu estava de mãos atadas! Eu precisava ao menos ligar para a ambulância!

- O que eu faço?! – Perguntava a mim mesma. – As chaves do carro!

Procurei nas roupas de Aleksander minhas chaves e as encontrei. Eu provavelmente não havia percebido quando ele tirou as chaves. Deveria ter sido no momento em que ele colocou a mão por debaixo de meu vestido, sobre minha calça jeans.

Corri para fora da casa e avistei o carro atrás do portão. Eu só precisava abri-lo para tirar Justin dali... Só isso.

Ao forçar para abrir o portão, constatei que este estava trancado com o controle que somente os seguranças tinham. Ao olhar para o lado de fora da propriedade, constatei que eu estava perdida. Os corpos dos seguranças jaziam lá perto, cobertos por sangue. Aleksander os matou.

Voltei para casa, sem esperanças, quando vi o celular de Justin praticamente reluzir de dentro de seu bolso.

- Parece que você não pensou em tudo, Aleksander. – Falei enquanto discava os dígitos para chamar o socorro no celular de Justin.

- Plano bem bolado em pouco tempo, no entanto, o meu foi mais cuidadoso. – A voz de Aleksander soou atrás de mim. – Passa o celular, agora.

- Não! – Virei meu corpo na direção dele abruptamente, enquanto esperava a chamada completar.

- Passa o celular, Kate. Eu vou atirar e estourar todos os seus miolos agora.

- EU NÃO VOU PASSAR NADA! – Pus-me em frente a Justin, que aos poucos despertava e abria os olhos.

- Oh, que lindo! Ela está em frente ao amado para protegê-lo de mim! Você se arriscou esse tempo todo por ele não é?! Vai morrer por ele?! Hein?! Me diga! Me diga que vai levar um tiro e deixar seu próprio corpo se desfazer em sangue sobre ele! Vadia burra! Achou mesmo que eu cairia no seu joguinho de matá-lo? Velho truque do tiro que parece certeiro, mas não é! Me dá o celular!

- Vai me matar de qualquer jeito não é? Então faça agora!

- Kate... – Justin sussurrou atrás de mim.

- Você vai sair daqui, Justin. Eu juro. – Falei baixo para só ele ouvir.

- Ele morrerá, isso vai acontecer. Contudo, você será meu prêmio, querida. Por vingança você ficará comigo e eu destruirei sua vida aos poucos, até você definhar. Eu tenho prazer em ver uma pessoa sucumbir à morte, por isso não vou matar você agora. Mas... Se não me der o celular eu estouro seus miolos!

- Vai para o inferno! – Esbravejei e vi Aleksander disparar o tiro que não saiu. Sem munição. – Você perdeu. Perdedor, como sempre foi e sempre será.

Aleksander correu até a cozinha e eu tentei mais uma vez a ligação. Enquanto porcaria nenhuma atendia, eu fiquei a me perguntar o que ele fazia na cozinha, quando o vi sair desta armado de uma faca:

- Armas brancas. Não precisam de munições. – Aleksander se aproximou devagar.

- Consegue andar, Justin? – Perguntei aflita a ele.

- Acho que sim... Ahhh... – Justin pressionava o local em que recebeu o tiro com a mão, enquanto reclamava de dor.

- Então pegue o celular e saia daqui o mais rápido que puder. Não esqueça de continuar ligando para que venham socorrer você.

- E quanto a você?

- Estarei logo atrás de você...

- Eu só... Só saio daqui com você!

- Não seja bobo, vá embora!

- Kate...

- Porque quer ficar? Eu só causei mal a você! Salve sua vida e console-se sabendo que recebi meu castigo!

- Não posso... A-Amo você, Kate! Não posso deixá-la aqui!

- Eu também te amo, meu amor... Mas, eu juro que não sobreviveria se algo acontecesse a você! Você precisa sair daqui e acreditar que vou estar logo atrás de você!

Justin saiu correndo como eu havia pedido e eu saí logo atrás dele, constatando que estava com as chaves e a munição em meu bolso.

Ao alcançarmos o portão tentamos abri-lo, no entanto, este estava fechado com o controle remoto.

- Diga que tem como abrir isso aqui. – Implorei a Justin.

- Com o controle remoto, mas o meu controle está lá em cima.

- E o dos guardas?

Justin apontou para o lado e eu vi os corpos dos seguranças, jazendo em poças dos próprios sangues. Como Gabreal podia ser tão frio?

- Eu vou lá pegar. Onde está?

- Kate, você não entra mais ali!

- E como vamos sair, hein? Eu tenho que ir, Justin. Diga-me exatamente onde está.

- E se ele pegar você?

- É um risco que temos que correr.

- Já corremos muitos riscos hoje e preciso saber que sairemos vivos daqui.

- Para viver, antes, precisamos sair.

- E você vai simplesmente morrer para nos livrar daqui?

- Justin, eu entrarei.

- Eu vou contigo.

- Não!

- Eu vou sim!

Justin puxou-me pelo braço e entramos novamente na imensa casa.

Assim que constatamos que Aleksander estava longe, entramos no quarto e após revirarmos quase tudo, encontramos o tal controle.

Saímos rápido como entramos e eu ouvi Aleksander gritar meu nome. Com o susto, a munição caiu do meu bolso traseiro, mas decidi continuar a correr rumo à liberdade quando tiros foram disparados em nossa direção.

Por sorte, nenhum tiro nos acertou e quando Aleksander tentou sair atrás de nós, o portão foi fechado, trancando-o na propriedade.

- Justin, está bem? – Perguntei dentro do carro, enquanto dirigia afobada para o hospital mais próximo.

- A dor está piorando...

- Óbvio. Tem uma bala perto de seu coração e isso queima. Queima muito.

- Estou sentindo exatamente isso e mais um pouco... Ahhh... – Justin gemeu baixo.

- Agüente mais um pouquinho ok? Logo você estará bem e... Justin! – Ele havia desmaiado novamente. – Você precisa correr, Kate! Precisa salvá-lo!

Justin foi atendido às pressas e me foi informado que ele teria que passar por uma cirurgia para retirar a bala. Meu coração foi tranqüilizado por saber que não era grave.

Vi um alvoroço entre as pessoas quando viram o astro da música entrar desacordado no hospital. Eu sabia que logo teríamos que inventar uma mentira qualquer para justificar um Justin baleado, mas eu podia pensar nisso depois. A mídia ficava para depois; Justin sempre estava em primeiro lugar.

O celular de Justin vibrou em meu bolso e eu vi no visor o nome de Pattie.

- Kate! Onde está meu filho?! Porque eu cheguei em minha casa e encontrei uma cena de diversas mortes?! A polícia acabou de me fazer várias perguntas as quais não consegui responder, pois de nada sei! O que aconteceu aqui?! Porque Aleksander está sendo preso?! De onde ele surgiu?! Por Deus, o que houve?!

- Acalme-se Pattie, há uma explicação.

- Como você explica suas digitais numa arma que pertence a Aleksander?

- Eu atirei...

- Nele não foi. Aleksander não está baleado.

- Em Justin.

- Você atirou... Por quê?

- Para protegê-lo, Pattie.

- Como você o protegeu? Matando-o?!

- Justin e eu estamos no hospital onde você o internou doente quando ele era pequeno. Ele está, nesse momento, passando por uma cirurgia para a retirada da bala.

- Estou indo para aí.

Pattie desligou. Eu sabia que ela me odiaria para o resto da vida, mas não tinha importância. Eu me afastaria de Justin se necessário, contanto que eu soubesse que ele estaria bem e longe do perigo.

Quando Pattie chegou, senti meus pêlos se eriçarem e meu coração congelar dentro de meu peito. Ela tinha a face endurecida e a voz não era passiva:

- Me diga o que aconteceu. Agora.

Após eu contar tudo a Pattie, - desde quando Gabreal apareceu em nossas vidas com Leah até o ataque que ele cometeu a Justin – ela abaixou o rosto e ao voltar a olhar em meus olhos, pronunciou de forma amargurada:

- Vá embora daqui.

- Pattie...

- Saia daqui agora ou eu mando os seguranças tirarem você daqui.

- Você tem toda a razão em querer que eu saia. – Uma lágrima escapou. Meu coração se degenerava aos poucos.

- Você destruiu a vida do meu filho. Vá embora e não volte nunca mais.

Levantei-me, aos prantos, e fui até o estacionamento do hospital. Abri meu carro e dirigi para um hotel qualquer. Minha vida estava destruída.

Joguei-me na imensidão da cama do hotel não barato e comecei a pensar sobre todos os últimos acontecimentos, enquanto meu choro baixo não cessava.

Eu possuía mais culpas e pecados do que Aleksander, afinal, ele buscava vingança, mas eu... Eu busquei a ele por desejo e acabei destruindo a casa de Justin, a vida dele e conseqüentemente, ganhei o ódio de Pattie e possivelmente o ódio de Justin. Ódio tão grande que ocasionou minha saída da vida de Justin, minha expulsão dela feita por Pattie, com toda a razão.

Eu havia me magoado ainda mais traindo a Justin, pois agora eu não o tinha mais nem de longe. Agora eu não o tinha, em todos os aspectos. Agora eu era um nada, alguém sem razão nenhuma para viver.

Com o cessar lento e doloroso das lágrimas, peguei no sono, quando pela manhã, bem cedo, recebi uma ligação do delegado de polícia:

- Senhorita Kate Clarckson?

- Ela mesma.

- Aqui é o delegado Yareli Gadinois. Não temos sua localização, então decidimos ligar para o celular de Justin achando que este ainda estaria com a senhorita. Poderia comparecer a delegacia para prestar depoimento?

- Claro, em dez minutos chego aí.

Arrumei-me e dirigi até a delegacia. Estacionei e ao entrar, cumprimentei o delegado de nome estranho e quando me foi perguntado, contei tudo o que eu sabia:

- Kate, posso chamá-la assim?

- Pode sim.

- Aleksander confessou todos os crimes e tudo o que ele disse coincide com o que você falou e com o que Pattie falou, exceto o fato de ele afirmar que Justin foi cúmplice de Scooter.   

- Não é verdade. Quanto ao plágio da música, ao processo que ele respondia e ao assassinato de seu pai Aleksander era inocente, mas Justin não teve muito haver com isso. Justin não concordou, mas não fez nada para impedir quanto ao roubo da música feita por Scooter. Scooter abriu um processo contra Aleksander, Justin mais uma vez discordou, mas não fez nada para impedir. Foi até aí, delegado. Quanto à prisão injusta de Aleksander pela morte do próprio pai e a morte encomendada deste na cadeia, Scooter fez tudo ao longe de Justin, sem que ele nem fizesse idéia destes crimes do senhor Braun.

- Kate, você e Pattie têm uma relação afetiva com Justin. O depoimento de vocês quase não tem valor algum diante do depoimento do injustiçado Aleksander.

- Então agora ele é inocente? Delegado, Aleksander não era mau no passado, mas hoje, ele é um monstro. Quanto a Justin, tanto no passado quanto no presente ele foi bom, só não discordou do que deveria discordar. Se o depoimento de Pattie e o meu não valem, o depoimento de pessoas da Universal que sabem dessa história valerá. Eles falarão a verdade, delegado.

- Aleksander foi inocentado pelos os crimes que Braun cometeu e colocou a culpa nele. Contudo, Aleksander hoje é acusado por identidade ideológica, estelionato feito à Leah Simon, o assassinato de um criminoso na cadeia, o assassinato de outros criminosos aqui fora, o assassinato dos seguranças da casa de Justin, a tentativa de assassinato a você e a Justin, o assassinato de Scooter Braun e o assassinato de Leah Simon, a quem ele seduziu, enganou, usou, roubou e matou por fim. O corpo da empresária da Universal foi encontrado em um barranco... Esfaqueado e desmembrado, também carbonizado. Ela foi identificada pela a arcada dentária.

- Meu Deus... – Engoli em seco. Desmembrado... Aleksander não teve pudor algum em arrancar impiedosamente cada membro de Leah. Podia ser eu, pensei. Ou Justin... Eu não suportaria. - Ele confessou tudo?

- Sim. Ele só não disse a localização da moça, mas confessou que a matou.

- Porque ele fez isso?

- Ele é louco, Kate. E confiante.

- Confiante?

- Acho que Aleksander ainda acha que escapará da sanção por seus crimes.

- É possível?

- Não. Até condenado à pena de morte ele será.

- É melhor eu não obter os detalhes.

- Aleksander afirmou que a causa de haver suas digitais na arma dele é porque você atirou em Justin. É verdade?

- Eu não vou mentir, delegado. Eu atirei em Justin.

- Isso torna você cúmplice de Aleksander.

- Não! Não foi esse o motivo!

- Aleksander afirmou que você disse que queria matar Justin porque faria tudo por Aleksander. Porque se apaixonou por ele.

- É mentira. Eu fiz Aleksander acreditar nisso, para que eu conseguisse ganhar tempo para pensar num plano para sair dali com Justin. Atirar em Justin foi um modo de eu tentar ganhar a confiança de Aleksander por alguns momentos.

- Ele disse que você atirou no coração. Para matar.

- Se isso fosse verdade, Justin não estaria vivo agora.

- Você errou...

- Propositalmente, não por acidente como Aleksander deve afirmar. Eu assisti em uma série de TV, um presidente que atirou em si para forjar a própria morte. No entanto, ele tinha planos para fugir enquanto a nação acreditava que ele havia morrido. Ele atirou próximo ao coração, mas de modo que o órgão não fosse afetado, fazendo com todos acreditassem em seu óbito, mas não passou de algo forjado por ele mesmo. Um tiro que parece para matar, mas é um erro proposital para salvar. Foi nisso que pensei, eu juro.

- Seria muito corajoso de sua parte para salvar seu amado, mas... O fato de tê-lo o traído deixa em suspeita suas afirmações. Somente o depoimento à seu favor de Justin poderia não incriminá-la. Acha que ele faria isso?

- Justin é verdadeiro e honesto. Ele dirá a verdade.

- E se você influenciá-lo?

- Por Deus! Isso nem poderia acontecer! Pattie deixou ordens expressas para mim e para o hospital proibindo minha entrada lá. Eu não posso nem passar perto dele quanto mais influenciá-lo!

- Tudo bem, então... Amanhã de manhã mandarei o detetive Rupert Darse recolher o depoimento dele.

- Mas ele está convalescente!

- Não fará mal a ele, tenha certeza. Preocupe-se com você, mocinha.

- E quanto a Justin? Ele não será acusado de nada não é?

- Se for verdade o que você e Pattie afirmam... Ele responderá um processo por plágio em liberdade. Talvez faça alguns trabalhos sociais e somente isso. Contudo, se for mentira, ele poderá até ser preso por ter sido cúmplice de Braun nos crimes que ele cometeu.

- Não será preso. Justin não foi cúmplice de ninguém.

- Por hoje é só, Kate. Pegue, é o cartão do detetive Darse. Precisando, ligue para ele.

- Obrigada, delegado. E... Desculpe por qualquer coisa que eu tenha feito.

- Sem problemas. Até outro dia, Kate.

- Até.

Voltei para o hotel e à tardinha recebi a visita de todas as minhas amigas, amigos e seus respectivos filhotes. Aquele quarto de hotel não tinha espaço para mais nada.

- Então já saiu nos noticiários?

- Sim, Kate. – Respondeu Mathew, de boca cheia, enquanto mastigava um pedaço de pão de milho. – Justin baleado. É só do que falam.

- O que mais sabem?

- Não sei, provavelmente de mais nada. Não há fotos dele baleado, não há motivos para isso ter acontecido, mas há pessoas afirmando que o viram entrar no hospital, desacordado, baleado e acompanhado da esposa. Afirmam também terem visto Pattie entrar em seguida, e você sair assim que ela entrou. Chorando.

- Ficará a cargo de Pattie e Justin inventarem uma história qualquer. Inclusive explicar porque ele e eu não estamos mais juntos.

- E você? – Perguntou Angelina, enquanto David pulava em seu colo.

- Eu ficarei na minha. A mídia me perturbará e eu confirmarei a história que Justin e Pattie contarem. Logo serei esquecida e eu já não farei mais parte da vida de Justin. 

- Acha que a mídia saberá da morte de Leah? Sim, porque já a deram como desaparecida.

 - Já sabem, Willy. – Falou Dayse. – Ontem à noite o delegado Yareli confirmou que Leah Simon havia morrido e que haviam encontrado o corpo dela. No jornal, ele disse também que todo o restante sobre a morte de Leah Simon seria mantido em segredo de justiça.

- Será que eles falarão do envolvimento de Aleksander com o caso de Justin e Leah? – Mais uma pergunta. Desta vez, de Marie.

- Provavelmente não. Mesmo com ela, ele pouco aparecia como Gabreal. Ele apareceu na TV como Aleksander na época da história do plágio e logo depois foi dado como morto na cadeia. A polícia com certeza não relacionará Aleksander com Gabreal. Aleksander continuará morto até sua verdadeira execução, quando ele vai morrer de verdade. Gabreal poderá até mesmo ser suspeito pela morte de Leah, mas a polícia deverá inventar uma morte para ele também. Ficará o mistério para a mídia: “quem matou Leah Simon?”. Não relacionarão Aleksander ou Gabreal com Justin. Nem com o fato de ele ter sido baleado, nem com o fato de eu ter... Vocês sabem. O bom é que a casa de Justin fica afastada, não há vizinhos por perto e não há ninguém que possa falar do que aconteceu naquela noite.

- Pattie se impôs como mãe e proibiu Justin de voltar a ver você. Acha que ele obedecerá à mãe?

- Não me incite que Justin e eu podemos voltar a ficar juntos. Isso é impossível, Caitlin.

- Justin é um bom filho, Kate, eu o conheço. Contudo, ele ama você e não há Pattie nesse mundo que mande nele nessa situação. – Disse Caitlin, sorrindo.

Para ver foto, acesse: http://jbieberlovers.files.wordpress.com/2010/07/126565963.png

O detetive Rupert ligou no dia seguinte e disse-me que Justin já havia dado depoimento pela manhã. Com isto, qualquer suspeita criminosa sobre mim havia sido deletada.

Depois de alguns dias, Rupert voltou a ligar somente para avisar que Justin havia sido inocentado com o depoimento das pessoas da Universal. Agora, ele só responderia por plágio.

Certa tarde, recebi uma visita inesperada:

- Derick?

- Olá.

- Eu não estou com cabeça para brigar, menos ainda para agüentar qualquer maldição que você venha jogar para mim. Por favor, se retire.

Derick estendeu um papel em minha direção. O divórcio.

- Eu já assinei. Só falta sua assinatura.

- Como eu saberei que isso é válido, Derick?

- Se me acompanhar até o cartório. Nossos advogados já estão à nossa espera lá.

- Eu não consigo confiar em você.

- Eu entendo, por isso você guiará o carro até lá. – Derick estendeu as chaves em minha direção.

- Vamos em meu carro.

Durante todo o percurso até o cartório, Derick não tentou nada. Na verdade, ele havia sido sincero. Certifiquei-me de todas as formas de que aquilo era válido e no fim do dia, judicialmente Derick e eu não éramos mais casados.

- Obrigada. – Quase em um sussurro, agradeci na porta do hotel.

- Eu só quero que você saiba que eu fiz isso por que... Ninguém sabe, Kate, mas... Dave e eu concordamos em me internar. Estive passando por um tratamento durante este tempo em que ninguém tinha notícias minhas. Eu estive muito doente, Kate, mas estou melhor. Aprendi a controlar meus impulsos, sei que tenho uma doença mental grave e que não tem cura, mas... Vai dar tudo certo e eu já não queria mais prender você a mim. Sinto muito por tudo o que eu fiz e por tudo o que você passou de uns tempos para cá. Espero sinceramente que você seja feliz e volte com Justin. Pode não parecer para os outros, mas para mim, ele é a pessoa certa para você. Honestamente, perdão por tudo o que fiz.

- Eu também errei com você, Derick. Eu sempre me julguei boazinha demais e no final... Eu sou a pessoa menos perfeita dentre todas as que me cercam. Me perdoa?

- Ninguém é perfeito, mas você ser errada te faz aprender muito, e se tornar bem melhor do que você é agora. Não se desculpe por nada.

- Você acabou de fazer muito por mim. Eu não tenho como agradecer...

- Fique com minha empresa. Administre-a, deixe-me passá-la para seu nome, deixe-me torná-la sua.

- Não, Derick. É sua empresa, sua herança.

- Mas não é o que eu quero, Kate. Eu descobri algo que eu sei fazer muito bem durante este tempo. Eu gosto de pintar, fazer quadros... Eu não quero mais ser dono daquela empresa. Tenho uma viagem na semana que vem para Chicago, eu terei a oportunidade de começar a trabalhar profissionalmente com pintura. Mas eu preciso de alguém para ficar com a empresa. Dave não quer, só me resta você.

- Nem é o que eu quero, mas...

- Eu entendo. Darei um jeito...

- Mas eu aceito a empresa.

- Sério? Então amanhã mesmo acertaremos tudo, Kate! Você será a nova dona da DM World!


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Notas finais do capítulo

Último Capítulo: momentos felizes, momentos tristes. Um novo segredo. Uma Lisy despedaçada.



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