O Diário de Kate escrita por Yass Chan


Capítulo 21
Capítulo 18 A Pior Das Traições


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei, mas é que aqui no meu estado tem chovido muito e com tantos trovões e relâmpagos não pude ligar o PC para escrever. Além do mais é um frio que nem consigo levantar da cama kkkk'
Capítulo com fotos. Total de fotos: 1



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Estremeci e eu acho que meu coração parou de bater por um segundo. Como Gabreal sabia do mascarado?! Como ele sabia o que eu havia acabado de pensar?! O que mais ele podia saber sobre mim?! No que eu havia me metido...


Está assustada, Kate?

– Não estou assustada.

– O modo como você apertou o lençol contra o próprio corpo prova o quanto você está assustada.

– Como você sabe sobre o mascarado? – Perguntei. Por incrível que pareça, apesar de estar com medo de Gabreal, eu precisava de respostas e ele parecia ter a maioria delas.

– O próprio mascarado me contou e... Eu sou o fornecedor das rosas vermelhas.

Como eu não havia reparado que em todo o apartamento de Gabreal havia rosas vermelhas?

– Fornecedor?

– Trabalho com flores, Kate. Tenho uma floricultura aqui no bairro. Digo, eu tinha. Faz pouco tempo que a vendi para um vizinho.

– Se o mascarado contou a você então você sabe quem ele é...

– É claro que sei.

– Então me diga! – Ordenei.

– Ninguém me dá ordens, garota. – O tom de Gabreal se tornou ameaçador.

– Não sou garota. – De onde aquela coragem havia saído? Eu estava enfrentando um desconhecido que agora mantinha uma expressão levemente diabólica e com um tom de voz de arrepiar.

– Está agindo como uma.

– O que você quer para me dizer quem é o mascarado? Quer que eu implore?

– Eu gosto disso.

– Gosta do quê?

– Do modo como você está me enfrentando mesmo que já sinta tanto medo a ponto de estar arrepiada.

– Eu tenho motivos para ter medo?

– Não agora. Eu tenho sido um anjo.

– E antes?

– O meu passado me levaria para o inferno. – Outro sorriso amedrontador.

– Quem é o mascarado? – Repeti a pergunta, ansiando para que ele não percebesse o quanto aquela declaração sobre seu passado havia me assustado.

– Justin. Seu marido não é? – Na palavra “marido” havia deboche.

– Justin? Ele queria apimentar nossa relação? – Desdenhei. Aquilo não fazia sentido. – É mentira.

– E quem é o mascarado então?

– Você, é claro!

Gabreal soltou uma risada. Uma alta e longa risada. Mais uma vez ele ria de mim, como se eu passasse a maioria do tempo estarrecida e de boca aberta enquanto olhava para ele. Como se eu fosse idiota.

– Você deve estar pensando que eu acho você uma idiota.

– Como você sabe? – Por Deus! O que eu havia acabado de falar? Naquele momento eu tinha certeza de que eu era idiota. Havia feito o que ele queria: estava estarrecida com o fato de ele praticamente adivinhar o que eu estava pensando.

– Você está cômica hoje, mas eu entendo. Está com medo. Sou tão assustador assim?

– Gabreal, quem é o mascarado?

– Justin, eu já disse.

– Não pode ser!

– Eu sei que você devia estar sonhando com que fosse eu. Entendo que você queira que seja eu, mas não sou eu! O mascarado é o Justin.

– Para quê?

– Já pensou na hipótese de seu namoradinho não confiar em você?

– Ele confia!

– Ele disse que confia?

– Disse!

– Mas não confia, e tem motivos para isso já que você está completamente despida, na minha cama.

– Mas antes eu não dava motivos.

– Não mesmo? Você traiu Derick com Mathew. Você traiu Derick com Justin e Justin com Derick. Você é safada e Justin sempre desconfiou disso.

– E como você sabe de tudo isso? – Ele sabia de coisas que só as pessoas mais íntimas minhas sabiam.

– Justin me contou.

– Vocês são amigos a ponto dele contar a minha intimidade a você?

– Somos. Justin e eu nos conhecemos há anos, Kate. Há muito mais tempo do que Leah o conhece. E também amigos são mais confiáveis do que namoradas. Ainda mais se elas forem como você... Infiéis.

– Vai me dizer que ele também passa mais tempo com você do que comigo?

– Pergunta errada e sem graça. – Gabreal se aproximou. – Pergunta certa: porque inventar o mascarado? – Gabreal se aproximou mais ainda. – Resposta: mulheres ficam encantadas com homens misteriosos que as salva dos vilões. Justin me contou sobre Derick, Mathew e ele próprio e o quanto eles foram importantes na sua vida. Aí, eu, mal como só eu sei ser, implantei a semente da discórdia. Assim, como quem não quer nada, perguntei a ele se ele ficava apreensivo com o fato de você estar com um homem e trair esse homem. Justin ficou pensativo e eu dei a idéia do mascarado. Assim, ele poderia saber se você é infiel ou não, sem ser traído realmente. Você iria sentir atração por um homem desconhecido e mascarado, sem saber que era seu próprio namorado. Se você desse brechas para o mascarado, Justin descobriria que você não presta. Se não, mar de rosas para vocês.

– Mascarado... – Ponderei por um instante. O que Gabreal falava fazia sentido, afinal, eu fui infiel. – Espera aí! Não bate! Os olhos de Justin são claros, os do mascarado eram negros! E tem outra coisa... Era você na porta da minha cabine no cruzeiro e quando eu fui atrás de você, você evaporou, mas uma rosa vermelha ficou no chão.

– E por isso você acha que eu sou o mascarado?

– Sim!

– Eu já disse que eu trabalhei com flores, Kate. Eu fornecia as rosas vermelhas a Justin. Eu estava no cruzeiro com Leah e realmente era eu na porta da cabine.

– Você deixou cair a rosa?

– Sim, eu quis instigar você.

– Você é o mascarado...

– Não...

– E os olhos? Os olhos eram idênticos aos seus!

– Gostou dos meus olhos, Kate?

– Estou falando sério! Passava a mesma impressão de perigo que os seus passam! Justin tem o olhar diferente, os olhos dele são mais claros! E porque você vivia de óculos?

– Você falava demais sobre o olhar do mascarado e como este a hipnotizava. Justin sabia disso. Você comentou com ele.

– Não muda nada...

– Tem certeza? Os olhos de Justin longe da claridade... Claros ou escuros?

Escuros. Os olhos de Justin eram claros, lembrava mel, um tom meio amarelado, mas só na claridade. No escuro, como em todas as vezes em que eu havia visto o mascarado, os olhos de Justin eram escuros.

– Escuros.

– Ele é o mascarado, Kate.

– Porque você vivia de óculos?

– Eu tenho que responder a essa pergunta? Dica: se eu realmente fosse o mascarado nunca deixaria você ver como são meus olhos realmente.

– Porque você colocou os óculos mais cedo quando Pattie se aproximou?

– Eu nem vi de longe a Pattie hoje.

– Esquece... – Engoli em seco e baixei o olhar. A minha infidelidade estava indo às alturas. Justin suspeitava de mim, e com toda a razão. – Você traiu a confiança de Justin. Ele confiou em você e te tem como um amigo, segundo o que você falou. Contudo, você é o homem que esteve comigo essa noite. Última pergunta: por quê?

– Eu já disse. Você me atrai.

– Só por isso? Sua amizade com Justin vem de anos atrás como você disse.

– Terminei com Leah por sua causa. Porque eu não trairia a confiança de Justin?

– Atração? Fala sério, ninguém faz isso por atração física!

– Os tarados fazem coisas piores.

– Eu vou embora. – Quando fiz o primeiro movimento para sair da cama, Gabreal impediu minha passagem ficando à minha frente. – O que você quer?

– Você.

– Olha, sem gracinhas ok...

– Falo sério. Nunca foi alteração por causa do álcool, ou coisa do tipo. Eu te atraí até aqui hoje por um motivo: levar você para cama.

– Você está me tratando como uma vadia!

– Você está adorando.

Levantei-me e tentei esbofeteá-lo, mas ele segurou meu pulso antes que eu pudesse concluir minha intenção.

– Você não quer fazer isso...

– Qual o seu problema? Porque apareceu na minha vida? – Perguntei.

– Destino, querida.

– Eu preciso voltar para casa. Adeus, Gabreal.

Depois de juntar o máximo de coisas minhas e vestir minha roupa, antes de sair pela porta do apartamento, ouvi Gabreal falar:

– Esperarei ansiosamente o seu retorno.

– Eu não vou voltar. Nunca.

Sai de lá e peguei um táxi na porta do prédio. Meu coração estava em disparada e eu sentia o ar comprimir meu peito. A verdade é que por mais que trair fosse errado, eu não estava arrependida. Meu único arrependimento era de ter sido com Gabreal, pois de um momento para o outro, a confiança que eu tinha nele se dissipou, restando apenas o medo e a... Atração. O mistério envolto dele me atraia, me puxava para ele. O fato de ele assustar era atraente.

Cheguei em casa por volta de meia noite e meia e encontrei uma Pattie sorridente no sofá da sala:

Para ver foto, acesse: http://www.jbieber.com/wp-content/uploads/pattie1.jpg

– Ainda acordada, Pattie? – Como eu podia falar com a mãe do cara que eu traí? Que confusão! Amar Justin, Pattie... Atração por Gabreal... Que inferno de vida!

– Acabei de acordar, pois o telefone tocou. Ligação de Justin. Ele ligou para seu celular, mas me disse que caiu na caixa postal.

– Caixa postal? – Coloquei a mão no bolso de trás de minha calça. Celular desligado. Só podia ter sido Gabreal.

–Ahn, meio estranho o que vou falar, mas você estava de cinto quando saiu e agora não está mais. – Pattie estava desconfiada e a expressão dela demonstrava isso.

– Precisei usar o banheiro.

– E tirou o cinto inteiro e o esqueceu?

– É porque esse tipo de cinto é para enfeite e não é necessário, sabe.

– Hum... Sei...

– Eu vou subir, estou cansada. Boa noite, Pattie.

– Boa noite, Kate. – Pattie tinha um tom de voz austero.

Que noite foi aquela? Que coisas descobertas e encobertas haviam sido aquelas na casa de Gabreal? E mais essa de Pattie desconfiar sobre meu suposto jantar de amigos...

Eu me odiava por saber que eu havia gostado de estar com Gabreal e não me arrepender disso. Odiava-me por ter feito o que fiz com Justin. Tê-lo traído e agora saber que ele desconfiava era algo terrível.

Tentei dormir, mas o sono não chegava. Permito-me citar que talvez eu tenha cochilado durante uns vinte minutos.

Quando Justin voltou para passar uma semana em Atlanta, resolvi não contar sobre a descoberta de que ele era o mascarado. Afinal, se eu contasse, eu teria que contar como descobri, sendo assim, chegaria em Gabreal e se ele contasse da minha traição a Justin, o mundo acabaria para mim.

Eu era tudo o que Derick um dia me chamou e tudo o que Gabreal falou que eu era. Por quê? Somente durante a semana que Justin estava em Atlanta eu não estive com Gabreal. No restante dos dias (quase todos os dias) eu encontrava Gabreal. Mesmo que ele assustasse de vez em quando, estar ao seu lado foi a melhor coisa que me acontecia nos últimos meses. Amar Justin era algo imutável, no entanto, eu me sentia melhor com Gabreal do que com ele. Gabreal tinha todo o tempo do mundo para mim, Justin perto de mim estava distante tratando dos negócios.

O tempo passava rápido, os anos corriam e era impressionante o fato de estarmos perto da chegada de 2014*.

(*2014? Sim, o tempo corre aqui. Em uma parte da fic eu quis deixar os personagens no mesmo ano em que o nosso então como os anos aqui na história passam mais rápidos que os nossos, eles estão (muito) adiantados um ano a mais que a gente. Espero que tenham entendido.)

Em 2013, Justin e eu fizemos três anos desde que nos conhecemos e não pudemos comemorar juntos. Ele estava ocupado.

Certo dia quando eu ia me encontrar com Gabreal, Pattie bateu à porta do quarto enquanto eu estava acabando de colocar um lado dos brincos:

– Vai sair, Kate?

– Vou dar uma passada na casa de Dave e Angelina. – Menti descaradamente.

– Posso ir com você? Estou louca para ver David agora que ele tem quase dois aninhos!

– E-Eu...

– Você não vai para lá não é? Kate, seja sincera comigo. Eu não estou aqui para te julgar ou algo do tipo. Me fale a verdade.

Eu precisava ficar calada. Se eu negasse e Pattie soubesse de alguma coisa, eu seria sonsa mais do que eu já estava sendo. Se eu confessasse e ela não soubesse, pior ainda. Ficar calada e deixar que só ela falasse era a melhor opção.

– Bem, eu sei que meu filho não tem sido o melhor marido do mundo. A verdade é que ele não tem maturidade para constituir uma família. Ele ainda é jovem demais e tem uma carreira muito intensa e que toma muito tempo dele. Sei que você tem estado sozinha, muitas vezes abandonada por ele e ele tem a maior culpa nisso, mas o que você tem feito é ainda pior. Eu não deveria ter permitido essa união de vocês, pois eu deveria saber que daria nisso. Eu deveria saber que a distância se instauraria e tudo acabaria nesse ponto crítico. Kate, eu não tenho provas, mas... Esquecer tantas coisas em tantos lugares diferentes e recuperar todas numa nova ida a esses lugares não faz sentido. Confie em mim, eu sou sua amiga. Você tem outra pessoa, Kate? Você trai meu filho?

Eu não tive outra reação a não ser chorar. Aquele choro era uma confissão e por meio dele eu queria contar tudo a Pattie, queria dizer a verdade e me livrar daquele peso que me consumia por dentro. Pois se eu não sentia culpa por fazer aquilo com Justin, eu sentia culpa por enganar Pattie:

– Ah querida, - Pattie começou. – Eu também tenho culpa nisso, eu deveria ter impedido a união de vocês, eu deveria... Ao menos ter feito vocês esperarem mais um tempo.

– Não seu culpe, Pattie. O maior erro foi o meu, a traição foi minha.

– Kate, eu preciso saber... Você ainda ama o Justin?

– Eu amo sim. Amo muito!

– Então você terá que deixar esse cara com quem você sai, ou então eu terei que contar a Justin. Me entenda... É meu filho e por mais que grande parte do erro seja dele, eu não posso... Você me entende não é?

– É claro, Pattie. Eu colocarei um ponto final nessa história... Eu tenho que colocar...

Quanto mais coisas eu falava, mais eu mentia e o tempo esfregava em minha cara que eu era dissimulada.

Eu não procurei Gabreal para terminar tudo, no entanto, não o encontrei mais até o dia em que Gabreal apareceu na porta do banco, quando eu saia do trabalho:

– O que é que você está fazendo aqui? – Perguntei, surpresa.

– Oras, vim buscar você para um passeio. Chegou um...

– Gabreal, eu confesso que não tive coragem de te procurar para dizer isso, mas... Acabou. A Pattie descobriu e eu não quero correr o risco de o Justin descobrir, porque eu não quero me separar dele. Eu sempre deixei claro que eu o amo e isso é imutável.

– Mesmo? Interessante... Então, você pode me dar uma carona até em casa não é?

– Não. Eu não posso chegar tarde em casa, pois Pattie desconfiaria.

– Pattie manda em você?

– Não, mas eu devo respeitá-la e obedecê-la.

– E por quê? Por que ela é sua sogra?

– Eu considero-a como uma mãe!

– Mas não é sua mãe e não se preocupa com você.

– Claro que se preocupa!

– Você quer acreditar que sim, mas no fundo sabe que não. Tudo o que ela faz e diz a você é por querer a felicidade do filho, e não a sua. O fato de ela pedir para que você pare de chifrá-lo é para livrá-lo do sofrimento que é ser traído.

– Mas é filho dela! Eu posso entender isso!

– Ela faz todas as vontades dele, segue todos os caprichos porque ela é coruja e adora o filho. Sendo assim, ela nunca contaria nada a ele a respeito de você traí-lo porque não quer ele sofrendo. Ela nunca aprovou Justin com você porque ela sempre achou você imprópria pela a idade e pela a experiência que você tem e ele, não.

– Prefiro não arriscar se ela vai ou não contar. Com licença, Gabreal.

– Eu vim de metrô e outro vai demorar tanto... Você pode me dar uma carona?

– Eu dou o dinheiro do táxi.

–Kate, está com medo de mim?

– Eu sempre estive. Gabreal, preciso voltar para casa.

– Tudo bem. Te vejo logo.

– Jamais...

Voltei para casa atordoada e tudo o que eu precisava era do colo de Pattie, dos conselhos, dos afagos carinhosos... Gabreal mentira e Pattie continuava sendo como uma mãe para mim, mas não a encontrei em casa quando cheguei.

Em busca de algo para comer entrei na cozinha, mas antes de achar comida, encontrei Gabreal escorado à geladeira:

– Como você entrou aqui?

– Péssima segurança, Kate. Avise a Pattie.

– Como você chegou antes de mim?

– Você demorou na farmácia. Pressuponho que deveria haver uma fila enorme não?

– Vá embora, por favor. Pattie voltará a qualquer momento.

– Adoro riscos.

Gabreal se aproximou laçando minha cintura com as mãos experientes. Tentei me afastar, mas foi em vão... Eu acabara de me entregar totalmente.

– Gabreal, isso tem que acabar...

– Quando eu quiser que acabe. Quem dita as regras sou eu e você adora isso.

Senti as mãos dele apertarem minhas coxas por debaixo do meu vestido florido.

Logo estávamos afoitos um pelo o outro, quando a porta da sala foi aberta:

– Kate? – A voz surpresa de Justin foi ouvida por mim, fazendo com que eu parasse para olhá-lo. Quando o observei, vi a expressão de Justin mudar de surpresa para assustada enquanto ele encarava sem reação um Gabreal sorridente à minha frente. – Alek... Aleksander?

Instantaneamente saí do colo de Gabreal – ou Aleksander – e arrumei meu vestido.

Que enxurrada de informações eram aquelas?

– Quanto tempo, senhor Bieber. – O sorriso de Gabreal assim como sua voz tornou-se debochado.

– Como eu não percebi antes...

– O que? O fato de Gabreal não existir e eu ser Aleksander, ou o fato de você ser chifrudo?

Justin me lançou um olhar amargurado:

– Eu suspeitei desde que o mascarado surgiu... Você é infiel, Kate.

– Justin, eu...

– Sabe por que eu não quis tomar providência nenhuma quando você reclamou sobre o mascarado para mim?

– Porque você é ele?

– Eu?! É claro que eu não me fantasiei de Zorro para saber se você era infiel! Bastou ele aparecer e você mostrar interesse para eu tirar a prova dos nove. Naquela manhã no sítio, quando eu percebi uma movimentação estranha, resolvi me afastar e dar passagem para um homem mascarado que surgiu. Eu observei de longe e quando quase houve um beijo, eu percebi que você poderia me trair a qualquer momento. Eu percebi o quanto eu poderia sofrer ao seu lado. Eu percebi que você poderia ser infiel.

– Você não confia em mim...

– E eu deveria? Não, afinal, acabei de te encontrar em cima desse cara. Acabei de te encontrar com Aleksander.

–Aleksander? Como assim, que Aleksander? – Perguntei aflita, enquanto minhas mãos suavam.

– Você não contou sobre seu passado negro a ela, Justin? Oh... Agora entendo porque ela preferia tanto estar comigo...

– Que passado negro?

– O nome Aleksander não te remete a nada? Você sabe a história... Minha saída da Universal...

– Ele é... Ele é o cara de quem Scooter roubou a música!

– Foi isso que disse a ela? Diga que fez parte, diga que concordou!

– Eu não concordei!

– Se deixou convencer, o que dá no mesmo e prova o quanto você é covarde e idiota. Mas o mundo dá voltas não é? Vocês estão pagando pelo o que me fizeram... Mandei Scooter para o inferno e você está sendo traído por alguém a quem você ama... Você era meu amigo e me traiu. Ela é sua mulher e se deita com outro.

– Como assim mandou Scooter para o inferno? Aleksander... Você... Você o matou...?

– O que você acha? – A face de Gabreal era debochada.

– Como você teve coragem? Como? – A voz de Justin falhava e saia como em um sussurro.

– Ele teve coragem de encomendar minha morte e você concordou!

– Não, juro que não! Nem eu e nem Scooter! Como você acha isso? É mentira!

– Ele disse que faria. Na porta do tribunal, enquanto me arrastavam para dentro do carro da polícia para ir preso por um crime que não cometi, Scooter disse que já havia conseguido me mandar para cadeia e não demoraria para ceifar minha vida. Tudo para eu calar minha boca e esquecer que eu havia escrito a música que vocês me roubaram! Mas sabe... Todos, ouça bem: todos os caras que Scooter contratou para acabar comigo estão mortos. Inclusive o que tentou me matar na cadeia. Inclusive aquele que contratava todos os caras... Scooter.

– Você acabou com todos?

– Claro, Kate. Não se faça de boba.

– Porque você veio atrás de mim?! O que eu tenho haver com isso?! – Esbravejei.

– Você tem tudo haver. Ser traído por você, para Justin, foi pior que a morte.

– Como você arquitetou tudo isso?! Não faz sentido!

– Faz, Bieber. É claro que faz. Depois que eu fugi da cadeia, eu armei um plano durante algum tempo. Um plano de vingança que consistia em vigiar você e as pessoas ao seu redor para saber tudo sobre você. Não havia nada que eu tocasse que te fizesse tanto mal até Kate aparecer. Você a ama desde que a viu pela a primeira vez. Quando vocês anunciaram o namoro eu vi o momento ideal para agir. Comecei a vigiá-la e Derick tentou machucá-la. Salvei-a como o mascarado.

– Para quê você usou aquele disfarce? – Perguntei.

– Eu chutei que talvez você se derretesse por um homem de quem pouco conhece ou conhece nada, então o disfarce. Você se encantou com um herói mascarado como qualquer outra mulher. Esse ato mostrou que você poderia trair Justin. Era disso que eu precisava para fazê-lo pagar. Um teste que para minha surpresa, foi aprovado por seu amado. No sítio, ele me viu entrar no quarto... Ele olhou bem nos meus olhos e deixou porque não confiava em você e queria testá-la...

– O que você fez com Leah? Porque nunca mais a vi? Ela sumiu durante as filmagens ontem. – Justin interrompeu-o repentinamente.

– Ela já não servia mais... – Um sorriso diabólico brotou no canto da boca de Aleksander.

– Você a usou e a matou... – Justin parecia assustado. – Você é um monstro!

– Você gostava dela não é? Sua amiga... Traidora. Outra que traiu você. Leah era chata demais e depois que a deixei tive que matá-la. Ela queria colocar a boca no trombone.

– Ela sabia?

– Sabia, Justin, afinal, eu contei a ela a minha versão. Ela estava apaixonada por mim e faria qualquer coisa, então, pedi a ela que fizesse de tudo para te afastar de Kate para que eu pudesse me aproximar. Eu queria manter Kate carente, desconfiada... Na noite da festa no White Water, por exemplo. Ela fez com que você não soubesse para onde estava indo e eu fiz com que Marie levasse Kate para vê-los juntos. A distância se instaurou.

– Como você fez Marie me levar até lá? Como falou com ela?

– Já notou minha semelhança com o namorado de Marie? Ela caiu como uma patinha que eu era ele... Bem gostosa a Marie, hein? Um pouco de álcool, a tal semelhança... Marie despejou tudo sobre você e eu a convenci de muitas coisas, inclusive de levá-la ao White Water. O que mais quer saber? – Como era possível? Era tudo uma brincadeira para ele! Mortes, traição... Ele levava na esportiva!

– Você mentiu sobre sua amizade com Justin?

– Em partes não. Aleksander foi muito amigo de Justin. Com Gabreal, Justin se encontrou duas vezes: uma única vez durante o cruzeiro e uma outra vez no restaurante. Ele não me reconheceu pelos os óculos que eu sempre usava e também pelo o cabelo mais longo e a barba discreta. Aleksander tinha o cabelo bem curto e não tinha barba nenhuma. Eu criei um personagem. Eu criei Gabreal.

– Tudo foi armado, então nosso encontro em Bariloche também foi. Como?

– Artes maléficas de Leah. Para isso ela prestava... Ao menos para isso aquela patricinha serviu.

– Como você descobriu que eu ia para Bariloche?

– Mandei Leah drogar você para colocar uma escuta em seu quarto. Provavelmente ela pagou para uma faxineira e ela o fez. É que eu estava em Atlanta e pedi que Leah desse um jeito de me manter informado. Leah drogou você, colocou a escuta e no dia seguinte ouvi sobre a viagem. Viajei o mais rápido possível e cheguei antes de você. Feito.

– Eu não bebi e nem comi nada aquela noite. À tarde, mas o efeito de uma droga do tipo é imediato. Que meio foi usado para eu ser drogada?

– Tempo para você pensar. Tic Tac Tic Tac...

– O livro continha a droga... Por isso cheirava a ervas...

–Isso! Parabéns! – Aleksander bateu palmas. – Agora chega de conversa. Vamos fazer o que eu vim fazer. – O vi arrancar depressa do bolso uma arma pequena com silenciador e apontar na direção de Justin. – Antes que me pergunte, curiosa Kate... Vi no noticiário que a turnê de Justin terminava hoje e coloquei Pattie para fora de casa. Sabendo que você me daria um fora, armei para que você voltasse para casa e me encontrasse aqui. Minuciosamente armei com sua colega de trabalho e ela retirou seus remédios relaxantes de dentro de sua bolsa. Você foi à farmácia comprá-los, eu despistei os seguranças e entrei aqui. Justin chegou e nos pegou no flagra. O bom é que você é previsível e vulnerável não é? Gostei disso em você. Fez meu plano dar certo. Agora, fica quietinha e presencia a morte do seu amado...

– Eu atiro.

– Como é que é? – Aleksander estava incrédulo.

– Deixe-me atirar no Justin. – Pronunciei, decidida.



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Notas finais do capítulo

Próximo Capítulo, fique ligado: mesmo sabendo dos riscos, é melhor arriscar. Pattie impõe seu poder maternal e Justin decide seu futuro com ou... Sem Kate.



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