O Diário de Kate escrita por Yass Chan


Capítulo 19
Capítulo 16 Livre Demais


Notas iniciais do capítulo

Capítulo com fotos. Total de fotos: 1
Para quem quiser ouvir as duas músicas citadas no capítulo:
Mighty To Save: http://www.youtube.com/watch?v=uyVhfEsbFbs
Enjoy The Silence: http://www.youtube.com/watch?v=cpD5695Kfis



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- Agora a doente sou eu? O idiota aqui é você! Derick e aquela repórter fofoqueira tinham toda a razão... Eu não passo de uma distração para você, e nosso casamento de uma brincadeira de criança, uma aventura! O maior erro que eu cometi foi ter acreditado que você era adulto o bastante para mim, ter acreditado em você e ter largado tudo, tudo, para viver uma história de ilusões com um moleque traidor!  

- Kate, não estou mentindo! Você precisa acreditar em mim, eu nunca trairia você; eu a amo!

- Como vou saber que é verdade? Como? – Eu não poderia chorar, não era certo, pois ele perceberia a minha fraqueza e com um abraço... Deus, a raiva iria toda embora...

- Olhe nos meus olhos, Kate. Veja se estou mentindo. Os olhos são a janela da alma.

- E se sua alma for enganadora?

- Você vai saber. Quando eu a conheci, nossa ligação foi tão forte que naquele momento que nossos olhos se encontraram, eu pude ver sua alma, e ela era raivosa. – Um sorriso triste se formou nos lábios de Justin. – Vamos lá, sei que aconteceu o mesmo com você. Sei que você me conhece, sabe quem eu sou, Kate. Tudo o que sou se resume aos meus sentimentos por você, meu amor por você... Olhe para mim, olhe para dentro de mim...

Levantei os olhos devagar.

 Lá estavam aqueles olhos cor de mel que eu tanto adorava. Eles transmitiam conforto, confiança... Amor. ‘Por favor, não esteja mentindo.’, pensei.

Senti os braços de Justin envolta de mim. A curva de seu nariz em meu pescoço, as lágrimas vindas dos olhos dele escorrendo por todo o meu colo.

- Não... – A voz de Justin estava falha. – Não sabe... O quanto dói ouvir essas palavras... Kate... – Mais uma lágrima descia por meu colo.

- Dói em mim ter a sensação de ser traída.

- Que prova você quer? Quer que eu abra mão do CD que acabou de ser lançado e do clipe? Pois bem, eu abri mão nesse momento.

- Eu não quero isso!

- O que você quer?

- Quero que a Leah deixe de ser sua empresária.

- Quando amanhecer eu a dispenso.

- Jura que não teve nada com ela?

- Eu vou desempregá-la hoje. O que você acha?

- Não era preciso ser rude.

- Você foi rude primeiro. – Justin soltou-me e limpou as lágrimas do próprio rosto. Recompôs-se.

- Deixe-me cheirar você.

- Que diabos, Kate?!

Agarrei a gola da camisa dele e rastreei com o nariz qualquer cheiro que não fosse o dele. Nada, Justin realmente tinha apenas o seu cheiro habitual. Aquele cheiro que me inebriava, me ensandecia...

Justin baixou o olhar até mim e segurou meu rosto com as duas mãos. Devagar, ele se aproximou, até que nossos lábios se pressionavam com força incomum.

Respirações aceleradas, peitos que se moviam descompassados pela a falta de ar.

Justin interrompeu o contato de nossos lábios e me guiou até o quarto. Entramos e Justin fechou com o pé a porta, logo após concentrando-se em mim novamente. 

Joguei a cabeça para trás ao sentir que Justin beijava meu pescoço, e enquanto ele ocupava as mãos apertando minhas coxas, eu ocupava meus braços entorno de seu pescoço.

Não havia mais nada para ser feito. Mais uma vez eu estava entregue a ele, e para falar a verdade, eu já não achava que ele mentia sobre o jantar. Justin nunca mentiria para mim, nunca. Tudo bem que a história era estranha, mas mais estranha que a história era o fato de Leah marcar um jantar sem que os principais convidados aparecessem.

Depois do ato de amor, Justin e eu jazíamos na cama, abraçados. Resolvi desculpar-me:

- Me desculpe, Justin. Desculpe por ter falado aquelas coisas para você. A verdade é que por mais que você fosse um assassino maldoso, eu ainda te amaria e nunca me arrependeria de ter deixado tudo para trás só para viver um romance incerto com você. Eu falei sem pensar.

- Eu sei, Kate. Admito que eu também não estaria confortável se visse você em uma situação contraditória como você me viu.

- Então temos que concordar que Leah parece estar jogando contra nós.

- Hoje eu tive certeza disso. Ela me levou àquela festa sem eu saber para onde eu estava indo, e ao chegar lá, os diretores importantes da noite simplesmente nos deram um bolo.

- Mesmo assim, não dispense a Leah. Eu sei o que falei, mas acabei de mudar de idéia. Se Leah tem algo estranho, somente perto dela descobriremos. Você já pensou na hipótese de ela estar a fim de você?

- Esse é o ponto. Ela não está e eu tenho certeza disso.

- Como você tem tanta certeza?

- Leah e eu nos conhecemos há muito tempo; se fosse para termos algo, já teríamos há muito tempo atrás. Mas tanto ela como eu nunca nos sentimos atraídos um pelo o outro.

- Isso pode ter mudado.

- Não, não mudou. Leah é direta, e quando está a fim de alguém ela fala na lata, sem se importar se levará um fora ou não. Ela nunca deu em cima de mim e sempre agiu profissionalmente, ou como minha amiga que é. Além do mais, ela está louca de amores pelo o tal Gabreal. Você precisa ver como ela o trata. Ela parece a escrava dele, não a namorada.

- Então ela tem algum outro interesse em nos atrapalhar.

- Tem certeza que ainda quer que eu trabalhe com ela?

- Você quer?

- Kate, Leah é uma das melhores empresárias do mundo e é minha amiga. Sinceramente não quero despedi-la.

- Eu também quero. Por mais incômodo que seja, eu quero descobrir qual o problema dessa mulher conosco, e também provar a você e a mim que não importa o que ela faça ou o que qualquer outra faça, eu confio em você e sei que você nunca me trairia.

- Que bom ouvir isso. E não se preocupe; Leah é minha amiga, mas o modo como está agindo precisa investigado e eu o farei.

- Tenho certeza disso.

Não posso dizer que após aquela noite tudo havia mudado. Sim, claro que a minha confiança por Justin agora era sólida e por mais contraditória que fosse a situação, eu acreditava na palavra dele. Houve muitas outras ocasiões em que eu poderia ter desconfiado de Justin e Leah, mas não desconfiei, pelo o fato de Justin me amar e somente a mim.

Contudo Justin e eu continuávamos distantes. Ele continuava com muito afinco no trabalho que também era seu grande prazer, e Leah não lhe dava folga.

O CD foi lançado e bem aceito pelo o público. Com isso veio as produções dos clipes, uma turnê e já estava ficando impossível estarmos a sós.

Estávamos no meio do ano de 2012, e os projetos para a carreira de Justin não paravam, e a turnê também não. Ele, eu e o restante da equipe viajávamos mundo afora, e eu me sentia uma intrusa no meio deles. Tudo o que eles conversavam tinha haver com eles, não comigo. Por mais que eu tentasse, eu sentia que aquele não era o meu lugar. Justin sabia disso, mas quando tentava escapar, Leah arrumava uma ocupação urgente para ele e lá estava eu novamente... Negligenciada e sozinha. Minha única companhia era um livro de romance muito antigo, porém muito belo.

Durante aqueles tempos no meio do ano, eu fiquei a saber que aparentemente Leah e Gabreal não estavam mais juntos.O motivo da separação não fora revelado, mas fato era que os dois realmente haviam se separado, segundo a própria Leah, que vivia chorosa desde o acontecimento. Deus, ela amava aquele cara...

Fofoca besta e nada interessante, afinal, não mudava a minha situação solitária.

- Eu poderia ser boazinha e dizer que isso vai passar, mas não vai. – Não encorajava Dayse ao telefone. – Você escolheu a vida de mulher de cantor muito famoso. Encare os fatos: ele não tem tempo para você.

- Não sei por que ainda ligo e murmuro a minha solidão a você, Dayse. Não ajuda.

- Eu estou pior hoje não é?

- Isso é perceptível.

- Ryan e eu discutimos pela primeira vez hoje. Oh Deus, anos e anos de namoro para ele brigar comigo! Vida injusta e patética.

- Meses, Dayse. Vocês estão namorando há meses.

- Tanto faz... Não vai me perguntar o motivo da briga?

- Conte.

- Ele disse que eu engordei! É inaceitável! Fiz um escândalo, fato.

- Ele foi sincero, fato.

- Acha que eu peguei pesado?

- Óbvio.

- Quase tudo se resolve na cama, não é? Então, nós nos reconciliaremos fazendo...

- Tá bom, sem detalhes. Voltando a mim...

- Deveria estar feliz aí no Japão comendo rámen, que você adora. Já conheceu o Naruto?

- Não, porque ele não existe?

- O Masashi Kishimoto?

- Bem que eu queria, mas não posso sair daqui do hotel sozinha não é? Não teria graça.

- Triste. Hey, porque você não faz uma viagem?

- Eu estou fazendo uma viagem, querida.

- Mas uma viagem para você se divertir, não para ficar presa em um hotel!

- Ok, com quem?

- Comigo, oras.

- Não vou segurar vela para você e Ryan.

- Só eu e você. Nós duas, amiga.

- Até que não é má idéia...

- Está vendo? Fala com Justin e eu falo com Ryan.

- Ok.

- Vou desligar, ligo depois. Beijo.

- Ei, Dayse... Valeu pelo o seu jeito diferente de me tirar da fossa.

- Disponha, coração. Tchau.

- Tchau.

Alegrei-me com aquela idéia e sorri, sozinha, para mim mesma.

Quando Justin deu uma verdadeira passada rápida no quarto, encontrei o menor tempo possível para falar com ele sobre a viagem:

- Justin!

- Amor... Tem que ser agora? Estou meio ocupado... – Justin coçou a cabeça.

- É rápido, juro. Eu não vou explicar o motivo de eu estar querendo isso, afinal, você sabe que estou meio só aqui.

- Ah Kate, desculpe, mas não posso fazer nada a respeito, meu amor...

- Eu sei, e não estou reclamando. Todavia, eu quero me distrair um pouquinho... Aqui não tem nada para fazer!

- Nisso você tem razão.

- Então Dayse me deu uma idéia. Se você concordar e o Ryan também, ela e eu poderíamos viajar sozinhas, como há muito tempo não fazemos.

- Uma aventura?

- Isso aí! Você deixa?

- Se eu deixo? – Justin cambaleou para frente e enlaçou minha cintura com os braços. – Me deixa pensar... – Agora Justin beijava meus lábios carinhosamente. – Você não precisa de minha permissão, meu amor. – Justin interrompeu o beijo com as palavras. – Você tem toda a liberdade do mundo, eu confio em você e sempre vou confiar. Além de tudo, não mando em você, não sou seu pai. A única coisa que é boa e eu gosto é que você me avise se vai sair ou não, para onde vai... Só isso. Nada de permissão.

- Own meu Deus que maridinho maravilhoso esse meu! Então... Vou arrumar minhas coisas e ligar para a Dayse para saber se ela vai mesmo. Obrigada!

Dei um beijinho em Justin e entrei no closet, caçando as roupas para levar. Lembrei-me então, que ainda não sabia para onde iríamos. Peguei o celular e novamente liguei para Dayse:

- Eu vou! Ryan já está super amoroso comigo de novo e disse que sou livre para sair, me divertir... Contanto que ele saiba que eu vou sair e para onde eu vou. Ele não é maravilhoso?

- É sim, e é idêntico ao Justin. Na personalidade. Justin me disse o mesmo.

- Legal e... Vamos para onde?

- É isso que estou pensando. Acredita que já ia escolher as roupas para levar? Desisti ao lembrar que ainda não escolhemos o lugar.

- Que tal um lugar gelado? Com neve e tudo? Ah e com pista de patinação! O que acha?

- Bacana, mas onde exatamente?

- Eu estava pesquisando e achei bem legal a Argentina nessa época do ano. Olha, estamos em Junho certo? Pois é agora que está nevando na Argentina e você sabe como adoro neve, patinar no gelo... Ai, estou quase sonhando acordada aqui!

- Argentina? Hum, interessante... E quando podemos ir? Vou ser sincera... Quero sair desse hotel o mais rápido possível!

- Bem, ainda não reservei passagens. Não acho que estejam assim tão disputadas as passagens para a Argentina.

- Você que pensa...

- Olha, eu dou um jeito nas passagens ok? Quero apenas saber durante quanto tempo você vai ficar longe do trabalho.

- Durante todo este mês de Junho e até a metade de Julho.

- Tudo isso?!

- Sacumé né?

- Não, não sei cumé.

- Não besta, é que eu tirei férias agora, na metade desse mês, e até a metade do próximo mês; vai dar apenas um mês de férias. Só isso, nem é tanto assim.

- Sendo assim, até a tarde de amanhã eu consigo as passagens ok?

- Quer viajar quando?

- Que tal depois de amanhã? É que amanhã tenho um jantar com meu amado Ryan. Sacumé né?

- Certo. Beijão, vou dormir.

- Vou fazer o mesmo. Até amanhã à tarde quando eu te ligar.   

  

Assim que Dayse desligou, aconcheguei-me na cama e fechei os olhos, dormindo como uma pedra em seguida. Como eu poderia estar tão cansada após um dia inteiro apenas lendo?

De manhã tomei café na cama, surpreendentemente ao lado de Justin que ainda não havia saído:

- Que milagre você ainda não ter saído... – Comentei, colocando em seguida um pedaço de torrada na boca.

- Eu já deveria ter saído, mas estou indo contra as regras hoje.

- Deixa a Leah te pegar...

- Prefiro que você me pegue... E por favor, de jeito.

- Haha, não. Eu acho que vou à piscina essa manhã.

- E à tarde?

- Vou receber a ligação de Dayse.

- E à noite?

- Vou dormir. Vem cá, que diabos de tantas perguntas?!

- Queria saber se você vai ter algum tempo livre para mim, ma já vi que não.

- Como se você fosse ter, não é?

- Hoje eu fugiria...

- Mas te pegariam e aí nada de um tempinho para nós dois. Não me dê falsas esperanças. Isso despedaça meu coraçãozinho. – Fiz biquinho.

Justin inclinou-se e meu deu um selinho. Levantei-me da cama e troquei o roupão por um biquíni laranja, e por uma saída de praia branca.

Ao chegar à piscina do hotel, notei que esta estava muito cheia, então decidi estender minha toalha na beira da piscina e continuar a leitura do meu livro.

Havia algo estranho. Lembrei-me de que na noite passada, quando eu peguei o livro para ler antes de dormir como uma pedra, este cheirava a ervas. Um cheiro realmente forte. Mas naquela manhã, o cheiro do livro havia simplesmente sumido e ele já não possuía mais cheiro nenhum. Resolvi ignorar este fato e continuei a leitura.

Após entrar na piscina e sair desta tão rápido quanto entrei, voltei ao quarto e esperei a tarde chegar para receber a ligação de Dayse. Quando a mesma ligou, ela confirmou a viagem e disse que as passagens já estavam compradas. Ela disse que já havia conseguido até mesmo o hotel.

Por toda a manhã e tarde do dia seguinte estive eufórica, louca de felicidade mesmo.

Perto das seis da tarde eu estava me despedindo de Justin e entrando em um táxi em direção ao aeroporto.

Dayse havia mandado minha passagem pelo correio por eu não estar com ela em Atlanta e sim no Japão. Dayse chegaria onze horas antes em Bariloche do que eu. Minha viagem duraria exatamente vinte e duas horas. Tédio.

Meu vôo era às sete da noite e eu só cheguei a Bariloche às cinco da tarde do dia seguinte. É sério, ninguém pode imaginar o quanto é ruim passar vinte e duas horas dentro de um avião. Por mais pausas que este tenha dado, a dor que eu sentia em minhas nádegas por ficar tanto tempo sentada não passava.

- Kate! – Exclamou Dayse no saguão do hotel assim que me avistou. Eu deveria estar acabada de tanto cansaço. – Nossa, você está horrível!

- Novidade. Passe vinte e duas horas dentro de um avião e você vai ver como fica.

- Bem, eu dormi a maioria da viagem e quando acordei, avistei uma maravilha da natureza. Minha viagem foi até boazinha.

- Realmente essa cidade é uma maravilha da natureza.

- Não, bobinha, não era à cidade que eu me referia.

- Era o quê então?

- Um homem... Um lindo e perfeito homem de cabelos negros com madeixas que iam até o ombro mais ou menos e olhos negros de matar. Sem falar de mais ou menos 1, 85 metro de altura, e um corpo esguio de tirar o fôlego.

- E o Ryan sabe disso?

- Ah qual é! Só achei o cara bonito, nada demais.

- Uhum, mas vamos logo para o quarto porque eu estou um bagaço!

Dormir foi o que menos fizemos naquela noite. Tagarelar, fofocar e fazer guerras de travesseiros foi nossa distração.

De manhã fomos a uma pista de patinação e Dayse cacarejava batendo com os patins em minha testa. Ela estava como uma criança que ia pela a primeira vez patinar no gelo:

- Ah que emocionante! Adooooro gelo!

- Percebe-se... – Falei ajeitando meu casaco lilás de frio. - Dayse, se você me acertar novamente com esses patins eu vou perder a cabeça ok?

- Se liga... Eu estou feliz.

- Mas não me bate para demonstrar!

- Kate do céu! Olha quem está ali! O cara do avião!

- que cara?

- O bonitão alto, esguio... Ele está ali!

Dayse apontou discretamente e eu reconheci o tal cara. Era Gabreal Cowan, com uma pesada roupa de frio, mas que não escondia os olhos ne... Olhos negros? Espera aí! Aquela era a primeira vez que eu via os olhos de Gabreal e estes eram exatamente como os olhos do mascarado... Então... Seria o ex-namorado de Leah o mascarado? Mas por quê?

- Eu não acredito! Kate Clarckson ou devo dizer, Kate Bieber é você? – Uma voz masculina soou ao meu lado.

- Ahn é, sou eu! – Eu estava muito desconcertada. Eu só conseguia pensar que aquela cara era o mascarado. – Curtindo uma temporada no gelo? – Tentei disfarçar ao máximo.

- É, eu curto muito mais o frio do que o quente.

- Conheço alguém que também gosta do gelado. Essa aqui é Dayse Summer, minha grande amiga. Dayse, esse é Gabreal Cowan, namorado de Leah Simon.

- Ex. Prazer, senhorita Summer.

- Me chame de Dayse. O prazer é todo meu...

- Gabreal. Me chame de Gabreal.

- Namorado da Leah? Eu conheço Leah Simon. – Disse Dayse.

- Ex-namorado da Leah. Nós não estamos mais juntos.

- Não perdeu nada...

- Dayse! – A repreendi.

- Talvez ela tenha razão, Kate. Mas, não estou a fim de falar de Leah. Vou pegar os meus patins, volto já.

Gabreal se afastou, Dayse quase teve um chilique:

- Você conhece o gato? Sortuda!

- Adianta de alguma coisa? Dayse Summer, você não vai investir, não é?

- Claro que não, Kate! Eu gosto de verdade do Ryan, nunca faria uma coisa dessas, mas... Se eu estivesse solteira eu investia só para deixar a Leah de cara no chão! Além disso, o Gabreal é um pedaço de mal caminho...

- Nem te conto... Ele é o mascarado!

- Como?!

- Cala a boca, ele está voltando.

- Prontas para patinar com o maior patinador do mundo?

- Com certeza. – Dayse sorriu matreira.

Pessoas que conheciam pouco ou que acabaram de conhecer Dayse Summer diriam que ela estava dando em cima de Gabreal. Mas eu a conhecia bem demais e afirmava que aquele era o jeito de Dayse. Legal, tagarela, vingativa e sexy por natureza. O que ela fazia perto dos homens os enlouquecia, mas não era por querer, Dayse era naturalmente sensual e não tinha a menor culpa.

Naquele dia, Dayse, eu e Gabreal nos divertimos muito. Patinamos no gelo, escorregamos, comemos e rimos à beça. Fazia alguns meses que eu não me sentia tão livre, tão feliz e bem acompanhada. A verdade era que desde que Leah apareceu em nossas vidas, eu somente sentia-me sozinha e deixada de lado, como se eu fosse a menor das preocupações, aquilo que menos merecia atenção. Durante aquele dia eu percebi o quão importante eu era, e o quanto eu podia me sentir feliz ao lado de outras pessoas além de Justin. É claro que completa somente com Justin, mas uma parte de mim dava saltos mortais de tanta alegria. Uma parte de mim sentia-se livre... Para fazer qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo.

Gabreal convidou a mim e à Dayse para irmos a uma sinuca com ele naquela noite. Este se dizia um grande jogador e queria mostrar suas habilidades com um taco de sinuca. Dayse e eu aceitamos o convite e à tarde compramos roupas menos pesadas, já que a sinuca ficava em um lugar frio, mas sem neve.

- E aí, a viagem correspondeu a suas expectativas? – Perguntou Dayse ligando o som num volume baixo. Tocava “Mighty To Save”, do Don’t Wake Aislin. Ela e eu adorávamos aquela música.

- Me surpreendeu. Eu estou adorando! – Joguei-me na cama com um sorriso enorme no rosto.

- E o Gabreal?

- Também estou adorando ele. Sabe, eu nunca esperei ir muito com a cara dele, mas ele é outra coisa que me surpreendeu. Adorei passar o dia com ele... Ele é muito legal...

- É impressão minha ou você lambeu o lábio inferior?

- E?

- Isso é sinal de desejo, Kate.

- Claro que não, é que meus lábios estavam ressecados. Tem outra coisa... Eu não esperava encontrar o Gabreal aqui e nem esperava que ele puxasse assunto comigo. Ele só me dirigiu a palavra uma vez e por questão de educação.

- Ele é charmoso não é?

- Muito.

- Resista a ele.

- Que idiotice é essa que você está falando? Está falando como se eu estivesse a fim dele...

- E não está?

- Eu amo o Justin e só a ele! Você que deveria se cuidar, afinal, fica elogiando o Gabreal como se não estivesse comprometida.

- Ok, ok... Vamos começar nos arrumar, certo? Temos uma sinuca hoje.

Qual era a da Dayse? Achar que eu estava atraída por Gabreal? Fora de cogitação! Tudo bem que os olhos dele eram de matar e o sorriso misterioso e vadio nem se fala,

Para ver foto, acesse: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d5/BenBarnes.jpg

 mas mesmo assim, nenhum outro homem pode me atrair além de Justin. Nenhum.

Eu também acabei por descobrir que Gabreal não era o mascarado. Os olhos eram parecidos, o cabelo, mas não era ele. Não tinha porque ser ele. Era uma viagem muito louca da minha cabeça.

- Chegamos senhoritas. – Anunciou Gabreal parando o carro na frente de um bar noturno nada amigável, aparentemente. Eu estava sentada no banco de carona e Dayse no banco de trás do carro. Vi Gabreal mexer-se ao meu lado, sorrindo sensualmente em minha direção. Engoli em seco, desconcertada. – Não vou mentir, o lugar é barra pesada. Mas não se preocupem, eu estou com vocês e sou conhecido daqui.Qualquer coisa joguem dinheiro para cima e fujam.

- Já morreu gente aqui?

- Infelizmente sim, Dayse, mas tranqüilize-se.

Saímos do carro e nos dirigimos à mesa de sinuca mais próxima. Gabreal e Dayse pegaram o taco com maestria:

- Você sabe jogar sinuca, Dayse?

- Como ninguém, gata. Sou uma ótima ”sinuqueira”. – Dayse piscou. Piscou de verdade.

- Não melhor do que eu.

- Quer apostar, senhor Cowan?

- Não sou de apostas, senhorita Summer.

- Ahn... Não sei jogar sinuca... – Cocei a nuca em sinal de desagrado. Se os dois jogassem e eu ficasse a ver navios, mais uma vez eu seria deixada de lado, e esse não era meu objetivo naquela noite.

- Ensino você. Vem cá. – O lado direito da boca de Gabreal ergueu-se em um sorriso de canto.

Não demorou muito para que eu pegasse o jeito no jogo e começasse a disputar com os mestres.

Depois de uma tacada certeira, olhei animada para Dayse, mas esta me encarava com reprovação. Teria ela percebido como me senti quando Gabreal tocou-me enquanto ensinava-me a jogar? Sim, eu estremeci com o contato de minha pele contra a dele.

Não estava em meus planos beber aquela noite, mas acabei por virar uns copinhos a mais. Não havia perdido o controle, mas a liberdade que eu sentia antes havia aumentado, conseqüentemente deixando-me mais “solta”.

     

- Acho que é hora de ir para casa. – Dayse acabava de beber o último gole de seu suco de abacaxi com hortelã.

- Dayse, sua chata! Podemos ficar um pouquinho mais, não é Gabreal? – Perguntei manhosa.

- Dayse tem razão. É hora de ir para o hotel, Kate.

Dentro do carro, Dayse parecia ter desmaiado no banco de trás. Gabreal teve todo o trabalho de deixá-la no quarto.

- Estranho... A Dayse nem bebeu.

- Ela devia estar cansada. – Gabreal fechou a porta do quarto.

- Estou sem sono. Impressionante, eu enchi a cara. Boa noite, Gabreal. Vou para o quarto também.

- Ah não, você está consciente. Também estou sem sono, Kate. Ahn... Que tal fazermos outra coisa?

- Não vejo nada para fazer.

- Eu não bebi esta noite. Podemos pedir um champanhe, o que acha?

- Melhor não... Eu já bebi demais...

- Pedimos no meu quarto e jogamos “Banco Imobiliário”, qualquer coisa eu deixo você no seu quarto e pronto.

- Não é boa idéia...

- Não confia em mim, Kate? – Gabreal sorriu matreiro.

- Porque não? Peça o champanhe, então.

Ele e eu fomos até o quarto dele e pedimos o champanhe. Depois de servidos, Gabreal procurava o jogo enquanto eu analisava a suíte presidencial dele. Encontrei em uma prateleira uma coleção completa do “Anberlin” e quase morri de um enfarte.

- Anberlin? Você curte Anberlin? – Perguntei.

- Eu gosto bastante, e você?

- Adoro!

- Pensei que você curtisse a música pop do seu namoradinho.

- Eu gosto sim da música dele, mas não gosto de pop. Gosto somente da música de Justin. Meu negócio é rock.

- Quer ouvir um pouco de Anberlin?

- Eu adoraria ouvir “Enjoy The Silence”.

Gabreal colocou para tocar a música pedida por mim e de repente notei que ele dançava. Gabreal fez sinal com o dedo para que eu o acompanhasse. Concordei e de repente dançávamos ensandecidos por toda a suíte, inclusive quebrando propositalmente algumas coisas.

Subi na cama e comecei a pular, quando Gabreal puxou-me pela cintura, e não propositalmente cai por cima dele. Talvez eu me arrependesse depois, mas quando Gabreal tentou beijar-me, eu correspondi. Um beijo ardente.

   


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo, fique ligado: Kate pode ter se apaixonado... De novo... Dayse pode ser responsável quando necessário e o quão charmoso Gabreal pode ser.
Aaahh minhas contas estavam erradas!! Fato é que a história está perto do fim, mas não sei exatamente o quão perto está, por isso, não faltam três capítulos. É mais que isso.
Mille15, sua feia!!! Como você descobriu meus planos para a fic? Advinhou que Kate ia trair Justin!!! Meu Deus, sua paranormal kkkkk'



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