O Diário de Kate escrita por Yass Chan


Capítulo 18
Capítulo 15 O Maior Erro


Notas iniciais do capítulo

Sem comentários... Eu demorei de novo!
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Olhei para trás mais uma vez e meu olhar encontrou o de Justin. Ele havia percebido minha presença, afinal.

- Kate? – Justin se fez ouvir ao pronunciar meu nome. – Meu amor, não espera vê-la aqui!

Justin levantou-se e se direcionou a mim. Ao se aproximar, depositou um selinho rápido, mas carinhoso em meus lábios. Ao olhar em seus olhos, percebi que ele não estava aflito. Não era como se ele houvesse sido pego fazendo o que não devia. Estava sereno, calmo, e verdadeiramente feliz por me encontrar.

- Puxa, não esperava mesmo que você saísse de casa hoje. Bem, é que não me lembro de você ter me dito.

- Talvez seja pelo o fato de você não ter me escutado ao telefone. Ah, mas eu ainda não tinha planos para sair naquele momento. Eu deveria lhe dizer todas as vezes que ponho o pé fora de casa? Você faria o mesmo? – Ironizei. Eu deveria me manter calma, mas estava sendo quase impossível me controlar.

Justin franziu a testa em sinal de dúvida. Por fim, entendeu o recado e suspirou, vencido.

- Eu sei o que está acontecendo, mas conversamos à noite, ok? Só peço que não fique brava comigo, não sem ouvir o que tenho a dizer. – Pediu Justin.

- Brava, eu? Não estou. Certo, à noite conversamos. – Sorri, mas foi um sorriso totalmente forçado. – Tínhamos que sair para almoçar, não é Dayse? Não havia nada no flet para comer.

- Mas e as comidas que trouxemos da ilha? – Indagou Justin.

- Desculpe não vir antes cumprimentá-las, estava acabando de engolir a comida. – Disse Leah aproximando-se da mesa em que eu estava. – Oi, Kate, tudo bem?

- Tudo ótimo, e você Leah?

- Às mil maravilhas, querida. Espera aí, eu conheço você... – Leah agora dirigia a palavra a Dayse. – Dayse Summer não é? Eu me lembro! Você era a garota mais balofinha do ensino fundamental. Mas, devo dizer que melhorou muito, hein? Está menos gorda, Dayse. Parabéns.

- O tempo faz muito bem as pessoas, Leah.

- Concordo em partes, Dayse. Tem muita gente que só piora com o passar do tempo.

- Eu não estou nessa lista. O tempo com certeza me fez muito bem.

- É outra coisa que concordo em partes. – Leah abriu um sorriso falso.

- Qual o problemas das duas? – Sussurrou Justin em meu ouvido.

- Uma rixa que elas têm desde o ensino fundamental. Leah parecia ser metida e humilhar Dayse por ela ter sido gordinha.

- Esse tipo de problema de escola?

- É, parece durar até hoje.

- E então, Kate, e a comida da ilha? – Justin tentou quebrar o clima tenso entre as duas, mas o assunto só piorou as coisas. – Porque vocês não comeram a comida da ilha?

- Talvez Dayse já tenha comido tudo, não? – Leah riu sozinha do próprio comentário. – Sabe que estou brincando não é?

- Ah claro que sei! Era exatamente o que você fazia há alguns anos atrás na frente de todo mundo! – Espezinhou Dayse.

- Puxa, você ficou chateada... – Leah fez beicinho. - Dayse, você sabe que a considero uma grande amiga não é?

- E eu considero você uma grande inimiga, Leah.

- Olha, não tenho culpa se você era gordinha e não conseguiu superar o fato de que da gordura do passado, sobrou esses peitões de melancia! Não venha descontar a raiva em mim! – Leah mostrou uma expressão debochada.

- Você que não superou o fato de eu ter enormes peitos e você praticamente não ter nenhum! Você é doida? Para me perseguir até hoje só pode ser louca!

- Dayse, vamos almoçar em casa.

- Ah não, Kate. Agora eu quero ficar.

- Dayse, por favor. – Olhei para ela em súplica.

- Tudo bem. – Dayse respirou fundo, talvez quisesse se acalmar. – Até mais ver, Justin.

Dayse saiu como um furacão do restaurante: derrubando tudo.

Vi Leah bufar e pedir licença para ir ao toalete. Ela também não parecia calma.

- Já vou indo. Do jeito que Dayse está, ela é capaz de deixar-me aqui. Diga a Leah que não pude esperá-la para me despedir, mas que deixei um abraço. E... Até à noite, Justin.

Dei as costas e quando ia dar o primeiro passo, senti minha mão ser agarrada, fazendo-me cair sentada no colo de Justin, que estava praticamente jogado na cadeira do restaurante.

Baixei o olhar quando senti que Justin me fitava. O toque da palma da mão dele contra a pele do meu rosto causou-me arrepios, e minha entrega a ele aumentou quando este fez a própria boca se aproximar da minha.

Com os lábios esbarrando nos meus, Justin murmurou:

- Amo você, nunca se esqueça disso.

Justin tentou beijar-me, mas eu virei o rosto.

- Estou magoada, Justin, e cheia de dúvidas.

- Dúvidas sobre mim? Fui eu quem te magoou?

- Sim.

- Por quê? Pelo o que eu falei ao telefone, ou melhor, pelo o que eu não ouvi você falar?

- Aqui e agora, não é o lugar e nem o momento certo para falar sobre isso. Você poderia ir à noite ao flet?

- É claro que sim, meu amor. – Justin tentou beijar-me novamente, mas eu continuei recusando.

- Desculpe, mas não é com beijos e palavras doces que você vai curar o que estou sentindo. Eu quero uma explicação satisfatória e verdadeira.

- Kate...

- Vejo você à noite.

Levantei-me, tentando ao máximo não cambalear. Me sentia zonza, quase flácida apenas pelo o toque de Justin. Apenas por ter sentido seu calor aquecendo meu corpo. Era esse seu efeito em mim... Ele me deixava uma ‘Maria Mole’.

Entrei no carro com Dayse e sentia meu coração disparar a cada freada brusca que ela dava no trânsito de Atlanta.

Chegamos, por fim, em casa.

Dayse lançou os sapatos longe, e ao sentar-se no pequenino sofá, esbravejou:

- ODEIO LEAH SIMON!

- Shh, aqui é um prédio e não se é permitido gritos! – Alertei-a.

- Eu não disse para você que aquela peste não havia mudado? Viu o que ela me falou?

- Leah não é má pessoa.

- O diabo não é mal. Leah é perversa!

- Não exagera.

- Vem cá, não é por nada não, mas você confia mesmo em deixar o seu marido perto dela o dia inteiro?

- O que poderia acontecer?

- Leah é um monstro que adora comer criancinhas, Kate. Falo sério. Leah adora comer, no segundo sentido da palavra, menores de idade. No colégio ela ficava com um menino de doze anos e ela já tinha quatorze.

- Diferença de dois anos e isso não significa pedofilia.

- Que seja, mas fica de olho. Eu não duvido que essa vadia tente dar um amasso no JB.

- Você está insinuando...

- Que essa distância pode ser por conta da ereção que essa porca loira causa em alguns homens idiotas.

- O Justin seria um desses homens?

- Deduza você mesma o que quiser, querida. Só estou sugerindo.

- Sugerindo algo que poderia dar fim ao meu relacionamento com o homem da minha vida.

- Se é que ele pode ser chamado de homem...

- Meça as palavras, Dayse. Entendo que você esteja furiosa com Leah, mas insinuar qualquer coisa entre Justin e ela é loucura! Não pelo o caráter dela que é desconhecido por mim, mas pelo o que Justin é e eu sei que ele não é um traidor, ouviu? E ele pode ser chamado de homem, pode ser chamado por mim de meu homem, e só meu! Agora se me dá licença...

- Não briga comigo, por favor, Kate! Você é uma das minhas melhores amigas e eu não suportaria te perder por uma bobagem sem fundamentos que eu falei... Eu sou a idiota aqui...

- Não, você é a peituda esquentadinha do pedaço.

- Até você, Kate?

- Estou só brincando, mas é uma brincadeira saudável, ok? Diferente da brincadeira de Leah.

- Você me perdoa?

- É claro, você é também uma das minhas melhores amigas.

- Ahn... E o almoço? – Os orbes azuis de Dayse brilharam.

- Me ajuda a fazer e sai rapidinho!

Depois do almoço, Ryan ligou para Dayse novamente, chamando-a para sair. Ela aceitou, e naquele dia sairia o primeiro beijo, torcíamos.

Por volta das seis da tarde, quando Dayse saíra do flet, ouvi batidas na porta.

Eu estava enfadada naquele dia. O dia em si não havia sido cansativo, mas eu estava desanimada e cansada. Talvez por mágoa, talvez por tristeza... Eu não sabia explicar ao certo meus sentimentos, mas meu coração pesava dentro do meu peito.

Ao escutar as batidas na porta, olhei pelo o olho mágico e constatei que era Justin.

Não me dei o trabalho de trocar meu baby doll curtinho e meio transparente por uma roupa mais apropriada, afinal, não havia nada ali que Justin não conhecesse muito bem.

Abri a porta e dei passagem para ele entrar. Justin sentou-se no sofá, a cabeça baixa, o olhar perdido. Arrependido? Talvez...

- Eu não deveria ter chamado você aqui. – Falei sentando-me ao lado dele.

- Hum? - Ele levantou o rosto direcionando os olhos a mim. – Você não quer mais conversar comigo?

- É que... Eu... Eu não sei o que falar... – Minha voz falhava, e eu sentia que estava ficando aflita. Comecei a esfregar uma mão na outra, tentando afastar o fantasma do nervosismo de perto de mim.

- Fale o que quiser, fale o que quer que eu faça e eu o farei, contanto que você me deixe ficar perto de você novamente. Contanto que a mágoa que eu te causei passe... – Os olhos de Justin transmitiam verdade, confiança.

- O que falar Justin? Que você me magoou? Você realmente não sabe por que estou agindo assim contigo?

- Kate, você sabe que estou trabalhando no novo CD, mas Leah não é o que eu esperava. Com o Scooter eu tinha moleza, folga... Eu podia atender um telefonema e conversar com minha namorada, ou melhor, mulher. Todavia, Leah não me dá descanso. Ela arrumou várias ocupações o dia inteiro para mim, até almoçar com ela no Restaurant Eugene, como se fosse um compromisso de trabalho, contudo, apenas conversamos como dois grandes amigos. Leah nem tocou na palavra ‘trabalho’. E hoje de manhã quando você me ligou, Leah fez sinal para que eu desligasse o telefone, pois no momento em que eu estivesse tratando do novo CD eu não poderia me distrair com outra coisa além da minha tarefa e meu compromisso com o CD. Até agora eu ainda não liguei o celular... Não tive tempo e estou morrendo de cansaço. Estou nas últimas... Leah é um carrasco e não é como se eu estivesse preparando um grande trabalho musical de minha autoria, é como se o trabalho fosse dela e eu fosse o seu subordinado.        

- Mas e os elogios que você teceu a ela?

- Foram só para agradá-la, pois ela estava por perto. A verdade é que... Leah é cansativa.

Senti-me uma droga de pessoa, ou melhor, uma droga de esposa. Como eu podia ter me chateado com ele sem ao menos saber o real motivo da negligência dele a mim? Agora Justin estava ali, cansado, eu poderia até mesmo dizer cheio de olheiras, enquanto eu havia ficado magoada porque ele me deixou de lado algum tempinho, por causa do trabalho. E não porque ele queria me deixar de lado para se empenhar no novo CD, mas porque Leah o obrigou. Era o meu dever naquele momento tirá-lo as culpas e pedir perdão a ele:

- Desculpa Justin. Perdoe-me.

- Você não deveria...

- É claro que eu deveria, Justin. Eu fui egoísta demais em pensar só em mim, só em minha mágoa sem uma explicação exata. Eu deveria saber primeiro o que você estava passando para me tratar daquela forma, e depois me chatear ou não.

- Quer dizer que estou perdoado?

- Eu estou perdoada? Porque eu já me esqueci deste dia inteiro.

- Já que você quer tanto este perdão sem fundamentos e estou aqui... Bem, - Justin mordeu o lábio inferior de forma matreira. Um olhar seguido por um sorriso safado brotaram no rosto do meu amado. – Que tal nos reconciliarmos de forma... Mais prazerosa do que com palavras?

- Pensei que você estivesse cansado...

- Para você nunca estou cansado.

Justin arrebatou-me em um beijo caloroso. As mãos dele passeavam pela extensão de minhas costas, e nossos lábios eram pressionados com força um contra o outro.

Tirei minha boca da dele e a direcionei ao seu ombro esquerdo. Cravei os dentes lá, logo em seguida beijei o local da mordida com delicadeza.

Justin ia retirar a própria camisa, quando eu o interrompi:

- Dayse pode chegar a qualquer momento.

- Vamos para o quarto, oras!

- Como se não desse para perceber!

- É só você não fazer muito barulho.

- O quê?! – Exclamei. – Como se eu ficasse descontrolada!

- Você fica ensandecida, meu bem.

- Pois bem, por isso não irá rolar ok?

- Ah não, Kate! Não faz isso comigo, vai? Tem pena de mim! – Suplicou Justin.

 - Eu vou ter... – Aproximei minha boca do ouvido dele. Deixei que meus lábios roçassem em sua pele enquanto sussurrava em seu ouvido. – Você dorme comigo hoje. No meu quarto, na minha cama. Mas será só isso. Deitaremos, nos abraçaremos e dormiremos. Ponto final.

- Você é má. – Reclamou Justin.

- Muito má. – O puxei pela mão e o levei até o quarto.

Deitamos juntos, um ao lado do outro. Tudo o que queríamos era ter o calor do outro. Estar perto dele me revigorava, me trazia confiança.

- Você tem idéia de quando você vai poder se mudar lá para casa? – Justin quebrou o silêncio que se instaurava.

- Quase certeza de que na quarta-feira vou poder.

- Mamãe e eu não estamos agüentando de tanta ansiedade.

- Eu sabia que era querida por vocês dois. – Toquei-lhe a ponta do nariz. Justin devolveu o carinho com um beijo suave.

Conversamos um pouco mais antes de dormir, e antes da madrugada fechamos os olhos e dormimos a noite inteira.

Durante todo o sábado e todo o domingo, Dayse e eu ficamos na casa de Justin na companhia deste e de Pattie, que ficou radiante com nossa visita.

Na tarde de domingo, Lisy ligou para o meu celular jurando estar indignada, assim como o resto de nossos amigos.

- Que história é essa de casamento, senhorita Kate? Você nem se deu o trabalho de nos avisar, quanto de mais de nos convidar não é?

- Own, admito que esqueci de avisar vocês, mas tudo aconteceu tão rápido... Tenho provas, hein?

- Só perdoamos com uma condição.

- Qual?

- Bem, nossa vontade era de fazer uma festa do pijama. Mas, todavia, as coisas mudaram e temos responsabilidades. Uns são casados, outros tem filhos e amanhã tem trabalho, portanto, acho que um jantarzinho entre todos os amigos pegaria bem não é?

- Só se maridos e sogras puderem ir...

- Acha que podemos organizar aí na casa de Justin? Você sabe que tenho horror à casa da Angelina. Quando olhamos para o lado estamos cercados de matas, para o outro, eu me assusto com um galho de árvore que parece um dedo torto! É sério, não dá para ser na casa dela... Lá não tem paredes!

Na verdade havia sim paredes... Havia paredes de vidro e pela noite realmente se tornava assustador se ver cercado por matas e matas, e galhos que pareciam dedos tortos.  

Com a permissão de Pattie, organizamos o jantar.

 Todos estavam lá, inclusive Angelina e Dave, com seu Davidizinho. Hilary e Mathew também marcaram presença.

Justin chamou Ryan, Caitlin, Chaz e Christian. Foi bastante perceptível o clima que rolou entre Dayse e Ryan.

Lisy reclamou por ser a única solteira, mas lembrei a ela que Chaz Somers parecia interessado nela. Os dois conversaram um pouco aquela noite... Trocaram números de telefone também.

Foi uma ótima noite e eu estava feliz. Não imaginava eu que essa felicidade logo desmoronaria...

Segunda-feira voltei ao meu cotidiano, inclusive ao trabalho. Justin voltou a estar muito ocupado também, e mesmo que eu soubesse os motivos, doía bastante ser deixada de lado por qualquer coisa que fosse. Mas eu tinha prometido a mim mesma que eu seria compreensível.

Meu coração deu cambalhotas de felicidade quando chegou a quarta-feira. Justin também se virou nos trinta para escapar de Leah e me ajudar na mudança.

Agora eu já não estaria mais sozinha. Mesmo que Justin estivesse um pouco distante, eu teria Pattie, a quem eu não enxergava mais como uma sogra, e sim, como a mãe que eu perdi cedo demais.

Outra coisa que felicitou-me também foi o fato de meu carro chegar adiantado. Marie e eu fomos buscá-lo na concessionária, e por mais que Dayse estivesse enchendo o saco para ir comigo, Marie foi a escolhida.

Dois longos e bons meses passaram, até que o dia de a tristeza marcar presença chegou.

Em uma tarde qualquer, convidei Justin para irmos ao White Water Park, um parque aquático muito conhecido em Atlanta. Haveria uma festa lá à noite e eu tinha dois ingressos.

- Ah, porque não, Justin? – Reclamei ao telefone. Justin pareceu bufar quase imperceptivelmente.

- Não vou negar que estou louco para ir nessa festa também, mas eu realmente não posso. Leah e eu temos um jantar com os diretores do meu novo clipe e ela está aqui do meu lado dizendo que não vai adiar de jeito nenhum. Hoje ela está com o cão. – Justin sussurrou bem baixinho.

- Ok... – Falei desanimada. – Então vou ver se Pattie quer beber chocolate quente comigo. Está bem frio hoje, talvez ela queira me acompanhar em uma xícara bem morna.

- Kate, você não está chateada não é? Você entende que eu realmente adoraria estar com você, mas simplesmente não posso. - Percebi uma leve alteração em sua voz. Percebi preocupação nesta.

- Eu entendo, meu amor. É claro que não estou chateada ou algo do tipo. Eu compreendo, ok? Lembre-se apenas que você tem uma mulher maravilhosa, compreensível e amorosa em casa. Me traga um presente. – Ri baixinho.

- Quantos você quiser, querida. Agora preciso desligar. Amo você.

- Te amo também.

Pousei o celular ao meu lado na cama e observei os dois ingressos para a festa. Tentadores, chamativos... Eu não deveria perder aquela festa, mas com eu iria? Meu celular vibrou, no visor, uma chamada de Marie.

- Kate, odeio você.

- Me odeia? O que fiz a você, Marie?

- Tem dois ingressos para uma festança em White Water e não vai me levar!

- Na verdade, eu pensei bem e... Marie, quer ir comigo a festa?

- Sério? Mas você não ia com o Justin?

- Ia, mas ele vai ter um jantar com os diretores do clipe dele, não pode ir.

- Você já está arrumada?

- Não, mas em meia hora passo aí na sua casa e nós vamos para White Water curtir uma super festa!

- Wow! Ne-Yo vai cantar! Você sabe que eu tenho um fetiche por aquele homem não sabe?

- Sei que o Willy não vai gostar de saber disso...

- Você, calada!

- Até logo, Marie. Beijos.

Desliguei e fui até o closet escolher uma roupa. Optei por uma calça jeans skinny e uma regata na cor bege. Escolhi sapatos na cor preta.

Para ver foto, acesse: http://www.iceposter.com/thumbs/G297919_b.jpg

Peguei as chaves do carro e da casa e sai.

Buzinei em frente a casa de Marie e esta saiu correndo, passando a mão no cabelo na tentativa de acertar os últimos detalhes.

Dirigi até o parque aquático mais badalado de Atlanta e Marie quase teve um troço ao ver o carro do cantor Ne-Yo adentrar o estabelecimento.

Dez minutos depois estávamos lá dentro, e Marie ao meu lado cacarejava batendo uma mão na outra. Louca, pensei.

Em um momento, Marie se aquietou e eu estranhei:

- Você está bem, Marie?

- Claro... Err... P-Porque eu não e-estari-a?

- Porque você está gaguejando. Qual é o problema?

- Vai começar o show do Ne-Yo, vamos prestar atenção. Eu vou gritar para ver se ele me nota.

- Você está suando frio, Marie. É sério, estou preocupada. Me diz o que está acontecendo.

Notei que Marie olhava e desviava o olhar alternadamente de um ponto atrás de mim. Quando olhei para trás, meu coração parou.

Justin e Leah estavam lá. Juntos, sozinhos e no lugar errado.

 Como poderia ser? Ele havia me dito que seria um jantar de negócios; no entanto, ele estava na festa mais badalada da cidade na companhia de outra, enquanto eu havia sido obrigada a vir com uma amiga. Ele, o meu marido, disse-me que não podia ir, mas na verdade, podia ir com Leah e não comigo... Sentia-me traída, enganada e principalmente machucada.

Ao olhar novamente para Marie vi o olhar de pena que ela me lançava. Eu não precisava daquilo. Eu não precisava de pena.

Olhei para os lados, em uma busca frustrada em encontrar respostas para aquilo que Justin fazia comigo. Não havia nenhuma.

- Por favor, vamos para casa... – Supliquei a Marie; meus olhos cheios de lágrimas.

- Kate...

- Me leve... Para casa...

Marie puxou-me pelo o braço e saímos daquele lugar porta afora. Ao chegarmos em casa, Pattie já havia ido dormir e Marie perguntou se eu ficaria bem sozinha. Respondi positivamente.

Após a ida de Marie, chorei, mas lembrei-me de que eu precisava de explicações. Eu nunca fui o tipo de mulher que engolia tudo em seco e sempre fugia da verdade. Eu sempre corria atrás das respostas mesmo que tudo estivesse óbvio. Se Justin estava me traindo ou não, eu o faria confessar. Ele despejaria a verdade. Ele não me escaparia.

Outra coisa que eu nunca fui é ciumenta. Mas Justin estava começando a dar motivos demais, e eu estava desconfiada. Ele mentiu para mim ao dizer que iria a um jantar de negócios, o que significa que ele queria esconder algo. Se ele apenas me dissesse que iria jantar com Leah, eu não ligaria, afinal, eles são amigos. Mas daí me dispensar para sair com ela e ainda por cima mentir... Eu realmente começava a ficar desconfiada.

Durante toda a noite, eu não dormi. Minha cabeça doía, mas não tanto quanto o órgão que batia devagar dentro do meu peito.

 Por volta de uma da madrugada, ouvi um barulho vindo da porta de entrada. Ao chegar à sala, vi Justin trancar a porta por dentro e olhar em seguida para mim, confuso:

- Acordada até agora? Está com insônia? – Justin se aproximou, mas antes de encostar em mim, o afastei com uma mão.

- Porque você mentiu?

- Huh? – A expressão de Justin se tornara mais confusa ainda.

- Parabéns, é um bom mentiroso, se quer saber. A verdade, agora. – Meu intuito de ser rude estava funcionando. Sentia que meu maxilar estava ficando rígido.

- Do que você está falando?

- Do fato de você me dizer que não poderia ir à festa em White Water porque teria um jantar de negócios, o que foi uma mentira. Porque mentiu, Justin? Seja sincero, está tendo um caso com a Leah?

- Claro que não, Kate! De onde tirou isso?!

- Você disse que não iria à festa comigo porque tinha um compromisso de trabalho. Contudo, ao chegar ao White Water, quem eu encontro? Leah e você, juntos e sozinhos... Pode me explicar onde estavam os diretores do clipe? Que tipo de jantar de negócios acontece em uma festa como aquela? E mais uma vez, onde diabos estavam os diretores? Estava só você e Leah, na festa que você não foi comigo, mas com ela!

- Kate, o lugar do jantar era lá. Olha, quando você me ligou mais cedo, a única coisa que eu sabia era que eu teria um jantar com os diretores do clipe. Eu não sabia o lugar, Leah disse que iríamos juntos e quando chegássemos ao local eu saberia onde seria o tal jantar. Quando ela mandou eu estacionar o carro no Water Park, eu estranhei o lugar ser aquele, mas ela disse que foi eles quem escolheram e ponto. Nós chegamos lá onze e meia, e Leah me convenceu a esperar os diretores até agora. Duas horas, Kate. Leah e eu esperamos durante duas horas aqueles caras e eles não apareceram. Essa é a verdade e em nenhum momento eu menti para você.

- E você espera que eu acredite nessa mentira?! Por Deus! Menos de três meses de “casados” e você está me traindo? É isso? Confessa que está com ela! Confessa que toda essa distância é por ela e não pelo o trabalho que ela supostamente te impôs!

- Você está exagerando! Realmente acha isso? Você pegou a doença do Derick?

- Agora a doente sou eu? O idiota aqui é você! Derick e aquela repórter fofoqueira tinham toda a razão... Eu não passo de uma distração para você, e nosso casamento de uma brincadeira de criança, uma aventura! O maior erro que eu cometi foi ter acreditado que você era adulto o bastante para mim, ter acreditado em você e ter largado tudo, tudo, para viver uma história de ilusões com um moleque traidor!   


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo, fique ligado: uma viagem, um encontro... Traição.
Amoreeees, pelas minhas continhas, eu acho que tem ainda uns três capítulos para a conclusão de "O Diário de Kate". É isso aí... Está chegando ao fim a minha primeira fanfic!! Snif, snif...



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