POV Sophia

_ To enjoada de ficar sentada_ disse deitada no bando de trás do carro com os meus pés apoiados na janela.

_ Durma_ disse sem paciência.

_ Já dormi_ disse enquanto tentava encontrar alguma irregularidade em uma das minhas unhas.

_ Só fique calada.

_ Coloca música_ pedi mais uma vez.

_ Não.

_ O carro é meu_ disse me sentando.

_ Não sou eu que preciso de ajuda_ disse me encarando pelo retrovisor.

Voltei a ficar em silencio. Adam tem um jeito que pode ser bem irritante quando ele quer. E eu tinha me esquecido completamente desse fato elementar. Seus olhos azuis céu estava focado na estrada, passei para o banco da frente e fiquei encarando-o com a minha pior cara de irritada.

Lembro quando eu era mais nova e ele costumava me levar para tomar sorvete, ficava encantada com os desenhos em seus braços, assim que me mudei para o Brasil. Foi uma época muito difícil. Eu era uma garota de nove anos que tinha acabado de perder o irmão, com uma mãe que não se adaptou com a ideia da perca de um filho e um pai que se culpava e vivia para o trabalho. Não havia perdido apenas um irmão, mas uma família.

_ Chegamos_ disse Adam descendo do lado do motorista da minha picape e vindo do meu lado para me ajudar a descer e logo em seguida abriu a porta traseira para pegar a minha mochila e o meu casaco mais grosso.

_ Você só pode está brincando_ disse olhando para as arvores que nos cercava.

Quando saímos da cafeteria ele assumiu o volante do meu carro, por eu não saber onde ficava o novo acampamento, já que eles se mudavam uma vez por ano quando as coisas estavam calmas.

_ Por que estaria?

_ Você está me enrolando?_ perguntei irritada_ que merda é essa!

_ Precisamos andar_ disse com os braços cruzados apoiado no meu carro_ e cuidado com o linguajar, mocinha. Ainda sou mais velho que você.

_ Ta brincando?_ perguntei ignorando o seu último comentário.

_ Você achava que seria fácil chegar até o acampamento?

_ Tanto faz_ disse pegando a minha chave da mão dele e ligando o alarme do carro.

_ Isso não vai funcionar, estamos no meio do mato.

_ Vamos logo?_ perguntei colocando o casaco.

_ Preciso te vendar.

_ Não contarei a ninguém.

_ Eu sei Sophia, mas precisamos tomar cuidado_ disse enquanto vendava os meus olhos.

_ Nunca pensei que a minha primeira viagem para o Canadá seria assim_ disse quando ele me pegou no colo e começou a andar.

_ E como você pensou que seria?

_ Não sei_ disse fazendo-o ri.

_ E como vão às coisas no Brasil?_ perguntou_ Faz tempo que não vou lá_, mas eu sabia exatamente o que aquela pergunta significava.

_ Luly está bem_ disse sorrindo_ e não está no Brasil.

_ Não?

_ Não.

_ Está viajando?

_ Por ai.

_ Como assim?

_ Minha mãe casou.

_ Sério?

_ O cara é legal_ disse me lembrando dele_ o casamento era para o meado do ano.

_ Mas com estamos falando da sua mãe_ disse rindo.

_ Isso aí_ concordei_ ela adiantou a data e casou mês passado em um museu em Moscou.

_ Interessante.

_ Luly está lá.

_ Por quê?

_ Ela conheceu um cara_ disse e senti o meu corpo sendo apertado e escutei um rosnado_ ataque de testosterona?

_ Ela tem alguém?

_ Você sumiu Adam. Você a abandonou, depois de tudo que ela fez por você, foi muita sacanagem da sua parte.

_ A culpa não foi minha_ disse baixo_ não quero que ela sofra.

_ Mas ela já sofre pela sua partida.

_ E se eu tiver a impressão quando estiver com ela?

_ Ela tinha aceitado o desafio.

_ Mas ela não sabe onde está se metendo.

_ Ela tinha escolhido você.

_ Mas...

_ Mas ela é uma vampira?

_ Não_ disse me corrigindo_ isso não me incomoda, ela é especial.

_ Do que você tem medo Adam?_ perguntei_ Ela te ama, ela se tornou uma cobaia por você. Ela arriscou a própria vida.

_ O que fizeram com você?_ perguntou desconversando.

_ Não entendi.

_ Sophia Swan defendendo o amor?

_ Talvez ele não seja tão ruim assim.

_ Imagino.

_ O que?

_ Você está apaixonada?

_ Não.

_ Diga a verdade.

_ Sim, estou satisfeito?

_ Só não me diga que é por um vampiro_ disse rindo_ sua família tem um histórico bem antigo com os sanguessugas.

_ Não é não.

_ Bom para você_ disse rindo.

_ Não mude de assunto_ disse cortando-o, antes que desconverse mais.

_ Vamos parar por aqui_ disse_ estamos próximos.

_ Minhas costas está doendo_ disse esticando o meu braço que estava em seu pescoço.

Ele me colocou no chão e tirou o tecido que cobria os meus olhos e depois de alguns minutos andando pela floresta que não possuía nenhuma trilha comecei a escutar vozes e me animei. Eu não vinha ao acampamento dos desgarrados dês que eu tinha 12 anos. O acampamento era para transmorfos, mas diferente dos de La Push que eram lobos, os do acampamentos eram com vários animais e alguns podiam se transformais em dois e apenas o alfa em três, mas ele era o mais velho tendo 145 anos de idade e aparentando quase quarenta anos, mas alguns dizem que ele tem muito mais. Ele era conhecido como One, ninguém sabia o seu verdadeiro nome. Mas ele não era tratado como um líder de matilha era mais como um pai. Pois vinham diversos transmorfos de várias matilhas para cá. Um transmorfo precisa de um alfa não precisa ser da matilha que ele nasceu, ele só precisa de um líder e isso está no sangue do Alfa. E existem muitos transmorfos sozinhos pelo mundo e essa matilha sai a procura de pessoas assim que muitas vezes desconhecem o que são, essas pessoas são raras. Mas existem.

_ Faz bastante tempo, né?

_ Sim_ respondi.

_ Não fique muito animada_ disse mais sério.

_ Como assim?

_ Eles não sabem que você está vindo.

_ Como assim?

_ Eu consegui os dados que me pediu sozinho_ disse.

_ E por que?

_ Briguei com One e estava alguns meses fora e estou voltando hoje.

_ Isso é reconfortante_ disse revirando os olhos.

Quando entramos no acampamento varias pessoas cercaram Adam e logo ele foi cercado e atacado por diversas perguntas e abraços.

_ Sophia_ me chamaram e fiquei surpresa por ser reconhecida.

_ Rafaela_ a reconheci e fui ao seu encontro e de outras garotas que estavam com ela_ Laila, Abigail_ disse abraçando cada uma.

_ Que bom que você está aqui_ disse Laila_ senti a sua falta.

_ Eu também.

_ Você está ótima_ disse Abigail.

_ Vocês também_ disse sorrindo.

_ Sophia_ disse Rafaela_ essa aqui_ disse se referindo a menina negra com olhos verdes que sorria_ é a Pâmela e ela_ disse apontando para uma loira com olhos castanhos que não parecia gostar muito da minha presença_ é a Luíza.

_ Vai ficar por muito tempo?

_ Não, Luíza.

_ Você ainda está no Brasil?_ perguntou Abigail.

_ Não, estou em La Push.

_ Esse nome é familiar_ disse Pâmela.

_ É uma praia_ disse.

_ Podemos te visitar_ disse Laila animada.

_ Seria incrível_ disse Luíza me surpreendendo_ não vamos a lugar nenhum mesmo.

_ Adoraria receber vocês lá_ disse sorrindo.

_ Adoraríamos sair daqui de vez enquanto_ disse Laila.

_ E como vão às coisas por aqui?

_ O de sempre_ disse Abigail_ gente chegando, gente indo. Nós chegando em algum lugar, nós saindo desse lugar.

_ Vamos caminhar_ disse Pâmela_ vamos procurar os garotos e aí podemos fazer alguma coisa mais divertida.

Olhei para onde Adam estava e concordei com as meninas quando não o vi mais.

_ Por que você se mudou?

_ Meu pai morreu_ respondi para Laila.

_ Sinto muito_ disse sendo acompanhada pelas outras.

_ Eu sei como é isso_ disse Luíza.

_ É difícil_ disse_, mas estou sabendo lidar.

_ É por isso que você está aqui_ disse Abigail_ aconteceu algo mais.

_ Sim.

_ E o que aconteceu exatamente?_ perguntou Rafaela.

_ Os Volturi estão te ameaçando?

_ Sim.

_ Que barra_ disse Pâmela.

_ Eles querem as pesquisas do meu pai.

_ Mas isso não responde porque você está aqui_ disse Luíza.

_ Adam está me ajudando.

_ Melhor de pararmos de falar disso_ disse Abigail_ sei que você conseguirá e eu estou aqui se você precisar de ajuda.

_ Obrigada_ disse para ela, as outras meninas ficaram em silencio. Sei que elas pensam que sou sinônimo de confusão e elas estão certas, afinal a minha presença aqui tira a segurança do acampamento.

Andamos por uns vinte minutos e encontramos um grupo de garotos que estavam conversando apoiados em motos antigas. Reconheci alguns garotos, mas não me lembrei de seus nomes. Fiquei sentada conversando com uma ou outra pessoa que se aproximava para saber o que eu estava fazendo lá e outros que me reconheceram.

_ Sophia_ disse Abigail se sentando do meu lado no tronco caído_ acho que você deve saber de algo_ disse olhando para os lados e depois voltou a me encarar_ sobre as pesquisas.

_ E o que seria?

_ Você lembra do TJ?

_ Acho que não.

_ Bom, não tem importância_ disse suspirando_ eu me envolvi com esse cara e ele é um dos caras mais próximos do Alfa.

_ Eu não sou boa em conselhos amorosos.

_ Não é isso_ disse rindo_ seu pai costumava vir no acampamento em segredo, durante a noite e ficava no trailer do One.

_ Mas o que ele vinha fazer aqui e como você sabia que era em segredo?

_ Você sabia que ele vinha?

_ Não.

_ E ele sempre vinha de noite e ia embora a noite também.

_ Você acha que eram pesquisas?

_ O que mais seria Sophia.

_ No que meu pai estava se metendo_ disse com o pensamento longe.

_ Eu sei que eram pesquisas sobre um tipo de arma.

_ Mas que arma?

_ Não sei. Mas era importante.

_ O Trailer no One sempre fica afastado_ disse me lembrando quando eu era menor.

_ Por isso que eu acho que possa ter algo com as pesquisas_ disse com um olhar perdido.

_ Você está deixando de me contar algo?

_ É melhor você saber_ disse se levantando_ as armas eram para matar vampiros.

_ Como você sabe?

_ Teve um dia que estávamos juntos na floresta_ disse ficando vermelha_ e apareceu um vampiro, eu quase o matei, mas ele não deixou e disse que levaria para One.

_ Estranho.

_ Também achei e o segui. Eles mataram o vampiro com uma arma que o transformou em pó.

_ Pó?

_ Sim.

Ficamos em silencio. Eu não conseguia entender o que uma matilha que queria se esconder do mundo se envolveria com pesquisas e ainda mais com armas. E o que meu pai fazia com armas? Eu pensei que as pesquisas dele era relacionado com a biologia, células e não armas? E por que ele mataria vampiros? E até que faz sentido os Volturi querer essas pesquisas.

_ Mas não é o que dizem é verdade_ disse um garoto que parou na minha frente_ que quem é vivo sempre aparece_ concluiu.

_ Eu te conheço?

_ Vou ver como as meninas estão_ disse Abigail sorrindo para o garoto.

_ Estou tão diferente assim, princesa da cidade?

_ Logan?_ perguntei.

Logan Grey o príncipe da selva era como eu o chamava quando ele me chamava de princesa da cidade. Ele era uma das poucas crianças que cresceram no acampamento, já que a maioria assim que constituíam uma família se mudava para alguma cidade e comprava uma casa. Sua mãe ensinava as crianças e alguns adultos a lerem e seu pai era como o braço direito do alfa, era o beta do bando.

Mas o garoto que estava na minha frente não tinha nada parecido com o menino moreno, magrelo e com a cabeça cheio de cachos grandes que eu me despedi da última vez que o vi. Mesmo ele sendo apenas dois ano mais velho do que eu, ele não podia ser considerado uma menino e sim um homem. Ele ainda continuava moreno, só que menos moreno que antes, não existia mais cachos, ele usava um corte militar que o deixava com cara de mau. Não existia mais aquele rostinho de criança e aqueles olhos inocentes que me deixavam vermelha quando ele sorria. E havia músculos, ele estava mais musculoso que Adam e possuía as mesmas tatuagens tribais.

_ Vai ficar me olhando desse jeito?_ disse sorrindo_ Ficarei sem jeito.

_ Você mudou tanto_ disse ainda sentada.

_ Estou tão feio assim?

_ Não mesmo_ disse levantando e abraçando-o.

_ Ainda acho estranho ser abraçado_ disse retribuindo o gesto.

_ Desculpa_ disse me afastando_ é que eu não sabia que senti tanto a sua falta_ e era a pura verdade, pois quando Ben morreu foi como se ele tivesse se tornado seu substituto. Não era a mesma coisa, mas era reconfortante saber que eu poderia contar com ele.

_ Vamos?

_ Para onde?

_ Já está tarde e você precisa dormi.

_ Ficarei aonde?

_Na minha casa.

_ Você tem uma casa?

_ É um apartamento, não é grande coisa.

_ Que incrível!

_ Não faça essa cara.

_ Que cara?

_ Esquece.

_ Onde você mora?

_ Na cidade.

_ E o seus pais?

_ Ficam no acampamento.

_ Por que não posso ficar aqui?

_ Adam me pediu para te levar para a minha casa_ disse me guiando entre as árvores.

_ Por quê?

_ O acampamento aumentou.

_ Eu percebi.

_ E nem todos gostam da ideia de uma humana andando por lá, não se sentem seguros.

_ Não contarei a ninguém sobre vocês.

_ Eu sei Sophia_ disse me ajudando a pular uma raiz alta_, mas é melhor assim, Adam está meio queimado.

_ Ele me contou que se desentendeu com One.

_ E tem gente que não gostou dele ter voltado, mas One gostou_ disse defendendo seu alfa_ só que não precisamos de mais confusão.

_ Não vai me vendar?

_ Não precisa, o acampamento irá mudar de lugar.

_ Por eu estou aqui?

_ Não_ mentiu_ já está na época.

_ Mentiroso_ disse e ele sorriu para mim e continuou andando.

Andamos por mais um tempo até que entramos em um estacionamento.

_ Tudo vai dá certo Sophia_ disse sorrindo_ é uma promessa_ concluiu.