Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 80
Cap. 80: Corrida.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/144938/chapter/80

--- Não, Peter, não podemos ir embora. Será pior. –Meu tom de voz era quase inaudível.

  Eu realmente ainda estava com medo.

--- Como assim? Você quer ficar e dar a ele a chance de nos pegar? –Peter parecia não estar raciocinando bem, pois, com certeza ele não era tão estúpido a ponto de não perceber que se saíssemos dali, seríamos um alvo mais fácil. –Peter! Acorde! Nós não podemos sair de perto deles. Eles são os possíveis assassinos futuros. –Eu disse, tentando fazê-lo entender meu ponto de vista.

--- Me... desculpe, Lottie. Tem razão. –Peter havia voltado à realidade de sua sanidade. –Temos que ficar aqui, onde eles estão. Se formos para longe, não poderemos contar, nem ao menos com a ajuda do restante deles que não quer ver você morta. –Ele conseguiu colocar em palavras meus pensamentos, havia, mesmo, recuperado rapidamente sua lógica. Estava até melhor do que eu agora. 

--- É... Peter... é isso o que eu estava tentando dizer. –Eu disse, ainda atordoada pelo fato de não ter conseguido explicá-lo antes de ele dar um “ataque”.

--- Eu... não tenho muitas esperanças. –Peter disse, tristemente.

--- Ei! Cara! O que está dizendo? Por que diabos não haveria esperanças? –Sam quase gritou com Peter. Ela era muito otimista.

--- Bem... –Ela não o deixou continuar.

--- Peter, tem mais gente aqui que não quer matar a Charllottie, do que gente que quer matá-la. –Sam disse. –Está mesmo nos chamando de inúteis? –Sam esbravejou. 

--- Calma! Sam. –Eu disse, fechando os olhos num surto de racionalidade brusca. –Olhem aqui, você não vão me deixar doida. –Eu falei, com um tom forte. –Primeiro: Não vamos contar para mais ninguém. Pelo menos agora. É perigoso. Quanto mais espalhado, mais pessoas estarão em perigo. –Eu disse, contrariando minha antiga teoria.

--- Mas, então, quem nos ajudará? –Sam perguntou.

--- Disse que não iríamos contar para ninguém, pelo menos agora. –Falei, gesticulando para que ela me deixasse terminar. –Peter, preciso... ir para fora daqui. Quero respirar... –Olhei para Peter e o fitei, atônita. 

--- Charllottie, o que está... –Não ouvi ele terminar, pois apaguei.

                                                        x.x.x

--- Lottie, como se sente? –Sam me olhava, freneticamente perturbada.

  Gustav estava ao seu lado. Ele parecia absorto. Aquela barba loura que o deixava mais velho e cansado, estava um pouco maior. Ele parecia ter tido um dia fatídico. Ou parecia estar tendo vários momentos fatídicos. Ele me olhava e olhava para Sam com um olhar culposo e dramático. Era estranho ver as luzes de seus olhos azuis claros estarem tão apagadas.
Levantei meu tronco bruscamente fitando-os, muito assustada. “O que Gustav está fazendo aqui?” Pensei. “Na organização?” Pensei, tomando um susto maior ainda.

--- O que houve? Onde está o Peter? Sam... –Minha cabeça começou a doer. –Ai! –Balbuciei.

--- Estamos num hotel, Lottie. Gustav veio para cá a meu pedido. Ele é médico, Lottie. Resolvi ficar aqui na Alemanha com você. –Ela estava preocupada.

--- Conte-me mais, Sam. –Eu disse, sabendo que havia mais algo.

--- Você tomou algo antes de sair do seu quarto e ir para o meu? –Sam perguntou-me.

--- Bom, tomei leite quente. –Eu respondi. –Porquê?

--- Havia um sonífero forte nele, de certo. Você apagou por três dias. Peter achou melhor que você ficasse longe enquanto estava desacordada. Lá era perigoso, segundo ele, não havia muitas pessoas confiáveis para te vigiar. –Sam sorriu, sem querer.

--- É, realmente... –Revirei os olhos. –Como pude? –Perguntei a mim mesma. –Que idiota! Beber algo no lugar em que querem me matar! 

--- É, você é mesmo idiota por achar que tem alguma culpa... –Sam balbuciou, revirando os olhos.

--- Quero voltar. –Eu disse, ignorando-a.

--- Tudo bem. –Ela disse, sorrindo.

--- Tudo bem? Você já foi bem mais insistente... –Murmurei eu.

--- Vai ser impossível te manter aqui se você quiser sair. Além disso, concordamos em te deixar lá na organização junto com o Peter, lembra?

--- É... Eu me lembro... –Disse, ainda meio tonta.

                                          x.x.x

  Cheguei na organização e logo avistei Frida.

--- Me diga! Charllottie! O que está acontecendo? –Ela perguntou. Estava interessada como nunca antes eu havia visto. 

--- Sinto muito, Frida... é complicado. –Eu disse.

--- Para mim? –Ela perguntou. Parece que seu jeito arrogante havia voltado a vigorar. –É tão complicado assim? –Ela perguntou.

--- É, Frida. Se ficar sabendo, terei de matá-la. –Não expressei humor.

--- Tudo bem. –Ela pareceu entender. –Mas... Eu quero muito saber! Você precisa me contar alguma hora. Eu sei que colocaram sonífero pra você beber. E ser humano algum que não fosse daqui conseguiria fazer isso... Alguém está atrás de você...

--- Charllottie! –Peter interrompeu Frida antes que ela me dissecasse sobre o assunto.

  Parecia que eu havia passado meses fora. 

  Ele correu até mim e me abraçou, levantando-me. Sorri, feliz em vê-lo. Parecia que cada minuto perto dele era único e pequeno a cada dia que eu vivia a esperar a morte, como nenhum humano no auge de seus vinte e um anos sobrevividos, faria.

--- Eu amo você. –Eu disse, baixinho.

  Minha voz ainda era sôfrega e baixa. Peter odiava me ver assim, de certo. Seu otimismo parecia cada vez mais abalado a cada vez em que eu chegava perto dele com meu escudo pessimista.
Ele tocou meu rosto, levemente e me beijou. Senti-me mais leve. Parecia que havia esquecido, pelo menos por aquele momento, as angústias.

--- Vamos nos divertir, amanhã, Charllottie. –Frida disse, tentando me animar. Aquilo foi bastante esquisito.

--- É? –Perguntei a Peter. 

--- Haverá a grande corrida. - Peter não parecia entusiasmado e o disse, revirando os olhos como se fosse algo fútil.

--- Tudo bem, preciso esquecer problemas. –Eu sorri, meio cansada.

--- Vai ser colossalmente fantástico. –Frida sorriu. Aquilo me fez sentir melhor, por mais incrível que parecesse.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ich Liebe Dich." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.