Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 8
Cap. 8: A Melancolia. A loucura. O silêncio.




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Eu estava pensando demais naquela madrugada.

  Será que me mato? Será que fujo daqui e morro sozinha, para que ninguém saiba? Eu poderia mandar Bridget para fingir ser eu. Se ela estivesse aqui...

 Enfim, de todas elas, eu não sabia o que fazer. E não estava conseguindo dormir. Levantei-me da cama e olhei-me no espelho. Olhei-me de cima. Passei as mãos em meu rosto que não era mais o que eu conhecia. Eu odiava com cada gota de meu sangue doente, não me sentir bem por não estar parecida com minha gêmea desnaturada. Sim, minha irmã gêmea que deveria estar aqui. Ela não podia ter me deixado agora. Eu também precisava dela. Mais que droga.

 Meus olhos eram fundos e meu rosto estava mais branco do que os lírios que eu cultivava pelas partes da casa. Eles estavam secando. Como meus cabelos, minha pele, minha vida. Saí em disparada pelo quarto como se tivesse me dado um “tique nervoso”. Abri a gaveta quase a quebrando. Eu estava com ódio. Baguncei todos os papéis procurando a tesoura. Não podia fazer muito barulho, então comecei a me controlar freneticamente, o que me fez tremer um pouco. Eu fitava o meu quarto vazio e escuro olhando para todos os lados com cara de assustada. Abri novamente a gaveta e peguei a tesoura facilmente dessa vez. Passei-a levemente pelo meu rosto. Fiquei me olhando no espelho como uma louca. Passei a tesoura por meus cabelos cortando-os erroneamente. Olhei de novo para o espelho e eles estavam picotados. Em umas partes ele estava bem curto e em outras, bem longo. Fiquei passando a tesoura neles sem cortá-los até chegar ao meu rosto. “Não”, Pensei, atônita. Parecia que eu havia acordado de toda aquela loucura. Mas eu realmente ainda não tinha acordado. Era apenas o meu medo de ver meu rosto sangrando e da dor que aquilo traria.

Queria ter a cara de Charllottie quando todos me vissem morta. Não quero ser tão assustadora para eles. Eles me amam, é o mínimo que posso fazer. Passei a tesoura por minhas pernas, não tão levemente. Cortei-as. Enquanto o sangue escorria por elas, eu sentia uma dor um pouco suportável. Os cortes não foram tão profundos. Passei-a pelos meus braços com força, e depois tirei rapidamente, sentindo a dor imensa que se apresentava. “Ai!”, murmurei rápido, mas baixo. Tinham cortes um pouco profundos. Eu não agüentaria sentir tanta dor assim. Então, quando eu estava prestes a terminar com aquilo, olhei de novo meus braços e pernas,estavam cobertos de sangue. O Desespero me bateu. Eu tinha um pouco de pânico de sangue. E estava ficando tonta, então tinha que acabar logo com aquilo.

 Olhei a janela e a lua era palidamente brilhosa lá fora. Não havia muitas estrelas e ela brilhava sozinha, com algumas nuvens esparsas ao seu redor. Era a janela. Era a janela a minha única saída. Minha única saída para a morte.

 Senti um cheiro de sangue forte devido a ele escorrer rapidamente. Me deu ânsia de vômito. Senti frio e fiquei tonta. Vi a porta de meu quarto abrir. Um homem alto e louro com os olhos fixos e raivosos entrava, arrombando a porta. Tombei para trás, sem enxergar mais nada.

 x.x.x

 Fiquei em um escuro interminável por muito tempo. Depois, eu lembro de algumas coisas que estava pensando. Ouvia gritos e choros baixos longe de minha consciência meio apagada. Seria o lugar o inferno? Não, seria bom demais. Não estava sentindo nenhuma dor. Será que estava perdendo meu juízo mais ainda? Oh, não! Ele estava indo embora e eu não estava fazendo nada para recuperá-lo. La La La La La. É, eu estava ficando doida. Acho que estava na terra ainda. Eu ainda estava sofrendo. Não estava sentindo dor,mas estava sofrendo. Socorro! Me tirem daqui! De minha cabeça insana. Eu queria acordar logo, para ver se eu morri, ou se estava apenas ficando louca num hospício. De repente, eu não queria mais morrer. Entrei em pânico com minha consciência. Parecia que meu cérebro estava queimando. Todos os parafusos estavam parando. Todas as engrenagens em movimentos circulares uniformes estavam rodando em freqüências diferentes das normais.

--- Socorro! –Eu acordei me levantando bruscamente como num pesadelo com um grito acompanhado.
--- Preciso conversar com você Charllottie. Preciso também que cale a boca até eu terminar de falar O.K.? –Peter disse seriamente.    Seus olhos eram diferentes de como eu costumava vê-los. Não eram imparciais e brilhantes. Penetrantes. Eram dolorosos e aflitos. E, por mais que meu rosto tenha se contraído numa expressão cética e ríspida, eu sentia que ele parecia me entender. Apenas por aqueles olhos.    --- Então diga logo ou se cale você. –Eu disse, erguendo uma sobrancelha carrancuda, despreocupadamente.


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Notas finais do capítulo

Tá doida.



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