Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 59
Cap. 59: Ouvir em alemão.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo lindo lindo lindo. ♥



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Depois que o incidente “Frida” aconteceu, sai dali direto para me colocar num dos quartos. Sam já estava se sentindo em casa, então nem foi preciso muito para que ela fizesse com que Joe e Bridget se instalassem. Quando terminei de guardar minhas coisas, abri a porta do quarto e fui ao quarto trezentos e nove do corredor “V”, a sala de Peter.

  Quando fiquei de frente para a porta, uma tela me visualizou e um laser passou por mim. A porta abriu-se. 

--- Você já se acostumou com essas portas não é, Peter? -Perguntei. Perguntas idiotas, eu estava fazendo muito ultimamente.

  Não tinha muito assunto daqui para a frente. Peter já sabia de tudo o que se passava. Trazer Joe e Bridget tinha sido um choque para o meu opressor, talvez ele fosse mais cuidadoso quando ao que nós poderíamos fazer. Afinal, acredito que ele não tivesse muitas pessoas ao seu lado. É impossível permanecer tão secreto quando se tem muitas pessoas ao seu dispor. Nem todo mundo é leal. E não se pode agradar a todos. 

--- É, me acostumei. -Peter disse.

--- Hum... -Eu disse, sem ter o que falar.

  Peter levantou-se da cama e desligou a televisão por comando de voz. Aquilo era tão mais prático. A vida de muitos capricornianos seria perfeita com aquela praticidade toda. Até o mais singelo detalhe, era útil.

--- Charllottie, você pode me dizer o sente por mim, nesse momento? -Peter olhou para mim e falou diretamente.

  Eu fiquei tensa. Era uma daquelas abordagens diretas sobre sentimentos que eu não estava esperando.

  Gelei. Fiquei fria para não deixar o calor sucumbir e não falar nada sobre o que eu realmente sentia. Apesar de Peter fazer parte d aminha vida, eu ainda tinha medo de me abrir por completo com ele. Eu confiava plenamente nele, mas não ainda no aspecto sentimental. Este, não havia sido alcançado por ninguém além de meu pai.

--- Simplesmente odeio abordagens diretas. -Suspirei e olhei para baixo pelos cantos dos olhos.

--- Não quero que se sinta pressionada... só... não quero sentir que não sei em que nível estamos. -Peter fitou o chão.

  Ele era tímido. E eu também. Como nós faríamos aquilo? Não sabia. Ainda bem que pelo menos ele falava coisas diretas às vezes. Ou não. Aquilo era horrível para mim.

--- Posso falar a verdade? Ou quer que eu minta? -Perguntei, sinceramente. Estava ai, mais uma pergunta idiota.

--- Quero a verdade. -Peter sentou-se novamente na cama.

  Virei-me de costas para ele e coloquei as mãos para trás.
--- Eu não sei. -Eu disse, relutante.

  Fechei os olhos e fiquei, provavelmente, corada naquela hora. Era constrangedor que uma mulher de vinte e um anos não soubesse o que estava sentindo. E era pior ainda, confessar isso para um homem.

--- Eu entendo. -Virei-me novamente para ele e fitei-o com curiosidade.

 Ele estava sorrindo.
--- Do que você está rindo? -Perguntei, fazendo uma voz e expressão calmas. Um sorriso leve acabara de se formar em meu rosto. Ele era tão lindo sorrindo que me contagiou.

  Mas eu não estava calma. Definitivamente não. Meu coração estava rasgando o peito como daquela outra vez. A ansiedade de saber o que ele pensava naquele momento.

--- É que é estranho. Uma garota de vin -Não o deixei terminar.

--- Peter, não me irrite. Sabe o que eu posso fazer com você? -Eu disse, olhando-o, penetrantemente.
--- Não pode fazer nada, a não ser fazer com que eu te ame mais. -Peter disse.

--- É, não posso. -Eu disse -Então, deixe-me fazer a única coisa que eu posso. -Eu sorri, diabolicamente.

  Eu era vingativa. E quando isso acontecia, algo me possuía. Não era Charllottie, mas o senso de proteção que o “eu” malvado dela, exercia sobre a mesma.

  Peter estava sentado na cama e eu aproximei-me dele e empurrei seu peito para que ele caísse na cama. Depois disto, subi na cama e sentei-me em cima dele. Olhei para ele e meus cabelos caíram sobre seus ombros. Sua expressão era surpreendentemente perplexa. Beijei-o, então.

  Meu “eu” malvado havia dormido novamente dentro de mim e então o meu beijo terno de Charllottie foi igual. Suavemente toquei seus lábios e ele tocou meu rosto com uma das mãos. O beijo parecia durar mais do que a minha vingança permitira. Tirei meus lábios da fúria humana de Peter. Sai de cima dele bruscamente.

Peter me olhou com uma cara muito engraçada. Parecia mais perplexo do que eu mesma com tudo aquilo. Virei-me, ficando de costas para Peter e fechei meus olhos botando a mão na cabeça. Que diabos eu tinha naquela hora? Droga.

--- Unsere! - Tenho certeza de que Peter acabara de falar alemão, mas infelizmente não entendia muito de tal língua.

--- O que disse? -Eu me virei, ainda constrangida. Olhei para baixo e franzi as sobrancelhas. Sorri de repente. -Me desculpe, Peter. Eu não devia ter feito isso... -Eu disse. Olhei para Peter e ele passava a mão sobre a cabeça, transtornado.

  Pus-me de joelhos para ficar da altura dele na cama.

--- O que houve? -Perguntei.

--- O que aconteceu a você, Charllottie? -Peter perguntou, sorrindo.

--- Pare, Peter. Vou embora para meu quarto... -Eu levantei-me e abri a porta por comando de voz.

--- Nein! -Peter quase gritou.

Virei-me para ele com uma expressão pesarosa.

--- Pare de falar alemão. –Eu olhei para ele, ordenando. -E... eu não quero falar sobre isso.

--- Mas... eu quero, Charllottie. Desculpe. É que eu falo alemão as vezes por impulso.-Peter sorriu. Ele estava radiante. -Acho que você deveria ser tirada do sério mais vezes.

  Ele deu um sorrisinho irritante sem mostrar os dentes.

--- Você merece que eu tenha parado na metade de tudo. -Eu disse, com raiva.

--- Quando nos casarmos, poderei ter o resto. -Peter franziu uma sobrancelha. -Ou... pode ser antes, se você preferir.

--- Não vou casar com você... nem penso em casar. É... responsabilidade demais. -Eu disse, esquecendo de minha proposta de ir para o meu quarto.

  Peter levantou-se da cama e me olhou, penetrantemente. 

--- Você se irrita, quando falo em alemão? -Peter perguntou, timidamente.

  Ele estava bem perto do meu rosto. Eu não queria que caíssemos em tentação mais uma vez, então me afastei um pouco.

--- Acho muito bom de se ouvir... só... -Olhei para ele por baixo -Não entendo. -Eu sorri

--- Que bom. -Ele suspirou.
--- Quero que você fale em alemão, somente para mim. -Eu disse, enquanto estava de costas para ele. Não teria coragem de dizer isto olhando em seus olhos.

  Ele puxou meu braço deixando-me de frente para ele. Suas mãos acariciaram meu rosto e desceram até meus cabelos. Ele estava sorrindo. Tão lindo. Tão doce. Peter estava com o sorriso mais puro do que em todas as vezes que eu o havia visto sorrir. Parecia a pessoa mais intangível que o mundo pudera abrigar. Ele estava realmente feliz como se sua vida dependesse disto.

  Ele recostou sua cabeça em meu ombro e senti um leve arrepio de sua boca bem perto do meu ouvido. Ele tirou meu cabelo da orelha com suavidade e eu me arrepiei mais ainda.
--- Meine Liebe für dich, mehr bis zu meinem Wunsch zu leben. – Ele sussurrou.

  Fechei meus olhos e fiquei nas nuvens. Foi uma das melhores sensações que senti na vida. Mesmo que eu não soubesse o significado do que ele havia dito, havia mais do que palavras ali. Havia sentimentos que eu podia sentir nas palavras.

  Ele afastou-se um pouco e tocou meus lábios levemente. Fiquei olhando-o. Não consegui tirar meus olhos dele. Eu estava feliz, assim como ele estava por eu estar.

--- Meu amor por você é maior até que a minha vontade de viver. -Peter pronunciou lentamente, com todo o sentimento da outra vez. -Foi... -Ele parou de me olhar nos olhos e fitou o chão. -Foi o que eu disse.

  Eu sorri ao ver que nos olhos dele havia mais vida do que antes.


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Notas finais do capítulo

OMG. *_____________________*



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