Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 58
58: Vendo eles de novo... não, eu não gosto deles.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/144938/chapter/58

--- Charllottie... -Peter falou enquanto andávamos -você precisa tirar a blusa da parte de dentro por que ela tem um tecido mais grosso e vai acabar te fazendo mal ficando por dentro do casaco... está... encharcada. -Peter disse, timidamente.

--- Tudo bem. -Eu disse.

  Peter olhou para mim meio atônito. Tirei o casaco e entreguei para Peter sem olhá-lo para poder tirar as blusas. Depois tirei a blusa branca de botões que estava tão encharcada quanto a outra, mas seu pano era leve e Peter tinha razão sobre a outra blusa. Não fiquei envergonhada de tirar a blusa vermelha, a de dentro, na frente de Peter e ficar de sutiã... eu sempre fui meio anormal quando se tratava destas coisas. Eu me constrangia mais de falar coisas sentimentais a uma pessoa, do que de me despir em sua frente. Mas fiquei meio constrangida por que meus seios eram enormes e, por mais metódico que Peter fosse, ele era humano. E não deixaria de notar aquilo...

  Tirei a blusa vermelha e olhei pra Peter. Fiquei com vontade de rir.

--- Me dê logo isso aqui. -Eu sorria.

--- O que foi? -Peter perguntou, normalmente.

--- Nada demais. -Eu disse, parando de rir e terminando de vestir o casaco.

--- Me conte o de menos, então.-Peter disse.

--- É que... pensei que fosse ficar olhando. -Eu disse, rindo.

--- A... queria que eu tivesse ficado olhando? -Peter riu.

--- Não! Não... eu só... esperava que você tivesse ficado. -Eu continuei a andar.

--- Não achei que seria certo. -Peter disse.

--- A... tudo bem, Peter, tudo bem. -Eu disse.

--- Olha só, estamos quase chegando... -Peter disse. O caminho até a casa era longo de onde Peter estava.

--- A...

--- Eu já mandei que levassem eles. -Peter disse.

--- Então... veio aqui só para conversarmos, mesmo? -Perguntei.

--- Sim. -Ele disse.

--- Eles com certeza já sabiam. -Eu disse.

--- Com certeza... não são burros. -Peter respondeu.

--- Então para quê? -Pergunte.

--- Só para irmos sozinhos. Mesmo que eles soubessem... iam achar que outro motivo para eu fazer isso se não fosse o desejo de irmos a sós? E achariam certo. Não liguei para o fato de mentir por causa disto. -Peter disse.

--- Hum... você é doido. -Eu disse -Porque quer ficar sozinho comigo?

--- Por que você não é irritante. E eles iam perguntar... sabe? -Peter disse.

--- Nossa... maquiavélico, você. -Eu disse, sorrindo. -Essa coisa toda, só para que eles não perguntem. Genial. Você mentiu para ele na cara dura só para eles se distraírem com isso e acabarem por achar exatamente o que você queria que eles achassem. Quando, na verdade, você está escondendo algo e não quer que eles te importunem com perguntas...

--- Isso. -Peter disse. -Vamos.

  Entrei no carro com relutância, pois estava toda molhada. Na verdade, não era um carro, mas sim, uma limusine. Por isso a relutância.

--- Tem certeza de que...-Eu não pude continuar.

--- Não se preocupe com algo tão bobo, Charllottie. -Peter disse.

--- A... ótimo. -Eu disse.

  Eu não falei muito com Peter e chegamos rapidamente. Fiquei olhando o céu chuvoso da organização.

 Quando pus o meu pé para fora da limusine, vi todos eles em pé como estátuas presunçosas sob o sol fraco. Quando chegamos a chuva havia cessado e o céu abriu-se um pouco para dar lugar a uma iluminação fraca. 

  Norma estava com as roupas formais de sempre, mas eram vinho e havia um broche dourado em seu blazer. Jolie usava uma roupa verde claro cheia de babados e seus cabelos estavam num coque alto. Seus cabelos loiros brilhavam ao sol e ela estava com um guarda-chuva da mesma cor do vestido. Christopher estava como sempre, também social. Suas roupas eram pretas. Angel também estava ao lado deles. Ela estava com uma jaqueta de couro preta com listras vermelhas e uma blusa vermelha por dentro da jaqueta. Usava luvas de couro e sua calça também era preta e de couro. Seus cabelos loiros caiam, lisos pelos ombros. 

--- Novamente nos vemos... -Falei em alto e bom som.

--- Sim, Charllottie, seja muito bem-vinda. -Norma falou com a sua voz grave e baixa.

  Sua cara a era sempre calma, mas via-se uma malícia em seu jeito pausado de falar.

--- Coisinha... não é nada bom revê-la, porém já estou mais calma. Acabei de tomar chá.-Jolie semi-cerrou o olhar, fechou o seu guarda-chuva e deu um passo curto a frente.

--- Olá, Charllottie. Bem-vinda de volta a casa inóspita. -Christopher disse.

--- Porque está com este casaco, Charllottie?-Frida veio andando até bem perto de mim e semicerrou o olhar. Ela vestia um vestido vinho de veludo. Aquilo parecia ser uma ocasião especial.

  Olhei para ela pela primeira vez tão de perto. Seus olhos eram verdes e dentro deles dava para viajar num sonho. A cor era branda contrastando com a violência com que Frida usava suas atitudes e palavras. Sua pele era muito branca e em suas maçãs do rosto, havia algumas sardas. Seu rosto era largo da testa até as maçãs do rosto e depois ia seguindo afilado drasticamente. Seus olhos eram redondos e penetrantes, como os de Peter. O cabelo preto brilhante e pouco ondulado ia até a sua cintura, mas poucas partes ficavam na frente. 

--- Porque eu não estaria de casaco considerando a temperatura? -Eu disse.

  Frida se virou e depois voltou a me encarar.

--- Eu conheço todos os casacos de Peter, Charllottie. -Ela deu um meio sorriso -E... odeio acabar com a sua desculpa, dizendo que este é um deles. -Ela sorriu totalmente.

--- Ele me deu, porque eu estava com frio. -Eu disse, sem hesitar, mesmo que ela fosse me odiar para sempre por causa disto.

--- Ah... então você quer dizer: “Eu amo Peter e estamos juntos.”. Se não quer dizer isto, então... você não estão mesmo bem. -Frida me tirava do sério.

--- Por isso mesmo ele me deu este casaco, é a prova de que estamos mais bem do que vocês pensam. -Sorri, maliciosamente. Toquei de leve com o dedo indicador no rosto dela.

  Frida olhou-me dos pés a cabeça sem sorrir. Depois, colocou a mão dentro do vestido e puxou algo de dentro dele.

--- Frida... -Peter sibilou.

--- Não se preocupe, Peter ela cuspiu o nome dele -Não vou fazer nada contra a Charllottie. -Ela parou de encará-lo para me encarar novamente. Ela tirou de dentro do vestido um apito. Colocou-o na boca e o fez soar como um silvo. 

--- Droga, Frida. -Peter disse.

--- Calma, Peter. -Eu sorri.
--- Chester! -O olhar de Frida se direcionou para as minhas costas.

 Virei-me depressa e fiquei parada, como se nada estivesse acontecendo. Cruzei os braços e não me espantei. O cão parou bruscamente em minha frente e sentiu o cheiro de Peter pelo casaco. Ele trincou os dentes por perceber os dois cheiros, mas logo virou um cãozinho doméstico e sentou-se calmamente ao lado de Frida.

--- Ele cresceu, ou é só minha imaginação? -Gargalhei.

--- Como sabia que o casaco ia te salvar, coisinha? -Jolie perguntou. Ela não sabia que Peter tinha me dito isso.

--- Não seja boba. O cão nunca morderia um dos melhores agentes. Ou... pelo menos alguém que tem o cheiro dele. Não é assim que eles são treinados? -Eu ri e olhei para Frida. Mas ela estava séria.

--- Frida... porquê fez isso? -Peter estava meio bravo. Ele parecia um pai questionando uma atitude da filha.

  Frida levantou o olhar que estava direcionado para o cão a acariciar-lhe o pelo. Ela andou até Peter que estava um pouco atrás de mim.

--- É! -Ela gritou. –

  Todos estavam confusos. Seus olhares eram de completa confusão. E o tom de voz de Frida de repente ficou cauteloso e baixo.

--- Simplesmente por que eu não quero que esta inútil chegue perto dos meus cães. E já que você agora é um idiota junto dela, vai querer que meus bebês cheirem esta... Charllottie! –Ela mudou o tom no final e gritou agudamente.

  Foi tão estridente, que nós todos ficamos surpresos mais uma vez com sua cólera.

---Então... -A bipolaridade dela era impressionante. Os gritos se transformaram em uma voz aguda e em tom baixo - fiz com que Chester a cheirasse logo, mas com o seu casaco, para que o odor desprezível que ela exala, não seja absorvido inteiramente pelo meu cão precioso. Não se preocupe, quando Chester sentir o cheiro horripilante desta criatura, ele reconhecerá. Mas não chegue perto dos outros cães com ela. Chester é o meu melhor cão e já basta o sacrifício dele por todos os outros. -Ela terminou de falar calmamente, bem perto de Peter a encará-lo de baixo devido ao seu tamanho. Ela costumava olhar bem fundo nos olhos da pessoa com quem falava.

--- Ei! Você não conseguiu o seu objetivo principal! -Gritei enquanto ela saia emburrada -Não me assustei nem um pouco quando Chester correu para me pegar -Fiz um tom zombeteiro ao pronunciar a palavra “pegar”.

  Frida me olhou, com os olhos semicerrados. Ela virou-se, então, indignada. Acho que ela entendeu que estávamos quites.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Frida... Malvada. KK



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ich Liebe Dich." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.