Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 50
Cap. 50: Antes em pensamentos do que em palavras.




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Acordei de manhã e fui fazer tudo que já era uma rotina.

  Já estávamos em Fevereiro e eu ainda não havia voltado para a universidade. Minha licença era de uns três meses ainda. Ou até que os médicos me liberassem. Eu fazia exames de rotina.

  Eu estava adorando aquilo, a não ser pelo fato de... Como dizia Sherlock Holmes: “Minha mente se rebela diante de estagnação.”

  Eu não parava de pensar. Pensar em tudo... como antes... quando não estava pensando, estava comendo. Pois, quando comia, todos os pensamentos se esvaíam.

Odiava praticar esportes, então isso já estava fora de minha lista do que fazer antes de me suicidar por tédio.

  Então, comecei a lembrar de algo que estava fazendo no meio do ano que havia passado... Bem... eu ainda não estava certa de nada sobre quem havia retirado Joe de meu domínios e Bridget de minha casa. E Joseph também estava bem estranho com aquelas conversas de que ia me contar tudo depois. Foi um dos motivos pelos quais lembrei de pensar nesta situação. Claro, que, também havia o fato de que eu estava na mira de alguém... E eu não queria estar na mira de alguém. E se estava, era melhor começar a pensar em quem, e tomar providências.

 Quando eu coloquei na cabeça de uma vez, que tinha uma pessoa desconhecida por trás disso tudo que estava acontecendo comigo, presumi que esta pessoa não poderia ser alguém que não conhece absolutamente nada de mim, porque ai, ela não teria motivos pessoais, sendo assim, meu sofrimento serviria a um propósito maior, o que eu havia concordado comigo mesma que era muito mirabolante, visando o fato de que eu era uma pessoa normal que nunca tinha feito nada grande. Ou seja, era alguém que conhecia, mesmo que um pouco, sobre mim. E que tinha algum vínculo pessoal comigo.

 A organização havia me dado a luz. Ela havia colocado um ponto final na dúvida de se eu estaria mirabolando esta história de pessoa maligna com mania de perseguição ou não. Ela havia preenchido o último buraco restante. Pois ela havia mudado fato de que eu não tinha pessoas em mente, pois apareceram justamente os fatores procurados nesta minha mente. Pessoas. Encontrei pessoas que podiam não me conhecer bem, mas tinham um vínculo comigo criado por Peter. E que não eram as pessoas mais próximas de mim. Porque as pessoas mais próximas de mim nunca fariam algo contra mim a não ser que fossem psicopatas, o que eu já tinha certeza de que elas não eram por meio de testes clínicos feitos a força por minha insistência precavida.

  Jolie era tão infantil quanto ameaçadora naquela noite de torturas... poderia supor que ela já me conhecia e que não gostava de mim, pois ela estava em um mundo onde tudo lhe era possível investigar. Isso valia para todos os outros. Norma era muito má por baixo daquela pose de coerente e sensata que ela possuía. E o fator mais importante, me odiava. Talvez até mais que Jolie... acho que Jolie achava que gostava de Peter, nada mais que coisa de criança.

  Christopher. Bom, ele não me parecia ter ódio por mim, mas eu não estava confiando em ninguém por ali. Aliás, além deles, eu havia conhecido várias outras pessoas, mas não lembrava muito delas. Não eram muito próximas de Peter.

  Angel... ela também poderia ter feito aquilo. Mas, a esta altura, ela era a menos provável já que fazia de tudo para que eu ficasse com o Peter, ou seja, para que eu estivesse bem. Ou poderia estar fingindo, mas não ganharia nada com isso, porque estar com Peter era o que eu mais desejava naquele momento. E... não sei porque, mas ela parecia ter se apegado a mim.

 Estava assistindo a um recital de piano na televisão enquanto pensava mais do que me concentrava nele. Então, Sam abriu a porta.

--- Lottie! -Sam me assustou com seu tom de voz. -Porque Joseph está estranho? -Sam indagou.

--- Talvez você devesse perguntar para ele... -Eu disse, voltando a assistir.

--- Charllottie, se continuar a esconder coisas de mim, eu prometo que não olho mais na sua cara. -Sam disse, furiosamente.

--- Ah... -Suspirei. -Tudo bem, o que, exatamente, você quer saber, Sam? -Olhei para ela com as sobrancelhas franzidas e com olhos de desprezo.

--- A verdade sobre tudo o que você está pensando. E a verdade sobre tudo que está se passando. -Sam respondeu diretamente.

--- Hum... Sam, não esperava menos desta sua cabecinha... você percebeu que ando trancada em pensamentos como sempre estou e não é nada difícil de perceber? –Perguntei, sarcasticamente.

--- Sim... eu quero sabê-los. -Sam ignorou minha piada. O que era ruim, pois a piada era para tentar mudar de assunto.

--- Tudo bem, -Eu disse, bufando - mas você não pode contá-los nem mesmo para Gustav. -Eu disse.

--- Porque? -Sam indagou

--- Sam... é melhor que eu não te conte. Você é uma tagarela. -Eu disse olhando para a televisão.

--- Conte, Lottie, tudo bem, não contarei para Gustav. -Sam disse, emburrada.

--- Não é nada demais... eu só estava a supor que alguém havia tirado Joe de perto de mim, assim como havia tirado Bridget também. -Falei olhando a televisão entediada.

--- Porque? -Sam perguntou, abismada.

--- Hum... você acreditou naquela história de que eles dois se gostavam e que Bridget sempre me odiou e amava o Joe? Sam... eles nem se abraçam. Um nunca olha na cara do outro... e Joseph não confirmou aquela história, além de Bridget também nem ter tocado mais no assunto. -Completei minha hipótese.

--- Pensando bem... -Sam tirava suas próprias conclusões.

--- É... alguém queria mesmo me ver na pior. Mas eu não sei quem é este alguém e não tenho nada para me ajudar a descobrir... e... Joseph está mesmo agindo estranho, mas não é só com você. -Mudei de canal e comecei a ver Jack Lee tocar gaita de fole. -Ele veio aqui ontem e disse algo sobre me dizer toda a verdade logo.

--- Eu sei... –Sam olhou para o chão. -Ele também disse que ia me contar a verdade logo e que eu fosse forte mesmo que tudo parecesse acabado.

--- Você... não o ama mais, Lottie? -Sam indagou, repentinamente. Uma pontada de sofreguidão me veio, subitamente. Quase como uma pequena morte.

--- Não sei, mas acho que eu ainda o quero e ainda anseio por vê-lo feliz. Mas o amor... Ele deve ter sido arrastado por ai e se acabado como poeira. Desde que ele me deixou, o amor se transformou em mágoa e depois que eu pensei que ele não tinha feito tudo isso, a mágoa se transformou em algo tão estranho... É como se o nosso tempo tivesse passado. Como se tudo tivesse ficado estranho demais.

  Depois do meu discurso, Sam ficou calada por alguns minutos. Bom, eu sabia, que se ela ouvisse isso tudo, ficaria perplexa e me deixaria assistir, que era o meu propósito depois de tanto pensar.

--- E quanto a Peter? -Sam indagou.

--- Não sei... -Sorri olhando para o chão. –É algo mágico –Eu disse, agora rindo, sarcasticamente.

--- Você fica mais feliz quando o vê do que quando vê o Joseph, agora. Você se importa com tudo o que ele pensa e sente. E nada mais me faz ver o seu sorriso sincero do que quando Peter está por perto. -Sam sorriu.

--- Ah... quero que todos parem com isso, já! Vamos assistir aquele desenho animado de ontem, Sam? Era tão engraçado. -Tentei, com sucesso mudar de rumo na conversa.

--- Vamos!-Sam abriu um sorriso.

  Ela havia mesmo gostado daquele desenho.

  Coloquei no canal em que o desenho passava que, na verdade, não era um dos meus preferidos, mas tenho que confessar que o desenho não era nada mal. Estávamos assistindo ao desenho quando a campainha tocou incessantemente.

  Levantei depressa e Sam ficou atrás de mim, pois aquilo era meio estranho. Estranho, por que sempre que conhecíamos a pessoa há algum tempo, ela não precisava tocar a campainha. Era esse o costume em minha casa, até porque, todos eram testemunhas, de que eu sofria com quem abria aquela porta subitamente e pulava em cima de mim.

 Abri a porta devagar. Meu outro rosto pesaroso estava do lado de fora de repente.

--- Lottie... eu... posso entrar? -Ela perguntou segurando na porta com o tronco baixo e as mãos nas pernas com ares de cansaço.


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Notas finais do capítulo

Ela havia mesmo gostado daquele desenho. KKKK



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