Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 17
Cap. 17: Inalando morte.


Notas iniciais do capítulo

narrado por PETER. ._.



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Mesmo que eu não soubesse, de maneira alguma, o que me encantou naquela mulher tão melancólica e complicada em termos sentimentais, eu estava ali, parado, tentando saber como dizer a ela que eu a amava.

Não como uma pessoa que ama a outra normalmente. Era algo muito forte. As vezes pensava que ia me esvair em dor, só de pensar no que ela me diria, depois que soubesse o que eu sentia. E que o que ela diria ia ser o que eu estava pensando.

Estava vendo-a morrer pela janela do quarto de hospital, sem poder fazer nada para impedir. No hospital, a ideia de morte ficava cada vez mais perto de mim. Era um fato que eu queria esquecer... A morte.


De tanto pensar, descobri o que ela era para mim. Era aquilo pelo que eu havia procurado por toda a minha vida. Alguém a quem eu pudesse amar sem pressão. Mesmo sabendo que isso era impossível para mim, na minha condição de condenado. Era alguém que ainda não sabia do meu segredo.


Mas ao mesmo tempo, eu sabia, que ela era um karma. Ela não podia passar muito tempo sem saber das implicações que tinha o fato de ficar ao meu lado. Nem que não fosse como o meu amor. Mesmo que fosse apenas como uma amiga. A minha melhor amiga.


Então, lá estava eu, novamente, confrontando-me pelo meu passado sujo. Ele me daria chances de viver, algum dia? Sem suas sombras maléficas a escurecer meu destino?! Eu já havia perdido as esperanças.


Mas enquanto eu a amasse, enquanto meu coração e minha alma se preenchessem daquele suco de vida delicioso que estava sendo pulsado a todos os lugares do meu corpo e espírito, eu teria de fazer com ela estivesse bem. Ao menos para que meus olhos a vissem viva. E meu coração continuasse pulsando na freqüência normal e sonoramente bonita da qual eu tanto sentira falta, por todo um período longo e doloroso.


Eu sempre ouvia:”Mate, não confie em ninguém.” “Eles são criminosos Peter, não tem alma.” Ou “Se você não matá-los, eles te matam.” E era isso que me deixava mais molestado do que nunca. E agora, naquele ambiente com Charllottie, eu me sentia calorosamente bem. Era a pior felicidade que eu poderia sentir. Porque duraria pouco. E quando se fosse, se arrancaria de meu peito como se alguém o arranhasse vagarosamente até arrancá-la. Era um pedaço de realidade que não me pertencia. E que mais tarde me faria sofrer. E eu não poderia continuar com aquilo.


Então eu escolhi fazer o melhor para todos. Que também era melhor para mim. Eu decidi ir embora, matando-me, mais uma vez.


–-- Peter, acho melhor você ir para casa, você já está aqui há dias. – Aghata disse lentamente.
–-- Não. Ficarei aqui até que possa ver Challottie acordada e conversar com ela.–Eu disse, muito pesaroso. Eu não havia passado muito tempo com a Charllottie, mas estava me doendo muito perdê-la. Para sempre.
–-- Peter, trouxe comida pra você já que sabia que você não ia sair daqui. – Samanta disse, me dando uma cesta com várias coisas de comer dentro.
–-- Muito obrigada, Sam. –Disse, entregando-lhe a cesta. A angústia começava a me tomar.
–-- Peter... Eu... –Samanta queria me confortar. Não ouvi direito o resto de sua frase.

–-- Não morra antes de eu te dizer por que estou aqui, Charllottie. – Eu sussurrei para mim mesmo. – Que droga! –Quase gritei.

–-- Isto é um hospital, Peter, cale a boca. –Samanta falou, voltando a ser ela mesma.

–-- Ela continua linda...- Eu disse a Samanta e ela me olhou como se eu fosse um ser de outro planeta. – Mesmo nessa cama, lívida, ela ainda tem um rosto lindo. Seu rosto está sereno e mortal. Diria que morto. Morto e belo. Com a vida sugada dele, a morte lhe dá a beleza sutil e apática.

Era como um ser de outro mundo, delicado, doloroso, esvaído. Com a sua beleza peculiar. Estranho e sublime mas sereno.

–-- Charllottie é forte. Ela é mais forte do que pensa. Ela mal pode ver o seu mundo exterior. É uma coisa tão trancada dentro de si mesma, que esquece de cuidar do que há por fora. Ela nos mostra mais do que quer. Eu a sinto. Sinto que ela não vai morrer. Não sei como, mas ainda tenho esperança. – Samanta disse, pausadamente. Mas, pelo seu suspiro ao fim, diria que nem mesmo ela, acreditava tanto no que dizia. Ela queria acreditar.

Eu não iria desistir. Não tinha medo de me impressionar com o que podia acontecer. Para mim, ainda não havia acabado. E mesmo que acabasse... Não. Se aquilo acabasse ali, não haveria mais saída para a tamanha escuridão em que eu me lançaria novamente.



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Notas finais do capítulo

LERAM o que ele disse. Escuridão. u.u



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