Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 132
Capítulo 132: Frida está conosco.


Notas iniciais do capítulo

*O* Tá acabando... T.T Faltam uns cinco capítulos, gente.



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--- Preciso falar com você, mãe. –Disse eu, em tom sério. 

  Logo eu, que há tempos atrás, quando tudo começou, era muito misantropa... Logo eu, tentando falar algo doloroso para ela. Para a minha mãe, que também era muito dura consigo mesma. Apesar de ser mais íntima do meu pai, por ele ser quem me ajudava nestes assuntos sentimentais, eu era mais parecida com ela na parte de dentro...

--- Eu já estou sentindo que é a pior notícia que terei. –Ela sorriu de nervoso.

 A brisa da fraca da manhã me fazia ficar um pouco calma. E a morte que me rondava me fazia ficar entorpecida. Entorpecida pela dor, pelo sofrimento que sugava a minha vividez. Foi com um sussurro sufocado, gélido, estranho, e um tanto frio que eu disse.

--- Teddy morreu. –Meus olhos estavam pesados de sono e de choro. Minhas sobrancelhas, franzidas numa expressão angustiada. Eu fitava o chão.

--- Lottie... Eu não sei o que dizer. –Ela sentou-se no sofá, abismada.

  Corri até o mesmo para ficar perto dela.

--- Ele... Morreu na guerra? –Perguntou-me ela, aflita.

  Ela estava absorta. Não conseguia chorar ainda. Não conseguia revoltar-se ainda.

--- Sim. Ele... Suicidou-se. –Esta última palavra saiu esganiçada. Passei a mão no pescoço, esfregando-o, nervosa.

--- Ah... –Minha mãe tinha o olhar perdido. –E... Eu nem pude vê-lo. Eu nem pude... Eu... –Ela fez uma cara de choro. Mas nenhuma lágrima caiu. Ela levantou-se, e andou até o seu quarto.

--- Mãe... Você não poderia adivinhar... Não seja assim. –Murmurei, quase que para mim mesma, pois era tão baixo e sufocado, que mal dava para ouvir.

--- Mais um... Parece que tenho algo chamativo para pessoas que morrem nas guerras... –Ela quase juntou as sobrancelhas no meio da testa, numa expressão que dava dó. 

  Mas ela ainda não chorou. Seu rosto apenas se fechou e ela abriu a porta do quarto, entrando nele e batendo a porta, em seguida.

--- Tal mãe tal filha. –Murmurei.

  Mas com o Peter, eu chorava. Parece que, afinal, depois de tanto tempo vivendo com os sentimentos escondidos, duramente dentro de mim, eu só precisava de alguém que me fizesse sentir confiante para chorar. E Peter era esse alguém. 
  Sai da sala, frustrada, e fui até o quarto de Kurt. Afinal, nem tinha dado tempo de falar que o Peter estava em minha casa...

--- Pete... –Murmurei.

--- Sim? –O homem louro estava encolhido numa cadeira perto da cama de Kurt.

  Seus olhos estavam absortos na criança dormindo na cama. Ele a olhava como se ele fosse um ogro olhando para um boneco de porcelana. Perfeito. Como se ele fosse bruto, como se tudo ao redor fosse bruto, hostil. Mas o garoto era a única coisa que parecia emanar luz límpida e bonita. Ele o olhava como se fosse único, precioso, último. A última gota de água no deserto tão arrasador.

--- Meu amor, você vai ficar doído... –Sorri, fitando-o absorta.

--- Ah... –Ele sorriu e levantou-se.

--- Você vai dormir comigo. –Sorri, docilmente.

--- Sim, querida. –Ele sorriu, zombeteiro.

--- Lottie... –Murmurou ele, afim de não acordar o Kurt. –Frida me ligou. Eu contei tudo a ela e ela aceitou vir. Na verdade, já está a caminho.

--- Tomara que ela não chegue aqui de madrugada. –Eu disse realmente preocupada.

--- Tomara. –Finalizou ele. 

  Fomos dormir.
                                                       x.x.x

--- Frida! –Exclamei. 

  Eram quatro horas da manhã... Seu rosto era seco, rígido e triste. Pior do que a Frida indócil que eu havia conhecido há anos atrás.

  Ela olhava para o solo da porta. Depois seus olhos subiram até mim. Era uma expressão séria e audaz. 

  Trazia malas consigo. Muitas malas... E havia um garoto. Um garoto provavelmente mais velho que ela. O rosto pálido, olhos pequenos e cabelos ondulados e pretos. Parecia italiano. Ele sorriu, simpaticamente, quando abri a porta.

--- Entre. –Disse eu, estranhamente. –Você também. –Disse eu, quando o garoto olhou para mim, apreensivo.

--- Onde o Pete está? –Perguntou ela, em tom tão baixo e rouco, que eu sequer ouvi.

--- Dormindo. –Disse eu, sentando-me no sofá. –Frida sentou-se, também, desnorteada. 

  Aquela garota estava realmente horrível. Seus cabelos, sempre tão bem tratados, ainda eram negros e brilhantes, mas agora, embaraçados. O descuido era seu sobrenome.

  As roupas estavam desleixadas. Jaqueta quadriculada e umas blusas por dentro que a deixavam mais  cheia. Usava botas de inverno.

--- Tem... Chá? –Essa era a pergunta mais inglesa possível naquela situação... Fiquei meio aturdida, pois não esperava. 

  Os olhos dela eram perdidos. As grandes bolas verdes estavam desnorteadas e sem brilho. 

--- Acho que... Tenho alguns. Aliás, foi você quem me deu... –Disse eu, despreocupadamente.

--- Ótimo. Assim não corro risco algum de ser um chá ruim. –Ela sorriu, sem querer.

  Levantei-me e fui fazer os chás. 

--- Aqui. –Disse eu, dando um para ela e outro para o garoto.

--- Não precisava se preocupar com ele. –Frida disse, secamente. –Ele... Não gosta de chá.

--- Ah... –Deixei de entregar para ele, quando ele mesmo fez um cara de quem não queria. –Suspeitei. E... Então,  quem  é ele? –Perguntei, aproveitando a deixa.
--- Eu  não  sei. –Frida disse, com o tom mais seco que pôde.

--- Mas... Isso é muito absurdo! –Eu sorri. Na verdade, queria rir.

  O rosto do garoto era sério, agudo, porém infantil. Era um garoto bonito, caloroso.

--- Olha só, moça, vou lhe contar o que houve. –Ele disse algo, depois de algum tempo sem falar. –Esta garota, (pois é assim que ela disse para eu chamá-la, por não conhecê-la) estava em prantos no aeroporto. Eu a vi assim e fiquei compadecido de seu estado. Aproximei-me dela e lhe dei um lenço. Ela aceitou-o, sem me olhar. Parecia muito desesperada para ver quem lhe oferecia. Sai um pouco de perto dela, e ela saiu. Então, depois de usá-lo, ela não me devolveu. Este lenço é muito importante para mim, senhorita, então, eu sai correndo com um táxi atrás do carro que a levou. E... Vim parar aqui. E, acabei por ajudá-la, como sou um bom garoto.

--- Seu... Grosso! –Frida disse, num tom gélido. –Eu... apenas esqueci.

--- Calma... –Eu agora ria, de tanto espanto. –Esta situação é realmente engraçada...

  O rapaz aproximou-se de mim e cochichou.

--- Ela está gostando de mim, senhorita. –Ele disse, baixinho. –Ficou encantada com a minha gentileza e beleza, por isso está irritada. –Finalizou ele, sorrindo.

--- Pare de cochichar, seu bastardo! –Frida gritou.

--- Ora, Cari, vou embora, por hoje. Mas quero saber de notícias de minha dama, depois. Ah, deixarei meu lenço com você, para que possa ter alguma desculpa para te ver novamente. –O garoto simpático levantou-se e foi até a porta. –Obrigada por tudo, senhorita... Senhorita...

--- Charllottie. –Disse eu, sorrindo.

--- Ah, Charllottie, lindo nome. –Disse ele, saindo. 

--- Até a vista,  Frida. –Ele provocou.

--- Sabe, de todas as pessoas no mundo, ele é a que mais me irritou. –Frida disse, ultrajada.

  Eu apenas sorri, tentando afogar meu humor em cima da tristeza. Tentando fazer com que ele a sufocasse subitamente, para ver se ela ia embora por um mísero segundo.


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Notas finais do capítulo

Boy of Frida.