Ich Liebe Dich. escrita por Mrs Flynn


Capítulo 111
Cap. 111: Redenção justa ou compaixão.


Notas iniciais do capítulo

Pois é, aqui conheceremos muito menos da metade de um pouco de Angel. A vida dela é tão interessante que daria outro livro... Gente, escutem Calling All Angels do Lenny Kravitz, durante a leitura, é emocionante. KKK A letra é muito parecida. http://www.youtube.com/watch?v=Ak2p1MqFMKA



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--- Angel, maldita! -Gustav estava furioso.

  Fiquei triste em ver aquela imagem. Angel se contorcia, em seu canto, debilitada, mas amarguradamente contente.

  Apesar de tudo, eu sempre a tinha considerado uma amiga. E havíamos passado por tantas coisas juntos... Que eu havia me acostumado a idéia de gostar dela.

   Quando éramos crianças, sempre brincávamos juntos e ela sempre me sujava todo e me deixava com cara de “mulherzinha”. Sorri tristemente ao lembrar daquilo.

  Mesmo que Angel me preocupasse, nada me preocupava mais, do que Charllottie estar ali dentro, no entanto, ela havia saído. Isso foi algo que me deu um alívio. Com tudo aquilo, eu nem pude ficar tontamente feliz com o  filho  que Charllottie esperava. Não havia dado tempo de digerir. E a minha  morte  se aproximava, o que o tornaria órfão de pai.

  Aquilo me dava profunda tristeza, mas só de saber que sua  mãe  estaria lá com ele, meu coração se acalmou um pouco. Com meu espírito ponderado.

--- Ah, Angel... podia ter sido diferente... –Disse, de repente lamentando.

--- Sim,  Peter  poderia. E de quem é a culpa? –Ela perguntou, petulantemente.

--- Não importa. –Respondi, em tom soturno –Não importa mais nada. Mesmo que a culpa não seja minha...

--- É, não importa... –Frida disse. Fiquei feliz em não perceber sarcasmo ou qualquer tipo de humor negro.

  De repente, lembrei-me da mãe de Lottie. Ela também teria de acordar e ser salva, se nós conseguíssemos algo, então pensei em acordá-la, enquanto eles continuavam com suas discussões idiotas. Fui até onde ela estava e onde Angel estava, sentada perto dela, com um rosto lívido.

--- Aghata, Aghata! –Bati levemente em seu rosto. A sua cor quase avermelhada havia voltado e achei, fielmente, que ela acordaria. -Agh -Fui interrompido.

  Ela abriu os olhos e me fitou, atônita. Sorri para ela, gentilmente.

--- Peter... -Ela ficou mais atônita ao me ver. -Cadê... a minha filha? -Ela perguntou.

--- Ela saiu do trem. Ela... está a salvo. -Disse, devagar para não assustá-la. -Mas, Aghata, confesso que estamos em apuros. -Resolvi ser sincero. Nada mais importava, naquele momento. -Estamos em uma situação complicada e ainda não temos idéias. 
Enquanto eu falava com ela, Gustav falou, afobadamente.

--- Sabe o que importa, agora? -Gustav disse, de repente.

--- O quê? -Frida perguntou, fingindo-se de preocupada. -Ah, vamos  rezar  a morte está chegando! -Ela piscou um olho e depois sorriu, amargamente.

--- O tempo. -Gustav completou, fazendo uma careta para Frida. -Não podemos perder tempo. A  loira  ai regulou a velocidade máxima para 390 km/h, o que significa que, temos que usar a nossa única chance de sobreviver, agora

--- Há há, muito engraçadinho, você Gustav. Mas... não quer me explicar, de que forma eu  posso não vou morrer?  Sim por que a Angel só trouxe um pára-quedas para ela e outro para a Charllottie. E eu não vou deixar ninguém a não ser Peter, sair sem mim!  -Frida disse, ameaçadoramente.

--- Vamos saltar de pára-quedas. –Gustav respondeu, mesmo ela explicando a condição.

--- Que lindo! -Frida bateu duas palmas e sorriu. Depois sua boca estava novamente séria.

--- Como, Gustav? -Angel ainda se retorcia. O machucado em seu braço parecia tê-la afetado bastante. -Seu... desgraçado! Não pode ter... maldição.

--- Gostei, Gustav. –Frida aplaudiu –Você trouxe reservas de pára-quedas para todos...


--- Por isso, Frida que precisamos ir logo, sem perder tempo. -Gustav disse, tirando o olhar de Angel e ignorando seus devaneios. -É melhor que pulemos do "teto" do trem, porque estes planaltos e planícies que cercam -nos neste caminho não são tão íngremes e se pularmos da janela, podemos bater ou arrastar nas paredes e nos machucar seriamente. E, se quisermos pular do "teto" do trem, teremos de pular logo, antes que a velocidade máxima seja atingida... bom, você sabe o que acontecerá com nossos corpos se pularmos em uma alta velocidade... se é que seria possível chegarmos até o teto nessa velocidade sem sermos arrastados pela resistência do ar que o trem imprime-nos antes de  sonharmos  em sobreviver com o pára-quedas. –Gustav estava amargamente sarcástico. - Ah, Angel, não acharia que eu não viria preparado? Eu conheço você... -Gustav riu.

  Ele a humilhava, neste instante. Seu ódio por ela era inestimável. Não poderia eu deixar de compreendê-lo, porém meus sentimentos em relação a Angel não me deixavam ser imparcial. 
--- Então espertinho, -Frida murmurou, de repente -porque não estamos colocando os pára-quedas agora mesmo? -Ela indagou, inquieta. 

--- Simplesmente porque somos idiotas. -Gustav riu.

  De repente, uma pequena raiva súbita crescia dentro de mim. Gustav também estava me enojando com aqueles risinhos irônicos e excitados.

--- Quer parar de ser idiota e me dar logo este pára-quedas? -Eu disse, com um tom baixo, mas sério. -Vamos ou não embora?

--- Calma, Peter. -Ele disse, com um tom irônico ainda.

--- A velocidade é de 100km/h neste momento. Não quero chegar a 200 sem mover um músculo. -Disse, ignorando as idiotices dele. -Precisamos ir.

--- É, até mesmo eu, concordo. -Gustav respondeu, mesmo que eu não me dirigisse a ele.

  Gustav ergueu as mãos e tirou uma bolsa grande de um compartimento acima das cadeiras, onde ficavam as bagagens. Ele me estendeu um dos pára-quedas e estendeu outro para a Frida.

--- Então, vamos. -Frida disse.

  Enquanto Gustav ajeitava, pomposamente e orgulhosamente seu pára-quedas, eu ajudava Frida e terminava de colocar o meu. Aghata colocou o dela sozinha. Lembrei-me que Charllottie sempre dizia o quanto a mãe era uma aventureira incansável. Quase ri, neste momento.

  De repente, lembrei de Angel.

--- Angel, vamos! –Estendi o pára-quedas a ela.

  Angel sorriu. Era gentil, mas pesaroso e triste. Ela estava sentada com o braço enfaixado e um pouco lívida.

--- Angel... -Disse, estendendo, ainda o pára-quedas.

  A mulher parecia acabada, naquele instante. Parecia ver a sua vida passar diante de seus olhos. O que ela tinha feito? O que ela tinha feito de bom em sua vida? Nada havia restado para ela. Até mesmo ela tinha pena de si mesma, naquele instante.

  Alguns momentos meus e de Angel também passaram pela minha cabeça. Lembrei-me de quando a vi pela primeira vez. No primeiro dia em que ela se mudou para a minha rua.

  Aquela garotinha triste, mas decidida jogando pedras no lago durante uma manhã em que ele estava congelado. Lembrei-me, claramente, de como havia sido a cena...

                            Flash Back

  “Aproximei-me da garotinha loira de cabelos bastante compridos e reluzentes. Parecia um pote de ouro. Assim que a vi, meu coração deu um pulo.  Gostei  dela.

--- Porque diabo está ai a jogar estas pedras? –Perguntei, curioso –O lago está congelado... –Disse, com a minha voz muito baixa, mas forte.

  A menina ficara em silêncio.

--- Está bem, se não quer falar... –Disse, curto e grosso.

  Já ia ir embora, quando ela falou.

--- Eu gosto de quebrar o gelo. –Ela disse, ainda virada para o lago –Ele é tão duro e gélido, gosto de dobrá-lo a minha vontade...

  Meu rosto se iluminou. Ela havia falado comigo... Nem liguei para o quanto ela parecia doida com aquela resposta.

  Voltei atrás.

--- Qual o seu nome? –Perguntei.

--- Não vou dizer.

--- Porque não? –Perguntei.

--- Porque é ridículo. –Vi ela sorrir um pouco. Mas ainda estava de costas para mim sentada de face para o lago gélido.

--- Não vou rir. –Disse, categórico.

--- Angel. –Ela disse, com a voz séria.

  Aquela menina emanava uma aura tão fria e soturna, que eu, com minha compaixão e amabilidade queria ser sue amigo, queria ajudá-la.

--- É legal. –Disse, sincero –Você é um anjo. Um anjo frio. –Disse.

 Quando a menina ouviu estas palavras, ela se virou. Ela de certo, viu que eu era tão louco quanto ela. Que era uma criança que falava tantas coisas profundas quanto ela. Que ela poderia se sentir normal ao meu lado.

--- E o seu? –Ela perguntou.

Olhei para seu rosto delicado e penetrante. Uma forma sutil de ser duro. Era um rostinho angelical, porém com olhos grandes e duros. Boca fina e delicada, mas traduzida numa face quase má.

--- Peter... –Disse, extasiado com o a visão dela.”

                                    Flash Back

--- Pete... me perdoe. -Ela parou de sorrir e ficou triste. -Você acha mesmo que vou? Não quero ser torturada. Desculpe. -Ela baixou a cabeça e ficou calada. Depois falou de novo.

--- Nada mais importa, Pete. –Angel disse, devagar.

  O rosto lívido ficou calmo. Mas triste. Ela se entregara a dor. Ela sucumbira depois de tanto tempo, a demonstrar suas emoções. Naquele minuto angustiante, em sua morte eminente, ela finalmente parecia tirar todo o peso de suas costas. Parecia tirar a sombra de ódio fria e pesada que emanava. E tudo que restou foi o nada. O vazio de sua alma. A tristeza calada, permanente, pura.

--- Eu sinto muito. –Disse, em tom soturno.

--- Não sinta. Eu mereço. Eu ainda odeio a Charllottie... –Ela dizia, devagar, enquanto um aperto em meu peito vinha, por ela me lembrar de Charllottie. –Mas... Eu não quero mais. Eu... Eu já vou, Pete, vá. Ich Liebe Dich. –Ela disse, devagar.

   Ela disse tudo aquilo num sussurro agoniado. Meu coração se apertou e foi como se eu o visse. Ele era seco e duro. Estava se acabando de ver aquilo. Ajeitei-me e peguei a mão de Angel. Beijei-a. Num gesto de  adeus.


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Notas finais do capítulo

Musiquinha triste* Sei que as leitoras ainda querem matá-la... SEI. KK



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