PAI? – Falo pra ele assustado e Kia olhava pra ele do mesmo jeito. Ele sorri e senta na poltrona.

-Eu mesmo, por quê? – Diz ele sorrindo

- MA-MA... O QUE VOCÊ FAZ AQUI?

-Oras, eu vim visitar vocês... - Eu bufo zangado.

- Eu sei disso velho! Como você descobriu qual hospital a gente estava?- Ele sorriu e passou a mão na cabeça.

- Foi fácil... Muito fácil... Eu só procurei por todos os hospitais dessa cidade!

- VO-VOCE O QUE? VOCÊ FEZ ISSO MESMO?

 -Não, to zoando. Procurei por vocês no Consulado Japonês aqui e descobri o hotel onde vocês estavam. Ai fui lá e a recepcionista disse que vocês estavam em um hospital e graças ao meu charme- ESTÃO RINDO DO QUE?

- Pfffffff... - botei a mão na boca, prendendo o riso – Nada não... Continua...

-Pfffffff... - Ela bota a mão na boca. - Nada Tio... Continua...

- E graças ao meu charme, ela disse qual era o hospital e me deu o endereço. E eu vim pra cá. E quando tava vindo pra cá, passei pelo berçário e vi um menino chamado Kiichi Kurosaki..A não ser que tenha outro Kurosaki aqui, aquele menino é..- Ele olha pra mim e pra Kia.

Eu e Rukia nos entreolhamos, sorrindo um pro outro. Meu pai nos olha e parece entender os nossos sorrisos.

- E então?

- Pai... Você é avô... - Ele abre um sorriso.

- Então... Aquele menino... Ele é...

- Sim, Tio. Ele é seu neto!

Meu pai pula da cadeira e começa a pular pelo quarto. Rukia e eu olhamos pra ele com cara de “O que você tá fazendo, seu baka?”.

-EU SOU AVÔ, EU SOU AVÔ, EU SOU AVÔ!- Ele continua pulando e gritando. De repente ele sobe na poltrona.

- MUNDOOOOOOOOOOO OUÇA BEM! EU, ISSHIN KUROSAKI, SOU AVÔ!

- Pai...

- SOU AVÔ, SOU AVÔ!

- PAI...

- SOUUUUUU AAAAVÔÔÔÔ

-PAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI!- Ele para de gritar e me olha.

- O que é? Não posso comemorar não?

- Pode pai, mais tudo tem limite né? E o hospital inteiro não precisa saber disso pai..

- Filho estraga prazeres... - Ele vai até a Rukia e a abraça.

- Ahhh Rukia-chan, eu sabia que isso ia acontecer, eu sabia!- Ele suspira feliz – Ahhh hoje é o dia mais feliz da minha vida... Espere só até o pessoal saber disso. - Olho pra ele.

- Pessoal? Que pessoal?- Ele me olha animado.

- Oras a Inoue-chan, Ishida e Chad...

- E AS MINHAS IRMÃS... AH NÃO... VOCÊ AS DEIXOU LÁ NO JAPÃO?

-Não seu maluco, eu não sou você! Elas estão aqui também... Eles estão no hotel, não quiseram vir pra cá...

- Por que não, Tio?

- Não sei não... Ah, quando vocês vão sair do hospital?

- Acho que hoje, Tio... - Ela sorri. - Mais sabe uma coisa boa, Tio? Vão trazer o Kiichi aqui daqui a pouco!

- Ah, que bom! Vou ver meu netinho!

Começamos a conversar sobre Londres, e a Rukia muito animada não parava de falar um minuto. Eu não entrei na conversa, só fiquei olhando eles conversar.

Ouvi uma batida na porta. Ruki e meu pai já se animaram. Fui abrir a porta e vi a Miki-san que junto estava o meu menino.

- Miki-san! Boa Tarde.

- Boa tarde, Kurosaki-kun, Rukia-chan e... – Meu pai pula da cadeira e pega a mão dela.

- Kurosaki Isshin a seu-BONC- Ele cai duro no chão.

- Desculpe Miki-san... Esse ai é o meu pai, ele chegou hoje aqui. - Ela sorri

- Entendi. Bem, aqui está o pequeno..- Sorri ao pegar ele no colo ele sorriu de volta

- Ah, Miki-san, quando a Kia recebe alta?

- Hoje mesmo, Kurosaki-kun. Já estava indo pegar os papéis para vocês assinarem... Já volto ok?- Fiz que sim. Kia quando viu o Kiichi sorriu boba e logo pediu ele. Botei ele no seu colo e sentei na cadeira do lado dela.

Meu pai já tinha acordado e olhava pra ele babando.

- Ahhh... Que menino mais lindo... E ele tem os olhos da mãe... Ainda bem que ele não tem nada seu, hein Ichigo?

- Vai se fe-

- Tem sim, Tio. O formato do rosto dele é igual ao do Ichi, às orelhas também. E ele vai ter seu cabelo, Ichi... Olha só. - Olho pro cabelo dele.

- Ele vai ter meu cabelo!- Falei feliz

- Ele é tão fofo... Posso segurar ele? – Rukia fez que sim e ele pegou Kiichi no colo

- Quem é a coisinha fofa do vovô? Quem é?- Kiichi sorria e ficava se remexendo no colo dele. Eu olhei pra Kia.

- Kia...

- Que foi? – Cheguei perto dela, passando a mão no seu rosto e sorrindo ao ver ela corar.

- Eu te amo. Você me fez o homem mais feliz do mundo. – Ela sorri.

- Você também Ichi. Eu não sei o que faria sem você.

Nós nos beijamos, ignorando os assobios do meu pai. Não ouço mais nada, só meu coração acelerar. Após o beijo eu encosto a minha testa nela e fico encarando seus olhos azuis, que brilhavam. Sinto meu pai me cutucar e me viro.

- Desculpe interromper o momento “amor da minha vida” de vocês ai... Mais é que a Miki-san quer falar com vocês.

Viro-me, sentindo meu rosto avermelhar e olho pra Miki-san.

- Mi-Miki-san... Desculpe...

- Que nada... Isso é ate bonito de se ver... Vocês realmente merecem esse momento depois de tudo... - Dou um sorriso, ainda vermelho, e sinto a mão da Kia apertando a minha.

- O que você queria dizer, Miki-san?

- Vim trazer uma noticia boa...

- Qual é?- Rukia pergunta animada.

- Vocês já podem ir pra casa!- Rukia abre um sorriso feliz.

- Sério? Que bom, que bom!

- Já podemos ir pra casa!!!! Que ótimo!!!- Abracei a Kia, que ria feliz.

-FINALMENTE! VIU KII-KUN? VCS VÃO PRA CASA!!!!- Meu pai falava com o Kiichi, que sorria.

- Vamos arrumar nossas coisas! Você cuida do Kiichi Kia, eu vou arrumar as nossas coisas.

- Obrigada Ichi. - Ela foi cuidar do menino enquanto eu ia até o armário pegar as roupas e a bolsa.

- Rukia-chan, Ichigo, estou lá na frente esperando vcs!- Ele disse, botando o Kiichi na cama.

- Ok, Tio. - Ela diz enquanto ele saia.

Enquanto eu pegava as roupas, uma sacola plástica no canto me intrigou. Peguei ela e a abri. Tinha uma blusa, um casaco e uma calça. Tirei-as da sacola. A blusa e o casaco estavam sujos de sangue seco. Engoli seco. A calça estava suja de terra e todas as três estavam com marcas de pneus.

“Foi... essa é a roupa que eu estava usando no dia  do acidente....

“Não acredito que ela estava guardando isso...”

Suspirei pesadamente, olhando as roupas.

- Ichi tudo bem aí?

- Tudo, Tudo... Não se preocupa Kia!

Guardei as roupas dentro da sacola e as botei na bolsa. Continuei guardando as roupas. Fechei a bolsa e tranquei o armário. Botei a bolsa na cama e fui ver a Kia.

Ela estava guardando as coisas dele dentro de uma bolsa azul. Ajudei-a com as roupinhas.

- Kia... A gente esqueceu uma coisa...

- O que?

- Temos que botar uma roupa limpinha nele...

- É verdade... Quer trocar ele?- Sorri.

- Posso mesmo?- Ela fez que sim.

Peguei a roupinha e fralda e fui até o Kiichi. Ele sorriu quando me viu.

- Oi filhão... Vamos trocar de roupinha? Vem, papai vai trocar você. – O levantei e devagar fui tirando sua roupa, até ele ficar só de fraldinha. Deitei-o na cama e fui tirar sua fralda.

- Vamos tirar a fraldinha? Vamos lá, deva-KIICHI SEU MIJÃO!- Ele começa a urinar em mim, e eu tento me proteger com um pano.

- AAAAAA RUKIA ME AJUDA AQUI! ELE TÁ MIJANDO EM MIM! – Rukia me olha e começa a rir.

- PARA DE RIR SUA MALDITA ME AJUDA AQUI!- Kiichi começa a rir também.

Quando ele termina de urinar, eu já estava todo molhado.

- Seu maldito... Não teve graça nenhuma, Kiichi... - Falo pra ele, que sorria inocente pra mim. Peguei uma fralda limpa e tirei a suja. Botei a limpa nele.

- Não urina de novo, hein?- Falei enquanto ajeitava a roupa nele. - Pronto Rukia! Ele tá prontinho!

Rukia se virou e me viu com ele no colo.

- A bolsa dele tá pronta. Só falta a gente. - Olhei pra ela.

- A gente? O que te- Olhei pra baixo e vi que eu estava com a roupa do hospital.

- Viu agora?

- Ah, mais nem parece... - Ela riu e jogou uma roupa pra mim.

- Vai se trocar palhaço... Dá ele aqui. - Ele pegou o menino.

Tirei a blusa e peguei a limpa. Era uma azul de manga comprida. Olhei pro lado e a Kia tentava não me olhar. Sorri pra mim mesmo. Tirei a calça e fiquei só de cueca. Tentei ignorar os sons de engasgo que a Kia dava. Peguei a calça caqui e botei. Botei o tênis e fui me olhar no espelho. Liguei a torneira e joguei um pouco de agua no cabelo.

Arrepiei-o um pouco. Virei-me e sorri.

- Kia eu to bem?- Ela sorriu.

- Tá um gato... Pega ele aqui pra eu me trocar... - Fui até ela e peguei-o. Sentei na cadeira. Kia pegava as roupas.

Ela tinha pegado uma blusa branca bordada de manga comprida e um casaco jeans e uma calça jeans.

- Kia... - Ela se virou.

- Você vai se trocar aqui?

- Sim, por que... - Corei e virei o rosto.

- Na-Nada.

Ela tira a blusa e fica de sutiã. Tentei desviar o olhar, mais eu voltava a olhar toda hora. Ela põem a blusa e tira a calça. Engasgo e viro a cabeça. Ela sorri e põem a calça. Se agacha e põem o tênis. Levanta-se e me olha.

- To bonita?

- Tá linda... – Ela cora.

- Vamos?- Ela faz que sim e eu me levanto. Ela me dá a bolsa dele e pega a nossa. Já no corredor, fecho a porta. Pego a mão dela e andamos pelo corredor, até a recepção. Olho pro Kiichi, que dorme tranquilo no meu braço.

Chegamos no corredor e Miki-san esta esperando a gente. Ela sorri quando nos vê.

- Miki-san.. O que faz aqui?- Ela sorri.

- Vim me despedir de vocês. Toma. - Ela estende um prato cheio de bolinhos.

- Não precisava Miki-san.. - Ela sorri.

- Precisava sim... Vocês são uma família linda..depois de tudo que passaram...continuaram unidos...

- Você também foi importante, Miki-san... Você ajudou a Kia a passar por todo aquele problema... Não deixou perder a sanidade... Você foi muito importante, Miki-san... - Digo. Ela sorri emocionada.

- Obrigada... Vocês são muito importantes pra mim, também... Pelo menos, leve os bolinhos tá?- Peguei os bolinhos com a mão livre.

- Obrigada, Miki-san... Por tudo... - Kia diz, abraçando ela.

- De nada... Foi com muito prazer... - Elas desfizeram o abraço e eu a abracei.

- Se cuidem, ouviram?

- Pode deixar! Até mais, Miki-san!

Despedimos-nos dela e continuamos andando até a recepção. Chegamos lá e meu pai estava lá esperando a gente. Ele sorriu quando nos viu.

- Até que fim vocês chegaram! Vamos, tem um táxi esperando a gente... Ah espera vou avisar o pessoal... - Ele pega o telefone e começa a ligar.

- Moshi Moshi... Ishida... Sim, sou eu... Sim... Eles já saíram... Estamos indo pra aí agora.. Ok, avisa o pessoal... Ok, ok. Tchau. Pronto, vamos?

Seguimos ele até o lado de fora. Um vento frio sopra e eu ajeito o Kiichi na roupinha. Ele já estava acordado e me olhava com interesse nos pequenos olhos azuis.

- Vamos pra casa, filho.. – Ele sorri. Um sorriso inteiramente da Kia. Entramos no carro.

- Where you want to go, sir?

- This street please. – Meu pai dá um papel pro motorista, que acena com a cabeça.

- Você já esqueceu o endereço?

- Faz tempo que eu não volto pro hotel, pai e algumas pessoas não tem memória fotográfica... - Ele riu.

- Eu sei disso... Ah, imagino a cara do pessoal quando te ver Ichigo...

Eu sorri e olhei pra rua. “Finalmente fora daquele hospital... não aguentava mais...”.

Olhei pro lado e Rukia dormia com o Kiichi no seu colo. Beijei sua testa e me aconcheguei nela.

“Finalmente... a Paz...”.